Temas de relações internacionais, de política externa e de diplomacia brasileira, com ênfase em políticas econômicas, em viagens, livros e cultura em geral. Um quilombo de resistência intelectual em defesa da racionalidade, da inteligência e das liberdades democráticas.
O que é este blog?
Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.
domingo, 3 de abril de 2016
Varnhagen fazendo sucesso por ai: Academia.edu me avisa que virou vedete...
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sábado, 2 de abril de 2016
Cadaveres pouco excelentes (perdão Francesco Rossi)
Com dinheiro sujo, o PT comprou o silêncio de um empresário que ameaçava dar informações sobre o suposto envolvimento de Lula, José Dirceu e Gilberto Carvalho no assassinato de Celso Daniel. A Polícia Federal prendeu esse empresário
Por: Rodrigo Rangel e Robson Bonin - Atualizado em
José Dirceu conversava animadamente em um restaurante de Brasília, no ápice da campanha presidencial, em 2002, quando foi interrompido por um homem bem vestido, de terno. Carregando uma valise, ele chegou apressado e fez sinal com as mãos de que precisava falar reservadamente. O então coordenador da campanha de Lula se levantou e apresentou o interlocutor: "Este aqui é o Delúbio, nosso tesoureiro". Os dois seguiram para um canto vazio e cochicharam por alguns minutos. Delúbio Soares passou rapidamente pela mesa, acenou e foi embora. Dirceu voltou ao seu lugar. Parecia transtornado. "Os tucanos estão preparando uma armadilha para nos destruir." "Que armadilha?", alguém perguntou. "Fizeram um dossiê para nos envolver no assassinato do Celso Daniel. Dizem que tem gravações telefônicas, depoimentos, gente do PT...". Antes de se despedir, Dirceu dimensionou o que estaria por vir: "Isso é muito grave. Precisamos reagir rápido, abortar o plano de qualquer maneira". Na conversa, que VEJA testemunhou, petistas e simpatizantes que estavam à mesa combinaram uma estratégia de defesa. Era preciso que se antecipassem, denunciando a farsa antes que viesse a público. Era preciso esclarecer que o caso constituía uma tentativa de golpe sujo e desesperado do governo tucano para atrapalhar a eleição de Lula.
O assassinato do prefeito Celso Daniel, de Santo André, ocorrido em janeiro de 2002, nunca deixou de assombrar o PT, fosse na forma de chantagens eleitorais ou de investigações policiais que, até hoje, não esclareceram a morte do prefeito. Assim, a dúvida sobre o envolvimento de petistas no caso paira no ar como uma nuvem de enxofre capaz de contaminar ainda mais o pântano em que se meteu o partido. Na semana passada, a mais recente fase da Lava-Jato voltou a agitar o fantasma de Celso Daniel. A operação foi chamada de Carbono 14, numa referência ao elemento usado pela ciência para desenterrar o passado. Mas o que um homicídio de catorze anos atrás tem a ver com a roubalheira na Petrobras? As conexões são um pouco intrincadas, mas, seguindo-se o calendário das investigações, tudo fica mais claro.
O começo se dá em 2012. VEJA revelou que Marcos Valério ainda guardava consigo segredos devastadores. Em depoimento à Procuradoria-Geral da República, o famoso operador do mensalão resolveu detalhar alguns deles. Um, em especial, parecia mirabolante. Valério disse que um obscuro empresário de Santo André, Ronan Maria Pinto, acionou o então secretário do PT, Silvio Pereira, para chantagear o ex-presidente Lula. A chantagem: ou o PT lhe dava 6 milhões de reais ou ele revelaria o envolvimento de Lula, José Dirceu e Gilberto Carvalho no assassinato de Celso Daniel. Disse mais: os 6 milhões de reais foram negociados pelo pecuarista José Carlos Bumlai, que tomou o dinheiro do cesto de picaretagens petistas na Petrobras. Diante dessa história, os investigadores arregalaram os olhos - era forte, mas também poderia ser resultado de imaginação positivamente fértil.
Em 2014, dois anos depois, durante as investigações da Lava-Jato, a polícia encontrou num escritório de contabilidade um contrato confidencial. Pelo documento, Marcos Valério emprestava 6 milhões de reais ao empresário chantagista Ronan Maria Pinto. O valor e o nome dos personagens acenderam uma luz vermelha. A polícia então interrogou a dona do escritório de contabilidade, Meire Poza. Ela contou que o contrato pertencia a um notório lavador de dinheiro chamado Enivaldo Quadrado. E Enivaldo Quadrado dizia que guardava uma via do tal contrato para resguardar-se. Era seu "seguro de vida contra o PT", uma "arma que derrubaria o Lula". E, claro, um instrumento para arrancar uma graninha do PT. E explicava que os tais 6 milhões do empréstimo serviriam para pagar a chantagem que Ronan Maria Pinto vinha fazendo contra o PT. O quebra-cabeça começava a tomar uma forma mais clara.
