quinta-feira, 20 de fevereiro de 2025

War in Ukraine: Conflict, Strategy, and the Return of a Fractured World, edited by Hal Brands (Johns Hopkins University Press)

 

summary
The war in Ukraine has altered the course of global history. These authors explore how.When Vladimir Putin's forces sought to conquer Ukraine in February 2022, they did more than threaten the survival of a vulnerable democracy. The invasion unleashed a crisis that has changed the course of world affairs. This conflict has reshaped alliances, deepened global cleavages, and caused economic disruptions that continue to reverberate around the globe. It has initiated the first great-power nuclear crisis in decades and raised fundamental questions about the sources of national power and military might in the modern age. The outcome of the conflict will profoundly influence the international balance of power, the relationship between democracies and autocracies, and the rules that govern global affairs. In War in Ukraine, Hal Brands brings together an all-star group of analysts to assess the conflict's origins, course, and implications and to offer their appraisals of one of the most geopolitically consequential crises of the early twenty-first century. Essays cover topics including the twists and turns of the war itself, the successes and failures of US strategy, the impact of sanctions, the future of Russia and its partnership with China, and more.
Contributors: Anne Applebaum, Joshua Baker, Alexander Bick, Hal Brands, Daniel Drezner, Peter Feaver, Lawrence Freedman, Francis Gavin, Brian Hart, William Inboden, Andrea Kendall-Taylor, Michael Kimmage, Michael Kofman, Stephen Kotkin, Mark Leonard, Bonny Lin, Thomas Mahnken, Dara Massicot, Michael McFaul, Robert Person, Kori Schake, and Ashley Tellis.


Download full book: 


CONTENTS: 
  1. Part I: Origins and Overviews
  1. 2. Why Putin Invaded Ukraine
  2. Michael McFaul and Robert Person
  3. pp. 34-54
  1. 5. How the War Will End
  2. Anne Applebaum
  3. pp. 85-95
  1. Part II: The Conflict
  1. 9. US Strategy in Ukraine
  2. Kori Schake
  3. pp. 156-172
  1. 11. Fallacies of Strategic Thinking in the Ukraine War
  2. Thomas G. Mahnken and Joshua Baker
  3. pp. 187-202
  1. Part III: Global Dimensions and Implications
  1. 13. Putin’s Point of No Return
  2. Andrea Kendall-Taylor
  3. pp. 224-238
  1. Index
  2. pp. 305-313

Zelensky unbowed by Trump - Daryna Krasnolutska (Bloomberg Balance of Power)

 Zelensky unbowed by Trump

Daryna Krasnolutska

Bloomberg Balance of Power, Feb 20, 2025

Welcome to Balance of Power, bringing you the latest in global politics. If you haven’t yet, sign up here.

As they prepare to mark three years of full-scale war with Russia, Ukrainians are watching in shock and fury as their main ally turns its backon them and fulfils Vladimir Putin’s wildest dreams.

US President Donald Trump has brought Putin out of isolation, blamed Ukraine’s Volodymyr Zelenskiy for the war, and signaled he wants a deal with Moscow over Kyiv’s head. Yesterday he went further, labeling Zelenskiy a “dictator.”

Trump’s parroting of Kremlin narratives and disinformation is so far rallying Ukrainiansbehind Zelenskiy. European leaders including Emmanuel Macron of France and Britain’s Keir Starmer called with their support. To German Vice Chancellor Robert Habeck, Trump’s comments were “like George Orwell, where truth becomes lies and lies become truth.”

Ukrainian citizens, opposition leaders and even the president’s critics condemned Trump’s calls for elections to take place, saying it’s impossible to hold a free and fair ballot in the midst of war.

WATCH: Trump’s turn on Zelenskiy leaves Ukraine no good alternatives as it heads into the fourth year of Russia’s full-scale invasion. Bloomberg’s Tony Halpin reports. 

