Temas de relações internacionais, de política externa e de diplomacia brasileira, com ênfase em políticas econômicas, em viagens, livros e cultura em geral. Um quilombo de resistência intelectual em defesa da racionalidade, da inteligência e das liberdades democráticas.
O que é este blog?
Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.
A matéria é importante, mas apenas enquanto reflete uma realidade. O governo, o Estado, as instituições estão sendo lotados com militares de carreira, da ativa e da reserva. Eu, pessoalmente, insuspeito de qualquer simpatia pelos militares – passei sete anos em autoexílio durante a ditadura militar – recebo com muita satisfação essa situação nova. As FFAA no Brasil atual são a corporação mais preparada, a mais democrática, a mais confiável de que possa dispor o país para tentar encaminhar seus mais graves problemas. Não será fácil, pois entre eles não temos grandes economistas, ou grandes cientistas políticos. Mas temos grandes "tecnocratas", devotados às causas nacionais, extremamente bem preparados do ponto de vista técnico, e em princípio os mais honestos mandarins do Estado. Vamos observar o seu desempenho, avaliar sua gestão, e ser absolutamente honestos quanto aos resultados: aplaudiremos as medidas corretas, apontaremos o que acharmos indevido ou equivocado, e distribuiremos notas finais quanto ao desempenho. Por enquanto eles estão com MS, vamos ver se sobem a SS, ou se caem a MM, ou menos. Estarei atento... Paulo Roberto de Almeida Brasília, 3 de março de 2019
Militarização
atinge 2º e 3º escalões do governo Bolsonaro
Após a indicação para o comando de oito ministérios, presidente
expande presença de integrantes das Forças Armadas; já são pelo menos 103 em
diversos postos
Tânia
Monteiro, Adriana Ferraz, Carla Bridi, Matheus Lara e Tulio Kruse, O Estado de
S.Paulo, 03
de março de 2019
O governo de Jair Bolsonaro vai
ampliar a militarização na máquina pública federal, com a entrega para
a Marinha de
postos de comando nas superintendências de portos, no Ibama e no Instituto
Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMbio). Após a nomeação para
ministérios importantes, os militares agora são chamados a ocupar também cargos
no segundo e terceiro escalões. Veja aqui o mapa
completo de onde estão os militares no governo.
Trata-se de uma nova fase do movimento crescente de escolha de
oficiais da reserva das Forças Armadas para
posições estratégicas e setores historicamente envolvidos em denúncias de
corrupção. Levantamento feito pelo Estado contabiliza pelo menos 103
militares na lista dos cargos comissionados de ministérios, bancos federais,
autarquias, institutos e estatais, entre elas a Petrobrás.
Segundo analistas, fatores como o desgaste da classe política e
uma estrutura partidária ainda frágil do presidente Jair Bolsonaro
permitem o avanço dos militares na burocracia federal.
Na última semana, foram escolhidos os almirantes da reserva da
Marinha Francisco Antônio Laranjeiras e Elis Triedler Öberg para comandarem os
portos do Rio de Janeiro e do Rio Grande do Norte, respectivamente. Para o
cargo de diretor-presidente da Companhia Docas de São Paulo, que controla o
Porto de Santos, o governo nomeou o engenheiro naval civil Casemiro Tércio
Carvalho. Ele, no entanto, terá a seu lado um militar da Marinha para “sanear”
o órgão e acabar com “entraves” burocráticos.
Em defesa desse movimento do governo, um oficial do Alto
Comando das Forças Armadas disse que a escolha de militares para cargos de
confiança tem por objetivo conferir credibilidade aos postos com base em “um
modo eficiente de administrar”, com “zelo pelo dinheiro público”. Deputados que
procuram o governo para pedir cargos nos Estados relatam que recebem de ministros
um pedido: “Você tem um militar para indicar?”
Estudioso da relação entre as Forças Armadas e a sociedade
brasileira, o cientista político Eliézer Rizzo de Oliveira afirmou que a
participação de dezenas de militares em um governo eleito democraticamente é
uma situação inédita no Brasil. E é resultado, segundo ele, da combinação entre
a descrença que abateu a classe política e a inexperiência administrativa do
novo presidente.
