O que é este blog?

Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.

sábado, 9 de março de 2019

Livro PRA: A Constituição contra o Brasil - Agora em Audiobook

https://www.ubook.com/audiobook/681031?fbclid=IwAR1K7sKcTr2jdzfKbWtLGoWyNXNOatzNvMTMWS4rvzUHWP9GPjgmAeS3GX4

A Constituição contra o Brasil: Ensaios de Roberto Campos sobre a Constituinte e a Constituição de 1988

A Constituição contra o Brasil: Ensaios de Roberto Campos sobre a Constituinte e a Constituição de 1988



Sinopse

A Constituição de 1988 é um documento provocativo, inegavelmente criativo, mas, por suas características, desestabilizador da vida nacional. Não há exageros em afirmar-se que seu advento provocou enorme insegurança jurídica, dificultou a governabilidade, inibiu os negócios e investimentos internos e externos, sem falar nos conflitos sociais que gerou, em níveis jamais experimentados entre nós. São grandes as perplexidades suscitadas pelas inovações da Carta de 1988. Essas perplexidades têm se refletido no Parlamento, no Executivo e nos Tribunais, bem como nos inúmeros seminários e congressos em que as novas instituições vêm sendo analisadas e debatidas. Há quase um geral reconhecimento, que o nosso Magno Diploma Jurídico trouxe mais dúvidas do que certezas, tornando-se, sem dúvidas, um entrave à governabilidade e ao desenvolvimento do país. Roberto Campos, profeta involuntário, antecipou todos esses problemas ainda durante a Constituinte, e esforçou-se denodadamente em reduzir a maior parte das irracionalidades propostas. Os artigos aqui coligidos constituem a prova irrefutável de sua luta. -- Ney Prado (Presidente da Academia Internacional de Direito e Economia, Desembargador Federal do Trabalho aposentado, professor aposentado da FGV-SP, ex-membro e secretário geral da Comissão Afonso Arinos).