True, Zelenskiy’s approval has declined from a peak of 90% in 2022, yet it rose to 57% this month as Trump weighed in. Once a sustainable peace is in place, Ukraine will ensure the democratic process — unlike in Russia, where Putin shut down free media, removed the opposition, and rigged elections to ensure his unchallenged rule for a quarter century.

In Kyiv, this week’s spectacle of direct US-Russia talks drew comparisons with the Molotov-Ribbentrop Pact of 1939 that divided eastern Europe into Soviet and Nazi German spheres of influence.

Even before any meeting with Putin, Trump has made major concessions, rejecting NATO membership for Ukraine, any prospect of regaining Russia-occupied territories, and ruling out US troops on the ground.

In his daily address to the nation yesterday, Zelenskiy reiterated that he won’t accept any deal cut behind Ukraine’s back.

Back in February 2022, Ukraine’s allies gave them three days to hold out. Now as then, Ukrainians show no sign they’re ready to give up. — Daryna Krasnolutska


Trump não tem a menor ideia da confusão que está criando: não vai dar certo - Thomas Friedman (NYT, Estadão)

Por que o bullying de Trump contra o mundo vai sair pela culatra

Thomas Friedman (NYT)

O Estado de S. Paulo, 19/02/2925

https://www.estadao.com.br/internacional/por-que-o-bullying-de-trump-contra-o-mundo-vai-sair-pela-culatra/

Creio que o mais assustador a respeito do que o presidente Donald Trump está fazendo com sua estratégia de tarifas para todos é ele não ter ideia do que está fazendo — nem sobre como a economia mundial funciona, nesse caso. Ele está simplesmente inventando tudo à medida que avança — e todos nós estamos nesse barco.

Não sou contra o uso de tarifas para combater práticas comerciais injustas. Eu apoiei as tarifas de Trump e do ex-presidente Joe Biden sobre a China. E se tudo isso não passa de um blefe de Trump para fazer com que outros países nos deem o mesmo acesso que nós damos a eles, por mim, tudo bem.

Mas Trump nunca é claro: algumas vezes ele diz que suas tarifas são para aumentar a receita, depois que elas servirão para forçar todos a investir nos Estados Unidos, outras vezes afirma que o objetivo é manter o fentanil fora.

Mas qual é a dele? Como cantavam Os Beatles, eu adoraria ver o plano. Tipo: É assim que achamos que a economia global opera hoje; portanto, para fortalecer os EUA, é aqui que precisamos cortar gastos, impor tarifas e investir — e é por isso que estamos fazendo X, Y ou Z.

Seria uma liderança real. Mas em vez disso Trump está ameaçando impor tarifas a rivais e aliados, sem nenhuma explicação satisfatória do porquê alguns países estão sendo tarifados e outros não, e sem se importar sobre como essas tarifas podem prejudicar a indústria e os consumidores americanos. É uma bagunça total.

Conforme apontou o presidente-executivo da Ford Motor, Jim Farley, corajosamente (comparado a outros presidentes-executivos): “Sejamos realmente honestos: a longo prazo, uma tarifa de 25% nas fronteiras do México e do Canadá abriria um buraco jamais visto na indústria dos EUA”.

Então, ou Trump quer abrir esse buraco ou está blefando ou não tem a mínima ideia do que está fazendo. Se a última hipótese for a verdadeira, Trump vai passar por um curso intensivo a respeito de duras realidades da economia global — como ela realmente é, não como ele a imagina.

Meu tutor favorito nesses assuntos é o economista Eric Beinhocker, da Universidade de Oxford, que chamou minha atenção quando conversávamos, outro dia, com a seguinte — e simples — fala: “Nenhum país do mundo é capaz de fabricar um iPhone sozinho”.