“É natural que ele queira se apoiar em pessoas da área dele e que
respondam a essa espécie de ‘regime civil com governo verde-oliva’ que se
instaurou no poder e tomou conta da máquina pública”, afirmou.
Ainda assim, para Oliveira, o movimento atual não pode ser
comparado a um aparelhamento da máquina pública, a exemplo do que ocorreu nos
governos do PT. A intenção agora, diz, não seria a preservação do poder
sindical ou partidário, mas a gestão do governo. “O risco, neste caso, é o
desprestígio das Forças Armadas em caso de insucesso.”
“Falar em aparelhamento me parece prematuro. O partido do
presidente não possui uma estrutura orgânica e coesa. Há escassez de quadros.
E, como o presidente não quer nomear gente apadrinhada pelo sistema político, é
legitimo, nesse contexto, se servir de profissionais oriundos das Forças
Armadas”, afirmou o cientista político Hussein Kalout, que atuou no governo de
Michel Temer.
As nomeações nos portos aumentaram a presença militar na pasta da
Infraestrutura. Até agora, o ministro Tarcísio Gomes de Freitas, um ex-capitão
do Exército, nomeou dez militares da reserva, incluindo a chefia do
Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit). Com histórico de
irregularidades e denúncias de corrupção, o órgão foi entregue ao general
Antonio Leite dos Santos Filho.
Desde a redemocratização nos anos 1980, a área portuária sempre
foi controlada pelo MDB. O ex-presidente Michel Temer enfrenta acusação
por ter editado um decreto que teria beneficiado uma empresa no Porto de
Santos. Ele nega.
Do quadro de reservas da Marinha também sairá o novo superintendente
do Ibama no Rio de Janeiro. O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles,
escolheu o almirante Alexandre Dias para a vaga. O maior número de militares
está no Ministério de Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações – 13 no
total. O ministro Marcos Pontes se cercou de brigadeiros no seu gabinete e
também escolheu nomes da reserva da Aeronáutica para chefiar as secretarias de
Políticas Digitais e de Tecnologias Aplicadas.
Os militares abocanharam ainda cargos em pastas sem conexão com a
caserna. No Turismo, o ex-deputado Marcelo Álvaro Antonio, do PSL, foi
orientado pelo Planalto a nomear um militar da Marinha para o posto de
corregedor e um coronel do Exército para o Departamento de Política e Ações
Integradas.
Na gestão Bolsonaro, oficiais terão como desafio gerir áreas que
vão além daquelas mais associadas a eles, como infraestrutura, ciência,
tecnologia, mineração e energia. Terão, por exemplo, de administrar de uma
estatal responsável por prestar serviços médicos ao Conselho Nacional de
Educação, órgão que atua na formulação e avaliação da política
educacional.
Na prática, a lógica dos quartéis será testada no serviço público
na atual administração federal.
Ministros
'convocam' oficiais da reserva
Como não dispõem de um banco de dados de servidores para ocupar os
cargos de confiança, entre eles os chamados DAS (Direção e Assessoramento
Superior), a solução inicial encontrada pelo governo foi buscar militares
na reserva das Forças Armadas. “Quando precisamos substituir inúmeras
pessoas e trazer gente confiável, com capacidade técnica, carreira ilibada é
muito difícil”, afirmou o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles.
Outra razão para a escolha dos militares, segundo o ministro, é a
dificuldade de atrair profissionais da iniciativa privada, com a mesma
qualificação, dispostos a receber salários que variam de R$ 2,7 mil e R$ 16,9
mil, valores considerados baixos em comparação aos pagos em cargos de
direção.
Os militares da reserva já têm um salário base e, no caso de
voltarem a trabalhar, recebem apenas uma complementação salarial. “É bom pra
eles e é bom pra nós”, observou Salles.
O ministro nega que os militares estejam loteando o governo.
“Somos nós que pedimos as indicações e que eles venham. Não são eles se
impondo”, afirmou. “Há uma gama enorme de cargos de confiança, muito mal
preenchidos, muitos deles aparelhados, ou com grau de comportamento
questionável.”
