BRASA X Inscrições online *com* desconto até 15 de junho
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INSCRIÇÕES PARA O 10º CONGRESSO DA BRASA EM BRASÍLIA
O Congresso será realizado no DF entre 22 e 24 de julho de 2010.
Inscrições online *com* desconto: até 15 de junho.
Inscrições online *sem* desconto: de 16 de junho até 15 de julho.
As inscrições já estão abertas via Internet.
Vejam as modalidades disponíveis:
1. Participantes que possuem CPF brasileiro e que desejam pagar a inscrição em reais deverão acessar o site do nosso parceiro local, a Finatec:
http://www.finatec.org.br/eventos_novo/
2. Os demais participantes deverão se inscrever, pagando em dólares, através do site da BRASA nos Estados Unidos:
http://www.brasa.org/portuguese/congressos/brasa_x_portugese
Lembramos que, independentemente do país de residência, os participantes que constam no Programa Oficial do evento deverão também pagar a anuidade (annual membership) através do site da BRASA nos Estados Unidos.
Temas de relações internacionais, de política externa e de diplomacia brasileira, com ênfase em políticas econômicas, viagens, livros e cultura em geral. Um quilombo de resistência intelectual em defesa da racionalidade, da inteligência e das liberdades democráticas. Ver também minha página: www.pralmeida.net (em construção).
segunda-feira, 14 de junho de 2010
Recomendação de leitura negativa: mais um empulhador social...
Sei que resenhas a gente faz de livros de que gosta, pelos quais se nutre respeito, e que se pretende sejam lidos por um número ainda mais amplo de curiosos. Sempre fiz resenhas de livros que busquei, voluntariamente, e apenas em um ou dois casos, pela má surpresa causada, pelo desagradável da leitura, me permiti fazer uma ou duas críticas negativas (uma aliás me rendeu eterno ódio de uma tribo de analfabetos universitários).
Pois bem, vou reincidir, por mais uma vez, nessa prática negativa de "desrecomendar" um livro.
Recebi um aviso de uma livraria eletrônica sobre publicacões recentes, vários eu já conhecia, de suas edições originais, ou de outras traduções, entre os quais este aqui:
Zygmunt Bauman
Capitalismo parasitário - E outros temas contemporâneos
(Rio de Janeiro: Zahar, 2010, 96 p.)
Descrição: [da Editora]
O aclamado sociólogo Zygmunt Bauman lança nesse novo livro o seu olhar crítico sobre temas variados do mundo contemporâneo: cartões de crédito, anorexia, bulimia, a crise financeira de 2009 e suas possíveis soluções, a inutilidade da educação nos moldes atuais, a cultura como balcão de mercadorias... Todos são fenômenos que colaboram para o mal-estar dominante em nossas sociedades, e estão brilhantemente relacionados ao conceito de liquidez desenvolvido pelo sociólogo. Aspectos tão diferentes são articulados de maneira densa, produzindo uma compreensão singular das raízes desse mal-estar.
Mais uma vez, as ideias de Bauman orientam e iluminam nossa compreensão da atualidade, tocando na raiz dos problemas da vida cotidiana.
Voltei (como diria um jornalista conhecido):
Esse tal de ZB não ilumina coisa alguma, acho até que escurece algo que é muito simples: o capitalismo.
Em sua simplicidade simplérrima, o capitalismo tem a ver com a produção de mercadorias, em regime de concorrência, sua venda no mercado, a realização de lucros (se possível, o máximo possível, justamente), para a maior "acumulação de capital", como diriam alguns idiotas que ficam repetindo slogans.
Eu li esse livro numa livraria italiana, mais exatamente em Torino, quando estava passeando pela Itália em 2009. No começo quis comprar, apenas para criticá-lo, justamente, pois era um livro pequeno e não muito caro. Depois achei que não valia a pena, e apenas tomei notas em um desses meus Moleskines implacáveis (quero dizer, sempre prontos no meu bolso). Anotei, e acabei não usando, e agora recupero esse meu Moleskine do ano passado para poder comentar a partir de minhas notas.
A edição que eu li foi esta aqui:
Zygmunt Bauman
Capitalismo parassitario
(Roma: Laterza, 2009)
Vejam o que esse idiota escreveu:
"Il capitalismo, per dirla crudamente, è in sostanza un sistema parassitario. Come tutti i parassiti, puo prosperare per un certo periodo quando trova un organismo ancora non sfruttato del qual nutrirse. Ma non può farlo senza daneggiare l'ospito, distruggendo quindi, prima o poi, le condizioni della sua prosperità o addirittura della sua sopravivenza". (p. 4-5)
Tem muito mais coisas, mas todas desse gênero, edificante, se ouso dizer.
Depois de tomar minhas notas, escrevi à margem do caderno:
Preparar artigo sobre:
"Os intelectuais parasitários: uma categoria esquizofrênica"
(Ainda vou fazer...)
ZB é o protóptipo do intelectual parasitário, como tantos outros que existem em nossas academias, típico representante dessa fauna universitária incapaz de articular um pensamento inteligente sobre o próprio sistema que o alimenta, que o nutre, que o premia tão generosamente a despeito de todas as bobagens que ele escreve sobre esse sitema. Se o capitalismo é tão parasitário assim, como é que esse parasita deixa que um outro parasita o explore? Masoquista, além de parasitário?