Capítulos

  • Epígrafe
    Duração: 01min
  • Prefácio do organizador
    Duração: 17min
  • Roberto Campos e a trajetória constitucional brasileira - O que é esta obra
    Duração: 10min
  • A trajetória intelectual de Roberto Campos no período maduro
    Duração: 14min
  • Roberto Campos e a instabilidade constitucional brasileira
    Duração: 09min
  • A sexta Constituição do Brasil, no regime autoritário: A de 1967
    Duração: 03min
  • A caminho da redemocratização pela via do irrealismo constitucional
    Duração: 23min
  • O “besteirol” constituinte e a consagração da utopia
    Duração: 28min
  • O avanço do retrocesso: A Constituição contra os miseráveis
    Duração: 33min
  • A revisão radical da Constituição de 1988, jamais feita
    Duração: 23min
  • 1. Reservatório de utopias
    Duração: 05min
  • 2. Nosso querido nosocômio
    Duração: 05min
  • 3. A transição política no Brasil
    Duração: 26min
  • 4. A busca de mensagem
    Duração: 09min
  • 5. Ensaio sobre o surrealismo
    Duração: 10min
  • 6. Ensaio de realismo fantástico
    Duração: 13min
  • 7. É proibido sonhar
    Duração: 10min
  • 8. O radicalismo infantojuvenil
    Duração: 09min
  • 9. Pianistas no Titanic
    Duração: 10min
  • 10. Por uma Constituição não biodegradável
    Duração: 10min
  • 11. O “besteirol” constituinte - I
    Duração: 11min
  • 12. O “besteirol” constituinte - II
    Duração: 10min
  • 13. O bebê de Rosemary
    Duração: 11min
  • 14. O culto da antirrazão
    Duração: 10min
  • 15. As soluções suicidas
    Duração: 10min
  • 16. Mais gastança que poupança
    Duração: 08min
  • 17. O direito de ignorar o Estado
    Duração: 08min
  • 18. O “Gosplan” caboclo
    Duração: 09min
  • 19. Dois dias que abalaram o Brasil
    Duração: 06min
  • 20. Como extrair a vitória das mandíbulas da derrota
    Duração: 08min
  • 21. Progressismo improdutivo
    Duração: 09min
  • 22. A ética da preguiça
    Duração: 07min
  • 23. O escândalo da universidade
    Duração: 08min
  • 24. A vingança da História
    Duração: 12min
  • 25. As consequências não pretendidas
    Duração: 09min
  • 26. Xenofobia minerária
    Duração: 08min
  • 27. A revolução discreta
    Duração: 10min
  • 28. A marcha altiva da insensatez
    Duração: 08min
  • 29. A humildade dos liberais
    Duração: 08min
  • 30. O buraco branco
    Duração: 10min
  • 31. A Constituição-espartilho
    Duração: 11min
  • 32. Indisposições transitórias
    Duração: 10min
  • 33. Os quatro desastres ecológicos
    Duração: 09min
  • 34. A Constituição “promiscuísta”
    Duração: 11min
  • 35. Desembarcando do mundo
    Duração: 11min
  • 36. A sucata mental
    Duração: 07min
  • 37. Loucuras de primavera
    Duração: 10min
  • 38. Democracia e democratice
    Duração: 11min
  • 39. Nota Zero
    Duração: 07min
  • 40. Dando uma de português
    Duração: 09min
  • 41. As falsas soluções e as seis liberdades
    Duração: 39min
  • 42. O avanço do retrocesso
    Duração: 08min
  • 43. Razões da urgente reforma constitucional
    Duração: 48min
  • 44. O gigante chorão
    Duração: 09min
  • 45. A Constituição dos miseráveis
    Duração: 08min
  • 46. Besteira preventiva
    Duração: 07min
  • 47. Saudades da chantagem
    Duração: 08min
  • 48. O fácil ofício de profeta
    Duração: 07min
  • 49. A modernidade abortada
    Duração: 09min
  • 50. Brincando de Deus
    Duração: 09min
  • 51. Como não fazer constituições
    Duração: 08min
  • 52. As perguntas erradas
    Duração: 08min
  • 53. Da dificuldade de ligar causa e efeito
    Duração: 10min
  • 54. O grande embuste
    Duração: 11min
  • 55. O nacionalismo carcerário
    Duração: 11min
  • 56. Da necessidade de autocrítica
    Duração: 08min
  • 57. Piada de alemão é coisa séria
    Duração: 07min
  • 58. O fim da paralisia política
    Duração: 09min
  • 59. O anacronismo planejado
    Duração: 10min
  • 60. A Constituição-saúva
    Duração: 08min
  • 61. Assim falava Macunaíma
    Duração: 10min
  • 62. Três vícios de comportamento
    Duração: 09min
  • 63. Quem tem medo de Virgínia Woolf
    Duração: 09min
  • 64. O estado do abuso
    Duração: 08min
  • 65. Reforma política
    Duração: 09min
  • A Constituição brasileira contra o Brasil: Uma análise de seus dispositivos econômicos - Introdução
    Duração: 11min
  • Mudanças de regime econômico no Brasil contemporâneo
    Duração: 19min
  • A Constituição de 1988: um novo contrato social para o Brasil?
    Duração: 04min
  • O que a Constituição promete, e o que ela produz, na realidade?
    Duração: 11min
  • A Constituição “cidadã”: Distribuindo bondades para todos
    Duração: 13min
  • A Constituição “estatal”: reduzindo o espaço da livre iniciativa
    Duração: 12min
  • A Constituição “parlamentar”: Muitos privilégios, baixa produtividade
    Duração: 07min
  • A Constituição “econômica”: Equívocos em cadeia
    Duração: 10min
  • A Constituição dos “direitos sociais”: Sem qualquer análise dos custos
    Duração: 18min
  • Uma Constituição economicamente esquizofrênica
    Duração: 12min

sexta-feira, 8 de março de 2019

Cadê a política externa? - Paulo Roberto de Almeida (revista Veja)

Cadê a política externa?