Pensem nessa frase por um instante. Não há um único país ou empresa na Terra que tenha todo o conhecimento, todas as peças, todas as capacidades de fabricação nem todas as matérias-primas que entram nesse dispositivo em seu bolso chamado iPhone. A Apple diz que monta seus iPhones, seus computadores e seus relógios com a ajuda de “milhares de empresas e milhões de pessoas, em mais de 50 países e regiões” que contribuem com “nossas habilidades, nossos talentos e nossos esforços para ajudar a construir, entregar, consertar e reciclar nossos produtos”.

Estamos falando de um enorme ecossistema de rede necessário para tornar esse telefone tão legal, tão inteligente e tão barato. E esse é o ponto de Beinhocker: a grande diferença entre a era em que estamos agora e aquela em que Trump pensa estar vivendo, é que hoje não é mais “a economia, estúpido”. Essa foi a era Bill Clinton. Hoje, “são os ecossistemas, estúpido”.

Ecossistemas? Ouça um pouco Beinhocker, que também é diretor-executivo do Institute for New Economic Thinking, na Oxford Martin School. No mundo real, argumenta ele, “Não existe mais uma economia americana que você possa identificar de forma real e tangível. Existe apenas essa ficção contábil que chamamos de PIB americano”. Sem dúvida, afirma ele, “Existem interesses americanos na economia. Existem trabalhadores americanos. Existem consumidores americanos. Existem empresas sediadas nos EUA. Mas não existe uma economia americana nesse sentido isolado”.

Os velhos tempos, acrescenta ele, “quando você fazia vinho e eu fazia queijo, e você tinha tudo o que precisava para fazer vinho e eu tinha tudo o que precisava para fazer queijo e então nós negociávamos um com o outro — o que nos melhorava a vida, conforme ensinou Adam Smith — esses dias já se acabaram há muito”. Exceto na cabeça de Trump.

Em vez disso, existe uma rede global de “ecossistemas” comerciais, de fabricação, serviços e negociação, explica Beinhocker. “Existe um ecossistema de automóveis. Existe um ecossistema de IA. Existe um ecossistema de smartphones. Existe um ecossistema de desenvolvimento de medicamentos. Existe um ecossistema de fabricação de chips.” E as pessoas, os componentes e o conhecimento que conformam esses ecossistemas se movem de um lado para o outro entre muitas economias.

Conforme observou a NPR numa reportagem recente sobre a indústria automobilística, “as montadoras construíram uma vasta e complicada cadeia de fornecimento que abrange toda a América do Norte, com peças atravessando fronteiras durante todo o processo de fabricação de automóveis. (…) Algumas peças cruzam fronteiras várias vezes — como, digamos, um fio que é fabricado nos EUA, enviado para o México para ser integrado a um grupo de cabos e, em seguida, volta aos EUA para ser instalado em um componente maior de um carro, como um assento”.

Trump simplesmente ignora isso tudo. Ele disse a repórteres que os EUA não dependem do Canadá. “Não precisamos deles para fazer nossos carros”, afirmou ele.

Na verdade, nós precisamos sim deles. E graças a Deus por isso. Isso nos permite não apenas tornar os carros mais baratos, mas também melhores. Tudo o que um Modelo T fez foi nos levar de um ponto a outro mais rapidamente do que um cavalo, mas os carros de hoje oferecem ar-condicionado quente ou frio e entretenimento via internet e satélites. Eles navegam para você, eles até dirigem para você — e são muito mais seguros. Quando somos capazes de combinar conhecimentos e componentes complexos para resolver problemas complexos, nossa qualidade de vida dispara.

Mas eis a questão: não é mais possível fazer coisas complexas sozinhos; é complexo demais.

