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domingo, 3 de março de 2019
O fracasso das elites politicas no Brasil trouxe a volta dos militares ao governo - Estadao
A matéria é importante, mas apenas enquanto reflete uma realidade. O governo, o Estado, as instituições estão sendo lotados com militares de carreira, da ativa e da reserva. Eu, pessoalmente, insuspeito de qualquer simpatia pelos militares – passei sete anos em autoexílio durante a ditadura militar – recebo com muita satisfação essa situação nova. As FFAA no Brasil atual são a corporação mais preparada, a mais democrática, a mais confiável de que possa dispor o país para tentar encaminhar seus mais graves problemas. Não será fácil, pois entre eles não temos grandes economistas, ou grandes cientistas políticos. Mas temos grandes "tecnocratas", devotados às causas nacionais, extremamente bem preparados do ponto de vista técnico, e em princípio os mais honestos mandarins do Estado. Vamos observar o seu desempenho, avaliar sua gestão, e ser absolutamente honestos quanto aos resultados: aplaudiremos as medidas corretas, apontaremos o que acharmos indevido ou equivocado, e distribuiremos notas finais quanto ao desempenho. Por enquanto eles estão com MS, vamos ver se sobem a SS, ou se caem a MM, ou menos. Estarei atento... Paulo Roberto de Almeida Brasília, 3 de março de 2019
Militarização
atinge 2º e 3º escalões do governo Bolsonaro
Após a indicação para o comando de oito ministérios, presidente
expande presença de integrantes das Forças Armadas; já são pelo menos 103 em
diversos postos
Tânia
Monteiro, Adriana Ferraz, Carla Bridi, Matheus Lara e Tulio Kruse, O Estado de
S.Paulo, 03
de março de 2019
O governo de Jair Bolsonaro vai
ampliar a militarização na máquina pública federal, com a entrega para
a Marinha de
postos de comando nas superintendências de portos, no Ibama e no Instituto
Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMbio). Após a nomeação para
ministérios importantes, os militares agora são chamados a ocupar também cargos
no segundo e terceiro escalões. Veja aqui o mapa
completo de onde estão os militares no governo.
Trata-se de uma nova fase do movimento crescente de escolha de
oficiais da reserva das Forças Armadas para
posições estratégicas e setores historicamente envolvidos em denúncias de
corrupção. Levantamento feito pelo Estado contabiliza pelo menos 103
militares na lista dos cargos comissionados de ministérios, bancos federais,
autarquias, institutos e estatais, entre elas a Petrobrás.
Segundo analistas, fatores como o desgaste da classe política e
uma estrutura partidária ainda frágil do presidente Jair Bolsonaro
permitem o avanço dos militares na burocracia federal.
Na última semana, foram escolhidos os almirantes da reserva da
Marinha Francisco Antônio Laranjeiras e Elis Triedler Öberg para comandarem os
portos do Rio de Janeiro e do Rio Grande do Norte, respectivamente. Para o
cargo de diretor-presidente da Companhia Docas de São Paulo, que controla o
Porto de Santos, o governo nomeou o engenheiro naval civil Casemiro Tércio
Carvalho. Ele, no entanto, terá a seu lado um militar da Marinha para “sanear”
o órgão e acabar com “entraves” burocráticos.
Em defesa desse movimento do governo, um oficial do Alto
Comando das Forças Armadas disse que a escolha de militares para cargos de
confiança tem por objetivo conferir credibilidade aos postos com base em “um
modo eficiente de administrar”, com “zelo pelo dinheiro público”. Deputados que
procuram o governo para pedir cargos nos Estados relatam que recebem de ministros
um pedido: “Você tem um militar para indicar?”
Estudioso da relação entre as Forças Armadas e a sociedade
brasileira, o cientista político Eliézer Rizzo de Oliveira afirmou que a
participação de dezenas de militares em um governo eleito democraticamente é
uma situação inédita no Brasil. E é resultado, segundo ele, da combinação entre
a descrença que abateu a classe política e a inexperiência administrativa do
novo presidente.