Aliás, acreditando ser o capitalismo parasitário, ele ainda tem chance de ir viver nos dois últimos sistemas não parasitários que ainda sobraram na face da terra: sabemos onde estão, não precisa dar endereço, ele só precisa de visto, e talvez de um caminhão de provisões, para aguentar as privações de um sistema não parasitário que não consegue alimentar devidamente seus residentes obrigados e compulsórios...
Idiotas desse tipo poderiam continuar na sua obscuridade, sem merecer sequer uma linha da minha parte, mas como eles não vivem exatamente na obscuridade, pois que existem outros idiotas para aplaudi-lo e muitos alunos (coitados) para continuar ouvindo esse besteirol, achei por bem desancá-lo aqui mesmo, preventivamente.
Pois bem, vou reincidir, por mais uma vez, nessa prática negativa de "desrecomendar" um livro.
Recebi um aviso de uma livraria eletrônica sobre publicacões recentes, vários eu já conhecia, de suas edições originais, ou de outras traduções, entre os quais este aqui:
Zygmunt Bauman
Capitalismo parasitário - E outros temas contemporâneos
(Rio de Janeiro: Zahar, 2010, 96 p.)
Descrição: [da Editora]
O aclamado sociólogo Zygmunt Bauman lança nesse novo livro o seu olhar crítico sobre temas variados do mundo contemporâneo: cartões de crédito, anorexia, bulimia, a crise financeira de 2009 e suas possíveis soluções, a inutilidade da educação nos moldes atuais, a cultura como balcão de mercadorias... Todos são fenômenos que colaboram para o mal-estar dominante em nossas sociedades, e estão brilhantemente relacionados ao conceito de liquidez desenvolvido pelo sociólogo. Aspectos tão diferentes são articulados de maneira densa, produzindo uma compreensão singular das raízes desse mal-estar.
Mais uma vez, as ideias de Bauman orientam e iluminam nossa compreensão da atualidade, tocando na raiz dos problemas da vida cotidiana.
Voltei (como diria um jornalista conhecido):
Esse tal de ZB não ilumina coisa alguma, acho até que escurece algo que é muito simples: o capitalismo.
Em sua simplicidade simplérrima, o capitalismo tem a ver com a produção de mercadorias, em regime de concorrência, sua venda no mercado, a realização de lucros (se possível, o máximo possível, justamente), para a maior "acumulação de capital", como diriam alguns idiotas que ficam repetindo slogans.
Eu li esse livro numa livraria italiana, mais exatamente em Torino, quando estava passeando pela Itália em 2009. No começo quis comprar, apenas para criticá-lo, justamente, pois era um livro pequeno e não muito caro. Depois achei que não valia a pena, e apenas tomei notas em um desses meus Moleskines implacáveis (quero dizer, sempre prontos no meu bolso). Anotei, e acabei não usando, e agora recupero esse meu Moleskine do ano passado para poder comentar a partir de minhas notas.
A edição que eu li foi esta aqui:
Zygmunt Bauman
Capitalismo parassitario
(Roma: Laterza, 2009)
Vejam o que esse idiota escreveu:
"Il capitalismo, per dirla crudamente, è in sostanza un sistema parassitario. Come tutti i parassiti, puo prosperare per un certo periodo quando trova un organismo ancora non sfruttato del qual nutrirse. Ma non può farlo senza daneggiare l'ospito, distruggendo quindi, prima o poi, le condizioni della sua prosperità o addirittura della sua sopravivenza". (p. 4-5)
Tem muito mais coisas, mas todas desse gênero, edificante, se ouso dizer.
Depois de tomar minhas notas, escrevi à margem do caderno:
Preparar artigo sobre:
"Os intelectuais parasitários: uma categoria esquizofrênica"
(Ainda vou fazer...)
ZB é o protóptipo do intelectual parasitário, como tantos outros que existem em nossas academias, típico representante dessa fauna universitária incapaz de articular um pensamento inteligente sobre o próprio sistema que o alimenta, que o nutre, que o premia tão generosamente a despeito de todas as bobagens que ele escreve sobre esse sitema. Se o capitalismo é tão parasitário assim, como é que esse parasita deixa que um outro parasita o explore? Masoquista, além de parasitário?
Aliás, acreditando ser o capitalismo parasitário, ele ainda tem chance de ir viver nos dois últimos sistemas não parasitários que ainda sobraram na face da terra: sabemos onde estão, não precisa dar endereço, ele só precisa de visto, e talvez de um caminhão de provisões, para aguentar as privações de um sistema não parasitário que não consegue alimentar devidamente seus residentes obrigados e compulsórios...
Idiotas desse tipo poderiam continuar na sua obscuridade, sem merecer sequer uma linha da minha parte, mas como eles não vivem exatamente na obscuridade, pois que existem outros idiotas para aplaudi-lo e muitos alunos (coitados) para continuar ouvindo esse besteirol, achei por bem desancá-lo aqui mesmo, preventivamente.
