“Gosto de ser editor e o que eu sei fazer é revista”, dizia Roberto Civita. Mesmo depois de 1990, quando a morte de Victor Civita o levou a assumir o comando da Abril e chefiar o processo de diversificação do grupo fundado pelo pai, ele nunca se afastou da atividade que o seduziu definitivamente na década de 60, quando começou a por em prática os conhecimentos assimilados anos antes, na sua segunda temporada nos Estados Unidos. Nascido em Milão, Roberto Civita morou em Nova York de 1939 a 1949, quando veio para São Paulo. O bom desempenho no Colégio Graded garantiu-lhe uma bolsa de estudos nos EUA, onde percorreu, ao longo da década de 50, caminhos que o levariam à descoberta da vocação profissional e à volta definitiva ao Brasil.
Temas de relações internacionais, de política externa e de diplomacia brasileira, com ênfase em políticas econômicas, em viagens, livros e cultura em geral. Um quilombo de resistência intelectual em defesa da racionalidade, da inteligência e das liberdades democráticas.
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Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.
segunda-feira, 27 de maio de 2013
Roberto Civita: um editor que acreditava no seu trabalho (Abril-Veja)
“Gosto de ser editor e o que eu sei fazer é revista”, dizia Roberto Civita. Mesmo depois de 1990, quando a morte de Victor Civita o levou a assumir o comando da Abril e chefiar o processo de diversificação do grupo fundado pelo pai, ele nunca se afastou da atividade que o seduziu definitivamente na década de 60, quando começou a por em prática os conhecimentos assimilados anos antes, na sua segunda temporada nos Estados Unidos. Nascido em Milão, Roberto Civita morou em Nova York de 1939 a 1949, quando veio para São Paulo. O bom desempenho no Colégio Graded garantiu-lhe uma bolsa de estudos nos EUA, onde percorreu, ao longo da década de 50, caminhos que o levariam à descoberta da vocação profissional e à volta definitiva ao Brasil.
Um comentário:
Civita. Dá vontade de ouvir o som desta palavra, como só os que falam bem o italiano sabem pronunciar. E além de ser um sobrenome de grande beleza sonora, o campo semântico do termo evoca maravilhas: Civitas Dei, civil, civilidade, cidade. Santo Agostinho e uma Roma republicana, cidade de Deus, cidade dos homens.
Sim, seu Roberto do Sobrenome Lindo: estou me divertindo com livres associações de ideias - não sou Millôr, mas livre pensar é só pensar - com uma pitadinha de seriedade. Mesmo porque a indesejada das gentes não costuma ser muito divertida.
E por falar "n´Ela", acho que Roberto Civita foi um raro homem que poderia, sem nenhum esforço, fazer coro à Consoada, de Manuel Bandeira:
Quando a indesejada das gentes chegar
(Não sei se dura ou caroável),
Talvez eu tenha medo.
Talvez sorria, ou diga:
- Alô, iniludível!
O meu dia foi bom, pode a noite descer.
(A noite com os seus sortilégios.)
Encontrará lavrado o campo, a casa limpa,
A mesa posta,
Com cada coisa em seu lugar.
Eu espero que meus amigos todos - e eu também, é claro - possamos, em um dia distante, ter uma conversa definitiva assim desse tipo com Ela, a apavorantemente bela.
E não é só filosofar que nos ensina a morrer, como nos ensinou Montaigne: uma vida plena nos ensina a mesma coisa, com a vantagem de afastar da mente a angústia e o medo, elementos sempre presentes no séquito dessa nobre e eterna Senhora.
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