(Mais detalhes na edição da VEJA que saiu hoje. Vou ver se consigo a íntegra da matéria. Se a conseguir, circularei para todos (MD)
sexta-feira, 1 de abril de 2016
Petrolao-Pasadena: o heroi secreto que deu inicio a Lava Jato, agora não mais desconhecido
Exclusivo: Gerente da Petrobras conta a VEJA que mandou avisar Dilma da compra superfaturada de Pasadena
De 2003 a 2005, Otávio Pessoa Cintra ocupou o cargo de gerente da Petrobras América, no Texas, EUA. Ali, ele teve contato com o escândalo que está na origem de tudo e garante que avisou seus superiores na ocasião. "Tomei conhecimento em 2014 que Dilma sabia de tudo"
Por: Hugo Marques 31/03/2016 às 17:35
Sua identidade nunca foi revelada, mas ele está no melhor lado da Lava Jato. Como informante, ajudou a Polícia Federal a dar os primeiros passos para desvendar o esquema de corrupção na Petrobras. Seu nome é Otávio Pessoa Cintra. Ele é engenheiro, tem 55 anos e é funcionário da estatal há 30 anos. De 2003 a 2005, Cintra ocupou o cargo de gerente da Petrobras América, braço da estatal no exterior, com sede em Houston, no Texas, Estados Unidos. Ali, ele teve contato com o escândalo que está na origem de tudo: a compra, altamente superfaturada, da refinaria de Pasadena, também em Houston. Em entrevista a VEJA, Cintra garante: "Pasadena era um projeto secreto". A história de Cintra mostra como um funcionário da estatal teve acesso a informações comprometedoras e tentou, sem sucesso, alertar seus superiores para o que estava acontecendo. Ele conta que mandou recado para a então ministra Dilma Rousseff na época. E soube, há dois anos, que seu recado chegou à destinatária. "Tomei conhecimento em 2014 que Dilma sabia de tudo."
O engenheiro conta que, no segundo semestre de 2005, já exasperado com as tentativas frustradas de denunciar a roubalheira na Petrobras, procurou o deputado Jorge Bittar, do PT do Rio de Janeiro, então influente na ala ética do partido. Na época, a Petrobras estava sob a presidência de José Sérgio Gabrielli. Cintra contou ao deputado o que sabia, deu detalhes do rombo de Pasadena e pediu que o assunto fosse levado a Dilma Rousseff, então ministra da Casa Civil e presidente do Conselho de Administração da Petrobras. Em 2014, encontrou Paulo César de Araújo, o assessor que intermediara seu encontro com Bittar, e quis saber o destino de sua denúncia de nove anos atrás. A resposta que ouviu: "O Bittar levou o assunto ao Gabrielli e ao Gabinete Civil da Presidência da República". Depois desse diálogo, Cintra ficou certo de que Dilma foi informada do que se passava na Petrobras mas não tomou atitude alguma.
Otávio Cintra começou a auxiliar a Polícia Federal em 28 de abril de 2014. Prestou um depoimento formal no qual detalhou o que sabia sobre Pesadena, sobre operações ilegais envolvendo a compra de blocos de exploração de petróleo em Angola e casos de superfaturamento, além de citar nomes de funcionários que, mais tarde, se tornariam estrelas do escândalo, como o ex-diretor Nestor Cerveró, e o lobista Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano. Suas revelações foram registradas num documento de dezessete páginas, anexado ao processo da Lava Jato. A identidade do informante, no entanto, ficou sob segredo até agora.
Depois de prestar seu depoimento sigiloso à Polícia Federal, Cintra ainda tentou levar o assunto adiante. Procurou o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que encaminhou o engenheiro ao deputado Antônio Imbassahy, então membro da CPI da Petrobras. Imbassahy tentou convocar Cintra para depor formalmente na CPI, ocasião em que poderia denunciar publicamente tudo o que sabia. O requerimento de sua convocação nunca foi votado. A seguir, os principais trechos de sua entrevista a VEJA:
"PROJETO SECRETO"
Como o senhor ficou sabendo da compra de Pasadena pela Petrobras? Eu era commercial manager da Petrobras América. Estava em 2005 nos Estados Unidos e vi essa movimentação das pessoas fazendo viagens pelos EUA, passavam pela Petrobras America. E nós, o comercial da companhia, não éramos ouvidos sobre o negócio. Tínhamos que ser ouvidos. E por que isso não acontecia? Porque Pasadena era um "projeto secreto" . Por isso não envolvia a gente. Vi que estavam comprando Pasadena quase clandestinamente.