A nova geografia do comercio internacional (infelizmente sem o Brasil)
Desde o início do governo Lula, o governo vem insistindo no comércio Sul-Sul, ou o que passa por tal, capaz, segundo se disse, de criar uma "nova geografia do comércio internacional". Para isso, sabotou a Alca (supondo, equivocadamente, que a UE continuaria a negociar de boa fé), apostou todas as fichas nas negociações comerciais multilaterais da Rodada Doha e consagrou esforços à negociação de acordos de liberalização comercial no âmbito do Mercosul (com as dificuldades que se conhecem do lado argentino).
Parece que não deu certo, e mesmo esses acordos mencionados abaixo, Israel e Índia, são propriamente irrelevantes (para não dizer medíocres, do ponto de vista da criação de novos fluxos dinâmicos de comércio).
Ou seja, a diplomacia comercial Sul-Sul não apenas falhou miseravelmente em mostrar resultados, como se coloca contrariamente aos desejos e demandas do empresariado.
Não se sabe bem por que os esforços de promoção comercial e os de negociações de acordos comerciais não se dirigiram aos mercados mais dinâmicos. Deve ser por miopia ideológica...
A nova geografia do comércio internacional, para retomar o mote proclamado, vem atrasada e está deslocada no mapa: ela já existe há muito tempo e se compõe dos países asiáticos (e outros emergentes) exportando para os mercados dos países ricos. Se o Brasil quiser se juntar, ainda há tempo, basta seguir o que os outros estão fazendo e parar de ficar catando pulga em pelo de camelo. Afinal de contas, fazer as coisas certas não deve ser difícil: basta abrir os olhos e fazer o que tem de ser feito. É tudo tão simples...
Paulo Roberto de Almeida
Acordos comerciais fracassam durante o governo Lula
Agência Estado, 14.06.2010
Menos de 1% das exportações brasileiras vão ser beneficiadas pelos acordos comerciais fechados no governo Lula. Na última década, dez novas frentes de negociação foram iniciadas para abrir mercados aos produtos brasileiros, mas até agora apenas duas se transformaram em acordos efetivamente em vigor: Israel e Índia.
O acordo com Israel é de livre comércio e inclui quase todos os produtos. O problema é que o mercado israelense é pequeno e representou 0,18% das exportações brasileiras em 2009. A Índia absorveu 2,2% das vendas externas, mas o acordo é de preferências tarifárias e abrange 450 produtos de um total de 9 mil. Os itens incluídos somam cerca de 0,2% das exportações do Brasil.
Para os empresários, a razão pela qual os novos acordos assinados pelo Brasil representam volumes insignificantes das exportações é a escolha dos parceiros. Sondagem da Confederação Nacional da Indústria (CNI) revela que os esforços do governo estão distantes das prioridades das empresas.
O Itamaraty mobilizou seus quadros para negociar com Egito, Marrocos, Paquistão, Turquia ou países do Golfo. Pesquisa feita em janeiro deste ano com 72 associações empresariais, empresas e sindicatos, representando 24 setores, apontam que as prioridades são Estados Unidos, União Europeia, América do Sul e México.
Parece que não deu certo, e mesmo esses acordos mencionados abaixo, Israel e Índia, são propriamente irrelevantes (para não dizer medíocres, do ponto de vista da criação de novos fluxos dinâmicos de comércio).
Ou seja, a diplomacia comercial Sul-Sul não apenas falhou miseravelmente em mostrar resultados, como se coloca contrariamente aos desejos e demandas do empresariado.
Não se sabe bem por que os esforços de promoção comercial e os de negociações de acordos comerciais não se dirigiram aos mercados mais dinâmicos. Deve ser por miopia ideológica...
A nova geografia do comércio internacional, para retomar o mote proclamado, vem atrasada e está deslocada no mapa: ela já existe há muito tempo e se compõe dos países asiáticos (e outros emergentes) exportando para os mercados dos países ricos. Se o Brasil quiser se juntar, ainda há tempo, basta seguir o que os outros estão fazendo e parar de ficar catando pulga em pelo de camelo. Afinal de contas, fazer as coisas certas não deve ser difícil: basta abrir os olhos e fazer o que tem de ser feito. É tudo tão simples...
Paulo Roberto de Almeida
Acordos comerciais fracassam durante o governo Lula
Agência Estado, 14.06.2010
Menos de 1% das exportações brasileiras vão ser beneficiadas pelos acordos comerciais fechados no governo Lula. Na última década, dez novas frentes de negociação foram iniciadas para abrir mercados aos produtos brasileiros, mas até agora apenas duas se transformaram em acordos efetivamente em vigor: Israel e Índia.
O acordo com Israel é de livre comércio e inclui quase todos os produtos. O problema é que o mercado israelense é pequeno e representou 0,18% das exportações brasileiras em 2009. A Índia absorveu 2,2% das vendas externas, mas o acordo é de preferências tarifárias e abrange 450 produtos de um total de 9 mil. Os itens incluídos somam cerca de 0,2% das exportações do Brasil.
