Não quero ser pessimista, mas minha ideia é que as medidas requeridas pela indústria ficarão no tradicional banho-maria no que depender do governo. No que depender dos próprios empresários, elas vão avançar penosamente, num ambiente terrível para os negócios, que teima em continuar horrível.
Paulo Roberto de Almeida
CNI (21/05/2013) - MAPA ESTRATÉGICO DA INDÚSTRIA 2013-2022
O
Mapa Estratégico da Indústria 2013-2022 aponta o caminho que a
indústria e o Brasil devem percorrer na próxima década para aumentar os
níveis de produtividade e eficiência e alcançar
um elevado grau de competitividade, respeitando os critérios de
sustentabilidade. Resultado dos debates e das contribuições de 520
pessoas, entre empresários, executivos, acadêmicos e presidentes de
associações nacionais setoriais e federações de indústrias,
o Mapa identifica os dez fatores chave para a competitividade
brasileira, que podem ser classificados em quatro grupos.
1. Na base de tudo temos a
educação. Uma sociedade educada é essencial na construção de
instituições e de um ambiente favoráveis aos negócios. A educação também
é o principal insumo para a inovação.
2. A seguir, estão elementos ligados ao
ambiente de atuação da indústria, que criam condições favoráveis
aos demais fatores. São eles ambiente macroeconômico, eficiência do
Estado, segurança jurídica e desenvolvimento de mercados.
3. O terceiro grupo impacta diretamente os
custos de produção e dos investimentos, influenciando as condições de oferta. São eles a tributação, o financiamento, as relações do trabalho e a infraestrutura.
4. Por fim, tem-se o fator-chave
inovação e produtividade, ligado às competências da empresa industrial.
A
seleção dos fatores chave considerou os desafios e as oportunidades
proporcionados à indústria pelas novas tendências mundiais, como o
rápido crescimento dos países emergentes, os avanços
tecnológicos e a mudança do clima. Também avaliou as transformações
recentes do país, como a expansão do mercado interno, as mudanças no
perfil da população e o deslocamento da produção para o interior do
país. Para cada fator chave, o Mapa aponta uma macrometa,
que é o principal resultado a ser alcançado até 2022, e o indicador,
cuja evolução mostrará se o país e a indústria estão no caminho da
competitividade com sustentabilidade. Os fatores chave se dividem em
temas prioritários e objetivos, que indicam as respostas
aos principais obstáculos ao desenvolvimento brasileiro. O Mapa
Estratégico da Indústria 2013-2022 também propõe ações transformadoras,
capazes de fazer com que o país alcance os objetivos traçados. A
proposta é que o Brasil chegue a 2022, ano em que se comemora
o bicentenário da Independência, com uma economia mais competitiva e
mais justa. Essa nova edição do Mapa revisa e atualiza os objetivos,
metas e programas do Mapa Estratégico 2007-2015, que a CNI apresentou à
sociedade em abril de 2005.
CNI
APRESENTA AS METAS PARA DESENVOLVER A INDÚSTRIA ATÉ 2022.
MAIS DE 500
REPRESENTANTES EMPRESARIAIS AJUDARAM A CONSTRUIR O MAPA ESTRATÉGICO DA
INDÚSTRIA, QUE DEFINE OS DEZ FATORES-CHAVE
CAPAZES DE AUMENTAR A PRODUTIVIDADE DA INDÚSTRIA NOS PRÓXIMOS ANOS.
Em
2022, ano em que o país completa 200 anos de independência, 2,2% de toda
a produção mundial de industrializados será de produtos fabricados no
Brasil. Atualmente, a participação dos manufaturados
brasileiros no mercado mundial é de 1,7%. Essa é uma das metas da
Confederação Nacional da Indústria (CNI) para os próximos dez anos
definidas no Mapa Estratégico da Indústria 2013-2022. Outra previsão
feita pelo setor é de que, até
2022, a
produtividade média da indústria, que vem crescendo a uma taxa anual de
2,3% nos últimos 20 anos, passe a dar saltos
de 4,5% ao ano. A escalada da indústria a esses patamares, no entanto,
requer um ambiente mais adequado à competitividade da indústria e do
país. É esse cenário que está definido no Mapa Estratégico da Indústria
2013-2022. O documento, desenhado em conjunto
com cerca de 500 representantes empresariais durante nove meses, foi
apresentado pela CNI. O Mapa é uma visão da indústria para o país.
