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Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.

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segunda-feira, 11 de junho de 2018

Rolf Kuntz: Brasil a caminho do caos economico (OESP)

O presidente preferiu dialogar a assumir sua responsabilidade e jogou o Brasil no caos

Rolf Kuntz, O Estado de S.Paulo
10 Junho 2018 | 03h00
Incompetência, fraqueza, ignorância e despreparo. Pode haver palavras mais duras, mas nenhuma expressão mais suave, para explicar os erros cometidos pelo governo, sob responsabilidade do presidente Michel Temer, em reação à crise no transporte rodoviário. É enorme a lista de barbaridades: piso para o frete, subsídio bilionário a transportadores, tentativa de regular preços nas bombas, fiscalização anacrônica, desordem no Orçamento da União, aumento de custos para os setores produtivos, ampliação da incerteza econômica e, naturalmente, riscos novos para a Petrobrás, ainda em recuperação dos estragos causados pela gestão petista. Ao deixar-se acuar, o presidente cedeu rapidamente às imposições dos caminhoneiros grevistas e, segundo autoridades federais, de empresas culpadas de locaute. Prevaleceu, segundo Temer, a vocação do governo para o diálogo. Mas a explicação apenas confirma um erro deliberado. Ao escolher esse caminho, ele renunciou à autoridade, abandonou a responsabilidade correspondente, depreciou o próprio cargo e se curvou a criminosos – porque o bloqueio de estradas é crime, assim como o locaute.
Poderia ter recebido as queixas até com simpatia, mas só deveria discutir soluções depois do retorno à legalidade – fim da interrupção do tráfego rodoviário e de qualquer manobra de locaute. Até a trégua encenada, com o estacionamento dos caminhões nos acostamentos, foi irregular, por ser uma evidente violação das normas de trânsito e dos princípios de segurança. Acostamento é só para emergências, como sabe qualquer motorista licenciado honestamente.
A precipitação e o despreparo do presidente e de seus auxiliares e conselheiros mais próximos ficaram escancarados, até para os mais distraídos, quando produtores e exportadores começaram a reclamar dos novos fretes, impostos por decisão do governo.
As operações com grãos foram interrompidas enquanto empresários protestavam. A Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) pediu em ofício ao presidente da República a suspensão da tabela de preços mínimos para o transporte rodoviário, mencionando alta de 51% a 152% no frete.
Outras entidades ligadas ao agronegócio também se mobilizaram e a Confederação Nacional da Indústria (CNI) informou estar avaliando “possíveis medidas judiciais e administrativas” contra a fixação de valor mínimo para o transporte rodoviário de cargas. O governo refez a tabela de fretes, numa tentativa de apaziguar empresários da indústria e do agronegócio, mas então o protesto veio do outro lado, com caminhoneiros ameaçando ir à Justiça em caso de perdas. Com qualquer tabela o presidente Michel Temer produzirá descontentamento e, pior, poderá multiplicar os entraves à atividade econômica.
O governo está conseguindo humilhar a oposição. Nem seus adversários mais intratáveis conseguiram agir com tanta eficiência para atrapalhar a recuperação econômica. Enquanto deu prioridade aos objetivos dos ministros da Fazenda e do Planejamento, o presidente conseguiu resultados importantes. O País saiu do buraco, depois de dois anos de recessão, o desemprego caiu e houve progressos tanto na reparação das contas públicas quanto na aprovação de reformas. A aproximação das eleições aumentou a insegurança política e alterou a disposição da impropriamente chamada base governamental. A pauta de reformas ficou emperrada, o desemprego voltou a subir e os negócios fraquejaram no primeiro trimestre.
Apesar disso, algum ânimo restou entre consumidores e empresários. A produção industrial em abril, 0,8% maior que a de março e 8,9% superior à de um ano antes, foi avaliada como sinal de vigor renovado. Até estimulou algum otimismo, de novo, quanto à evolução da economia neste ano. A paralisação do transporte afetou severamente a atividade em maio, como já indicaram os dados da produção automobilística e as perdas apontadas por vários setores. Mas falta saber a extensão dos danos causados pela mexida nos preços e condições do transporte e pelo desgoverno implantado pelo presidente e seus conselheiros preferenciais, a trupe formada pelos ministros Marun, Padilha e Moreira Franco.
A interferência na Petrobrás foi confirmada com a abertura, pela Agência Nacional do Petróleo, de consulta pública sobre a política de preços. Autoridades negam, mas a entrada na área de decisões da estatal é indisfarçável. Resta aos dirigentes da empresa tentar atenuar os efeitos da invasão. Podem conseguir algum bom resultado, mas o precedente foi criado e é preocupante.
A baderna fiscal também pode ter custos consideráveis. Para financiar o subsídio ao uso do diesel, com custo estimado em R$ 13 bilhões, o governo terá de mexer na distribuição de despesas de um Orçamento já muito apertado. O ministro da Fazenda, Eduardo Guardia, prometeu resolver o problema sem agravar o desajuste das contas públicas. O acerto contábil pode estar garantido, mas a qualidade do gasto, já baixa, será certamente prejudicada.
Neste país de piadas prontas, tudo isso ocorreu enquanto especialistas do Tribunal de Contas da União (TCU) concluíam relatório com recomendação de parcimônia e cuidados na concessão de qualquer renúncia fiscal. Subsídios pertencem obviamente a esse conjunto. Ao mesmo tempo, o ministro do Planejamento, Esteves Colnago, defendia no Congresso o teto de gastos e a realização de reformas para garantir a eliminação do déficit primário nos próximos três ou quatro anos. Sem isso, acrescentou, ainda haverá esse buraco em 2024 ou 2025, sem sobra, portanto, para o pagamento de juros. Uma das consequências óbvias será o crescimento da dívida pública, já muito mais pesada que a da maioria dos emergentes. Seria um bom assunto para o presidente da República, se ele ainda estivesse interessado no desafio de governar o Brasil.
*Jornalista

terça-feira, 26 de abril de 2016

Grande Destruiçao: Mansueto Almeida apresenta um show de horrores economicos (Ibmec-Brasília)