Para os empresários, a razão pela qual os novos acordos assinados pelo Brasil representam volumes insignificantes das exportações é a escolha dos parceiros. Sondagem da Confederação Nacional da Indústria (CNI) revela que os esforços do governo estão distantes das prioridades das empresas.
O Itamaraty mobilizou seus quadros para negociar com Egito, Marrocos, Paquistão, Turquia ou países do Golfo. Pesquisa feita em janeiro deste ano com 72 associações empresariais, empresas e sindicatos, representando 24 setores, apontam que as prioridades são Estados Unidos, União Europeia, América do Sul e México.
Fluxos financeiros devem ser taxados? - Paulo R. de Almeida
Fluxos financeiros internacionais: é racional a proposta de taxação?
Paulo Roberto de Almeida
Mundorama, 14.06.2010
Uma grande tribo de economistas profissionais, dedicados a trabalhos aplicados, de economistas acadêmicos, ou seja, trabalhando sobretudo com pesquisas econômicas teóricas (alguns deles servindo a governos), assim como de funcionários públicos nacionais e de tecnocratas de organismos econômicos internacionais, todos eles envolvidos com a recomendação de políticas públicas na área macroeconômica, têm se dedicado, nos últimos anos, ao tema da taxação sobre fluxos financeiros.
A questão, muito em voga no imediato seguimento da quebra do padrão de Bretton Woods, no início dos anos 1970, foi obviamente reavivada recentemente, a partir da crise financeira surgida nos setores imobiliário e bancário dos EUA em 2007 e rapidamente disseminada pela economia mundial de 2008 a 2010. Aparentemente a crise ainda não amainou, com seu possível recrudescimento a partir dos problemas dos PIIGS europeus e eventuais repercussões em outros continentes, num espectro geográfico a que tampouco ficaria imune a América Latina.
O tema é sem dúvida alguma importante, e até mesmo crucial para os países possuindo fortes “indústrias” financeiras, mas vem sendo considerado com alguma dose de maniqueísmo, colocando de um lado os partidários teóricos da taxação e, de outro, seus opositores práticos. Seria útil, no entanto, que o questionamento dos conceitos associados à proposta da taxação, bem como o exame das medidas de implementação prática dessa ideia fossem feitos com base em fortes evidências econômicas, de maneira a evitar um experimento danoso que corresponderia mais ao preconceito contra os “capitais financeiros” do que ao bom senso econômico.
Existe uma pressuposição implícita – ou até explícita – à ideia da taxação que é a de que a contenção nacional ou multilateral dos fluxos puramente financeiros poderia evitar a repetição das crises a que o capitalismo assiste de forma recorrente. A suposição está claramente associada ao pensamento econômico keynesiano, e a seus seguidores acadêmicos atuais, fortemente representados em alguns governos. Não se deve tampouco ignorar o fato de que mesmo governos normalmente associados ao pensamento econômico liberal tem recorrido a expedientes de tipo keynesiano na tentativa de superar a atual crise econômica do setor.
Ler o artigo completo aqui.
Paulo Roberto de Almeida
Mundorama, 14.06.2010
Uma grande tribo de economistas profissionais, dedicados a trabalhos aplicados, de economistas acadêmicos, ou seja, trabalhando sobretudo com pesquisas econômicas teóricas (alguns deles servindo a governos), assim como de funcionários públicos nacionais e de tecnocratas de organismos econômicos internacionais, todos eles envolvidos com a recomendação de políticas públicas na área macroeconômica, têm se dedicado, nos últimos anos, ao tema da taxação sobre fluxos financeiros.
A questão, muito em voga no imediato seguimento da quebra do padrão de Bretton Woods, no início dos anos 1970, foi obviamente reavivada recentemente, a partir da crise financeira surgida nos setores imobiliário e bancário dos EUA em 2007 e rapidamente disseminada pela economia mundial de 2008 a 2010. Aparentemente a crise ainda não amainou, com seu possível recrudescimento a partir dos problemas dos PIIGS europeus e eventuais repercussões em outros continentes, num espectro geográfico a que tampouco ficaria imune a América Latina.
O tema é sem dúvida alguma importante, e até mesmo crucial para os países possuindo fortes “indústrias” financeiras, mas vem sendo considerado com alguma dose de maniqueísmo, colocando de um lado os partidários teóricos da taxação e, de outro, seus opositores práticos. Seria útil, no entanto, que o questionamento dos conceitos associados à proposta da taxação, bem como o exame das medidas de implementação prática dessa ideia fossem feitos com base em fortes evidências econômicas, de maneira a evitar um experimento danoso que corresponderia mais ao preconceito contra os “capitais financeiros” do que ao bom senso econômico.
Existe uma pressuposição implícita – ou até explícita – à ideia da taxação que é a de que a contenção nacional ou multilateral dos fluxos puramente financeiros poderia evitar a repetição das crises a que o capitalismo assiste de forma recorrente. A suposição está claramente associada ao pensamento econômico keynesiano, e a seus seguidores acadêmicos atuais, fortemente representados em alguns governos. Não se deve tampouco ignorar o fato de que mesmo governos normalmente associados ao pensamento econômico liberal tem recorrido a expedientes de tipo keynesiano na tentativa de superar a atual crise econômica do setor.
