Ernesto Caruso, 25/07/2013
Circulou no noticiário que a presidente Dilma pediu ao presidente da Alemanha, Joachim Gauck, apoio desse Estado para os trabalhos da Comissão da Verdade, que apura violações aos direitos humanos no Brasil entre 1946/1988, mas que se fixa e ecoa por cara publicidade, no período 1964/88, e exclusivamente sobre os que combateram os comunistas. Razões sem contrarrazões, efeitos sem causa. A reunião ocorreu no 31° Encontro Econômico Brasil-Alemanha. E era “econômico”. Inusitado e irônico, não só pelo tema em pauta, mas também pelo passado dos interlocutores em polos opostos.
Alemanha e Brasil tiveram experiências amargas com os comunistas, com a diferença em que lá, a parte oriental esteve sob o tacão das botas vermelhas do pós-guerra, 1945, até a queda do Muro de Berlin, 1989. Mundo tão bom de viver que quase 3 milhões fugiram para o lado ocidental, 1949/1961 (ano da construção do muro). Mais de mil cidadãos foram metralhados na tentativa de escapar daquele inferno. No Brasil os comunistas foram derrotados em 1935 e no interregno 60/70.
Já na década de 20 a subversão comunista se fazia presente na Alemanha vinculada ao nome de Olga Benário que era alemã, fugitiva, condenada, depois homiziada na Rússia, veio como guarda-costas de Prestes, conduziram a Intentona de 1935, foi deportada mediante pedido de extradição para Alemanha no governo Vargas, responsável pelo ato com aval do Supremo Tribunal Federal em 1936, bem antes do mundo saber da existência do extermínio nazista dos judeus.
Anos 70, Alemanha Ocidental, assaltos a bancos, sequestros e mortes, atos terroristas da Fração do Exército Vermelho/RAF (Grupo Baader-Meinhof). Julgados, Gudrun Ensslin, Andreas Baader e Jan-Carl Raspe foram condenados à prisão perpétua. Ulrike Meinhof havia se suicidado em sua cela. Os outros três também se suicidaram posteriormente. Foram considerados crimes do Estado? Famílias indenizadas?
Confusão mental, insegurança, desespero. Suicídios comuns; vários são citados no Brasil, como exemplo, se lê na entrevita de Carlos Araújo quando perguntado sobre quem trocara os dólares do cofre do Ademar, uma a Dilma e outra a Maria Auxiliadora, uma médica que depois acabou se matando na Alemanha.
Dois fatos ligam os tribunais revolucionários do Brasil à Alemanha pelos túneis de sangue inocente. Um marcado pela incompetência do grupo comunista Colina que pretendendo se vingar da captura de Guevara pelo capitão Gary Prado do Exército boliviano, assassinou em 1968, Edward Ernest Maximilian, major do Exército alemão, também aluno da Escola de Comando e Estado Maior do Exército. Dentre os terroristas, João Lucas Alves, ex-sargento, que segundo a entrevista de Cláudio Galeno, se hospedava na residência dele e Dilma Roussef.
O outro fato foi o sequestro do embaixador da Alemanha, E. Von Holleben, em 1970 pela Vanguarda Popular Revolucionária. Na ação, um segurança foi morto e dois ficaram feridos.
Como poderia atender o presidente Joachim Gauck — filho de pai preso e deportado para a Sibéria — o hilariante pedido? Ao que consta, exerceu papel importante na reunificação da Alemanha e na queda do Muro de Berlim, sendo responsável pelo arquivo da Stasi, órgão responsável pela segurança do Estado na República Oriental. Não deve ser a pessoa indicada, ou será incoerente, se apoiar o governo atual, eleito democraticamente, mas que no passado a presidente e partidários cometeram os mesmos desatinos vividos pelo povo alemão, assim como em outras nações infiltradas de organizações clandestinas comunistas/terroristas com a estrela vermelha como símbolo.
Nomes e siglas não faltam a lembrar das atrocidades terroristas, como as Brigadas Vermelhas (Itália), Exército Vermelho (Alemanha), Montonero e Exército Revolucionário do Povo (Argentina), Tupamaros (Uruguai), Sendero Luminoso (Peru), FARC, ainda viva (Colômbia), e no Brasil, Aliança Libertadora Nacional (ALN)/Ala Marighela, Partido Comunista Brasileiro Revolucionário (PCBR), Vanguarda Armada Revolucionária Palmares, Comando de Libertação Nacional (COLINA), Política Operária (POLOP), MR-8, etc. Operação Condor é fichinha.
A comissão da meia verdade sabe de tudo isso em profundidade, mas não conta ao povo brasileiro e sim que se lutara pela democracia. Deve ser do tipo República “Democrática” da Alemanha, a oriental, sob títeres filossoviéticos.
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