O lançamento do Mapa Estratégico da Indústria 2013-2022 tem dois
significados. O primeiro, e mais importante, é a reiteração do papel da
indústria no processo de desenvolvimento do país. A indústria pode ser
maior e melhor. O segundo significado é a crença
em uma visão de longo prazo. O setor industrial está formulando uma
estratégia sobre o que quer ser e o que precisa fazer. O Mapa
Estratégico da Indústria 2013-2022 apresenta os dez fatores-chave que
podem aumentar a produtividade e a competitividade,
além de indicar os caminhos para o Brasil aproveitar as oportunidades e
vencer os obstáculos que vão surgir na próxima década. O grande desafio
é elevar os níveis de produtividade e eficiência, atuando nos
fatores-chave de competitividade. O Mapa é uma cruzada
pela produtividade. No cenário vislumbrado pelo setor industrial para 2022, a
taxa de investimento (formação bruta de capital
fixo sobre o PIB) do país vai passar de 18,1%, em 2012, para 24%, em
2022. Já os investimentos em infraestrutura vão saltar de 2,05% do PIB
para 5% no mesmo período. A cumulatividade da cobrança de impostos será
extinta. Nas relações de trabalho, a meta é
que o país passe do 72º lugar para 40º no ranking de relações
empregado-empregador do Fórum Econômico Mundial, que compara 144 países.
Além desses objetivos, o país contará com melhor educação, um Estado
mais eficiente e menos burocrático, entre outras melhorias.
Para desenhar o Mapa, o setor industrial considerou as mudanças
existentes no país e no mundo nos últimos anos, como os desafios que a
inovação e a difusão de novas tecnologias trazem para o setor produtivo,
o fortalecimento do mercado interno brasileiro,
o crescimento dos países emergentes, entre outros.
DEZ
FATORES-CHAVE. O Mapa Estratégico da Indústria está estruturado em dez
fatores-chaves capazes de garantir a produtividade e a competitividade
da indústria brasileira na próxima década.
Esses requisitos foram selecionados por terem impacto relevante e
direto na competitividade da indústria e por terem abrangência e
durabilidade em termos de ganho de produtividade.
01.
EDUCAÇÃO - A educação é a base do Mapa. A indústria precisa de equipes
educadas e bem formadas que saibam utilizar melhor os equipamentos,
criar soluções
para os problemas do dia a dia, adaptar processos e produtos e
desenvolver e implementar inovações. A meta do setor é de que, até 2022,
o Brasil passe da 54ª posição do ranking do Programa Internacional de
Avaliação de Alunos (PISA/OCDE) para a 43ª. O ranking
considera 65 países. Para isso, a nota média deverá passar de 401, em
2009, para 480, em 2021.
02.
AMBIENTE MACROECONÔMICO - O país precisa de fundamentos macroeconômicos
sólidos que reduzam as incertezas sobre o futuro e gerem confiança para
o investidor.
A taxa de investimento brasileira hoje é mais baixa que a de outros
países emergentes, inclusive da América Latina. A indústria estabeleceu a
meta de elevar a taxa de investimento (formação bruta de capital fixo
sobre o PIB) de 18,1%, em 2012, para 24%, em
2022. A taxa de investimento média mundial em 2012 é de 23,6%.
03.
EFICIÊNCIA DO ESTADO - Uma melhor gestão dos gastos públicos ajuda o
país a melhorar a eficiência do investimento público. Para isso, é
necessário melhorar
a capacidade do Estado de planejar e executar suas políticas e
investimentos. Pela previsão da indústria, o Brasil deve aumentar a
participação do investimento na despesa primária total do governo
federal de 5,8% em 2012 para 8% em 2022. Nos últimos cincos
anos, a média da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento
Econômico (OCDE) foi de 8%.
04.
SEGURANÇA JURÍDICA E BUROCRACIA - Ter marcos regulatórios definidos e
uma legislação com direitos e deveres claros e estáveis aumenta a
confiança dos investidores
e a competitividade das empresas. A posição do Brasil no ranking Doing
Business deve passar da 130ª em 2012 para 80ª em 2022, entre 185 países.
Em 2012, países com renda per capita próxima à brasileira apresentaram
posições muito superiores, como a Colômbia
(45ª), Peru (43ª) e África do Sul (39ª).
05.
DESENVOLVIMENTO DE MERCADOS - O Brasil precisa estar integrado à
economia internacional, participando de importantes redes globais de
valor, o que contribui
para gerar mais inovação, para permitir a troca de conhecimento e para
agregar valor à indústria nacional. A meta da indústria é que a
participação da indústria brasileira na produção mundial de
manufaturados passe de 1,7%, em 2012, para 2,2%, em 2022.
06.
RELAÇÕES DE TRABALHO - Um mercado de trabalho com um sistema legal e
institucional juridicamente seguro e com relações mais adequadas às
necessidades da economia
aumentam a competitividade das empresas e o desenvolvimento do país. O
objetivo da indústria é que de
2012 a
2022 o Brasil passe do 72º lugar para o 40º no ranking de relações
empregado-empregador do Fórum Econômico Mundial,
que considera 144 países. A nota média brasileira deve passar de 4,26
para 4,70 no período. A nota dos Estados Unidos hoje é 4,66. A mais alta
é a da Suiça, 6,07.