Ler o artigo completo aqui.
Mais um trabalho publicado - Economia mundial, Paulo R. Ameida
Este aqui já tinha saído em Mundorama, o priminho mais rápido do Meridiano 47.
Paulo Roberto de Almeida:
Mudanças na economia mundial: perspectiva histórica de longo prazo
Meridiano 47 (n. 118, maio 2010).
Paulo Roberto de Almeida:
Mudanças na economia mundial: perspectiva histórica de longo prazo
Meridiano 47 (n. 118, maio 2010).
Dois diplomatas que foram contra suas respectivas chancelarias
Ser digno significa, de vez em quando (ou sempre quando necessário), contrariar ordens superiores, quando estas são manifestamente mesquinhas e singularmente desumanas, e sobretudo atentatórias à dignidade humana.
Minha homenagem a dois diplomatas exemplares...
Paulo Roberto Almeida
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As listas dos Souza
Christine Lages
Diplomatas brasileiro e português salvaram mais de 30 mil perseguidos do Holocausto durante a Segunda Guerra e hoje são lembrados pelo feito
RIO - Eles tinham a mesma profissão, morreram com um intervalo de duas semanas, e falavam a mesma língua, principalmente quando se tratava dos direitos humanos. Embaixadores na França em tempos de Segunda Guerra Mundial, o brasileiro Luiz Martins de Souza Dantas e o português Aristides de Sousa Mendes não eram próximos, mas suas trajetórias os uniram após a morte, e deram chance a milhares de pessoas de viver sem a perseguição. Responsáveis pela emissão de vistos no momento em que a Alemanha de Adolf Hitler invadia o país onde representavam Brasil e Portugal, eles criaram uma espécie de Lista dos Souza com a qual permitiram a entrada de mais de 30 mil estrangeiros em seus países. Nesta quinta-feira, o ato dos dois diplomatas será lembrado em cerimônias católicas e judaicas em diversas partes do mundo, incluindo Vaticano, Brasil e Estados Unidos.
Não há registro de que Dantas soubesse do feito de Mendes, e vice-versa. Embora os dois tenham trabalhado na mesma época na França, as emissões eram feitas de forma secreta e sem qualquer tipo de cobrança por parte dos diplomatas. Não havia discriminação: brancos, negros, católicos, judeus, ricos, pobres, intelectuais, homossexuais. A maioria dos perseguidos que conseguiu chegar aos embaixadores no momento certo obteve visto para o Brasil, para Portugal, ou para os dois, já que para chegar ao Rio de Janeiro muitos precisavam de uma permissão de trânsito para Portugal, de onde saíam navios para a América do Sul.
Embaixadores caíram no esquecimento
Nascido no Rio em 1876, Souza Dantas teve uma trajetória brilhante como diplomata: aos 21 anos ingressou no Ministério das Relações Exteriores e percorreu todos os postos da carreira diplomática, serviu em diversas capitais do mundo, foi nomeado durante a Primeira Guerra Mundial ministro interino das Relações Exteriores, e representou o Brasil em Roma em 1919, três anos antes de assumir o posto na capital francesa. Seu jeito sociável de ser - era um famoso solteirão, frequentador assíduo do teatro da "Comédie-Française", e grande promotor de jantares políticos - o tornou conhecido em Paris e Vichy. Mas seu nome caiu no esquecimento após enfrentar inquérito administrativo do governo de Getúlio Vargas pela concessão de alguns vistos diplomáticos a estrangeiros entre junho de 1940 e janeiro de 1941.
- Ele emitiu centenas de vistos (cerca de mil), mas quando soube que estava sendo processado, achou que fosse pelas centenas. Na verdade, eram só uns 12 vistos. Então, escreveu: "Fiz o que teria feito com a nobreza d'alma dos brasileiros, movidos pelos mais elementares sentimentos de piedade cristã" - lembra Fábio Koifman, historiador e professor de Relações Internacionais na UFRRJ, que dedicou três anos ao livro "Quixote nas trevas", no qual conta a história de Souza Dantas.
Embaixador português em Bordeaux entre 1938 a 1940, Sousa Mendes teve seu destino ligado ao de outras cerca de 30 mil pessoas. Responsável pela emissão de vistos na cidade francesa, ele salvou os milhares de refugiados, entre eles 10 mil judeus, num período de dez dias. Filho de uma família católica, conservadora e monárquica, o português foi obrigado a deixar o corpo diplomático de seu país e terminou a vida na miséria.
- Quando falo de um, falo sempre do outro. Os dois foram grandes humanistas e sofreram consequências sérias por isso. Tiveram muito em comum na vida: honestidade e coragem de tomar decisões difíceis, mesmo que não fosse exatamente de acordo com a lei. Quando a guerra começou, os dois estavam na França e os dois fizeram algo de especial, tentando ajudar os refugiados, especialmente os judeus - diz João Crisóstomo, um português residente em Nova York que abraçou a causa dos embaixadores e há mais de dez anos vem lutando para reavivar seus nomes.