Em um ensaio de 2021, publicado no website da Escola de Saúde Pública de Yale, Swati Gupta, diretora para doenças infecciosas emergentes da IAVI, uma organização de pesquisa científica sem fins lucrativos, explicou como as vacinas de mRNA contra a covid-19 foram desenvolvidas em tempo recorde:

“Vacinas tradicionalmente levam de 10 a 20 anos para serem desenvolvidas, e os custos de pesquisas e testes podem facilmente chegar a bilhões de dólares. Então, a pergunta natural após a pandemia de covid-19 é: como as vacinas atualmente disponíveis foram desenvolvidas tão rapidamente? (…) Houve uma colaboração global sem precedentes, realizada por meio de parcerias coordenadas entre governos, indústrias, organizações doadoras, organizações sem fins lucrativos e a academia. (…) Somente agindo dessa maneira nós teríamos alcançado o que foi visto no ano passado, pois nenhum grupo isolado poderia ter feito isso sozinho.”

O mesmo vale hoje para os microchips mais avançados. Agora eles são fabricados por um ecossistema global: a AMD, a Qualcomm, a Intel, a Apple e a Nvidia se destacam no design dos chips. A Synopsys e a Cadence criam ferramentas e softwares sofisticados de design auxiliado por computação nos quais os fabricantes de chips elaboram realmente suas ideias mais recentes. A Applied Materials cria e modifica os materiais para forjar bilhões de transistores e fios de conexão nos chips. A ASML, uma empresa holandesa, fornece as ferramentas de litografia em parceria com, entre outros, a Carl Zeiss SMT, uma empresa alemã especializada em lentes ópticas, que desenha os estênceis nas pastilhas de silício desses projetos. A Lam Research, a KLA e empresas da Coreia do Sul, do Japão e de Taiwan também desempenham papéis importantes nessa coalizão.

Quanto mais ultrapassamos limites da física e da ciência dos materiais para enfiar mais transistores em um chip, menos uma só empresa ou um só país pode se destacar em todas as partes do processo de design e fabricação. Todo o ecossistema global é necessário.

No Dia de Natal de 2021, eu despertei às 7h20 para assistir o lançamento do Telescópio Espacial James Webb, que vasculha profundamente o espaço sideral. De acordo com a NASA, “milhares de cientistas, engenheiros e técnicos qualificados”, de 309 universidades, laboratórios nacionais e empresas, principalmente nos EUA, Canadá e Europa, “colaboraram no projeto, na construção, nos testes, na integração, no lançamento, no comissionamento e nas operações do Webb”.

Adam Smith identificou famosamente a divisão do trabalho, e isso sem dúvida é importante — nós somos capazes de fabricar mais alfinetes com menos trabalhadores se dividirmos o trabalho corretamente. “Isso foi ótimo”, observa Beinhocker. “Mas o motor mais poderoso é a divisão do conhecimento, o que é necessário para fabricar coisas mais complexas do que alfinetes. Nós temos de nos valer da divisão do conhecimento, da divisão da expertise.”

Se dermos um passo atrás e considerarmos o grande arco da história da economia, explica Beinhocker, “a história é realmente de uma expansão de nossas redes de cooperação para utilizar e compartilhar conhecimento para fabricar produtos e serviços mais complexos, que nos conferem padrões de vida cada vez mais elevados. E se você não fizer parte desses ecossistemas, seu país não prosperará.”

E a confiança é o ingrediente essencial que faz esses ecossistemas funcionarem e crescerem, acrescenta Beinhocker. A confiança é a cola e a graxa. A confiança fixa laços de cooperação e ao mesmo tempo lubrifica fluxos de pessoas, produtos, capitais e ideias entre os países. Sem confiança os ecossistemas começam a ruir.

A confiança, no entanto, é erguida por regras boas e relações saudáveis, e Trump está pisoteando ambas. O resultado: se seguir nesse caminho, Trump tornará os EUA e o mundo mais pobres. Senhor presidente, faça sua lição de casa.


Postagem em destaque

Livro Marxismo e Socialismo finalmente disponível - Paulo Roberto de Almeida

Meu mais recente livro – que não tem nada a ver com o governo atual ou com sua diplomacia esquizofrênica, já vou logo avisando – ficou final...