Em combate genérico ao ‘globalismo’ e ao ‘marxismo cultural’, o Itamaraty da era Ernesto Araújo não disse qual será a estratégia internacional para o Brasil



O ALIADO - Donald Trump: aliança com o presidente americano não pode ser sinônimo de diplomacia brasileira (Joshua Roberts/Reuters)
             Nas horas e dias seguintes à minha exoneração, por ordem do chanceler Ernesto Araújo, do cargo de diretor do Instituto de Pesquisa de Relações Internacionais (Ipri), as pessoas quiseram saber, além dos motivos da demissão, minha opinião sobre a atual política externa do Itamaraty. Tive de perguntar a elas: “Vocês conhecem alguma? Digam-me qual é, para eu poder avaliá-la”.
Sinceramente não tenho uma resposta, pois nunca nos foi oferecida uma apresentação abrangente, sistemática e completa de qual seria a estratégia internacional do Brasil, quais suas prioridades regionais e multilaterais, como pretendemos organizar a abertura econômica e a liberalização comercial, o que fazer com o Mercosul, como resolver os desafios da inserção global do país nos grandes circuitos da economia mundial, as relações com os vizinhos e todo o resto. Recapitulando o discurso de inauguração do presidente temos poucas diretivas, entre elas uma política externa sem ideologia e um comércio exterior idem. O discurso de posse do chanceler, por sua vez, foi do grego ao latim - e até ao tupi-guarani - para dizer que tínhamos sido muito subservientes com o marxismo cultural e que cabia “libertar o Itamaraty” da influência nefasta dos petistas (já o avisaram que os companheiros se foram em 2016?). 
Desde então, aguardamos uma manifestação mais concreta sobre como será essa política externa, desconhecida de meus colegas diplomatas e dos brasileiros. O que tivemos, até aqui, foram eflúvios bizarros contra o “globalismo”, sustentados em teorias conspiratórias de um famoso guru ideológico, o sofista da Virgínia, um grande eleitor do atual governo. Todo o resto foram recuos e tergiversações.
Base militar americana no Brasil? De forma nenhuma, alertaram os militares! Mudança da embaixada em Israel para Jerusalém? Alto lá, gritaram os agricultores e exportadores de carne halal para países islâmicos! Denúncia do Acordo de Paris? Mas os ecologistas e os próprios empresários já disseram que ele é positivo para o Brasil, e não implica em renúncia de soberania. E onde está a China “maoísta” que representaria, supostamente, uma ameaça? Essa China já não existe há mais de 40 anos: os chineses só querem importar matérias-primas, exportar manufaturados, garantir sua segurança alimentar e energética, coisas que o Brasil pode fazer muito bem (com mais investimentos...chineses). Alinhar-se a Trump para “salvar o Ocidente”? Qual é o maluco que acredita numa coisa dessas?
  O tema que está na ordem do dia, a terrível crise na Venezuela, recebeu num primeiro momento tratamento pouco diplomático: primeiro a recusa de qualquer diálogo com o governo ditatorial; depois a “instrução” dada a nossos diplomatas em Caracas de que deveriam reportar-se unicamente a Guaidó, não a Maduro, quando ele não tem qualquer controle sobre os mais modestos mecanismos administrativos do país; em seguida, a ruptura de relações militares com os bolivarianos, o que irritou nossa tropa e levantou os alarmes no núcleo mais racional do governo.
   As inconsistências nessa área foram tantas que logo instalou-se um “cordão sanitário” em torno do chanceler para impedi-lo de fazer aquilo que está expressamente proibido pela Constituição: imiscuir-se nos assuntos internos de outros países. Foi preciso que o vice-presidente Hamilton Mourão se tornasse o chefe da delegação brasileira na reunião do Grupo de Lima, em Bogotá, para impedir mais um gesto de insanidade do chanceler: apoiar uma aventura militar contra o nefando regime chavista-madurista. A Venezuela é um grande teste para o governo, mas parece que os militares assumiram o papel dos diplomatas e estão cuidando do assunto.
  Volto a perguntar: onde está a política externa do Brasil? Nos destemperos olavistas contra o globalismo? Na luta contra o marxismo cultural? Numa aliança com todos os regimes direitistas e xenófobos da Europa e com Trump? Na denúncia do Pacto Global das Migrações, quando o Brasil possui pelo menos dez vezes mais emigrantes do que imigrantes e esse acordo não afeta em nada nossa soberania? Um desses tresloucados chegou até a dizer nos EUA que os brasileiros apoiam a construção do muro que Trump pretende erigir na fronteira com o México!
  O que pretende, exatamente, o chanceler? Ele começou subvertendo a hierarquia do Itamaraty, colocando “coronéis” dando ordens a “generais” – ou seja, ministros de segunda classe comandando embaixadores mais experientes. Depois impôs uma reforma autoritária, feita no bunker do governo de transição, inclusive por amadores externos, e alterou significativamente estruturas mais racionais, ainda que muito extensas da administração anterior. Os EUA constituem um departamento exclusivo, mas a Europa encontra-se relegada à vala comum da África e do Oriente Médio, já que ela seria um “vazio cultural”, segundo um artigo surrealista publicado nos Cadernos de Política Exterior do IPRI, que eu dirigia até ser defenestrado. E como fica a recomendação de ler menos o New York Times? 
  O Brasil é hoje o país mais introvertido do G20, o grupo de nações economicamente mais importantes do mundo. Todas exibem coeficiente de abertura externa e participação em cadeias de valor bem superiores aos nossos. Está mais do que na hora de substituir uma mal definida “diplomacia do desenvolvimento com preservação da autonomia nacional” por uma vigorosa política de “integração à economia mundial”, assim como eliminar o determinismo geográfico de um fantasmagórico “Sul Global” e voltar ao universalismo tradicional da política externa e da diplomacia brasileira. Sobre minha exoneração, permito-me registrar que o ministro está me negando a mesma liberdade de opinião que ele teve para alimentar seu blog com vituperações antipetistas – quando nada tinha feito nos treze anos do PT no poder. Agora, o chanceler quer cercear-me o direito de alimentar um blog com materiais, aliás, veiculados nos próprios clippings  de notícias da Casa. Estou fora do IPRI, mas continuo sendo um funcionário do Estado e deixo um recado aos que pretendem me calar: a despeito das punições que recebi no Itamaraty por publicar artigos adequados a meu papel de diplomata, me atribuí, assim como James Bond com sua permissão especial para matar, uma permissão especial para dissentir. 

