Temas de relações internacionais, de política externa e de diplomacia brasileira, com ênfase em políticas econômicas, em viagens, livros e cultura em geral. Um quilombo de resistência intelectual em defesa da racionalidade, da inteligência e das liberdades democráticas.
O que é este blog?
Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.
quinta-feira, 22 de janeiro de 2015
Venezuela: uma tragedia previsivel, mas nao menos tragica... - The Economist
sexta-feira, 19 de setembro de 2014
Venezuela: a economia mais mal administrada do mundo (e o Brasil segueatras...) - Economist
Of oil and coconut water
Probably the world’s worst-managed economy
At the end of the second quarter Venezuela’s trade-related bills exceeded the $21 billion it currently holds in foreign assets (see chart), almost all of which is in gold or is hard to turn into cash. Over $7 billion in repayments on its financial debt come due in October. The government insists it has the means and the will to pay foreign bondholders. Few observers expect it to miss the deadline. Even so, the dreaded word “default” is being bandied about.
Even if it stays current on its financial dues, Venezuela is behind on other bills. Earlier this month two Harvard-based Venezuelan economists, Ricardo Hausmann and Miguel Angel Santos, caused a stir by criticising the government’s decision to keep paying bondholders religiously while running up billions in arrears to suppliers of food, medicine and other vital supplies. “To default on 30m Venezuelans rather than on Wall Street”, they wrote for Project Syndicate, a website, “is a signal of [the government’s] moral bankruptcy.” President Nicolás Maduro branded Mr Hausmann a “financial hitman” and threatened him with prosecution.
Another Venezuelan economist, Francisco Rodríguez of Bank of America Merrill Lynch, thinks that scarcities of basic goods stem from the government’s refusal to adopt sensible exchange-rate policies. On the black market a dollar trades for over 90 bolívares; “official” dollars are worth between 6.3 and 50 bolívares, depending on which of the country’s multiple exchange rates you use. Exports of oil and its derivatives, which are dollar-denominated, account for 97% of Venezuela’s foreign earnings. Using an overvalued official rate means that the country is not making as much money as it could: the fiscal deficit reached 17.2% of GDP last year.
The government has been bridging that gap in part by printing bolívares. That has caused the money supply almost to quadruple in two years and led to the world’s highest inflation rate, of over 60% a year. Food prices, by the government’s reckoning, have nearly doubled in the past year, hitting the poor, its main constituency, hardest of all.
Even worse than inflation is scarcity. The central bank stopped publishing monthly scarcity figures earlier this year, but independent estimates suggest that more than a third of basic goods are missing from the shelves. According to Freddy Ceballos, president of the federation of pharmacies (Fefarven), six out of every ten medicines are unavailable. The list runs from basic painkillers, such as paracetamol, to treatments for cancer and HIV. One unexpected side-effect has been a sharp increase in demand for coconut water, which Venezuelans normally buy to mix with whisky. Nowadays it is sought out more for its supposed anti-viral and anti-bacterial properties.
Unable to obtain what they need through normal channels, people are having to improvise. Social media are packed with requests for urgently required medicines, while some highly sought-after goods—babies’ nappies, say—are offered in exchange for others, like spare parts for cars. Those lucky enough to have friends or relatives abroad arrange for emergency relief. “My cousin in Panama sends my mother’s Parkinson’s treatment,” says one Caracas resident. “It costs $30 a time there, compared with a few bolívares here, but here you can’t get it.” An opposition political party has even asked the Red Cross to help relieve the scarcity of medicines.
The mess is a reflection not just of import-dependence and a shortage of dollars, but also the mismanagement of domestic industry. Some food producers have been nationalised; price controls often leave manufacturers operating at a loss. Some price rises have recently been authorised, but manufacturers say it is impossible to maintain normal output with such stop-go policies. For its part, the government blames what it calls an “economic war” and the contraband trade. It has instituted a nightly closure of the border with Colombia, and plans to fingerprint shoppers to prevent “excessive” purchases.
The prospects for a change of course are gloomy. On September 2nd Mr Maduro replaced the vice-president for economic affairs, Rafael Ramírez, with an army general; Mr Ramírez also lost his job as chairman of PDVSA in the reshuffle, which saw him moved to the foreign ministry. Under Mr Ramírez, PDVSA has not thrived. Oil exports have fallen by over 40% since 1997 because of lack of investment, offsetting the benefit from price gains. Nonetheless, Mr Ramírez was seen as the only man in the cabinet arguing for exchange-rate unification, a cut in fuel subsidies and a curb on the burgeoning money supply.