Refugiados lembram embaixador brasileiro
Nas listas dos Souza, refugiados de diversas origens. Alguns ficaram conhecidos, como o economista e ex-embaixador dos Estados Unidos na França Felix Rohatyn, de 82 anos, famoso por ajudar a recuperar a cidade de Nova York da crise dos anos 1970. A viagem de Rohatyn até a estabilização de sua família levou dois anos. Aos 12 anos, em 1940, ele conseguiu - ao lado dos pais - o visto dado por Dantas.
- Eu tinha 13 anos quando finalmente consegui chegar ao Brasil. Viajamos da França para o Marrocos, depois para Lisboa e só depois para o Brasil. Em junho de 1942, após viver no Brasil por um ano, finalmente chegamos a Nova York, para o nosso alívio. Esses dois anos foram cansativos e, muitas vezes, difíceis - conta o investidor, acrescentando que, do Rio, lembra da escola e dos jogos de futebol que assistia com o pai.
Rohatyn lembra que só aos 76 anos descobriu que Souza Dantas foi o responsável por seu visto. E quem contou a novidade para o economista foi Crisóstomo, que, ao ler o livro de Fábio Koifman, descobriu que o Rohatyn - também residente em Nova York - estava entre os refugiados salvos pelo brasileiro.
- Ele achava que havia sido salvo por outro embaixador. Ficou emocionado e muito surpreso com a história. Aos 76 anos, descobriu quem havia sido o salvador da vida dele - conta Crisóstomo.
- Sou extremamente grato pela memória do embaixador Souza Dantas, bem como dos outros embaixadores que ajudaram refugiados judeus - acrescenta Felix Rohatyn.
Hoje com 103 anos, a belga Hanna Strozemberg chegou ao Brasil com o marido e o cunhado, com a ajuda do embaixador brasileiro. Ela lembra que Souza Dantas, que emitiu muitos dos vistos diplomáticos sentado em restaurantes ou hotéis franceses, não aceitava nada em troca.
-- O Souza Dantas nos falou que nos deu um visto pré-datado porque havia recebido um telegrama (do Itamaraty) para não dar vistos para judeus. Meu marido chegou com os irmãos e falou para o Souza Dantas que queria oferecer um presente para ele. E ele disse: "Não, se você quer oferecer, ofereça para a Cruz Vermelha. Eu não aceito."
Saiba mais sobre as homenagens:
* Serão realizadas missas em Roma, na Itália, pelos cardeais Renato Martino, William Levada e Claudio Hummes; em Bordeau, na França, pelo cardeal Jean-Pierre Ricard; em Lisboa, Portugal, pelo bispo Dom Tomas Nunes da Silva; em Montreal, no Canadá, pelo Monsenhor André Desroches; em Neark, nos Estados Unidos, pelo bispo Edgar Moreira da Cunha; em Buenos Aires, Argentina, pelo Monsenhor Oscar D. Sarlinga. outras missas também serão realizadas na França, em Portugal, EUA (em São Francisco, Califórnia; e Brookly, em Nova York); e no Brasil (São Paulo, Salvador e Fortaleza)
* Haverá homenagens também em sinagogas de Paris, na França, com o Grande Rabino René-Samuel Sirat; em Buenos Aires, Argentina, com o Rabino Simon Moguilevsky; em São Paulo, Brasil, com o Rabino Michel Schlesinger; no Rio de Janeiro, com o Rabino Dario Bialer; em Bordeaux, na França, com o Rabino Alain David Nacache.
Minha homenagem a dois diplomatas exemplares...
Paulo Roberto Almeida
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As listas dos Souza
Christine Lages
Diplomatas brasileiro e português salvaram mais de 30 mil perseguidos do Holocausto durante a Segunda Guerra e hoje são lembrados pelo feito
RIO - Eles tinham a mesma profissão, morreram com um intervalo de duas semanas, e falavam a mesma língua, principalmente quando se tratava dos direitos humanos. Embaixadores na França em tempos de Segunda Guerra Mundial, o brasileiro Luiz Martins de Souza Dantas e o português Aristides de Sousa Mendes não eram próximos, mas suas trajetórias os uniram após a morte, e deram chance a milhares de pessoas de viver sem a perseguição. Responsáveis pela emissão de vistos no momento em que a Alemanha de Adolf Hitler invadia o país onde representavam Brasil e Portugal, eles criaram uma espécie de Lista dos Souza com a qual permitiram a entrada de mais de 30 mil estrangeiros em seus países. Nesta quinta-feira, o ato dos dois diplomatas será lembrado em cerimônias católicas e judaicas em diversas partes do mundo, incluindo Vaticano, Brasil e Estados Unidos.
Não há registro de que Dantas soubesse do feito de Mendes, e vice-versa. Embora os dois tenham trabalhado na mesma época na França, as emissões eram feitas de forma secreta e sem qualquer tipo de cobrança por parte dos diplomatas. Não havia discriminação: brancos, negros, católicos, judeus, ricos, pobres, intelectuais, homossexuais. A maioria dos perseguidos que conseguiu chegar aos embaixadores no momento certo obteve visto para o Brasil, para Portugal, ou para os dois, já que para chegar ao Rio de Janeiro muitos precisavam de uma permissão de trânsito para Portugal, de onde saíam navios para a América do Sul.
Embaixadores caíram no esquecimento
Nascido no Rio em 1876, Souza Dantas teve uma trajetória brilhante como diplomata: aos 21 anos ingressou no Ministério das Relações Exteriores e percorreu todos os postos da carreira diplomática, serviu em diversas capitais do mundo, foi nomeado durante a Primeira Guerra Mundial ministro interino das Relações Exteriores, e representou o Brasil em Roma em 1919, três anos antes de assumir o posto na capital francesa. Seu jeito sociável de ser - era um famoso solteirão, frequentador assíduo do teatro da "Comédie-Française", e grande promotor de jantares políticos - o tornou conhecido em Paris e Vichy. Mas seu nome caiu no esquecimento após enfrentar inquérito administrativo do governo de Getúlio Vargas pela concessão de alguns vistos diplomáticos a estrangeiros entre junho de 1940 e janeiro de 1941.
- Ele emitiu centenas de vistos (cerca de mil), mas quando soube que estava sendo processado, achou que fosse pelas centenas. Na verdade, eram só uns 12 vistos. Então, escreveu: "Fiz o que teria feito com a nobreza d'alma dos brasileiros, movidos pelos mais elementares sentimentos de piedade cristã" - lembra Fábio Koifman, historiador e professor de Relações Internacionais na UFRRJ, que dedicou três anos ao livro "Quixote nas trevas", no qual conta a história de Souza Dantas.
Embaixador português em Bordeaux entre 1938 a 1940, Sousa Mendes teve seu destino ligado ao de outras cerca de 30 mil pessoas. Responsável pela emissão de vistos na cidade francesa, ele salvou os milhares de refugiados, entre eles 10 mil judeus, num período de dez dias. Filho de uma família católica, conservadora e monárquica, o português foi obrigado a deixar o corpo diplomático de seu país e terminou a vida na miséria.
- Quando falo de um, falo sempre do outro. Os dois foram grandes humanistas e sofreram consequências sérias por isso. Tiveram muito em comum na vida: honestidade e coragem de tomar decisões difíceis, mesmo que não fosse exatamente de acordo com a lei. Quando a guerra começou, os dois estavam na França e os dois fizeram algo de especial, tentando ajudar os refugiados, especialmente os judeus - diz João Crisóstomo, um português residente em Nova York que abraçou a causa dos embaixadores e há mais de dez anos vem lutando para reavivar seus nomes.
Refugiados lembram embaixador brasileiro
Nas listas dos Souza, refugiados de diversas origens. Alguns ficaram conhecidos, como o economista e ex-embaixador dos Estados Unidos na França Felix Rohatyn, de 82 anos, famoso por ajudar a recuperar a cidade de Nova York da crise dos anos 1970. A viagem de Rohatyn até a estabilização de sua família levou dois anos. Aos 12 anos, em 1940, ele conseguiu - ao lado dos pais - o visto dado por Dantas.
- Eu tinha 13 anos quando finalmente consegui chegar ao Brasil. Viajamos da França para o Marrocos, depois para Lisboa e só depois para o Brasil. Em junho de 1942, após viver no Brasil por um ano, finalmente chegamos a Nova York, para o nosso alívio. Esses dois anos foram cansativos e, muitas vezes, difíceis - conta o investidor, acrescentando que, do Rio, lembra da escola e dos jogos de futebol que assistia com o pai.
Rohatyn lembra que só aos 76 anos descobriu que Souza Dantas foi o responsável por seu visto. E quem contou a novidade para o economista foi Crisóstomo, que, ao ler o livro de Fábio Koifman, descobriu que o Rohatyn - também residente em Nova York - estava entre os refugiados salvos pelo brasileiro.
- Ele achava que havia sido salvo por outro embaixador. Ficou emocionado e muito surpreso com a história. Aos 76 anos, descobriu quem havia sido o salvador da vida dele - conta Crisóstomo.
- Sou extremamente grato pela memória do embaixador Souza Dantas, bem como dos outros embaixadores que ajudaram refugiados judeus - acrescenta Felix Rohatyn.
Hoje com 103 anos, a belga Hanna Strozemberg chegou ao Brasil com o marido e o cunhado, com a ajuda do embaixador brasileiro. Ela lembra que Souza Dantas, que emitiu muitos dos vistos diplomáticos sentado em restaurantes ou hotéis franceses, não aceitava nada em troca.
-- O Souza Dantas nos falou que nos deu um visto pré-datado porque havia recebido um telegrama (do Itamaraty) para não dar vistos para judeus. Meu marido chegou com os irmãos e falou para o Souza Dantas que queria oferecer um presente para ele. E ele disse: "Não, se você quer oferecer, ofereça para a Cruz Vermelha. Eu não aceito."
