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Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.

terça-feira, 28 de maio de 2013

Precisa xingar alguem? Nao se apoquente, consulte o Capitao Haddock...

Esta eu devo ao meu bom amigo embaixador Francisco Seixas da Costa, apreciadores que somos das mesmas coisas de uma mesma geração...
Paulo Roberto de Almeida


Francisco Seixas da Costa

Nos tempos que correm, a vontade de chamar nomes a algumas pessoas é um sentimento quase intravável. A língua portuguesa é muito rica nesse tipo de qualificativos mas, por vezes, eles soam demasiado pesado e vulgar.

O capitão Haddock (no meu tempo do "Cavaleiro Andante", chamava-se capitão Rosa), figura maior da constelação Tim-Tim, é um conhecido criador de qualificativos depreciativos, somados a expressões que marcaram o imaginário de muitos (fui pela primeira vez a Brest motivado pela sua famosa exclamação "tonnerres de Brest!").

Uma opção possível a chamar a alguém "paralelepípedo batizado" ou "pedaço de asno", como alguém dizia, será usar nomes saídos do léxico colérico de Haddock. Isso torna-se agora mais fácil com este "gerador de insultos do capitão Haddock" (abra o link e carregue na imagem que aparece), que alguém me mandou. As vantagens são óbvias: só percebe quem fala francês e dá um ar muito mais culto...

E não é bem óbvio quem, por cá, merece ser chamado de "ostrogoth" ou "bachi-bouzouk"?

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Alguns: 
Mérinos!... Iconoclaste!... Chrysanthème!... Hurluberlu!...
Canaque!... Moule à gaufres!... Phylloxéra!... Rhizopode!... Satrape!... Logarithme!... Mérinos!...
Zoulou!... Ectoplasme!... Vermicelle!... Froussard!... Canaille!... Lépidoptère!...
Emplâtre!... Jocrisse!... Anthropophage!... Gros plein de soupe!...


Crétin des Alpes!... Froussard!... Marin d'eau douce!... Heu... Autocrate!... Scélérat!...



Um comentário:

Maria do Espírito Santo disse...

Sátrapa é delicioso! Logaritmo? Meio esdrúxulo. Celerado tem muito tempo que não escuto. Antropófagos são os índios que prenderam o missionário num cercadinho, no romance Viva o Povo Brasileiro do João Ubaldo. Quando o padre tentou fugir, quebraram as perninhas dele, talvez para que ele deixasse de ser pernicioso. Taí: pernicioso é um bom xingamento também. Quando ouvi pernicioso pela primeira vez pensei que era o macho da centopeia. Cretino dos Alpes por quê? Canalha já é vulgar e Iconoclasta é o meu amor.

Acho que o conjunto de xingamentos de uma determinada língua, mostra com clareza a cultura em que os falantes dessa língua estão imersos. Não só os xingamentos, é claro que não. Mas um sujeito que vai ao campo de futebol e grita que o jogador foi "mal intencionado" na jogada é de uma elegância ímpar. Este juiz é um filoxera! Um lepidóptero! Um crisântemo!

Crisântemo? O que significa crisântemo para um francês? Talvez isso seja coisa de "somenas" (horror dos horrores!) importância.
O importante é: daqui pra frente, vamos agredir com elegância!