O número poderá ser ampliado com a aprovação da reforma da
Previdência. Como revelou o Estado, o texto permite aos militares da
reserva exercerem atividades civis em qualquer órgão, mediante gratificação ou
abono. Hoje, só podem ser aproveitados em funções militares ou ocupar cargos de
confiança, o que limita o remanejamento.
Se as mudanças forem aprovadas, eles poderão exercer funções na
administração federal sem ter de passar por concurso público. Isso aumentaria
ainda mais o contingente de militares dentro do governo – além do presidente
Bolsonaro e do vice-presidente Hamilton Mourão, há também oito ministros com
formação militar. Uma fonte da ala militar confirma que existe no governo a
intenção de ampliar o aproveitamento desse contingente de mais de 150 mil
reservistas.
O governo não fecha as portas para os civis, mas busca neste grupo
características que enxerga nos militares, como conduta ética e capacidade
técnica. “Preenchendo os requisitos não tenho problema em receber indicações de
governador, deputado, senador”, disse o ministro do Meio Ambiente. Em dezembro,
a Justiça condenou Salles por improbidade administrativa quando foi secretário
estadual de São Paulo. O ministro nega as acusações.
Em recente entrevista ao Estado, o general Carlos Alberto dos
Santos Cruz, ministro-chefe da Secretaria de Governo, disse ser contra dividir
o governo entre civis e militares. “A sociedade quer que você governe para ela
de maneira limpa, sem corrupção e que entregue o benefício no serviço público
que ela precisa. Quem está dirigindo, para ela não interessa. Interessa a
prestação do serviço público de qualidade e de maneira honesta”,
observou.
Para o ministro, “a sociedade aceita perfeitamente bem” a presença
dos militares no governo. “Quem faz essa discriminação é alguém interessado
politicamente em fazer. Se a gente evitar viver aqueles dez anos de escândalos
diários é isso o que o pessoal quer. A sociedade quer um governo limpo,
transparente”, disse.
Três
perguntas para Hussein Kalout,
cientista político e ex-secretário de Assuntos Estratégicos
1. A oposição atacou os governos do PT por “aparelhar” a máquina
pública. Essa critica também vale para o governo Bolsonaro? Existe um
“aparelhamento militar” do governo?
O ângulo dessa comparação precisa ser analisado sob um escopo mais
abrangente. O PT ficou 13 anos no poder e o governo Bolsonaro está há apenas
dois meses no poder. Portanto, a comparação não me parece justa. Falar em
aparelhamento me parece prematuro. O partido do presidente não possui uma
estrutura orgânica e coesa. Há escassez de quadros. E, como o presidente não
quer nomear gente apadrinhada pelo sistema político, é legitimo, nesse
contexto, se servir de profissionais oriundos das Forças Armadas, provenientes
de algumas das melhores instituições de ensino e pesquisa do País.
A chave dessa equação reside em duas avaliações, uma quantitativa
e a outra qualitativa. Primeiro, do universo dos servidores nomeados, qual é a
proporção de militares indicados? Não creio que seja assim tão expressivo. E,
segundo, as pessoas indicadas possuem a formação, a competência e as
qualificações necessárias? Temos que julgar as pessoas pela sua capacidade e
pelo seus resultados.
2. Em que medida a indicação dos militares serve ao propósito de
recuperar a imagem das Forças Armadas junto à população?
A instituição Forças Armadas já era bem avaliada pela população
antes do presidente Bolsonaro ser eleito. No fundo, é o presidente que está se
servindo da competência e do prestígio da instituição. É importante lembrar que
de Sarney à Dilma, o sistema político brasileiro tomou a deliberada decisão de
enfraquecer a instituição militar tracionando uma falsa narrativa de que isso
estava a serviço do fortalecimento da democracia e do estado de direito.
Nos EUA, na Rússia e na China é comum indicar profissionais
egressos das forças armadas para posições estratégicas. Nós, no Brasil,
precisamos quebrar esse estigma.
3. O sentido de disciplina e pragmatismo dos militares será
suficiente para vencer a enorme burocracia que costuma emperrar da máquina
pública no Brasil?