Nesta segunda-feira 25 de abril, a convite de Marcio Coimbra, do Ibmec-Brasília, assisti à palestra de Mansueto Almeida, a quem estou tentando "seduzir" para uma nova palestra sobre o cataclisma econômico brasileiro, no Uniceub (dia 13 de maio, talvez já num novo governo), e acho que uma frase resume toda a sua apresentação: "Não vai ser fácil, não, nos próximos 2 a 3 anos".
 
Os números apresentados, numa aparente frieza tecnocrática, são terríveis, e muito piores do que os que aparecem nas matérias correntes da "mídia", embora Mansueto tenha usado, para fins de comparação internacional, os dados do mais recente World Economic Outlook, que todos podem downloadar no site do FMI.
A taxa de crescimento e a taxa de investimento permanecerão absolutamente medíocres até o final desta década, e em 2021 nós, brasileiros, teremos uma renda per capita INFERIOR à de 2011. Ou seja, mais uma década perdida, ou não, retrocedida!
O déficit fiscal nominal permanecerá na faixa de 6% do PIB, ou seja, números escandalosos, e os juros, portanto, vão consumir uma parte substancial das receitas públicas.
A dívida bruta, sempre segundo os dados do FMI, não será a maior do mundo, nominalmente, na altura de 90% do PIB, mas o Brasil será o país mais ENDIVIDADO do MUNDO, pela magnitude dos juros, pois pagará um serviço muito superior ao da Grécia, que tem uma DP de 177% do PIB, mas gasta apenas 3,9% com juros, ao passo que o Brasil paga o DOBRO.
Madame Pasadena e seus conselheiros econômicos aloprados conseguiu produzir uma inversão de mais de 200 bilhões de reais em 3 anos, e sem mencionar as bobagens das políticas setoriais, o Brasil pagou 8,4% do PIB em juros em 2015, e neste ano o valor pode ser igual.
O Brasil tem uma dívida praticamente similar à dos países desenvolvidos, quando deveria estar na faixa dos emergentes, em torno de 31% do PIB.
Como Mansueto indicou, são os países ricos que gastam mais com políticas sociais, porque têm condições de fazê-lo. Ou seja, o Brasil construiu para si uma camisa de força da qual é difícil escapar agora.
Reformas terão de ser feitas, sobretudo na área previdenciária e de benefícios sociais, assim como a desvinculação do salário mínimo desses benefícios e sua desindexação, assim como a maior parte das vinculações obrigatórias que consomem grande parte das receitas com certas áreas.
O Brasil está gastando HOJE tanto quanto Alemanha e Japão com a rubrica previdenciaria (11% do PIB), tendo uma razão de dependência três vezes menor. Ou seja, quanto gastaremos quando chegarmos, realmente, ao número de velhos do Japão, em 2040?
Atualmente, estamos no pior dos mundos, pois a receita cai, as despesas podem até cair, mas sua proporção do PIB aumenta, pois este está caindo. A despesa fiscal continua aumentando num ritmo preocupante.
A situação dos estados federados, então, é caótica, e sem solução, pois eles não conseguem sequer controlar o pagamento de pessoal (e nisso foram muito irresponsáveis durante os anos "gordos").
Conclusão: até 2018, o esforço fiscal teria de ser de 240 bilhões, ou 4% do PIB, o que é virtualmente impossível.
Em outros termos: um calote da dívida pública já não mais inimaginável, o que não ocorria até 4 anos atrás.
Como eu digo, os lulopetistas levaram o país a uma GRANDE DESTRUIÇÃO, e todos vamos pagar pelo desastre companheiro.
Sorry pelo pessimismo, folks, mas os números do Mansueto Almeida (não é meu parente) foram realmente impressionantes.
Vou poupá-los de mais pessimismo e desejar boa noite a todos.
Paulo Roberto de Almeida
Brasília, 26 de abril de 2016.

segunda-feira, 4 de maio de 2015

Venezuela: inflacao e penuria trazem caos economico e politico:surrealismo total

No socialismo venezuelano, agora há o risco de acabar a comida e os remédios
queue_afp.jpgO que é mais impressionante quando se considera todo o surrealismo da atual situação da Venezuela é que tudo já está virando rotina.  As pessoas parecem não mais ter a capacidade de se indignar.
A furiosa hiperinflação que assola o país desde 2013, combinada com uma política de racionamento e de controle de preços implantada pelo governo, esvaziou as prateleiras dos supermercados do país.  Itens básicos e rotineiros como xampu, farinha, açúcar, detergente, óleo de cozinhar e o já famoso papel higiênico se tornaram tão escassos no país, que os venezuelanos hoje têm de pedir permissão para faltar ao trabalho e assim poder ficar o dia inteiro em longas filasnas portas dos poucos supermercados que ainda têm tais produtos à venda. 