Saiba mais sobre as homenagens:
* Serão realizadas missas em Roma, na Itália, pelos cardeais Renato Martino, William Levada e Claudio Hummes; em Bordeau, na França, pelo cardeal Jean-Pierre Ricard; em Lisboa, Portugal, pelo bispo Dom Tomas Nunes da Silva; em Montreal, no Canadá, pelo Monsenhor André Desroches; em Neark, nos Estados Unidos, pelo bispo Edgar Moreira da Cunha; em Buenos Aires, Argentina, pelo Monsenhor Oscar D. Sarlinga. outras missas também serão realizadas na França, em Portugal, EUA (em São Francisco, Califórnia; e Brookly, em Nova York); e no Brasil (São Paulo, Salvador e Fortaleza)
* Haverá homenagens também em sinagogas de Paris, na França, com o Grande Rabino René-Samuel Sirat; em Buenos Aires, Argentina, com o Rabino Simon Moguilevsky; em São Paulo, Brasil, com o Rabino Michel Schlesinger; no Rio de Janeiro, com o Rabino Dario Bialer; em Bordeaux, na França, com o Rabino Alain David Nacache.
domingo, 13 de junho de 2010
La seguridad alimentar de El Profesor de Economia (al reves
Sempre vou me surpreender com a capacidade de certos professores de economia de insistir em caminhos que já provaram ser inviáveis em condições normais. Sobretudo em condições anormais como as da Venezuela.
Alguém precisa compor um Manual de Economia Al Revés...
Paulo Roberto de Almeida
Venezuela quer hegemonia no mercado de alimentos
Opinião e Notícia, 13/06/2010
Toneladas de comidas estragam enquanto falta o básico nos supermercados
Em plena crise de escassez de alimentos básicos nos supermercados estatais da Venezuela, Hugo Chavez decretou guerra econômica ao setor privado. A resposta do presidente venezuelano aparece após terem sido descobertos mais de 2.300 conteineres de carga de alimentos importados em decomposição e que nunca foram distribuídos à população. A compra foi feita pelo governo, no ano passado.
O governo admitiu que 30 mil toneladas de alimentos estão apodrecendo no porto Puerto Cabello. De acordo com a oposição, são mais de 75 mil toneladas ou um quinto do que a empresa estatal PDVAL importou em 2009.A carga foi descoberta no mês passado por agentes da inteligência que investigavam roubo de leite em pó.
A PDVAL é uma subsidiária de Petróleo da Venezuela criada em 2008. Ela entrou no mercado quando a Mercal não estava conseguindo dar conta do trabalho. O objetivo da estatal é conseguir a “completa supremacia alimentar” e acabar com o Hugo Chávez chama de “acumulo e contrabando” pelo setor privado.
O ex-presidente da PDVAL Luis Pulido foi preso por corrupção e outros 20 funcionários podem também ser presos. Desde 2003, o governo vevezuelano impôs controle de preços em produtos alimentares. O resultado foi uma enorme inflação. O preço dos alimentos cresceu 21% nos primeiros cinco meses deste ano, divulgou o Banco Central. Alimentos básicos faltam mais em lojas da PDVAL do que em supermercados particulares. Mesmo assim, o Estado está se esforçando para atingir o que chama de hegemonia estatal sobre os alimentos.
A empresa que ainda impede que o presidente instale um comunismo parecido com o de Cuba é a privada “Polar”, a maior empresa de alimentos do país.
Alguém precisa compor um Manual de Economia Al Revés...
Paulo Roberto de Almeida
Venezuela quer hegemonia no mercado de alimentos
Opinião e Notícia, 13/06/2010
Toneladas de comidas estragam enquanto falta o básico nos supermercados
Em plena crise de escassez de alimentos básicos nos supermercados estatais da Venezuela, Hugo Chavez decretou guerra econômica ao setor privado. A resposta do presidente venezuelano aparece após terem sido descobertos mais de 2.300 conteineres de carga de alimentos importados em decomposição e que nunca foram distribuídos à população. A compra foi feita pelo governo, no ano passado.
O governo admitiu que 30 mil toneladas de alimentos estão apodrecendo no porto Puerto Cabello. De acordo com a oposição, são mais de 75 mil toneladas ou um quinto do que a empresa estatal PDVAL importou em 2009.A carga foi descoberta no mês passado por agentes da inteligência que investigavam roubo de leite em pó.
A PDVAL é uma subsidiária de Petróleo da Venezuela criada em 2008. Ela entrou no mercado quando a Mercal não estava conseguindo dar conta do trabalho. O objetivo da estatal é conseguir a “completa supremacia alimentar” e acabar com o Hugo Chávez chama de “acumulo e contrabando” pelo setor privado.
O ex-presidente da PDVAL Luis Pulido foi preso por corrupção e outros 20 funcionários podem também ser presos. Desde 2003, o governo vevezuelano impôs controle de preços em produtos alimentares. O resultado foi uma enorme inflação. O preço dos alimentos cresceu 21% nos primeiros cinco meses deste ano, divulgou o Banco Central. Alimentos básicos faltam mais em lojas da PDVAL do que em supermercados particulares. Mesmo assim, o Estado está se esforçando para atingir o que chama de hegemonia estatal sobre os alimentos.
A empresa que ainda impede que o presidente instale um comunismo parecido com o de Cuba é a privada “Polar”, a maior empresa de alimentos do país.
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