É histórica a dificuldade de ministros de “transformar em
realidade” boa parte das suas ordens. O Estado foi capturado pelo
corporativismo e pelas corporações sindicais. Enquanto isso não for
desmantelado, não há como melhorar a gestão pública.
Melhorar a eficiência da máquina e racionalizar o seu
funcionamento requer um esforço coletivo e reformas estruturais. Enquanto o
interesse político se sobrepuser aos interesses do Estado, aí não há como
materializar nada.
Um tio meu, já falecido, era Coronel-Aviador reformado quando FHC assumiu. Ele me disse: "Esse comunista disfarçado vai fazer muito mal para as Forças Armadas." Eu não dei crédito na época. Quando Lula assumiu meu tio disse: "O PT vai perseguir as Forças Armadas por vingança e vão destruir o Brasil." Fiquei assustado achando exagero do velho. Logo criaram a "Comissão da Vingança". Pouco tempo depois ele disse: "Um piloto de elevador no Congresso ganha mais que um piloto de um caça que custa milhões e carrega bombas". Meu velho tio foi um profeta! Alguém contesta?
21 mil pessoas foram indenizadas na comissão da verdade ao custo de 40 bilhões de reais, vem aí a CPI da comissão da verdade. Está entre os indenizados: jornalistas, auto-exilados políticos, falsos perseguidos alinhados ao PT, milicianos de esquerda que assaltavam bancos e explodiam bombas em prédios públicos e todo tipo de escória comunistas.
3 hours ago
Quem vcs acham que o presidente deveria indicar para esses cargos? Jornalistas?Ouso dizer que a descrença dos jornalistas se iguala a dos políticos! Faça uma pesquisa como a que foi feita, onde os militares estão entre os mais respeitados pela população! Quando nas passeatas apareciam as faixas Militares Já, não era menção à Ditadura era sim à Probidade, honestidade, Segurança! quem pregou a Ditadura do Proletariado, entre outros, foram jornalistas expoentes hoje, que pegaram em armas. A Democracia precisa da Imprensa Livre. A Imprensa hoje desinforma e cria confusão!
3 hours ago
Mais uma reportagem com título tendencioso e depreciativo, hoje o Presidente nomeia pessoas sabidamente qualificadas para a função e é acusado de aparelhamento. Onde estava você ESTADÃO nos anos de PT? Estava hibernando ou mancomunados com o PTismo?
3 hours ago
Perfeito o presidente. Sabe que no meio militar não tem santo, tambem tem aqueles que pisam na bola, com a diferença de que uma vez descoberto, dança. O mesmo nao ocorria na era petista. onde o erro era cobrado com promoções. Alguem se lembra de qualquer punição ao pessoal do mst que causaram inumeros danos a propriedades particulares e ate mesmo publicas.
3 hours ago
Coloca um militar no SUS, o SUS está distribuindo cartilha para criança acima de dez anos que ensina a criança como se cuidar no caso de gravidez., Como pode falar de gravidez para criança de dez anos? quero militar em todos os órgãos do governo.
3 hours ago
Se a intenção era criticar para colocar a população contra,mais uma vez o tiro saiu pela culatra
Perfeito Adilson!
3 hours ago
E uma noticia maravilhosa, devia colocar muito mais militares, presidente Bolsonaro realmente está respondendo real anseio do povo, com todos generais, vamos instalar Comissão da Verdade avesso aos petistas, e a guerrilheira vai ver sol nacer quadrado, e mandar no lugar de um soldade e cabo, um batalhão das Forças Armadas na porta do STF para acabar com "reino de deus"
4 hours ago
E que continue assim. Brasil avante com honra e respeito às instituições democráticas.
5 hours ago
Ok, ótimo!E sobre a volta dos empregos, o que vai ser feito?
5 hours ago
Sai o vermelho entra o verde oliva!!! Parabéns Brasil!