“É natural que ele queira se apoiar em pessoas da área dele e que
respondam a essa espécie de ‘regime civil com governo verde-oliva’ que se
instaurou no poder e tomou conta da máquina pública”, afirmou.
Ainda assim, para Oliveira, o movimento atual não pode ser
comparado a um aparelhamento da máquina pública, a exemplo do que ocorreu nos
governos do PT. A intenção agora, diz, não seria a preservação do poder
sindical ou partidário, mas a gestão do governo. “O risco, neste caso, é o
desprestígio das Forças Armadas em caso de insucesso.”
“Falar em aparelhamento me parece prematuro. O partido do
presidente não possui uma estrutura orgânica e coesa. Há escassez de quadros.
E, como o presidente não quer nomear gente apadrinhada pelo sistema político, é
legitimo, nesse contexto, se servir de profissionais oriundos das Forças
Armadas”, afirmou o cientista político Hussein Kalout, que atuou no governo de
Michel Temer.
As nomeações nos portos aumentaram a presença militar na pasta da
Infraestrutura. Até agora, o ministro Tarcísio Gomes de Freitas, um ex-capitão
do Exército, nomeou dez militares da reserva, incluindo a chefia do
Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit). Com histórico de
irregularidades e denúncias de corrupção, o órgão foi entregue ao general
Antonio Leite dos Santos Filho.
Desde a redemocratização nos anos 1980, a área portuária sempre
foi controlada pelo MDB. O ex-presidente Michel Temer enfrenta acusação
por ter editado um decreto que teria beneficiado uma empresa no Porto de
Santos. Ele nega.
Do quadro de reservas da Marinha também sairá o novo superintendente
do Ibama no Rio de Janeiro. O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles,
escolheu o almirante Alexandre Dias para a vaga. O maior número de militares
está no Ministério de Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações – 13 no
total. O ministro Marcos Pontes se cercou de brigadeiros no seu gabinete e
também escolheu nomes da reserva da Aeronáutica para chefiar as secretarias de
Políticas Digitais e de Tecnologias Aplicadas.
Os militares abocanharam ainda cargos em pastas sem conexão com a
caserna. No Turismo, o ex-deputado Marcelo Álvaro Antonio, do PSL, foi
orientado pelo Planalto a nomear um militar da Marinha para o posto de
corregedor e um coronel do Exército para o Departamento de Política e Ações
Integradas.
Na gestão Bolsonaro, oficiais terão como desafio gerir áreas que
vão além daquelas mais associadas a eles, como infraestrutura, ciência,
tecnologia, mineração e energia. Terão, por exemplo, de administrar de uma
estatal responsável por prestar serviços médicos ao Conselho Nacional de
Educação, órgão que atua na formulação e avaliação da política
educacional.
Na prática, a lógica dos quartéis será testada no serviço público
na atual administração federal.
Ministros
'convocam' oficiais da reserva
Como não dispõem de um banco de dados de servidores para ocupar os
cargos de confiança, entre eles os chamados DAS (Direção e Assessoramento
Superior), a solução inicial encontrada pelo governo foi buscar militares
na reserva das Forças Armadas. “Quando precisamos substituir inúmeras
pessoas e trazer gente confiável, com capacidade técnica, carreira ilibada é
muito difícil”, afirmou o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles.
Outra razão para a escolha dos militares, segundo o ministro, é a
dificuldade de atrair profissionais da iniciativa privada, com a mesma
qualificação, dispostos a receber salários que variam de R$ 2,7 mil e R$ 16,9
mil, valores considerados baixos em comparação aos pagos em cargos de
direção.
Os militares da reserva já têm um salário base e, no caso de
voltarem a trabalhar, recebem apenas uma complementação salarial. “É bom pra
eles e é bom pra nós”, observou Salles.
O ministro nega que os militares estejam loteando o governo.
“Somos nós que pedimos as indicações e que eles venham. Não são eles se
impondo”, afirmou. “Há uma gama enorme de cargos de confiança, muito mal
preenchidos, muitos deles aparelhados, ou com grau de comportamento
questionável.”