Venezuela’s streets are calmer now than earlier this year, when clashes between opposition protesters and government forces left more than 40 people dead. The reshuffle appears to have strengthened Mr Maduro’s position. Bondholders may well keep getting paid. But the price of the revolution’s survival seems to be the slow death of Venezuela.
terça-feira, 26 de agosto de 2014
Socialismo bolivariano: Venezuela vai em frente, ja chegou na fase cubana (racionamento)
Conclusão (pessoal, claro, e provisória, a ser confirmada mais tarde): as duas coisas...
Nem na finada União Soviética, ou na China de Mao se tinha chegado a tal aperfeiçoamento do racionamento: controle biométrico, ou seja, por impressões digitais, para combater aqueles que compram mais de 2kgs de açúcar...
De certa forma, eles já ultrapassaram Cuba, que ainda usa as tablitas de racionamento.
O modelo venezuelano é muito melhor: é o Big Brother organizando o mercado, essa coisa que ainda sobrou do capitalismo...
Paulo Roberto de Almeida
Registro biométrico de vendas começa dia 30 de novembro
O Estado de S. Paulo, 25/08/2014
Consumidores passarão a comprar usando impressões digitais; ideia é controlar comércio e evitar especulação
Em entrevista ao canal Televen, o superintendente de Preços Justos da Venezuela, Andrés Eloy Méndez, declarou ontem que o sistema biométrico que pretende registrar as impressões digitais dos consumidores venezuelanos - medida para combater o contrabando e a revenda interna de alimentos, itens básicos e medicamentos - começará a funcionar em 30 de novembro.
Méndez disse que se reuniu com "todos" os donos de supermercados e farmácias do país para explicar como será a aplicação do novo sistema de monitoramento. "O setor privado está muito de acordo", garantiu. Segundo ele, a fiscalização tem o objetivo de "evitar que uma pessoa compre até 20 vezes mais do que precisa para seu consumo cotidiano".
Ao justificar a atual escassez no setor de alimentos e de saúde, o governo venezuelano afirma que 40% da produção e dos produtos importados são contrabandeados para a Colômbia ou desviados para serem revendidos no mercado interno a preços muito superiores.
'Racionamento'. Na quarta-feira, o presidente Nicolás Maduro afirmou que pretende instalar o sistema de fiscalização biométrica em todo o comércio do país. Entidades de representação do setor comercial e políticos de oposição compararam o sistema à caderneta de racionamento que funciona em Cuba, com a qual o governo cubano fornece alimentos e itens básicos à população.
terça-feira, 17 de junho de 2014
Venezuela: socialismo de algum seculo impede ate de enterrar os mortos (ironias da Historia)
El desabastecimiento de Venezuela llega hasta los ataúdes
Caracas, 16 de junio de 2014
- Las cremaciones en el Cementerio del Este de Caracas han subido un 50 por ciento en los últimos meses, a 12 por día desde las 8 previas, de acuerdo a un empleado del lugar.
- El alto costos de los servicios funerarios también se ha convertido en un tema álgido, en medio de una inflación que a tasa anualizada superó el 60 por ciento en mayo.
Algunas funerarias están alentando a los clientes a realizar un proceso de cremación, para que así el ataúd sea solo usado durante el velorio y pueda ser “reciclado”.
El presidente socialista Nicolás Maduro describe a la escasez, que ha golpeado desde el papel higiénico hasta el vino de misa, como el resultado de una “guerra económica” orquestada por opositores que lo quieren sacar del poder.
Pero sus críticos la achacan a una economía plagada de distorsiones por los controles de precio y del tipo de cambio instaurados hace más de una década.
La industria funeraria de Venezuela se sustenta en parte por la espiral de violencia que cobró la vida de al menos 11.000 personas el año pasado.
Las cremaciones en el Cementerio del Este de Caracas han subido un 50 por ciento en los últimos meses, a 12 por día desde las 8 previas, de acuerdo a un empleado del lugar.
La producción de ataúdes ha caído cerca de un 50 por ciento en los últimos meses, dijo Ricardo Guedez, miembro y ex presidente de la Cámara de Funerarias de Venezuela.