Na época, como gerente, o senhor não fez nada para impedir o golpe?Ainda em 2005, fui ao presidente da Petrobras America, o Renato Bertani, meu chefe. Disse a ele que não fazia sentido comprar Pasadena, ainda mais por aquele preço absurdo. A Petrobras tinha acabado de recusar a compra de toda a refinaria de Pasadena por 30 milhões de dólares e, naquela, eles estavam comprando a metade da mesma refinaria por 360 milhões de dólares, sem consultar ninguém. Era óbvio que havia algo por trás daquilo.
O problema estava no preço e no modo com que a operação estava sendo feita? A compra de Pasadena tinha que necessariamente passar pela Petrobras América. Eu era o gerente comercial da Petrobras América e estava presenciando a movimentação para a compra de uma refinaria que antes não estava nos planos estratégicos da empresa. Cabia a nós o contato sobre as oportunidades para a empresa. Em duas outras oportunidades anteriores, nós fomos consultados. Pasadena era uma empresa familiar, as margens eram baixas, não tinha crédito no mercado. Ela não podia comprar petróleo. Imagina uma padaria que não podia comprar farinha de trigo, que não podia fazer pão. E essa era apenas uma das muitas operações estranhas que ainda estavam por vir.
"A DILMA E O GABRIELLI SABIAM"
O senhor alertou seus superiores sobre as irregularidades na compra de Pasadena? No segundo semestre de 2005, tive um encontro com o deputado Jorge Bittar. Eu falei: "Deputado, tem irregularidade na compra de Pasadena. Meia dúzia de suspeitos estão envolvidos nessa negociação". Quem intermediou o encontro no gabinete do deputado, no Edifício Di Paoli, no Rio, foi meu amigo, o Paulo César Araújo, que trabalhava com o Bittar. O Bittar, então, levou o assunto à ministra da Casa Civil da Presidência da República e ao presidente a Petrobras, Sérgio Gabrielli.
Como é que o senhor sabe que a então ministra Dilma foi alertada? O Paulo César, assessor do Bittar, me confirmou. Quando estourou a Operação Lava Jato, tivemos outro encontro, em 2014, no mesmo Edifício Di Paoli. O Paulo falou: "O pior é que sua denúncia foi levada à Casa Civil e ao Gabrielli". A Dilma e o Gabrielli sabiam. O Bittar foi à Casa Civil e ao Gabrielli. Eu só tomei conhecimento agora em 2014 que a Dilma sabia de tudo.
"PETROBRASSSS..."
O senhor fez alguma outra incursão na tentativa de denunciar o que estava acontecendo na empresa?Depois que o presidente Lula já tinha terminado o mandato, me encontrei com ele no Chile, onde também fui gerente. Em uma cerimônia, salvo engano em 2013, um representante do Itamaraty me colocou sentado ao lado dele, e me apresentou como funcionário da Petrobras. Pensei em aproveitar a oportunidade e falar com o ex-presidente, mas não foi possível. O ex-presidente tinha bebido um pouco de uísque, me olhou, deu um tapa forte no meu peito e disse, sorrindo: "Petrobraaasssss". Aí todo mundo riu, mas não teve jeito de conversar com ele, não tinha clima.
Foi sua última tentativa de trazer o assunto a público? Apresentei os problemas da Petrobras para o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, numa reunião, em 2014, já depois do escândalo da Lava Jato. Ele pediu que eu conversasse com o deputado Antonio Imbassahy. Fiz isso. O deputado apresentou requerimento me convocando em 2015 para prestar depoimento na CPI, mas o requerimento sequer foi analisado.
"COMEÇARAM A ME PERSEGUIR"
Como o senhor reagiu quando a Lava Jato começou a revelar tudo?Fiquei com medo. Tenho medo desse grande 'sistema'. Tive medo de matarem minha família. Vai que alguém me aborda na rua. Numa discussão de rua, dão um tiro, e é queima de arquivo. A prova de que realmente o esquema é muito maior é que começaram a me perseguir dentro da Petrobras depois que avisei o deputado Bittar. Perguntavam de forma irônica: "Por que o Paulo Roberto Costa gosta tanto de você?". Fiquei sem dormir. Quando você se volta contra o sistema, o sistema te destrói. Quando fiz essa denúncia, o mundo se voltou contra mim.