O número poderá ser ampliado com a aprovação da reforma da
Previdência. Como revelou o Estado, o texto permite aos militares da
reserva exercerem atividades civis em qualquer órgão, mediante gratificação ou
abono. Hoje, só podem ser aproveitados em funções militares ou ocupar cargos de
confiança, o que limita o remanejamento.
Se as mudanças forem aprovadas, eles poderão exercer funções na
administração federal sem ter de passar por concurso público. Isso aumentaria
ainda mais o contingente de militares dentro do governo – além do presidente
Bolsonaro e do vice-presidente Hamilton Mourão, há também oito ministros com
formação militar. Uma fonte da ala militar confirma que existe no governo a
intenção de ampliar o aproveitamento desse contingente de mais de 150 mil
reservistas.
O governo não fecha as portas para os civis, mas busca neste grupo
características que enxerga nos militares, como conduta ética e capacidade
técnica. “Preenchendo os requisitos não tenho problema em receber indicações de
governador, deputado, senador”, disse o ministro do Meio Ambiente. Em dezembro,
a Justiça condenou Salles por improbidade administrativa quando foi secretário
estadual de São Paulo. O ministro nega as acusações.
Em recente entrevista ao Estado, o general Carlos Alberto dos
Santos Cruz, ministro-chefe da Secretaria de Governo, disse ser contra dividir
o governo entre civis e militares. “A sociedade quer que você governe para ela
de maneira limpa, sem corrupção e que entregue o benefício no serviço público
que ela precisa. Quem está dirigindo, para ela não interessa. Interessa a
prestação do serviço público de qualidade e de maneira honesta”,
observou.
Para o ministro, “a sociedade aceita perfeitamente bem” a presença
dos militares no governo. “Quem faz essa discriminação é alguém interessado
politicamente em fazer. Se a gente evitar viver aqueles dez anos de escândalos
diários é isso o que o pessoal quer. A sociedade quer um governo limpo,
transparente”, disse.
Três
perguntas para Hussein Kalout,
cientista político e ex-secretário de Assuntos Estratégicos
1. A oposição atacou os governos do PT por “aparelhar” a máquina
pública. Essa critica também vale para o governo Bolsonaro? Existe um
“aparelhamento militar” do governo?
O ângulo dessa comparação precisa ser analisado sob um escopo mais
abrangente. O PT ficou 13 anos no poder e o governo Bolsonaro está há apenas
dois meses no poder. Portanto, a comparação não me parece justa. Falar em
aparelhamento me parece prematuro. O partido do presidente não possui uma
estrutura orgânica e coesa. Há escassez de quadros. E, como o presidente não
quer nomear gente apadrinhada pelo sistema político, é legitimo, nesse
contexto, se servir de profissionais oriundos das Forças Armadas, provenientes
de algumas das melhores instituições de ensino e pesquisa do País.
A chave dessa equação reside em duas avaliações, uma quantitativa
e a outra qualitativa. Primeiro, do universo dos servidores nomeados, qual é a
proporção de militares indicados? Não creio que seja assim tão expressivo. E,
segundo, as pessoas indicadas possuem a formação, a competência e as
qualificações necessárias? Temos que julgar as pessoas pela sua capacidade e
pelo seus resultados.
2. Em que medida a indicação dos militares serve ao propósito de
recuperar a imagem das Forças Armadas junto à população?
A instituição Forças Armadas já era bem avaliada pela população
antes do presidente Bolsonaro ser eleito. No fundo, é o presidente que está se
servindo da competência e do prestígio da instituição. É importante lembrar que
de Sarney à Dilma, o sistema político brasileiro tomou a deliberada decisão de
enfraquecer a instituição militar tracionando uma falsa narrativa de que isso
estava a serviço do fortalecimento da democracia e do estado de direito.
Nos EUA, na Rússia e na China é comum indicar profissionais
egressos das forças armadas para posições estratégicas. Nós, no Brasil,
precisamos quebrar esse estigma.