07.
FINANCIAMENTO - O ritmo de crescimento de uma economia e a
competitividade da sua indústria dependem da disponibilidade de recursos
para investimento e da
capacidade do sistema financeiro de intermediá-los a baixo custo e de
forma ampla. A meta é ampliar a capacidade de investimento das empresas.
O Brasil deve aumentar a participação de recursos de terceiros no
financiamento do investimento das empresas industriais
de 34%, em 2012, para 50%, em 2022.
08.
INFRAESTRUTURA - Para ter uma indústria cada vez mais competitiva, o
país precisa ter uma rede eficaz de transportes que interligue os
diferentes modais,
além de oferecer disponibilidade de energia, uma estrutura adequada de
transmissão de dados em alta velocidade (banda larga) e serviços de
saneamento universalizados. Para alcançar esses objetivos, os
investimentos em infraestrutura devem passar de 2,05% do
Produto Interno Bruto (PIB), em 2012, para 5%, em 2022.
09.
TRIBUTAÇÃO - Uma estrutura tributária simples e transparente aumenta a
competitividade da indústria e estimula investimentos. A meta da
indústria é zerar
a cumulatividade dos tributos no Brasil. O percentual de tributos com
caráter cumulativo passaria de 7,7% do total de tributos em 2011 para 0%
em 2022. Além do fim da cumulatividade, a CNI defende a redução da
carga, a desoneração de investimentos e das exportações
e simplificação da estrutura tributária.
10.
INOVAÇÃO E PRODUTIVIDADE - Para obter ganhos na produtividade, a
empresa precisa investir em inovação. A meta é que a produtividade da
indústria brasileira
cresça a uma taxa média anual de 4,5% até 2022, contra um crescimento
de 2,3% ao ano registrado nos últimos 20 anos. Estados Unidos, França e
Japão apresentaram taxa média superior a 3% ao ano no mesmo período. A
Coreia do Sul registrou taxa de 8% ao ano.
EDIÇÃO
ANTERIOR. Apresentado em abril de 2005, o Mapa Estratégico da Indústria
2007-2015 foi resultado de um cuidadoso trabalho do Fórum Nacional da
Indústria que se estendeu por mais
de seis meses e mobilizou cerca de 300 representantes empresariais de
60 entidades. O documento foi construído com base no modelo de gestão
Balanced Scorecard, da Harvard University, nos Estados Unidos, que
permite o acompanhamento sistemático e periódico
dos indicadores e metas traçados pela indústria.
MAPA
ESTRATÉGICO DA INDÚSTRIA 2007-2015. O Mapa Estratégico da Indústria
2007-2015 revela a visão de futuro dos industriais para o Brasil.
Apresentado à sociedade em abril de 2005, o documento
define as estratégias e as bases necessárias para o desenvolvimento de
uma indústria forte, dinâmica e com participação expressiva no comércio
mundial. Aponta, ainda, os indicadores e traça os objetivos, as metas e
os programas capazes de consolidar o Brasil
como uma economia competitiva, inovadora e inserida na sociedade do
conhecimento. Entre as metas estabelecidas para 2015 estão o crescimento
de 7% para o Produto Interno Bruto (PIB), a expansão de 6% na
produtividade industrial e a redução dos juros reais
para 4% ao ano. Além das metas econômicas e das voltadas à modernização
e ampliação da infraestrutura e da inovação, há objetivos e indicadores
para a melhoria da educação e da qualidade de vida da população. O Mapa
foi construído com base no modelo de gestão
Balanced Scorecard, da Harvard University, nos Estados Unidos, que
permite o acompanhamento sistemático e periódico dos indicadores e metas
traçados pela indústria. Assim, é possível identificar os êxitos e os
fracassos do país no caminho do desenvolvimento
sustentado. O acompanhamento das metas e dos indicadores do Mapa também
permite a correção dos rumos e a adequação das ações para que o Brasil
alcance as metas traçadas para 2015. Resultado de um cuidadoso trabalho
do Fórum Nacional da Indústria, que se estendeu
por mais de seis meses e mobilizou cerca de 300 representantes
empresariais de 60 entidades, o Mapa orienta a ação política da CNI e o
diálogo da indústria com o governo, os parlamentares e a sociedade.
Um comentário:
É através dum artigo como este que se evidencia o porquê da "frenesi" em se manipular índices cujas virtudes quase sempre contribuem para nossa "aloprada" política da enganação...
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