Este artigo revela uma situação assustadora para a França: o completo fracasso de suas elites em diagnosticar corretamente os problemas do país e, a partir de um bom diagnóstico indicar ao povo os caminhos da recuperação. Macron, que começou bem, desperdiçou seu capital de prestígio fazendo aquilo que todos os mandarins da República francesa (e do Ancien Régime também) sempre fizeram: reformar pelo alto, sem consulta à população. Macron tentou "libertar" a França dos combustíveis fósseis, e de forma politicamente correta, mas totalmente incorreto quanto aos métodos, aumentou o imposto sobre esses combustíveis, ao mesmo tempo em que os preços do petróleo se elevavam, levando a gasolina a novos patamares. Gerou protestos, assim como ocorreram protestos no Brasil contra os 20 centavos do preço dos transportes em 2013 (embora a história seja mais complicada do que isso, mas não vou contar agora o que deve ser contado, como a manipulação da esquerda sobre essas manifestações), o que sinalizou o início da crise para a queda do regime lulopetista em nosso país. De toda forma, as elites brasileiras, como as francesas, não estão sabendo diagnosticar, em primeiro lugar, os problemas do país, para depois aplicar os remédios corretos. Pode ser que dentro de mais algum tempo o Brasil também se descubra desamparado, e novos protestos comecem contra o governo. Mas quem tem culpa são as elites, todas elas, em primeiro lugar as elites políticas, depois as econômicas, em seguida os mandarins do Estado (judiciário em primeiro lugar, mas outras categorias também), as elites sindicais (elas sempre foram muito burras e notoriamente corruptas), e todas as demais corporações que pretendem viver às custas do Estado, ou seja, de todo o povo trabalhador. Não vai dar certo, e não vamos sair do lugar... Paulo Roberto de Almeida Brasília, 3 de março de 2019
The yellow vest protests have revealed the profound divide between the privileged class embodied by Emmanuel Macron and the rest of France
Pascal-Emmanuel Gobry
The Wall Street Journal, February 22, 2019 10:58 a.m. ET
One of Emmanuel Macron’s most endearing qualities is his unshakable faith in his own power to convince anyone of the truth of his beliefs. Last November, the youngest-ever president of France tried to commemorate the 100th anniversary of the 1918 armistice by touring small French towns situated on the former front line to talk about world peace. It did not go well. The ordinary citizens he encountered were less interested in the history of the Great War than in voicing their anger at his economic policies—especially a recently announced increase in gas taxes—and seemed only to get angrier the more he assured them that things would improve. A week later, some 300,000 people, mobilized over the internet, donned yellow safety vests and began to set up barricades on thoroughfares across France. It was the first step in what has turned out to be a roiling, monthslong political crisis.
Mr. Macron’s rise has been astonishing. Unknown to the general public until 2014 and never before elected to political office, he smashed his rivals to win the presidency in May 2017. His party, founded just a year earlier, swept the June 2017 legislative elections, granting him a solid majority and wrecking the center-left Socialists and center-right Republicans (the country’s two traditional governing parties).
Mr. Macron seemed to represent—to coin a phrase—hope and change: change from the generally mediocre political class that has governed France for 30 years, hope that France might embrace market-based reform and provide a model for combating the populist wave sweeping the West.
Today, the hope is on life support, and the change has yet to be seen. France’s economy seems as stubbornly stuck in neutral as ever, with unemployment around 9% (and youth unemployment at 21%), government spending at 56% of GDP and debt rising. Mr. Macron has had the second-fastest drop in popularity of any French President.
What happened?
Mr. Macron is unpopular today because he has never really been popular. He saw a brief surge of support right before his narrow victory in the presidential election, mainly driven by the scandals of his center-right challenger. Since then, according to the polling firm IFOP, his approval ratings have trended inexorably downward, settling in the mid-40s after the honeymoon that all newly elected French presidents enjoy. More recently, they have ranged from the mid-20s to the mid-30s.
In other words, about a third of the French population is primed to like Mr. Macron; most of the rest tend to dislike him. Mr. Macron, it seems, is popular mostly among people like himself. As the political analyst Jérôme Fourquet has noted, while income correlates very well with support for Mr. Macron, the variable that correlates best is education.
Mr. Macron is neither right-wing nor left-wing, because what he represents is not an ideology but a caste. His base is France’s meritocratic elite, the people who have benefited from the same global trends that have left most of the country behind. When Gilles Le Gendre, a senior politician from Mr. Macron’s party, was recently asked what the government should have done differently, his baffling response seemed to encapsulate Macronism: “We were probably too intelligent, too subtle.”
Mr. Macron—who has mused about the subconscious desire of the French for a king and has dismissed those who dislike him as “defiant Gauls”—represents a type: the brilliant technocrat, turned investment-banker multimillionaire, turned political appointee. It is a type that a great many French people detest and hold responsible for the country’s decline. As an adviser, speaking on background to French media, admitted in a striking moment of lucidity, “People viscerally reject who he is; the class-contempt stuff is not good.”
The rejection of Mr. Macron’s person and his policies are linked. The biggest misconception about his agenda, especially overseas, is that it is an ambitious program of pro-growth reforms, defying the status quo. But Mr. Macron’s earliest endorsements came from figures like the economists Jacques Attali and Jean Pisani-Ferry and the investment banker Alain Minc, who have advised virtually all center-right and center-left governments over the past 35 years. As Vincent Trémolet de Villers, an opinion editor at Le Figaro, pointed out, Mr. Minc is notorious for coining the phrase “the circle of reason” to describe supporters of his own orthodox centrism back in 1995. Those with the gall to challenge the views of this enlightened circle were not amused—and they still aren’t.
Far from the revolution that his campaign promised, Mr. Macron’s agenda has consisted of doing what every president in recent memory has done. Consider the labor market. Contrary to conventional wisdom, it is no longer hard to fire employees in France. Since 2002, every government, left and right, has passed at least one labor-market reform bill. Each reform was mild, often watered down in the face of protests, but their cumulative effect means that the French labor market is now relatively flexible. Even though the infamous 35-hour workweek rule is still on the books, for example, so many exemptions have been added that it is almost impossible to find someone in the private sector on a work contract who works 35 hours a week. Mr. Macron’s own reform bill capped punitive damages linked to firings (whose unpredictability had deterred employment), but that’s about it.
Mr. Macron’s biggest-ticket item to fight unemployment—the number one concern of French voters—has been to plow billions of euros into worker retraining. It is an approach that French governments of both parties—indeed, governments all over the West—have tried in recent decades, with underwhelming results. Bill Clinton as a candidate in 1992 would easily recognize Mr. Macron’s employment agenda.
Meanwhile, Mr. Macron has shown no interest in challenging the eurozone’s austere monetary and budgetary policies, which most economists agree are a significant brake on growth. EU restrictions have curtailed France’s ability to borrow and to make the reforms necessary to cut its punishing payroll taxes, which are a much more serious drag on employment than labor-market regulation.
The “gilets jaunes” or “yellow vests” started out protesting fuel hikes in France’s rural communities. But their demonstrations evolved into a national movement against President Emmanuel Macron and his government. Image: Getty
Given how much economic and policy thinking has changed since the global financial crisis and euro debt crisis of a decade ago, why does Mr. Macron’s agenda read like something from the 1990s? Why is the country’s governing elite still fighting the last war?
The simplest answer is that they have become intellectually lazy. France’s École Nationale d’Administration, or ENA—the national school of public administration—produces the vast majority of the country’s top political and business leaders. Every nation has schools that groom an elite, but while Harvard enrolls some 1,600 undergrads every year and Oxford 3,200, ENA admits 40 to 60. There are fewer than 5,000 alumni in the world, total. They are commonly referred to asénarques, a word combining the school’s name with the suffix for a ruler, as in monarchy.
Even this undersells just how narrow a group this is, given that only the top 10 or 15 ranked graduates gain admittance to the truly elite civil-service tracks that enable someone to become, say, a managing director of an investment bank before turning 30, as Emmanuel Macron did. The smaller the group, the higher the likelihood of groupthink.
Every year, after reading candidates’ essays and conducting interviews, the ENA admissions committee puts out a report. The one for 2017 was typical of recent years: The general intellectual level of applicants is “good, even very good,” but the overwhelming majority have trouble thinking for themselves. They “recite talking points” and are unable to “offer true reflection or a personal point of view.” The committee said that it had to “hunt down originality as if it were a rare treat.”
In 2009, only 12% of students admitted to ENA came from a working- or middle-class background, according to the economic review Alternatives économiques. Early in his political career, Mr. Macron described himself as an up-by-his-bootstraps outsider to France’s ruling class because he grew up in the medium-size city of Amiens. In fact, his father is a neurology professor at the city’s teaching hospital and his mother a physician, and they sent him to the top local private school and then an elite school in Paris before he won admission to ENA. It is no mystery why so many French people think their elites are out of touch.
France’s crisis is now eating at the very core of the social fabric, with predictable consequences for trust in institutions and rising levels of anger.
Though the agenda of theénarqueshas failed to deliver benefits for the average French person, it has certainly delivered benefits to people like Mr. Macron. ENA used to be the golden ticket for a senior bureaucratic job and political office, but with the wave of privatization of government services in the 1980s, it also became a path to riches. Some of the schemes provided a necessary dose of market competition, but many more were solutions in search of a problem, and they created a lucrative revolving door between government and the corporate sector.
For example, starting in the early 2000s, at the instigation ofénarquesin the French finance ministry, governments left and right privatized France’s world-class highways. The government’s independent auditor later found that the bidders may have underpaid by as much as 40%; tolls have since increased by 20% on average, with no corresponding increase in quality, according to the report. Most of the bidders were large French conglomerates whose business depends on government contracting and who routinely hire ex-civil servants.
France does need market reform, buténarque-driven reform has tended to have little market competition and lots of cronyism. The cohort that came of age in that decade is often calledla génération fric: “the cash-grab generation.”
It is no wonder that yellow safety vests became the banner of Mr. Macron’s middle- and working-class opposition. All car owners must have such gear because of a much-grumbled-at 2008 government mandate meant to ensure the visibility of drivers in distress at roadside. For France’s exurban middle and working classes, who have been priced out of France’s glamorous city centers, having a car has become a necessity for getting by. They are what sociologist Christophe Guilluy, in a best-selling book, calls “peripheral France”—the rough equivalent of what some Americans call “flyover country.”
The yellow vest demonstrations have captured the country’s attention not because they are protests, with the requisite violent fringe—a regular feature of political Kabuki here—but because they consist overwhelmingly of those who never protest: middle and working-class people who go to work every day, are overtaxed and see their social and economic horizon darkening.
Another way in which France’s elite has benefited at the expense of ordinary citizens is immigration, which has lowered the wages of low-skilled workers even as it has provided cheap labor to the better-off. And the toll has been social and cultural too. In 2016, Institut Montaigne, a corporate-funded centrist think tank, trumpeted findings of a survey showing that “only” 28% of French Muslims have Islamist views dramatically at odds with France’s democratic values.
Given France’s sluggish economy, it is no surprise that many immigrants fail to integrate, becoming more likely to turn to crime or to embrace radical Islam. This dynamic has deepened tensions between many native French and second-generation immigrants, adding cultural and ethnic strife to the already volatile environment created by socioeconomic malaise. Gérard Collomb, then Mr. Macron’s interior minister, a reasonable center-left figure, was recently revealed to have said in private that France risked a civil war unless immigration, legal and illegal, was sharply curtailed within the next five years, an assessment that would turn Marine Le Pen’s cheeks pink.
France’s less-privileged classes have also suffered socially from the dislocation and despair of recent years. When Florence Aubenas, a reporter for Le Monde, visited the makeshift roadside camps set up by the yellow vests, she encountered people who had finally found community. When one middle-aged woman invited fellow protesters she has gotten to know for dinner, she noted that it was the first time she or her husband has had nonfamily members over for dinner at their house. France’s crisis is now eating at the very core of the social fabric, with predictable consequences for trust in institutions and rising levels of anger.
France’s identity has been shaped by the fact that, uniquely among Western nations, it is a state that built a nation and not a nation that eventually built a state. This means that its elites have an outsize impact on the country’s destiny. More often than not, elite failure has led not just to crisis but to collapse. The national collapses—1789, 1940—were always preceded by a generation of elite stupidity, cowardice and greed. Whatever their faults, the yellow vests have correctly identified France’s biggest problem.
Mr. Gobry, who lives in Paris, is a fellow of the Ethics and Public Policy Center in Washington, D.C.
2 hours ago