3. O sentido de disciplina e pragmatismo dos militares será
suficiente para vencer a enorme burocracia que costuma emperrar da máquina
pública no Brasil?
É histórica a dificuldade de ministros de “transformar em
realidade” boa parte das suas ordens. O Estado foi capturado pelo
corporativismo e pelas corporações sindicais. Enquanto isso não for
desmantelado, não há como melhorar a gestão pública.
Melhorar a eficiência da máquina e racionalizar o seu
funcionamento requer um esforço coletivo e reformas estruturais. Enquanto o
interesse político se sobrepuser aos interesses do Estado, aí não há como
materializar nada.
Um tio meu, já falecido, era Coronel-Aviador reformado quando FHC assumiu. Ele me disse: "Esse comunista disfarçado vai fazer muito mal para as Forças Armadas." Eu não dei crédito na época. Quando Lula assumiu meu tio disse: "O PT vai perseguir as Forças Armadas por vingança e vão destruir o Brasil." Fiquei assustado achando exagero do velho. Logo criaram a "Comissão da Vingança". Pouco tempo depois ele disse: "Um piloto de elevador no Congresso ganha mais que um piloto de um caça que custa milhões e carrega bombas". Meu velho tio foi um profeta! Alguém contesta?
21 mil pessoas foram indenizadas na comissão da verdade ao custo de 40 bilhões de reais, vem aí a CPI da comissão da verdade. Está entre os indenizados: jornalistas, auto-exilados políticos, falsos perseguidos alinhados ao PT, milicianos de esquerda que assaltavam bancos e explodiam bombas em prédios públicos e todo tipo de escória comunistas.
3 hours ago
Quem vcs acham que o presidente deveria indicar para esses cargos? Jornalistas?Ouso dizer que a descrença dos jornalistas se iguala a dos políticos! Faça uma pesquisa como a que foi feita, onde os militares estão entre os mais respeitados pela população! Quando nas passeatas apareciam as faixas Militares Já, não era menção à Ditadura era sim à Probidade, honestidade, Segurança! quem pregou a Ditadura do Proletariado, entre outros, foram jornalistas expoentes hoje, que pegaram em armas. A Democracia precisa da Imprensa Livre. A Imprensa hoje desinforma e cria confusão!
3 hours ago
Mais uma reportagem com título tendencioso e depreciativo, hoje o Presidente nomeia pessoas sabidamente qualificadas para a função e é acusado de aparelhamento. Onde estava você ESTADÃO nos anos de PT? Estava hibernando ou mancomunados com o PTismo?
3 hours ago
Perfeito o presidente. Sabe que no meio militar não tem santo, tambem tem aqueles que pisam na bola, com a diferença de que uma vez descoberto, dança. O mesmo nao ocorria na era petista. onde o erro era cobrado com promoções. Alguem se lembra de qualquer punição ao pessoal do mst que causaram inumeros danos a propriedades particulares e ate mesmo publicas.
3 hours ago
Coloca um militar no SUS, o SUS está distribuindo cartilha para criança acima de dez anos que ensina a criança como se cuidar no caso de gravidez., Como pode falar de gravidez para criança de dez anos? quero militar em todos os órgãos do governo.
3 hours ago
Se a intenção era criticar para colocar a população contra,mais uma vez o tiro saiu pela culatra
Perfeito Adilson!
3 hours ago
E uma noticia maravilhosa, devia colocar muito mais militares, presidente Bolsonaro realmente está respondendo real anseio do povo, com todos generais, vamos instalar Comissão da Verdade avesso aos petistas, e a guerrilheira vai ver sol nacer quadrado, e mandar no lugar de um soldade e cabo, um batalhão das Forças Armadas na porta do STF para acabar com "reino de deus"
4 hours ago
E que continue assim. Brasil avante com honra e respeito às instituições democráticas.
5 hours ago
Ok, ótimo!E sobre a volta dos empregos, o que vai ser feito?
5 hours ago
Sai o vermelho entra o verde oliva!!! Parabéns Brasil!
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