Esto se debe en parte a que los fabricantes no han logrado importar los materiales por lo complicado que es conseguir dólares a través del estricto control cambiario del Gobierno.
El latón también está escaseando en medio del desplome de la producción de acero de Sidor, que el fallecido ex presidente Hugo Chávez nacionalizó en el 2008.
La demanda por los funerales ha sido alentada por una de las tasas de homicidios más altas del mundo, una de las principales preocupaciones de los venezolanos.
Castro dijo que el 70 por ciento de los cuerpos que su compañía recibe tuvieron una muerte violenta.
Muchos fueron asesinados en enfrentamientos en barrios o fueron víctimas de robos en zonas pudientes. Pocos asesinos llegan a enfrentar a la Justicia.
El crimen violento también se ha colocado en el centro de la polarizada discusión política de Venezuela.
El Gobierno ha dicho que la tasa de homicidios está bajando y que los medios opositores están exagerando el problema por razones políticas. Pero la oposición insiste en que la verdadera tasa de homicidios más que duplica a la oficial.
La discusión seria sobre la inseguridad muchas veces queda opacada por las diatribas sobre quién es el culpable.
El alto costos de los servicios funerarios también se ha convertido en un tema álgido, en medio de una inflación que a tasa anualizada superó el 60 por ciento en mayo.
terça-feira, 11 de junho de 2013
O modo de producao bolivariano: as forcas produtivas do papel higienico
Em todo caso, quem quiser saber como funciona esse modo de produção cômico pode ler na crônica abaixo.
Paulo Roberto de Almeida
terça-feira, 28 de maio de 2013
Venezuela: se eu me chamasse Mario Silva, fugiria para Miami agora mesmo...
Melhor fugir para um lugar secreto na Groenlândia, ou em Tuvalu...
Aliás, falar de “comunicadores [venezuelanos do Governo] comprometidos com a verdade, a revolução e o socialismo” é uma verdadeira contradição nos termos...
Paulo Roberto de Almeida
Uma semana depois da oposição venezuelana ter divulgado a gravação de uma conversa em que o apresentador de TV chavista Mario Silva afirma que o presidente da Assembleia Nacional, Diosdado Cabello, comanda um esquema de corrupção e uma conspiração contra o presidente Nicolás Maduro, seu programa La Hojilla (A Lâmina) saiu oficialmente do ar nesta segunda-feira, confirmou o canal estatal Venezolana de Televisión (VTV), onde Silva trabalhava. O apresentador já havia comunicado seu afastamento na semana passada alegando “problemas de saúde”.
Na segunda-feira passada, Silva apresentou sua versão do episódio. Ele assegurou que a gravação é uma montagem do Mossad israelense, o que foi respaldado por Cabello. Segundo o presidente do Parlamento venezuelano, a conversa faz parte “da festa” da oposição. Nicolás Maduro também considerou que a denuncia se trata de uma fracassada tentativa de dividir os líderes governistas.
terça-feira, 21 de maio de 2013
Venezuela: a revolucao afoga seus filhos (e netos, e primos, e esposas) num mar de m..., de corrupcao, etc., etc., etc...
In the conversation with Aramis Palacios, a lieutenant colonel in the G2, the Cuban intelligence agency, Silva, the host of the state television program "La Hojilla," describes a government deeply divided against itself, with rival factions competing for power amid rampant corruption.
The conversation was allegedly recorded for the benefit of Cuban President Raúl Castro, but its authenticity has not been independently verified. Writing on Twitter, Silva dismissed the recording as a Zionist plot.
Assuming that's not the case, set against the backdrop of the recent highly contested presidential election and Chávez's death, Silva sketches a portrait of a government in turmoil marred by high-level corruption, shares rumors of a coup d'état against President Nicolás Maduro, and says he fears that Maduro is being manipulated by his wife. Additionally, according to Silva, on election day the Venezuelan National Electoral Council was the victim of a cyberattack that brought down its security protocol for at least an hour, an allegation that would seem to further call into question the integrity of the vote.
The full audio (a transcript, in Spanish, is here) is available below:
Prior to being selected by Chávez as his heir apparent, Maduro engaged in a bitter power strugglewith Cabello, and if Silva's account is correct, a great deal of tension remains between the two men. At one point, Silva, who might be described as the country's de facto propaganda minister, says that "Maduro is obligated to follow the path of el Comandante and is obligated to put Diosdado Cabello against the wall," a statement that is difficult to read as anything other than a suggestion to put Cabello before a firing squad.