Além daqueles que se ausentam do trabalho, também há aqueles que acordam de madrugada para ir para as filas.  E há aqueles que vão para as filas no horário do almoço.  Os venezuelanos estão o tempo todo enviando mensagens de texto no celular para dar informações sobre filas.  Eles se transformaram em especialistas em filas.
Com uma moeda inconversível e que ninguém quer portar, com uma inflação de preços estimada em 327% ao ano, e com rígidos controles de preços, toda a distribuição de alimentos na Venezuela foi colocada sob supervisão militar desde o início de fevereiro.
Segundo essa matéria de capa do Times, enquanto os venezuelanos se aglomeram em filas que normalmente acumulam mais de mil pessoas apenas para conseguir comprar comida, "soldados armados pedem as carteiras de identidade para se certificarem de que ninguém está comprando itens básicos mais de uma vez na mesma semana". 
E prossegue:
Todas as compras feitas pelos venezuelanos são computadas em um sistema de dados para garantir que cada consumidor não tente comprar os mesmos produtos racionados em um período menor do que sete dias.
Soldados patrulham as filas fora dos supermercados, policiais da guarda bolivariana ficam dentro dos supermercados, e funcionários públicos conferem as carteiras de identidade à procura de falsificações que poderiam ser utilizadas para driblar o sistema de racionamento.  Procuram também por imigrantes com visto expirado.  Um funcionário público da imigração grita alertando que transgressores serão presos. 
[...]
O governo enviou tropas para patrulhar as enormes filas que se estendem por várias quadras.  Alguns estados proibiram as pessoas de esperaram fora dos supermercados ao longo das madrugadas, e funcionários do governo estão de prontidão perto das portas de entrada e saída, prontos para prender qualquer um que tenta driblar o sistema de racionamento.
O curioso, no entanto, é que, bem ao estilo da tradição socialista, tudo isso é visto como um exemplo de "boa organização".  Além dessa exigência de pedir documentos para evitar que as pessoas comprem mais de uma vez por semana, as autoridades estão ordenando os supermercados a permitirem que os clientes formem filas nos estacionamentos subterrâneos, pois assim eles não correriam o risco de sofrer queimaduras de sol. 
Jornalistas são proibidos de filmar ou tirar fotos das prateleiras vazias.  Já os consumidores também estão sob instruções rígidas.  Você só pode comprar bens escassos em dias específicos da semana, dependendo do número final na sua carteira de identidade.  Sendo assim, se, por exemplo, a sua carteira de identidade termina em zero ou em um, você só pode ficar em uma fila às segundas-feiras.  E, ainda assim, isso não significa que o sabonete e o leite que você quer comprar estarão necessariamente disponíveis naquele dia.
[…]
É comum ver pessoas entrando em filas sem nem sequer saber o que está à venda.  Elas simplesmente veem a fila, entram nela e então perguntam a quem está imediatamente à frente para o que é aquela fila.  E é extremamente provável que essa pessoa à frente também tenha feito exatamente o mesmo com a pessoa que está à frente dela.
Testemunhamos uma fila que só se movia quando algumas pessoas que já estavam lá na frente desistiam de esperar e iam tentar a sorte em outro lugar.  Isso significa que as pessoas que estavam lá no fim da fila, dobrando a esquina, não viam isso, e acreditavam enganosamente que estava havendo algum progresso e que a fila de fato estava se movendo.  E isso as estimulava a permanecer na fila por mais tempo. 
Só que, para tragédia geral, essa fila não era para absolutamente nada.  Simplesmente ouviu-se um rumor de que o supermercado em questão havia recebido uma remessa de algo — ninguém sabia o quê —, e isso bastou para que se formasse uma fila.  No final, não havia nada.  Apenas mais um dia perdido.
Sem comida e sem remédios
Há outro fantasma ameaçando levar ainda mais terror para os venezuelanos: a escassez de dólares no país. 
A queda no preço do petróleo, o principal item exportador da Venezuela, reduziu brutalmente a entrada de dólares no país.  E dado que a moeda venezuelana, o bolívar, é inconversível — nenhum estrangeiro está disposto a trocar sua moeda pelo bolívar, pois não há investimentos atrativos na Venezuela —, nenhum empreendedor na Venezuela está tendo acesso a dólares. 
A única entidade na Venezuela que ainda tem dólares é o governo, e é ele quem decide qual empresa pode receber dólares para importar bens.  No momento, por causa de sua escassez, a ração de dólares está suspensa.
Consequentemente, a importação de itens básicos está suspensa.
"Há uma forte tempestade se formando devido à falta de dólares.  A situação é desesperadora e pode piorar ainda mais", diz Russ Dallen, chefe do Caracas Capital Markets, um banco de investimento local.  Russ está há vários anos acompanhando de perto a situação da Venezuela.  "Nos próximos dois ou três meses, haverá um grande desabastecimento, muito pior do que estes que estamos vivenciando — não apenas porque os estoques já estão muito baixos, mas também porque a importação de produtos que só serão demandados daqui a 8-12 semanas não está entrando no país."
Segundo reportagem do Latin America Herald Tribune:
"Os estoques, inclusive os das indústrias farmacêutica e alimentícia, estão chegando a níveis críticos", disse Eduardo Garmendia, presidente da Confederação Venezuelana das Indústrias (Conindustria).  "Todo o sistema já está sendo afetado pela dificuldade de se conseguiu matérias-primas, mas tudo é ainda pior no quesito bens essenciais, pois estes estão sofrendo um impacto direto; estamos falando de remédios e comida".
No caso dos alimentos, os estoques das principais indústrias do país irão durar menos de um mês, de acordo com dados publicados pela Câmara Venezuelana da Indústria de Alimentos (Cavidea).
"Há empresas de alimentos que, até hoje, neste ano, ainda não conseguiram um único dólar", disse Pablo Baraybar, presidente da Cavídea.  "Em algumas linhas de produção, temos estoques para apenas mais 10 ou 20 dias".
Isso certamente tornará as coisas exponencialmente mais difíceis para aqueles venezuelanos que sofrem diariamente para colocar comida em suas mesas.
O que pode ocorrer daqui a apenas algumas semanas é a total paralisação do país após o esgotamento de todos os estoques, pois as empresas não estão recebendo do governo os dólares necessários para pagar pelas importações.
[...]
É por isso que o governo venezuelano vem fazendo uma intensa propaganda sobre a possibilidade de que a China esteja disposta a fornecer um empréstimo de US$ 10 bilhões para projetos de infraestrutura na Venezuela.
"O governo está a todo o momento dizendo 'os chineses estão vindo, os chineses estão vindo; os chineses são os únicos que podem nos salvar desse martírio", disse Russ Dalen.
Só que, quando o dinheiro chinês chegar — caso isso realmente ocorra —, ele só poderá ser utilizado para importar produtos da China ou ser investido em projetos específicos previamente aprovados pelos governos venezuelano e chinês, o que não necessariamente irá trazer alívio para os milhões de venezuelanos, que, dentro de poucos meses, não mais conseguirão obter leite e farinha nas prateleiras dos supermercados após passarem o dia inteiro na fila.
Segundo o The New York Times, o suprimento de remédios está acabando.  Salas de cirurgia estão fechadas há meses, não obstante centenas de pacientes estejam na fila de espera para cirurgias.  Em uma clínica privada, um cirurgião conseguiu manter a sala de cirurgias funcionando porque conseguiu contrabandear dos EUA, sem que o governo venezuelano soubesse, remédios essenciais.
Paralelos com a Romênia
Romeniaxvenezuela.jpg
Acima, uma fila na Romênia em 1986; abaixo, uma fila na Venezuela em 2015
É interessante constatar que, ao redor de todo o globo, os fracassos do socialismo não apenas se originam das mesmas causas, como também tendem a se manifestar de maneiras incrivelmente similares.

