Ou melhor, Miami não é seguro: cheia de agentes cubanos, venezuelanos, da CIA, do Mossad, do KGB.
Melhor fugir para um lugar secreto na Groenlândia, ou em Tuvalu...
Aliás, falar de “comunicadores [venezuelanos do Governo] comprometidos com a verdade, a revolução e o socialismo” é uma verdadeira contradição nos termos...
Paulo Roberto de Almeida
VEJA.com, 28/05/2013
Uma semana depois da oposição venezuelana ter divulgado a gravação de uma conversa em que o apresentador de TV chavista Mario Silva afirma que o presidente da Assembleia Nacional, Diosdado Cabello, comanda um esquema de corrupção e uma conspiração contra o presidente Nicolás Maduro, seu programa La Hojilla (A Lâmina) saiu oficialmente do ar nesta segunda-feira, confirmou o canal estatal Venezolana de Televisión (VTV), onde Silva trabalhava. O apresentador já havia comunicado seu afastamento na semana passada alegando “problemas de saúde”.
O fim do programa, que era transmitido nas noites de segunda a quarta, foi informado pela VTV na conta da emissora no Twitter. “Nosso reconhecimento ao apresentador Mario Silva pelo papel desempenhado em La Hojilla, que completou um valioso ciclo na defesa da revolução”, disse a VTV em uma mensagem. Ainda na rede social, a televisão chavista indicou que o espaço do programa será ocupado por “comunicadores comprometidos com a verdade, a revolução e o socialismo”.
A conversa divulgada pela oposição venezuelana teria acontecido poucos dias depois das contestadas eleições presidenciais de 14 de abril, vencidas por Maduro. Na gravação, o apresentador Mario Silva fala com Aramis Palacio, identificado como um alto chefe do G-2, organismo de inteligência cubano – os dois analisam a conjuntura política nacional, especialmente o interior do chavismo. Em quase uma hora de diálogo, Silva menciona desde uma conspiração militar contra o presidente da Venezuela até um esquema de corrupção dirigido pelo presidente da Assembleia Nacional, o governista Diosdado Cabello.
Montagem
Na segunda-feira passada, Silva apresentou sua versão do episódio. Ele assegurou que a gravação é uma montagem do Mossad israelense, o que foi respaldado por Cabello. Segundo o presidente do Parlamento venezuelano, a conversa faz parte “da festa” da oposição. Nicolás Maduro também considerou que a denuncia se trata de uma fracassada tentativa de dividir os líderes governistas.
A tentativa chavista de abafar o caso, no entanto, não surtiu o efeito esperado e após um pedido da oposição, o procurador-geral da Venezuela, Luisa Ortega, ordenou na última quinta-feira uma averiguação do conteúdo da conversa. A oposição assegurou que a gravação evidencia não só a corrupção e as divisões no governo, mas também a ingerência cubana na Venezuela.
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