O que mais aconteceu para o senhor dizer que o mundo se voltou contra o senhor? Desde que comecei a falar abertamente sobre Pasadena dentro da empresa, nunca mais tive promoções, nunca mais me deram funções de relevo na companhia. Nos Estados Unidos, cheguei a ganhar mais de 100 mil reais por mês e hoje não ganho um terço disso. Nos últimos anos, fico encostado num computador, na internet, esperando a aposentadoria chegar e ainda com medo de sofrer algum tipo de retaliação.
Hoje, diante do que já foi descoberto, qual avaliação que o senhor faz sobre o que aconteceu?Todos eles, toda a diretoria da Petrobras é cúmplice. Toda decisão de diretoria é colegiada. O Gabrielli é igualzinho ao Paulo Roberto. Só que o Gabrielli colocava para conversar o assistente dele. Eles mandam emissários. Se der problema, eles dizem: ""ão autorizei ninguém a falar em meu nome". É a mesma política do Lula. Você acha que o Lula negociava com a arraia-miúda? Quem conversava era o Zé Dirceu.
Procurado por VEJA, o ex-deputado Jorge Bittar, hoje presidente da Telebrás, disse, primeiro, que não se lembrava do encontro com o engenheiro Cintra. Depois, que o encontro nunca existiu. Seu ex-assessor Paulo César também negou. "Eu não me lembro nem de conhecer essa pessoa", disse ele, hoje proprietário da Fragmenta Destruição Segura de Informações, empresa especializada na inutilização de documentos e arquivos. O ex-presidente Fernando Henrique confirmou a reunião com Otávio Cintra. O deputado Imbassay disse que a bancada governista impediu a convocação do engenheiro para depor. "Ele podia ter contribuído muito com os trabalhos da CPI, mas a convocação dele sequer foi analisada."
Cesar Maia elogia o Itamaraty, e espera um novo chanceler de qualidade
Cesar Maia, 1/04/2016
1. A hipótese do impeachment de Dilma é cada dia mais concreta. A crise econômica profunda se mostra em todas as latitudes com a queda do PIB que passa a ser depressão, taxa de desemprego recorde, quebra de milhares de empresas, taxas de juros extravagantes, perda do grau de investimento por todas as agências de risco, a indústria definhando, inflação roçando os dois dígitos,Estados quebrados...
2. É natural que os debates, as análises, as colunas, as entrevistas, e o noticiário se concentrem na questão econômica. E especulem sobre medidas a serem adotadas pelo novo governo e nomes para o Ministério da Fazenda e Banco Central. Claro que tudo isso é muito importante.
3. Mas há um elemento consensual que precisa ser devidamente equacionado: a taxa de confiança, a credibilidade no novo governo. Afirma-se que só a saída de Dilma e sua substituição por Temer vão gerar uma reversão de expectativas. No prazo imediato é verdade. Os mais experientes sugerem que o novo presidente se afaste da ilusão de um plano de governo. O fundamental é aprovar de imediato 2 ou 3 medidas de forte impacto que sinalizem a nova dinâmica fiscal e econômica.
4. Mas a questão de fundo da taxa de confiança não estará resolvida, pois nem o presidente, nem o nome do ministro da fazenda são suficientes, embora necessários. O presidente terá uma semana para ir ao Congresso e propor duas ou três medidas. Um bom início.
5. Mas o ponto chave da taxa de confiança no caso brasileiro é a expectativa de governos, e investidores externos sobre a sustentabilidade do que disser o governo. A desintegração mais profunda da credibilidade do atual governo se deu no setor externo. O desmanche da imagem do Brasil ocorreu com velocidade surpreendente, estimulado pela coreografia externa do governo se abraçando com os populismos mais coloridos bolivarianos, africanos e no médio oriente.
6. A prioridade maior no momento do impedimento de Dilma é a escolha do Novo Ministro das Relações Exteriores. Esse deve ter um currículo carregado de conhecimento e experiência na diplomacia presidencial, geopolítica internacional, na diplomacia econômica…
7. Desde a América do Sul, desentravando o MERCOSUL na direção da União Europeia, afirmando uma coordenação com a Aliança do Pacífico, estabelecendo um diálogo sério e prático com os EUA, reinserindo-se na ONU como uma potência ocidental e cristã, que é, voltando a ter uma voz de prudência nos conflitos de média intensidade, sem tergiversar sobre o terrorismo, afirmando a segurança jurídica internacional…
8. O Novo Ministro das Relações Exteriores, tendo esta dimensão, alavanca a confiança no novo governo, constrói imediatamente as pontes necessárias para integrar o país, rompendo o isolamento e a desconfiança, política, diplomática, econômica... O Novo Ministro das Relações Exteriores tem uma enorme vantagem operacional: conta com uma máquina diplomática de enorme eficiência, tradição e respeitabilidade, garantidora imediata da nova política externa a ser executada.
Um seminario divertido: Varnhagen, o passado e o futuro do Brasil - resumo P.R. Almeida
Meu resumo preparado para o seminário, que sequer usei, pois falei muito menos do que está inscrito abaixo, mas que pode ser útil, para aqueles muito preguiçosos, e que não querem ler as 45 páginas do ensaio completo, que já foi informado aqui:
http://diplomatizzando.blogspot.com.br/2016/04/livro-sobre-varnhagen-ser-apresentado.html
Foi um prazer participar deste seminário, com as tiradas inteligentes do Embaixador Synesio Sampaio Goes, e as palestras altamente interessantes dos demais colaboradores: professor Arno Weling, embaixadores Seixas Corrêa e Carlos Cardim, ministro Luis Claudio Villafañe. Bom debate ao final.
Foi transmitido ao vivo, depois que eu souber do link k
Meu resumo está abaixo.
Paulo Roberto de Almeida
Problemas
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Motivos
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Solução
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Limites por definir com nove países
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Indefinição das fronteiras
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Negociações bilaterais
|
Capital litorânea
|
Deslocada em relação ao país, sem boas
fortificações
|
Capital interior
|
Escassez de comunicações internas/mercado
interno
|
Ausência de sistema (“plano combinado”)
de comunicações internas, insuficiente ação provincial e inexistência de ação
nacional
|
Articulação de comunicações e rotas
comerciais (ex.: tropeiros)
|
Divisão de províncias do Império
|
Desigualdade territorial “monstruosa”,
caráter inteiramente empírico, indefinição de limites, política joanina
errônea de enriquecer e fortalecer o litoral, sem desenvolver as províncias
do interior, pequenas províncias com carga tributária inviável
|
Redivisão territorial, com critérios de
equilíbrio e equivalência
|
Fragilidade da defesa do país
|
Ausência de pensamento estratégico para a
defesa nacional
|
Maior alocação de recursos, identificação
de pontos cruciais e criação de territórios militares
|
Heterogeneidade da população
|
Extensão da escravidão africana e forte
contingente de indígenas não aculturados
|
Colonização indígena e europeia e
proteção ao cruzamento
|
Fonte: Wehling, 2013c: 160-201, cf. p. 174.
|
Memorial
pragmático para a reforma da Nação (2016)
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Problemas
|
Motivos
|
Solução
|
Retrocesso econômico, desorganização
produtiva
|
Desindustrialização, exportações de
commodities
|
Esforço concentrado em ganhos de
produtividade
|
Descolamento dos mercados internacionais
|
Perda de competitividade por excesso de
tributação
|
Reforma tributária, redução da carga
fiscal, globalização
|
Deficiências de infraestrutura
|
Inexistência de ação estatal por inépcia
e falta de recursos
|
Privatização extensiva em todas as áreas
de logística
|
Desigualdades regionais persistentes
|
Políticas de “desenvolvimento regional”
baseadas em induções equivocadas
|
Atendimento das vantagens comparativas
ricardianas nas especializações regionais
|
Fragilidade da defesa do país
|
Inadequações do pensamento estratégico
para a defesa; autonomia sem base no PIB
|
Maior alocação de recursos, mas busca de
sinergias na cooperação com aliados
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Heterogeneidade da população em termos de
capacitação profissional
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Deficiências graves na qualidade da
educação de base; professores ineptos
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Reforma radical do ensino público;
acolhimento de imigrantes
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Fonte: Elaboração de Paulo Roberto de Almeida, inspirado no Memorial Orgânico de Varnhagen
(1849-50), tal como sintetizado por Wehling (2013c: 174).
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Quando Tocqueville andou pelo Brasil (nao faz muito tempo: juro que me perguntaram) - Paulo Roberto de Almeida
Como eu falava de uma missão, bem tardia, de Tocqueville por estas bandas, alguém me perguntou, assim inocentemente, quando é que ele tinha vindo ao Brasil.
Pois é, não faz muito tempo...
Pelo menos de acordo com este relatório:
http://diplomatizzando.blogspot.com.br/2011/07/tocqueville-de-novo-em-missao-o-brasil.html
Paulo Roberto de Almeida