Aproximadamente 30 anos atrás, do outro lado do Oceano Atlântico, os romenos também tinham o hábito de passar várias horas parados em filas que se formavam perante prateleiras vazias.  A diferença é que, para os romenos, tal situação rotineira já havia deixado de ser uma mera "crise temporária", que é como a atual situação da Venezuela ainda é descrita pelo governo.  Tudo já era tristemente rotineiro.
E, assim como o governo da Venezuela se gaba de sua "boa organização" para controlar as filas dos supermercados e impedir que as pessoas comprem duas vezes na mesma semana, o regime comunista da Romênia, que já estava no poder havia mais de duas décadas, dizia que o racionamento de alimentos era uma medida voltada para promover a saúde e melhorar a qualidade de vida! 
Por exemplo, o ditador Nicolau Ceausescu instituiu, em 1982, um "programa de alimentação científico/racional" para o país, no qual quantidades de leite, ovos, carne, peixe etc. eram listadas, ao mesmo tempo, como recomendações de dieta e quotas permitidas para a compra.  À medida que o tempo foi passando, essas rações se tornaram cada vez mais escassas.
A gasolina também foi racionada em apenas 25 litros por mês, e a fila para conseguir o combustível frequentemente envolvia um esforço conjunto, no qual dois amigos se revezavam na fila em turnos diários, dentro do mesmo carro, esperando seu momento para abastecer.  Enquanto um ficava na fila, o outro ia trabalhar. 

E para garantir que os romenos não iriam consumir muita gasolina, o governo adotou um rodízio, segundo o qual os carros não poderiam circular nos fins de semana dependendo do número final de suas respectivas placas. 
Por fim, dado que os meses de inverno na Romênia são muito piores do que os da Venezuela, aquecimento e água quente só estavam disponíveis durante algumas horas do dia.  Assim como televisão e eletricidade.

À época, as autoridades comunistas gostavam de se gabar dizendo que os cidadãos romenos usufruíam todos os benefícios da vida moderna, mas nenhuma de suas injustiças.  O regime de Nicolás Maduro também emite opiniões similares sobre o Ocidente — que represente seu suposto inimigo, a epítome do capitalismo cruel, e o único culpado pelas tribulações do país.
No entanto, em ambos os casos, é o socialismo que está fadado a terminar em colapso e na total destruição da atividade econômica, bem como na desintegração de todo o tecido social.  Se a atual situação da Venezuela ainda impressiona alguém, é porque falta conhecimento econômico e histórico.  Se o exemplo venezuelano das consequências inevitáveis do socialismo ainda surpreende, isso só mostra como as lições econômicas e históricas são rapidamente esquecidas.

Fora essas lições, resta-nos apenas a esperança de que os venezuelanos, no futuro, irão se lembrar com algum humor dos bizarros momentos deste período.  Nos 50 anos em que viveram sob o comunismo, os romenos criaram um vasto folclore de piadas jocosas, muito provavelmente como uma válvula de escape para lidar com a situação tenebrosa em que viviam.  Eis uma delas:
O filho de um medalhão do Partido Comunista da Romênia foi estudar nos Estados Unidos.  Tão logo chegou aos EUA, ele enviou um curto telegrama ao pai: "Vida longa ao Partido Comunista, já que eu nunca irei retornar."
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Autores:
Carmen Dorobat é pós-doutoranda em economia na Universidade de Angers e professora na Bucharest Academy of Economic Studies.
Leandro Roque é o editor e tradutor do site do Instituto Ludwig von Mises Brasil.
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Leia também:




Fonte: Instituto Ludwig von Mises Brasil 

sexta-feira, 20 de março de 2015

Venezuela: dependencia desesperada da China e caos cambial

Venezuela-China

Venezuela negocia préstamos por US$10.000 millones con China

Reuters
InfoLatam, Caracas, 19 de marzo de 2015
Las claves
  • Ese préstamo, dijo la fuente, sería pagadero en 10 años y permitiría a PDVSA satisfacer sus necesidades de financiamiento este año sin salir a los mercados internacionales.
Venezuela negocia con China dos préstamos por un total de 10.000 millones de dólares, dijo a Reuters una fuente de alto rango de la petrolera estatal, como parte de la estrategia del Gobierno de obtener recursos para amortiguar la caída de sus ingresos sin acudir a los mercados internacionales.
Los primeros 5.000 millones serían depositados en abril en un fondo especial chino destinado a financiar proyectos en Venezuela para luego ser transferidos a las reservas del país, dijo la fuente de la estatal Petróleos de Venezuela (PDVSA) que pidió omitir su nombre por no poder hablar públicamente.
Ese tramo tendría que liquidarse en cinco años, después de que China aceptara extender el vencimiento, precisó la fuente.
Los otros 5.000 millones son negociados como un “préstamo especial” para PDVSA, que podría firmarse en junio y que pone como condición que el dinero se utilice para financiar proyectos petroleros.
Ese préstamo, dijo la fuente, sería pagadero en 10 años y permitiría a PDVSA satisfacer sus necesidades de financiamiento este año sin salir a los mercados internacionales.
“China quiere respaldar de manera determinante inversiones en áreas como campos maduros para que PDVSA pueda incrementar producción rápidamente”, comentó la fuente.
Ante el desplome de los precios internacionales del crudo, el país miembro de la OPEP ha buscado más apoyo financiero de China, que ha prestado más de 45.000 millones de dólares a Venezuela en la última década a cambio de envíos de petróleo.
Los recursos de los dos préstamos serán entregados por el Banco de Desarrollo de China y serán canalizados en Caracas por el Banco de Desarrollo venezolano hacia el fondo chino y PDVSA.
Venezuela tiene un complejo esquema de venta de divisas bajo el férreo control cambiario del Gobierno. Hace poco más de un mes, se creó un nuevo sistema de tasa variable que se sumó a otras dos plataformas que funcionan con tasas fijas.
Bajo este esquema, Venezuela vende dólares a 6,3 bolívares por billete verde para la importación de alimentos y medicinas, a 12 bolívares para otros bienes prioritarios y para el resto de productos a una tasa variable que ronda los 190 bolívares.
La petrolera PDVSA está obligada a vender el grueso de sus divisas por exportaciones a las dos tasas más bajas. Pero para financiar sus gastos locales, la empresa también ha comenzado a vender dólares a una tasa de cambio más favorable en el sistema cambiario de libre flotación (Simadi), afirmó la fuente.
“Se irá notando la presencia de PDVSA en este mercado”, dijo la fuente. El flujo que aporte la estatal será clave para mantener el sistema funcionando, y podría contribuir a bajar el precio del dólar en el mercado paralelo, que cerró el jueves a cerca de 260 bolívares.
Los dólares que provienen del financiamiento de los socios de PDVSA en empresas mixtas, y los que cobra por los servicios que les presta, se venderán a la tasa más alta, dijo la fuente.
Y en un estímulo a las empresas petroleras extranjeras que operan en Venezuela, el Gobierno también permitirá que “prácticamente todas” puedan financiar sus gastos operativos y de inversión a la tasa variable, dijo la fuente.
PDVSA negocia además mecanismos para garantizar que sus proveedores “estratégicos” mantengan el suministro de insumos, a pesar del incremento de la deuda que tiene con estas empresas.
Por ejemplo, General Electric estaría dispuesta a transformar unos 350 millones de dólares que la petrolera le adeuda por sus servicios en deuda financiera a pagar en tres años, dijo la fuente.

domingo, 8 de março de 2015

Venezuela: o ideologo do socialismo do seculo 21 diz que o sistema e'inepto; e nao faz autocritica

Um idiota completo, que ao menos reconhece que a sua construção faliu completamente. Queria o quê? Um socialismo que funcionasse? Onde é que isso ocorreu?
Paulo Roberto de Almeida

'Sem reformas, militares chavistas derrubarão Maduro'

Para sociólogo alemão ex-mentor de Hugo Chávez e idealizador do socialismo do século 21, crise econômica e violência urbana derrubaram popularidade do governo
 - O Estado de S. PauloNicolás Maduro: perda do ‘projeto chavista’ custa caro a presidente
Eleito em 2013 após a morte de seu padrinho político, Hugo Chávez, o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, enfrenta uma crise econômica agravada pela queda do preço do petróleo, uma popularidade em torno dos 20% e críticas dentro e fora da Venezuela pela prisão de políticos da oposição, a quem acusa de tentar derrubá-lo. Para o sociólogo alemão Heinz Dieterich, ideólogo do socialismo do século 21 defendido por Hugo Chávez, que nos últimos anos tornou-se crítico do chavismo, o maior risco de golpe vem de dentro do próprio chavismo e não da oposição. "Se não tomar medidas drásticas e corretas para resolver os problemas econômicos e de segurança, perderá o apoio dos militares chavistas, que vão tirá-lo do poder", disse ele ao Estado. A seguir, a íntegra da entrevista, concedida por e-mail.
Qual a avaliação do senhor sobre as recentes medidas econômicas do presidente Maduro, especificamente a criação de uma banda de câmbio flutuante (Simadi)?
Desde o ponto da economia política, é uma medida completamente disfuncional e até idiota, porque joga gasolina no fogo. O volume do Simadi é tão pequeno que não cobre a demanda. Em consequência, exerce uma pressão que eleva o preço do dólar. Isso é evidente no mercado paralelo, onde o preço do dólar subiu 60% em um dia. A diferença do mercado negro para o Simadi já supera os 100 bolívares por dólar (280 a 177). No aspecto político, é uma medida classista em favor dos estratos privilegiados que podem ter fundos e contas em dólares e a favor das empresas transnacionais que podem trocar os seus dólares para pagar trabalhadores com um salário real a nível africano. Novamente, os pobres pagam as contas dos tímidos ajustes neoliberais de um governo absolutamente inepto. 
Por que a popularidade do governo caiu tanto?
Há duas razões. O governo Maduro não resolveu dois grandes problemas que afligem os cidadãos: a economia e a segurança. A inflação do ano passado superou 60%. A de janeiro chegou a 12% ao mês e é possível que em 2015 ocorra uma hiperinflação, o que quer dizer na prática o colapso do sistema financeiro e monetário. Um calote em parte da dívida externa até o fim do ano é possível. Uma taxa de crescimento negativo do PIB, como ocorreu nos últimos anos é provável. A produtividade, a produção e a eficiência na distribuição de mercadorias não se recuperará diante do sistema administrativo atual, que é controlado pelo estado. As receitas públicas do petróleo não se recuperarão nos próximos anos e uma reforma fiscal ou o aumento da gasolina se darão em um ano de debilidade eleitoral do governo. E esse desastroso panorama se repete no setor de segurança. A segunda razão é que a mais de dois terços da população já não acreditam na desculpa do governo, de que isso é resultado da "guerra econômica" dos capitalistas e de Washington. Na prática, quase 80% já não acredita no discurso oficial de Maduro, como dizem as pesquisas sérias. 
Na sua opinião, como os coletivos chavistas e as pessoas mais pobres estão enfrentando a crise. Eles ainda têm confiança no chavismo?
O que foi quase o monolítico Bloco de Apoio Chavista (BAC) nos tempos do presidente Chávez hoje está rachado. Os 20% de apoio que resta a Maduro nas últimas pesquisas é essencialmente dos mais pobres, que, com razão, temem perder as conquistas sociais que tiveram com Chávez. E eles ainda acreditam nas mentiras do governo porque é a única esperança e consolo que lhes restaram diante do futuro neoliberal. Algo como os jesuítas diziam: credo quia absurdum est: acredito apesar do absurdo que é. A classe média está muito decepcionada com o governo e com a oposição e busca o que chamam de "terceira via". Os mais politizados do movimento chavista querem, de um lado, soluções impossíveis como a "ditadura revolucionária" e de outro a reestruturação da troica governante. Até agora tiveram pouco êxito. Um último setor, por fim, se despolitiza e se conforma que não se pode fazer nada. 
Agora o preço do petróleo está em baixa. Por que o chavismo não conseguiu estar preparado para esse cenário?
Foi uma conjunção de fatores que derrubou o preço do petróleo: o gás de xisto, a ruptura da Opep pela Arábia Saudita, a crise mundial e outros. Obviamente, os estrategistas da PDVSA e do governo não previram a gravidade dessa crise porque os fundos de reserva que tinham separado são totalmente inadequados para suportar uma crise dessa natureza. A segunda razão é que todo o programa de substituição de importação via industrialização endógena e a soberania alimentar falhou. Na prática, um gigantesco volume de divisas seguem no exterior sem efeito produtivo na Venezuela. Por último, o desperdícios de recursos, como por exemplo o preço da gasolina, a corrupção e a destruição das cadeias produtivas por uma intervenção estatal absurda e ineficiente e o despreparo do sistema para absorver um choque externo como o atual
Não seria melhor que o chavismo tivesse investido em infraestrutura produtiva, como fizeram Evo Morales e Rafael Correa? Ou as características políticas da burguesia venezuelana não tornariam isso possível?
Sim, era o indicado. E, de fato, Chávez queria potencializar a Venezuela dessa maneira. Mas o único setor onde conseguiu melhorar a infraestrutura foram as Forças Armadas. E, de maneira assistencial, no combate à pobreza e na saúde. A burguesia venezuelana é, de fato, uma das mais parasitárias e improdutivas da América Latina. Sempre viveu da renda do petróleo, como as dinastias feudais-mercantis do Oriente Médio e de sua relação plutocrática com o Estado. A ideia de Chávez era substituir essa classe social falida com cooperativas e setores nacionalistas, o que sempre foi um romantismo. Isso requeria um projeto racional e uma burocracia eficiente de imposição, como o Ministério do Planejamento japonês. Chávez nunca conseguiu criar essa estrutura de direção e controle. 
O que Maduro ganha politicamente com a prisão de Ledezma?
Intimidar a direita golpista, que não acreditava que ele ia se atrever a prendê-lo. Mas isso tem um efeito de curta duração. Ganhou dois ou três meses nos quais Washington e seus aliados golpistas venezuelanos terão de se readequar à nova situação e reconfigurar sua estratégia de desestabilização. Em suas fileiras, Maduro se lança como um marechal de campo que derrota o inimigo. Mas, novamente, é uma vitória de Pirro, porque o efeito é conjuntural. 
Em artigo em janeiro no site aporrea, o senhor apostou que Maduro fica no poder no máximo até 2016, seja por referendo revocatório, renúncia ou intervenção militar. Qual desses cenários é mais provável?
Se não tomar medidas drásticas e corretas para resolver os problemas econômicos e de seguança, perderá o apoio dos militares chavistas, que vão tirá-lo do poder. Há diferentes maneiras de fazê-lo e isso pode ocorrer antes de dezembro desse ano. Se isso não ocorrer, sai em 2016 no referendo revocatório ou eleições antecipados. 
Que motivos teriam as Forças Armadas para intervir?
A perda do projeto chavista original, com seus fortes componentes nacionalista, antiimperialista, bolivariano e social. Chávez deu aos militares uma razão de ser e uma missão secular. Se a perderem, vem o caos e a anarquia. E nada é mais terrível para um militar que a ideia de anarquia. Evidentemente, os oficiais de alta patente perdem também seus enormes privilégios econômicos e políticos atuais, uma vez que fazem parte da classe dominante. 
O que está por trás politicamente da decisão de tirar o ex-presidente da PDVSA Rafael Ramírez do Ministério Do Petróleo, fazê-lo chanceler e depois enviá-lo para ser chanceler na ONU?
Ramírez e Diosdado Cabello sempre foram inimigos porque Cabello é um anticomunista até a morte, enquanto Ramírez é um sobrevivente do socialismo do século 20. Como o ex-ministro do Planejamento Jorge Giordani, representa a esquerda do passado que não entende o socialismo do século 21, mas que, de qualquer forma, são inaceitáveis para um burocrata fazedor de intrigas e autoritário como Cabello. Dado que é Cabello quem manda na Venezuela, uma vez que Maduro nada mais é que a face pública da facção chavista dominante, era só uma questão de tempo até eliminar qualquer vestígio de esquerda no gabinete. A Venezuela está na fase do Termidor. Acabou a fase revolucionária dos jacobinos latino-americanos.

sexta-feira, 19 de setembro de 2014

Venezuela: a economia mais mal administrada do mundo (e o Brasil segueatras...) - Economist

Venezuela’s economy


Of oil and coconut water

Probably the world’s worst-managed economy

Sep 20th 2014 | CARACAS | From the print edition /The Economist
A BIG oil producer unable to pay its bills during a protracted oil-price boom is a rare beast. Thanks to colossal economic mismanagement, that is exactly what Venezuela, the world’s tenth-largest oil exporter, has become.
At the end of the second quarter Venezuela’s trade-related bills exceeded the $21 billion it currently holds in foreign assets (see chart), almost all of which is in gold or is hard to turn into cash. Over $7 billion in repayments on its financial debt come due in October. The government insists it has the means and the will to pay foreign bondholders. Few observers expect it to miss the deadline. Even so, the dreaded word “default” is being bandied about.
On September 16th Standard & Poor’s, a ratings agency, downgraded Venezuelan debt, assessing the country as “vulnerable and dependent on favourable business, financial and economic conditions to meet financial commitments”. Reports that the government is seeking to sell Citgo, an American refining subsidiary of Petróleos de Venezuela (PDVSA), the state oil firm, have fuelled talk of cash-flow problems.
Even if it stays current on its financial dues, Venezuela is behind on other bills. Earlier this month two Harvard-based Venezuelan economists, Ricardo Hausmann and Miguel Angel Santos, caused a stir by criticising the government’s decision to keep paying bondholders religiously while running up billions in arrears to suppliers of food, medicine and other vital supplies. “To default on 30m Venezuelans rather than on Wall Street”, they wrote for Project Syndicate, a website, “is a signal of [the government’s] moral bankruptcy.” President Nicolás Maduro branded Mr Hausmann a “financial hitman” and threatened him with prosecution.
Another Venezuelan economist, Francisco Rodríguez of Bank of America Merrill Lynch, thinks that scarcities of basic goods stem from the government’s refusal to adopt sensible exchange-rate policies. On the black market a dollar trades for over 90 bolívares; “official” dollars are worth between 6.3 and 50 bolívares, depending on which of the country’s multiple exchange rates you use. Exports of oil and its derivatives, which are dollar-denominated, account for 97% of Venezuela’s foreign earnings. Using an overvalued official rate means that the country is not making as much money as it could: the fiscal deficit reached 17.2% of GDP last year.
The government has been bridging that gap in part by printing bolívares. That has caused the money supply almost to quadruple in two years and led to the world’s highest inflation rate, of over 60% a year. Food prices, by the government’s reckoning, have nearly doubled in the past year, hitting the poor, its main constituency, hardest of all.
Even worse than inflation is scarcity. The central bank stopped publishing monthly scarcity figures earlier this year, but independent estimates suggest that more than a third of basic goods are missing from the shelves. According to Freddy Ceballos, president of the federation of pharmacies (Fefarven), six out of every ten medicines are unavailable. The list runs from basic painkillers, such as paracetamol, to treatments for cancer and HIV. One unexpected side-effect has been a sharp increase in demand for coconut water, which Venezuelans normally buy to mix with whisky. Nowadays it is sought out more for its supposed anti-viral and anti-bacterial properties.
Unable to obtain what they need through normal channels, people are having to improvise. Social media are packed with requests for urgently required medicines, while some highly sought-after goods—babies’ nappies, say—are offered in exchange for others, like spare parts for cars. Those lucky enough to have friends or relatives abroad arrange for emergency relief. “My cousin in Panama sends my mother’s Parkinson’s treatment,” says one Caracas resident. “It costs $30 a time there, compared with a few bolívares here, but here you can’t get it.” An opposition political party has even asked the Red Cross to help relieve the scarcity of medicines.
The mess is a reflection not just of import-dependence and a shortage of dollars, but also the mismanagement of domestic industry. Some food producers have been nationalised; price controls often leave manufacturers operating at a loss. Some price rises have recently been authorised, but manufacturers say it is impossible to maintain normal output with such stop-go policies. For its part, the government blames what it calls an “economic war” and the contraband trade. It has instituted a nightly closure of the border with Colombia, and plans to fingerprint shoppers to prevent “excessive” purchases.
The prospects for a change of course are gloomy. On September 2nd Mr Maduro replaced the vice-president for economic affairs, Rafael Ramírez, with an army general; Mr Ramírez also lost his job as chairman of PDVSA in the reshuffle, which saw him moved to the foreign ministry. Under Mr Ramírez, PDVSA has not thrived. Oil exports have fallen by over 40% since 1997 because of lack of investment, offsetting the benefit from price gains. Nonetheless, Mr Ramírez was seen as the only man in the cabinet arguing for exchange-rate unification, a cut in fuel subsidies and a curb on the burgeoning money supply.
Venezuela’s streets are calmer now than earlier this year, when clashes between opposition protesters and government forces left more than 40 people dead. The reshuffle appears to have strengthened Mr Maduro’s position. Bondholders may well keep getting paid. But the price of the revolution’s survival seems to be the slow death of Venezuela.

Eleicoes 2014: Forbes lista 5 motivos para NAO reeleger quem ocupa apresidencia (existem muitos outros mais, claro...)

Mas não vou relacionar pois a postagem ficaria longuíssima...
Paulo Roberto de Almeida 

Eleições 2014

'Forbes' lista cinco motivos para o Brasil não reeleger Dilma

Revista americana publica em seu site texto de colunista em que afirma que má gestão da presidente coloca em risco avanços econômicos e sociais do país

Dilma: para 'Forbes', o mercado não quer a presidente
Dilma: para 'Forbes', o mercado não quer a presidente (Ueslei Marcelino /Reuters)
A revista americana Forbes divulgou em seu site uma lista com cinco razões pelas quais acredita que os eleitores brasileiros não deveriam reeleger a presidente-candidata Dilma Rousseff (PT). Em texto que elenca os avanços econômicos e sociais no Brasil ao longo dos últimos vinte anos – transformações que tiveram início, lembra a revista, no governo de Fernando Henrique Cardozo –, a Forbes afirma: sob o comando de Dilma, o país passou da expansão para a melancolia.
Depois de elencar os avanços dos governo FHC e Lula, o texto ressalta a situação econômica do país, que vive um quadro de recessão técnica e inflação no teto da meta. “Os investidores de todo o mundo, que chegaram a fazer fila para comprar um pedaço do ‘sonho brasileiro’, olham agora para mercados mais atrativos, como o México (e celebram todas as vezes que Dilma perde pontos nas pesquisas eleitorais)”, diz o colunista Anderson Antunes. E encerra: Dilma não apenas falhou em manter tudo em ordem, como está colocando os avanços em risco.

Cinco razões da 'Forbes' por que Dilma não deve ser reeleita

Dilma não promoveu as mudanças para tornar a vida dos mais pobres melhor


O PT, partido que declarou o objetivo de defender os pobres e socialmente excluídos, não promoveu durante o governo Dilma a melhora na condição de vida dessa parcela da população que prometeu. Segundo o colunista, uma das razões é o retorno da inflação, que tem assustado brasileiros desde a década de 1970. Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) de 2012, a desiqualdade de renda melhorou de 2002 até a década seguinte. No entanto, essa melhora empacou há dois anos. Ao mesmo tempo, a receita arrecadada pelos ricos cresceu 50%. Isso significa que o governo Dilma quebrou um padrão de dez anos de progresso na distribuição de renda. Em outra questão, Forbes cita que o número de analfabetos também cresceu pela primeira vez em quinze anos, durante o governo de Dilma – tanto a presidente quanto Lula haviam prometido erradicar o analfabetismo do país.
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Dívida Pública cresce. E o governo poupa menos

“O orçamento federal está constantemente em déficit, e Dilma se comprometeu a cumprir uma meta de superávit primário de 1,9% do PIB neste ano e 2% no próximo ano”, diz Antunes. Os gargalos do sistema brasileiro causam ineficiência e corrupção - e são responsáveis por um sistema de impostos bizantino.
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A estratégia de manter a inflação em alta para manter empregos é questionável

Para inflação e baixo desemprego conviverem bem – como é o desejo de Dilma Rousseff -, é necessário que a economia apresente crescimento. No entanto, não é o que está ocorrendo no Brasil. A Forbes afirma que a piora da inflação se deve ao aumento dos salários e da diminuição dos lucros de empresas. Dilma entende que a solução seria aumentar as taxas de juros, enrijecer a política fiscal brasileira e permitir que os preços se ajustem. No entanto, essas medidas afetam diretamente o consumo no país, que representa 63% da economia brasileira. A revista afirmou que para uma governante populista, é como um remédio caro que, mesmo que o paciente precise comprá-lo, não terá condições de acesso.

A Petrobras está sob investigação por abrigar "dentro de suas paredes" um esquema de corrupção multimilionário, lembra o colunista. “As finanças da Petrobras sob administração petista não são nada menos do que desapontadoras”, diz o texto. A estatal está sendo usada pelo governo como uma forma de conter a inflação do país, segurando os preços dos combustíveis, o que causou um rombo de 20 milhões de reais à empresa em 2013. Segundo a revista, a ironia neste caso é que a 'úncia solução lógica' para o problema da Petrobras veio de sugestão do nanico Pastor Everaldo: "privatizar a estatal". 

1 de 5

O Brasil não cresceu tanto quanto poderia - e deveria - sob seu governo


É a primeira vez em cinco anos que o Brasil registra retração da economia, lembra o colunista. Em 2010, o país cresceu 7,5%, compara a publicação. "Embora Dilma diga que a performance fraca da economia seja fruto da crise internacional, os números a provam errada", diz o texto. “Até o fim de seu mandato, o crescimento do país deve ser dois pontos porcentuais menor do que a média da América Latina entre 2010 e 2014. Pela primeira vez em 20 anos os vizinhos do Brasil deixam o país comendo poeira".