But it's not entirely clear that Silva trusts Maduro either. "I am afraid, Palacios, that Nicolás ... is feeling manipulated by Cilia [his wife]," Silva tells the Cuban officer. "This is a continent ofcaudillos [strongmen], my friend, and the woman has to stay in the shade." Silva then compares Maduro's tendency to appear in public alongside his wife and to kiss her to the worst tendencies of an American poltician. "This isn't a North American campaign," he says. "This is a Latin American campaign." Elsewhere in the conversation, Silva wonders why Chávez didn't make a tape recording of his decision to anoint Maduro as his successor.
Although Chávez used the armed forces to consolidate his power, according to Silva, the army is now divided, with some factions in favor of staging a coup. According to Silva, Maduro has managed to alienate Diego Molero, the country's defense minister, whom Silva describes as an "operator" and a "commando." The strained relationship resulted in rumors circulating in Caracas that Molero was about to launch a coup attempt, leading Maduro's wife, Cilia Flores, to dispatch Silva via intermediaries to find out if the rumours were true. They were not.
But for the man charged with selling the idea of the Bolivarian Revolution to the Venezuelan people, Silva speaks like a man who has become disillusioned with what has become of the government. He describes rampant corruption and officials dipping into public funds for their personal benefit. "We are in a sea of shit, my friend, and we have not yet realized it, Palacios," Silva says.
Despite the explosive nature of the conversation between Silva and Palacios -- never mind the crazy fact that he is having in-depth conversations with Cuban intelligence agents in the first place -- it is far from clear what repercussions this recording will have on the ground in Venezuela.Writing at Caracas Chronicles, Juan Nagel makes a compelling case that this recording may strip some of the revolutionary veneer off Maduro:
The important thing to keep in mind is that we are not the target audience for this recording.Either way, take a moment to revel in the sweet irony of the fact that Chávez's favorite propagandist is now responsible for providing the most stinging critique to date of the Maduro government.
Yes, we all knew that Cabello was a crook, Maduro a nincompoop, Silva a marxist Cuban mole, Rangel an evil power broker, and Flores a scheming Lady Macbeth. But the important thing is that rank-and-file chavistas … didn’t. Up until now, they have been immune from these facts because of the messenger.
quarta-feira, 15 de maio de 2013
OK, camaradas: o socialismo chegou de verdade na Venezuela: falta papel higiênico...
Depois de tantas idas e voltas entre Polônia, RDA, Tchecoslováquia, Hungria, e o que mais existia, eu perguntava ao Pedro se ele sabia qual era a diferença entre socialismo e capitalismo, e ele, sem hesitar, me disse triunfante:
" -- Ah! agora eu já sei: socialismo é quando falta papel higiênico e a privada não funciona!"
Batata! O que eu tentava explicar em termos marxistas, pedantes, uma criança de 4 anos descobriu na hora, na mais simplória das constatações. E o socialismo era aquilo mesmo: faltava não só papel higiênico, mas qualquer produto essencial, e claro, todos os produtos supérfluos.
O que é que tinha no socialismo? Bem, tinha repolho, alguns chorizos, batata doce, repolho, vagens amanhecidas, latas raras de legumes búlgaros, repolho, algumas batatas (mas eram horríveis), cerveja, que a vida não existe sem cerveja, vodka russa, mais repolho e uns sapatos de mulher que pareciam coturnos do exército soviético. Estou exagerando, mas era mais ou menos isso. Só podia dar no que deu...
Pois bem. Como vocês podem constatar pela matéria abaixo, a Venezuela já chegou, finalmente, ao socialismo triunfante, não sei se do século 21, mais provavelmente do século 18, mas que ela chegou ao socialismo, isso sim, chegou e como!, justamente faltando o produto definidor por excelência do socialismo, segundo meu filho Pedro, nos seus quatro aninhos inocentes...
Se falta papel higiênico, vocês podem ter certeza: estamos no socialismo...
Mais gozado ainda é o título escolhido pelo meu amigo Maurício David, que me mandou a matéria, para explicar a grande estratégia do socialismo bolivariano: proteger os fundilhos...
Eis o seu título:
Pois eu aposto que, com os seus petrodólares, os bolivarianos vão fazer melhor do que os hermanos cubanos.
Maurício David: