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quinta-feira, 21 de março de 2019

Política externa brasileira: quem é o verdadeiro chanceler? (FSP)

Minha pequena introdução a esta importante matéria: 
Obrigado a engolir o protagonismo do "chanceler de fato", o "chanceler acidental", diz que se sentiu representado pela presença do Bolsokid no encontro reservado com Trump. Não é verdade que, não estando o Secretário de Estado, o chanceler brasileiro tampouco poderia estar, não é verdade. TODOS os encontros de cúpula têm a presença de um note-taker, que pode ser o chanceler, o embaixador, qualquer um. Essa coisa de encontro a dois (Trump-Putin, Trump-Kim) isso é ANTI-DIPLOMÁTICO, alguém precisa fazer o registro do que é dito e acertado. Portanto, o chanceler brasileiro, ou o embaixador Sérgio Amaral DEVERIAM estar no encontro entre Bolsonaro e Trump. Essa mania de diplomacia familiar, ou diplomacia twiteira, é profundamente IRREGULAR e INDESEJÁVEL!
Não foi o Itamaraty que ficou incomodado com isso, e sim o chanceler acidental. O Itamaraty ficou, sim, profundamente irritado com as ofensas da família Bolsonaro aos brasileiros honestos que trabalham duramente nos EUA para ganhar a vida, e só foram para lá porque políticos como esses negam aos brasileiros oportunidades de crescimento e de emprego dignas. É uma vergonha o que disseram os dois da foto sobre essa comunidade especialmente trabalhadora nos EUA, que aliás votou maciçamente pelo capitão. Acho que terá sido a primeira e última vez.
Paulo Roberto de Almeida
Brasília, 21 de março de 2019

Protagonismo de Eduardo Bolsonaro nos EUA incomoda Itamaraty
O presidente da Comissão de Relações Exteriores da Câmara tem atuado como chanceler informal
Marina Dias
Washington
Folha de S.Paulo, 21.mar.2019 às 2h00

protagonismo de Eduardo Bolsonaro durante a viagem presidencial aos EUAincomodou o Itamaraty e forçou uma reação em série —da chancelaria e do próprio deputado— para tentar conter uma possível nova crise no governo.
Em Washington, o filho do presidente Jair Bolsonaro quebrou protocolos na Casa Branca e foi um dos articuladores da primeira visita bilateral do pai, o que acabou por ofuscar o papel do chanceler Ernesto Araújo.
Como uma espécie de chanceler informal, Eduardo participou da reunião reservadaentre Bolsonaro e o presidente americano, Donald Trump, na terça-feira (19) na Casa Branca.
Ele articulou ainda a visita do líder brasileiro à sede da CIA, a agência de inteligência dos EUA, onde se encontrou com a diretora Gina Haspel.
Sua presença no Salão Oval causou surpresa entre membros do governo e do Itamaraty e fez o deputado divulgar mensagem em rede social para dizer que aquilo “não se tratava de uma competição” e que todos os seus passos na área internacional são dados sob a orientação de Araújo —ausente no encontro.
Na quarta (20), assim que desembarcou no Brasil, foi a vez do chanceler baixar a temperatura. Ele convocou a imprensa para defender sua atuação à frente do Itamaraty e dizer que foi sim importante para os resultados alcançados na viagem.
Araújo disse ainda que tem “uma visão extremamente coincidente” com a de Eduardo sobre a relação com os EUA e a posição do Brasil no mundo. “Nós fazemos parte da mesma equipe. O deputado me ajudou muito na construção dessa parceria”, disse.
Presidente da Comissão de Relações Exteriores da Câmara, Eduardo foi um dos fiadores da indicação de Araújo para o Itamaraty, mas atua em paralelo quando o assunto é política externa.
Suas declarações sobre determinados temas, como imigrantes por exemplo, causaram polêmica recentemente, refletindo um comportamento menos diplomático do que o esperado. Ele disse que os brasileiros ilegais são “uma vergonha” para o país.
A retórica anti-imigração é alinhada à de Trump, de quem Eduardo é admirador.
O filho de Bolsonaro disse que foi a convite do presidente americano que participou da reunião privada na Casa Branca —de praxe, o encontro envolve apenas os presidentes e os intérpretes, quando necessário.
Antes da reunião, Eduardo era o único acompanhante do brasileiro durante o primeiro encontro dos líderes. Já do lado americano, estavam presentes o conselheiro de Segurança Nacional dos EUA, John Bolton, a porta-voz da Casa Branca, Sarah Sanders, e Kim Brier, do Departamento de Estado dos EUA.
Trump fez deferências públicas a Eduardo, ao dizer que o deputado fazia um “trabalho fantástico”. O deputado tem atuado para se aproximar de Washington desde o fim do ano, após as eleições. 
Na ocasião, encontrou-se com autoridades como Jared Kushner, conselheiro-sênior e genro de Trump, além de lideranças conservadoras.
Além da CIA e do Salão Oval, Eduardo cumpriu agendas paralelas à do pai ao lado de Filipe Martins, assessor para assuntos internacionais do Planalto.
Araújo, por sua vez, disse que não estava prevista sua presença no Salão Oval, assim como não estava presente o secretário de Estado americano, Mike Pompeo.
Nos bastidores, porém, o chanceler se irritou na frente de outros ministros por causa da participação de Eduardo no encontro privado.
Segundo pessoas descreveram à Folha, Araújo ficou especialmente irritado após ler o blog da jornalista Míriam Leitão, do jornal O Globo, que afirmou que o Itamaraty saiu rebaixado com a ida do filho de Bolsonaro ao encontro. Se Araújo tivesse “alguma fibra”, ela escreveu, pediria para deixar o cargo.
O Itamaraty reforçou que, após a bilateral, houve reunião ampliada com todos os ministros que estavam na comitiva, incluindo Araújo.
Já no Brasil, o chanceler disse que achou excelente a participação de Eduardo no encontro reservado porque ele reforça o alinhamento entre ambos. “Eu me senti distinguido pela participação do deputado, ele comunga das mesmas ideias que eu”, concluiu.





Um comentário:

Unknown disse...

J apprécie votre franc parler , virulent, objectif et pertinent
En tant qu ancien diplomate français a Brasilia, j en fesais autant.
Vous ne maché pas vos mots.
Félicitations