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quarta-feira, 27 de junho de 2018

Cronica dos eventos correntes - Paulo Roberto de Almeida

Anotações que fiz, literalmente out of the blue, voando de Brasília a Lisboa, quase uma semana atrás, e que justamente tinha ficado para trás, sem qualquer divulgação até o momento...
Paulo Roberto de Almeida 

Crônicas dos Eventos Correntes sobre as Coisas do Brasil

Paulo Roberto de Almeida
Brasília, 7 de junho de 2018


Crônicas de fatos correntes e não correntes, assim como sobre aventuras e desventuras dos tempos presentes, acompanhadas de relatos circunstanciados de eventos acontecidos e não acontecidos, relativos aos mesmos tempos, no todo e em tudo sempre associados a coisas do Brasil, e do seu mundo ao redor, por um observador, também narrador, mais ou menos objetivo, de todos esses fatos ocorridos ou imaginados, no registro que aqui se faz, mais vulgarmente denominado de Crônicas dos Eventos Correntes sobre as Coisas do Brasil.

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Em voo, Brasília-Lisboa, 21/06/2018

            Um filósofo social do século XXI escreveu uma vez que os homens fazem sua própria história, mas não a fazem conforme a sua própria vontade, e sim condicionados pelas circunstâncias que os cercam, pelo contexto político, econômico e social que é o deles, segundo a força do meio, do legado do passado, em grande medida forçados pelas condições nas quais estão imersos, limitados pelos recursos disponíveis, e atuando em conformidade com a inteligência de que são capazes. Não sei se ele disse exatamente isso, com palavras semelhantes, ou similares, mas é algo próximo disso que esse filósofo procurou expressar, numa obra que se tornou clássica, de análise política sobre a transição entre dois regimes, o primeiro, uma república periclitante, insegura, confusa, quase anômica, o segundo, um regime marcado por tendências autoritárias, personalistas, talvez populistas.
            Eu não costumo ser dramático inutilmente, não gosto de abusar das palavras, mas creio que todos concordarão comigo que o Brasil atravessa um dos piores momentos de sua história, nos quase duzentos anos de sua independência como nação, como Estado soberano. Eu não me refiro à recessão econômica, à maior crise de nossa trajetória republicana, um desarranjo econômico formidável, que nada tem a ver com uma alegada crise internacional, e sim foi construída inteiramente no Brasil, pela inépcia administrativa extrema, pela inacreditável corrupção a que fomos levados pelos governos que nos precederam até pouco tempo atrás. A Grande Destruição, que é como eu designo esse período negro de nossa história, foi totalmente produzida pela organização criminosa que comandou aos destinos da nação entre 2003 e 2016.
            Não, eu não me refiro a essa tremenda crise econômica, que ainda vai exigir muitos anos de duro trabalho de reconstrução, para tentar recompor as bases essenciais de funcionamento de nossa econômica. Eu me refiro, mais exatamente, à terrível crise moral que alcançou todos os poros da nação, à deterioração ética que se disseminou pelo tecido social e que percorre e impregna todos os estratos da sociedade, mas que atingiu sobretudo as chamadas elites do país, aparentemente todas elas corruptas.
            Este é o mais grave momento que atravessa o Brasil, e eu não costumo ser leviano com as palavras. Meus argumentos são em geral sóbrios, ainda que incisivos. Creio que nesta hora devemos nos unir em torno de três coisas: do Brasil, como nação, da racionalidade, como instrumento analítico, do Itamaraty enquanto ferramenta de ação. Devemos reconstruir as bases de funcionamento do país, ou o Brasil vai continuar sua lenta trajetória em direção do pântano da nossa desesperança, sua caminhada para a mediocridade econômica, para o declínio moral, e para o fracasso, como sociedade e como nação. 
            Nosso dever, neste momento, é o de ver claro quais são os desafios principais, para poder fazer um diagnóstico realista sobre nossa verdadeira situação, para depois empreender o duro caminho da reconstrução do país, uma tarefa que é sobretudo moral. Permito-me citar aqui as palavras de um estadista, a quem coube conduzir a nação numa das horas mais perigosas para a preservação de sua soberania: “O sucesso nunca é definitivo; o fracasso não é fatal; é a coragem de continuar que conta.”
            Vamos nos unir e lutar: primeiro, para ajudar a reconstruir o país; depois para manter nossa racionalidade em face de tantos desafios; em terceiro lugar, para preservar o Itamaraty enquanto instrumento de nossa ação coletiva.

Em voo, Brasília-Lisboa, 21/06/2018, 22:30hs.

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 (to be continued...)

terça-feira, 26 de junho de 2018

BNDES: parte indispensavel da corrupção lulopetista - Rubens Barbosa

Calote no BNDES


Falta uma comissão da verdade para apurar a farra dos empréstimos nos governos do PT

Rubens Barbosa, O Estado de S.Paulo
26 Junho 2018 | 03h00
A política de generosidade que os governos lulopetistas implementaram no Brasil de 2003 a 2016, regada a corrupção, beneficiou empresas nacionais amigas do governo do PT e financiadoras de muitos políticos. E, no exterior, governos autoritários de países ideologicamente afinados. A conta dessa farra com os recursos públicos, em grande parte advinda de fundo de assistência ao trabalhador, está sendo apresentada agora, com os sucessivos calotes sofridos pelo BNDES, obrigando o Tesouro a ressarcir o banco e honrar as garantias oferecidas aos empréstimos. 
Estranhamente, em 2012 o então ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio assinou decreto impondo sigilo até 2027 sobre os empréstimos do BNDES, por coincidência, logo após a entrada em vigência da Lei de Acesso à Informação. Com renovadas suspeitas de corrupção cercando os empréstimos internos e externos do banco, em 2015 o Congresso aprovou decreto legislativo que suspendeu o sigilo, vetado de imediato pela presidente Dilma Rousseff. Só em julho desse ano um juiz federal, atendendo a pedido do Ministério Público, suspendeu o decreto de 2012. 
Levantada a barreira legal, o Tribunal de Contas da União (TCU) examinou 140 contratos de financiamento negociados com o BNDES para exportação de serviços, na quase totalidade obras de infraestrutura no exterior, sobretudo em países latino-americanos e africanos. Os 140 contratos analisados pelo TCU representavam financiamento de cerca de R$ 50 bilhões, dos quais 87% (R$ 44 bilhões) foram concedidos a cinco países: Angola (R$ 14 bi), Venezuela (R$ 11 bi), República Dominicana (R$ 8 bi), Argentina (R$ 8 bi) e Cuba (R$ 3 bi). Cinco empreiteiras, todas envolvidas na Lava Jato, receberam a quase totalidade (97% dos empréstimos: Odebrecht (R$ 36 bi), Andrade Gutierrez (R$ 8 bi), Queiroz Galvão (R$ 2 bi), Camargo Corrêa (R$ 2bi) e OAS (R$ 1 bi). Os riscos de inadimplência ficaram com o governo brasileiro. 
Embora os financiamentos se destinassem só aos itens exportados, o BNDES deixou de levar em conta a questão dos preços, alegando “dificuldade em certificar a compatibilidade dos projetos com os parâmetros e custos internacionais praticados nos países importadores”. A liberdade de fixar os preços ficou com as empresas brasileiras. Imagino que o BNDES tenha fiscalizado a real exportação dos equipamentos e produtos nacionais, mas não me recordo de essa informação ter sido divulgada e comprovada pelas estatísticas de comércio exterior com os países beneficiários. O TCU considerou ilegal desconto de US$ 68,4 milhões dado a Cuba, nos governos petistas, pelo BNDES para a construção do porto de Mariel, em decorrência da extensão por 300 meses da rebaixa de juros, quando para um país estrangeiro, dentro da lei, o período é de apenas 120 meses. 
Lula e Dilma renegociaram US$ 1,036 bilhão de dívidas, na quase totalidade, de países africanos. Desse volume, US$ 717 milhões foram perdoados (69,2%) do volume total das operações financeiras. Nos oito anos de governo Lula, foram perdoados US$ 436,7 milhões em dívidas de quatro países: Moçambique (US$ 315,1 milhões), Nigéria (US$ 84,7 milhões) Cabo Verde (US$ 1,2 milhão) e Suriname (US$ 35 milhões). No governo Dilma, US$ 280,3 milhões. 
Recentemente, os principais devedores, sem capacidade de pagar os empréstimos, começaram a suspender os pagamentos. Em setembro de 2017 a Venezuela deixou de honrar US$ 262 milhões e Moçambique, US$ 22,5 milhões. O que era esperado aconteceu. O governo, que garantiu os empréstimos pelo Fundo de Garantia à Exportação, teve de pedir ao Congresso um remanejamento de R$ 1,16 bilhão no Orçamento federal para cobrir esses calotes. 
As consequências na área política dessa orgia de empréstimos extravasaram nosso território e levaram líderes políticos da região a ser processados, alguns sendo mesmo presos. Somente com as apurações das propinas da Odebrecht foram investigados presidentes de Colômbia, Peru, Equador e Venezuela. Suspeitas existem em relação a governantes de Argentina, Guatemala, República Dominicana, Panamá, México e Chile. Para ficar apenas na América Latina. Se fôssemos incluir países africanos, a lista seguramente aumentaria. 
Em paralelo, a política de “campeões nacionais”, executada pelo BNDES, ajudou na internacionalização de algumas empresas nacionais, mas também deixou um rastro de questões mal explicadas e suspeitas. Recente trabalho publicado pela revista Época trata do caso “escandaloso da JBS”. Mensagens da cúpula do BNDES, reveladas na matéria, a partir de investigações da Polícia Federal, lançam suspeitas sobre aportes milionários a grandes empresas. Segundo o TCU, houve uma série de irregularidades nos aportes feitos à JBS. Os auditores contabilizaram ao menos R$ 400 milhões em prejuízo dos cofres públicos por esses negócios. Em 2008 o BNDES, via BNDESPar, emprestou R$ 1 bilhão à JBS para a compra de duas companhias americanas, a National Beef e a Smithfield. Nas investigações da Polícia Federal, a troca de informações entre funcionários graduados do banco revela indícios de suspeita de favorecimento não apenas à JBS, mas também em empréstimos à Odebrecht e à Bertin. 
Mesmo se critérios técnicos de exame desses empréstimos tenham sido seguidos, como repete o BNDES, houve, no mínimo, aceitação de pressão externa e política para a concessão desses empréstimos a países cuja saúde financeira era conhecidamente duvidosa. 
Está faltando uma comissão da verdade para apurar, com isenção e objetividade, a maneira como todos esses empréstimos foram autorizados pela direção do banco e se as condições incluídas nas cláusulas contratuais das empresas brasileiras foram cumpridas pelos beneficiados com recursos dos trabalhadores. 
*PRESIDENTE DO INSTITUTO DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS E COMÉRCIO EXTERIOR (IRICE)

Quae sera tamen...: a melhor homenagem que poderia receber - José Truda Palazzo Jr.

Nada me fez mais feliz, nesta manhã de 26/06/2018, do que ler está postagem meu cunhado e amigo ecologista:

Durante anos, no regime cleptocrata petralha, uma das mentes mais brilhantes da Diplomacia brasileira não desistiu do Brasil e seguiu criticando, denunciando e expondo as bandalheiras. A pena por tamanha ousadia, exacerbada esta pela cumplicidade muda de muitos barnabés temerosos por suas carreiras, foi ter sua meritória ascensão funcional postergada pelos vassalos canalhas da quadrilha mandante. E ainda que digam que cunhado não é parente, este em todo caso dá um imenso orgulho na gente. Parabéns, Embaixador Paulo Roberto de Almeida, pela carreira impecável, pela produção acadêmica e retidão intelectual invejáveis, e pela promoção merecidíssima!
José Truda Palazzo Jr.

Duas pedras no meio do caminho... - Paulo Roberto de Almeida

Duas pedras no meio do caminho...
(a propósito de uma promoção tardia)

Paulo Roberto de Almeida
Estoril, Portugal, 26 de junho de 2018
 [Objetivo: esclarecimento; finalidade: agradecimento pelos cumprimentos]


Eu costumo ser discreto em temas pessoais ou familiares, preferindo escrever (e muito, suponho) sobre todos aqueles assuntos “objetivos” que me são caros no plano das ideias, das leituras, das pesquisas, dos estudos e das aulas: o Brasil, seus problemas, nossa eterna incapacidade em escapar das travas de um subdesenvolvimento tão dispensável e evitável quanto são ineptas e corruptas nossas “elites”, sua economia destrambelhada — e agora em meio à pior recessão de nossa história, a que eu já chamei, depois da Grande Depressão e da Grande Recessão, de Grande Destruição lulopetista — suas carências educacionais, e vários outros assuntos no plano externo, de que me ocupo tanto por dever de ofício quanto por acidente de percurso: o fato de ter saído do Brasil muito cedo durante a ditadura militar, e de ter largado estudos universitários no segundo ano de Ciências Sociais para permanecer quase sete anos num autoexílio europeu, refazendo minha carreira acadêmica, antes de ingressar na diplomacia por puro acaso e estalo de um momento. 
Isso foi nos anos 1970, ainda sob o regime militar, quando também me casei com minha alma gêmea e companheira inigualável: Carmen Lícia Palazzo, que faz tudo melhor do que eu, inclusive lendo o dobro ou o triplo do que consigo. Na carreira diplomática continuei pelos anos e décadas seguintes, tendo sido muito feliz no plano profissional, no plano familiar e pessoal, acumulando experiência, conhecimento, mas dividindo-a com uma outra carreira, puramente acessória e voluntária, que me obrigou, mas por gosto, a multiplicar esforços de leituras e diminuir as horas de sono, de lazer ou de atividades “domésticas”: a atividade acadêmica, nos espaços, nos intervalos, nos interstícios de uma trajetória profissional que nos levou, e a nossos dois filhos, a passar metade da vida no exterior, num total de mais de quinze mudanças de casas e de países, onde nos levou o acaso e os convites de um percurso sempre fascinante pelas viagens que sempre fizemos, em busca de cultura, de conhecimento, de prazer artístico e gastronômico.
Foi bom enquanto durou, mas parafraseando Drummond, “tinha uma pedra no meio do caminho”, aliás não uma, mas duas, uma externa, outra “interna”. Esta segunda é o meu jeito anarquista de ser, buscando liberdade e autonomia de pensamento e ação numa carreira que se orgulha de dizer que é pautada por dois princípios que ela divide com a carreira militar: a hierarquia e a disciplina. Ora, eu sou o contrário de tudo isso, não respeitando nem uma nem outra, por absoluta independência de pensamento e um total desrespeito a essa chatice da hierarquia, em nome de uma racionalidade dos meios e dos fins, que me leva sempre a contestar as verdades estabelecidas — as “idées reçues”, como diria Flaubert — e a buscar o máximo de eficiência na seleção dos meios mais adequados aos objetivos propostos, em total autonomia e desrespeito a essas duas colunas vertebrais da carreira. Nisso eu acumulei alguns percalços na trajetória profissional, pois nunca hesitei em aderir àquela máxima de vida propagada por um poeta e compositor anarquista francês, Léo Ferré: “ni Dieu, ni Maître”, a ponto de um embaixador, o caro amigo Rubens Barbosa, me chamar — depois de mais uma dessas punições funcionais por publicar sem a devida autorização da “Lei da Mordaça” — de “accident-prone diplomat”, o que aliás muito me orgulha (não pelas punições, mas pelo fato de publicar sem autorização superior).
A primeira, a “pedra externa”, foi representada pela era companheira, que se estendeu de 2003 a 2016 no plano federal, durante a qual eu não tive nenhum, repito nenhum, cargo na Secretaria de Estado, permanecendo num exílio interno ao Brasil que durou exatamente o dobro de meu primeiro exílio no regime militar. Foram anos e anos de travessia do deserto, ao longo dos quais eu tive de fazer da Biblioteca o meu escritório de trabalho e do “lazer” inesperado passado no chamado DEC (Departamento de Escadas e Corredores) um tempo extremamente útil a meus estudos e pesquisas. Posso dizer, sem qualquer conhecimento de ato de ofício, que fui vetado a qualquer posto na estrutura funcional do Itamaraty, o que atribuo ao fato de, antes mesmo da ascensão dos companheiros ao poder supremo, já ter escrito sinceramente sobre a esquizofrenia do PT tanto em matéria de políticas econômicas quanto no terreno da política exterior.
Esse veto não foi buscado ou provocado por mim: no começo até escrevi positivamente sobre o novo regime e a nova política externa, tanto é que a máquina de propaganda do lulopetismo me pediu permissão para reproduzir um primeiro artigo no qual eu fazia uma comparação entre a diplomacia anterior e a deles. Depois de publicada essa comparação numa daquelas luxuosas revistas de autopropaganda na qual os companheiros torravam o dinheiro dos brasileiros, vim a descobrir que os desonestos tinham selecionado, de minha análise, apenas os pontos que lhes pareciam favoráveis, escondendo todos os demais que não eram, por assim dizer, exaltantes aos seus olhos.
O fato é que eu permaneci nesse exílio involuntário, com inevitáveis prejuízos para a minha carreira e as finanças pessoais, durante os exatos treze anos e meio do regime lulopetista — no que também vai uma dose de responsabilidade para o próprio Itamaraty —, só tendo sido chamado para exercer um cargo quando terminada a agonia final desse “período especial” pelo impeachment do quarto governo desse regime. Posso agora confessar que, ao longo desses anos todos, tive de recorrer diversas vezes a um subterfúgio que esperava não mais ter de praticar depois da redemocratização, ao final do regime militar: o ato de ter de escrever e publicar sob outros nomes. Ainda usando de uma imagem poética, posso dizer que, não tendo as qualidades de um Fernando Pessoa, também tive de fazer apelo a alguns heterônimos para dizer o que eu pensava do regime e das barbaridades que estavam sendo perpetradas contra o Brasil e os brasileiros, inclusive na profissão que era a minha, a diplomacia. Um dia vou escrever sobre isso.
Mas por que escrevo tudo isto agora, no meio da noite, num charmoso hotel tradicional do Estoril, onde também viveram hospedados alguns representantes de famílias reais europeias derrocadas em momentos diversos de uma atribulada “segunda guerra de trinta anos” no continente? Apenas porque, ao receber a notícia de minha ascensão ao último grau da carreira, passei a receber dezenas de mensagens de felicitações — algumas também de solidariedade, ainda que tardias — às quais não consigo responder devidamente e agradecer da melhor forma possível.
Fica aqui, portanto, o meu agradecimento, e esta singela explicação de uma cronologia estranha aos que não conheciam a minha trajetória funcional — com suas duas “pedras no caminho” —, prometendo apenas dar continuidade ao que eu sempre fui, ao longo de uma carreira basicamente dedicada aos livros, às leituras, às aulas e a muitas outras atividades intelectuais, dentro e fora da diplomacia: um anarco-diplomata e um escrevinhador, sem hierarquia e sem qualquer disciplina.
Grato a todos pelas demonstrações de afeto, carinho, interesse ou curiosidade. Acho que agora cumpri – também em horas tardias, e de uma maneira completamente anárquica, como é o meu costume – com meu dever de esclarecer a curiosidade e o interesse alheios, preenchendo, ao mesmo tempo, os deveres de um ofício infernal e duradouro: colocar sob forma escrita tudo aquilo que me parece memorável e digno de registro.Sou assim: tudo é motivo para uma tarefa de escrevinhação.
Vale!

Paulo Roberto de Almeida
Estoril, 26/06/2018, 06:30


PS.: Dentro de poucas horas vou apresentar meu trabalho no Estoril Political Forum, organizado pelo Instituto de Estudos Políticos da Universidade Católica de Portugal e para o qual fui convidado pela segunda vez: “De la (Non) Démocratie en Amérique (Latine): a Tocqueville report on the state of governance in Latin America”, Brasília, 9 junho 2018, 41 p.”, já disponível em minha página nas plataformasAcademia.edu(link: https://www.academia.edu/s/a4cbf778cf/de-la-non-democratie-en-amerique-latine-a-tocqueville-report-on-the-state-of-governance-in-latin-america) e Research Gate (link: https://www.researchgate.net/publication/325809199_De_la_Non_Democratie_en_Amerique_Latine_A_Tocqueville_report_on_the_state_of_governance_in_Latin_America)


segunda-feira, 25 de junho de 2018

Promocoes no Itamaraty e uma situação especial - MRE

Diplomatas – Anúncio dos Promovidos
São os seguintes os diplomatas a serem promovidos no primeiro semestre de 2018:

A MINISTRO DE PRIMEIRA CLASSE
Pedro Miguel da Costa e Silva
Marcelo Baumbach
Maria Izabel Vieira
Ernesto Henrique Fraga Araújo
Reinaldo José de Almeida Salgado
Rodrigo de Azeredo Santos
Otávio Brandelli
Marcelo Otávio Dantas Loures da Costa
Alexandre José Vidal Porto

A MINISTRO DE PRIMEIRA CLASSE DO QUADRO ESPECIAL
Paulo Roberto de Almeida

A MINISTRO DE SEGUNDA CLASSE
Maria Clara de Abreu Rada
Carlos José Areias Moreno Garcete
Alexandre Fontoura Kessler
Jandyr Ferreira dos Santos Junior
Daniella Xavier Cesar
Luiz Claudio Themudo
Daniel Roberto Pinto
José Armando Zema de Resende
Arnaldo de Baena Fernandes
Breno Hermann
Fernando de Oliveira Sena
Fabio Guimarães Franco
Gabriel Boff Moreira

A CONSELHEIRO
Bruno Nunes Brant
Daniella Conceição Mattos de Araujo
Fernanda Magalhães Lamego
Wilson Dockhorn Júnior
Ana Beatriz Nogueira
Jorge Luiz Vieira Tavares
Helio Silva Filho
Nicola Speranza
Augusto César Batista de Castro
Leandro de Oliveira Moll
Leonardo Antonio Onofre de Souza
Fábio Moreira Farias
Durval Cardoso de Carvalho Junior
Letícia Frazão Alexandre de Moraes Leme
Roberto Luiz Arraes Lopes

A PRIMEIRO-SECRETÁRIO
Mariana Lobato Benvenuti
Andrea Flores Nepomuceno
Camila Mandel Barros
Antonio Carlos Bidart de Andrada
Bruno Santos de Oliveira
Joanna Fulford
Bruno Assunção Rodrigues
Paulo Henrique Barauna Duarte Medeiros
Carlos Rosa da Silveira
Fernanda Maria Rocha Soares dos Santos
Eduardo Freitas de Oliveira
Izabel Cury de Brito Cabral
Fernando Mehler
Marina Moreira Costa Pittella
Luiz Gustavo Villas Boas Givisiez
Pedro Augusto Franco Veloso
Marco Kinzo Bernardy
Sarah Prado Chicrala
Pedro Augusto Amorim Parga Martins
Juliana Cardoso Benedetti
Paulo Cezar Rotella Braga
Sophia Magalhães de Oliveira Kadri
Comarci Eduardo Moreaux Nunes Filho

A SEGUNDO-SECRETÁRIO, POR ANTIGUIDADE
Rodrigo Otávio Penteado Moraes
Helena Lobato da Jornada
Samo Sérgio Gonçalves
Rodrigo Bovo Soares
Luis Gustavo de Seixas Buttes
Felipe Alexandre Gomes Sequeiros
Pedro Henrique Batista Barbosa
Raquel Fernández Naili
Fernando Mallmann Junior
Najara Sena de Carvalho
Tânia Mara Ferreira Guerra
Fabrício Gonzaga Araújo
Carlos Henrique Pissardo
Bruno Pereira Rezende
João Guilherme Fernandes Maranhão
Ramon Limeira Cavalcanti de Arruda
Natalia Shimada
Danilo Vilela Bandeira
Vitor Mattos Vaz
João Henrique Bayão
Luiz Felipe Vilela Pereira
Alexandre de Pádua Ramos Souto
Germano Faria Corrêa
Renato Levanteze Sant´Ana
André Collins Campedelli
Gustavo Guelfi de Freitas
Luana Alves de Melo
Thiago Carvalho de Medeiros
Pedro Mendonça Cavalcante
Jaçanã Porto Ribeiro

domingo, 24 de junho de 2018

Academia.edu: impacto dos papers PRAlmeida em 12 meses

Este é o impacto de meus textos depositados em Academia.edu nos últimos 12 meses, tal como informado na seção Analytics em minha página dessa plataforma:

Your Impact from June 01, 2017 to May 31, 2018


92,180*
Pages Read

Most-Read Papers12-Month Pages
12955
8142
2798
2765
1913

Research Field12-Month Visitors
474
467
423
401
352


117
Countries
Country12-Month Visitors
Brazil8843
United States313
Portugal162
France96
Argentina92
1,564
Cities
City12-Month Visitors
Brasília987
São Paulo866
Rio De Janeiro688
Belo Horizonte348
Porto Alegre318



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