* Paulo Roberto de Almeida é diplomata de carreira, autor de Nunca Antes na Diplomacia (2014) e Contra a Corrente: ensaios contrarianistas sobre as relações internacionais do Brasil, 2014-2018 (2019).

(PRA: versão editada pela revista Veja; a versão original é um pouco maior).

Acordo de salvaguardas tecnologicas Brasil-EUA - Gazeta do Povo

Militares dão aval a Bolsonaro para fechar acordo com EUA sobre base de foguetes

Texto está em fase final de ajustes formais para a assinatura, programada para ocorrer na viagem oficial de Jair Bolsonaro aos Estados Unidos na segunda quinzena de março

Brasília Renan Barbosa  [07/03/2019]  [20h51]

O Ministério da Defesa aprovou o conteúdo da versão mais recente do texto do Acordo de Salvaguardas Tecnológicas (AST), chamado de “Acordo de Alcântara”, enviada pelos americanos ao governo brasileiro em meados de fevereiro. O aval dos militares era a última pendência para selar o tratado entre os governos do Brasil e Estados Unidos que vai viabilizar o uso comercial do Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), no litoral do Maranhão. A negociação permitirá o aluguel da base, atualmente sem uso, para outros países, o que abriria um mercado estimado em R$ 140 milhões ao ano para o Brasil."
Leia mais em: https://www.gazetadopovo.com.br/politica/republica/militares-dao-aval-a-bolsonaro-para-fechar-acordo-com-eua-sobre-base-de-foguetes-aptf9qdfw60t12fg93xpo7nm2/?utm_source=whatsapp&utm_medium=midia-social&utm_campaign=gazeta-do-povo
Copyright © 2019, Gazeta do Povo. Todos os direitos reservados.