sexta-feira, 11 de abril de 2014

Petrobras: o modus operandi dos companheiros

Outra matéria de alguns dias atrás apenas para refrescar a memória, se preciso fosse, sobre a forma de atuar dos companheiros, quando eles encontram uma bela vaca para ordenhar.
Pasadena, por exemplo, não tem nada a ver com Pasadena; poderia ser qualquer outra refinaria, qualquer outra companhia, qualquer outra operação. A intenção não era bem essa, e os objetivos eram outros, se vocês me entendem...
Como abaixo, por exemplo. 
O importante é a operação, não o negócio em si. 
Acho que agora ficou mais claro, não é mesmo?
Paulo Roberto de Almeida 

Petrobras

Empresa ligada a Petrobras e investigada pela polícia doou R$ 4,5 milhões ao PT 

Jaraguá Equipamentos, uma das fornecedoras da Petrobras, repassou dinheiro ao diretório do partido entre os anos de 2010 e 2012

Veja.com, 7/04/2014
Estação de Serviços da Petrobras
Estação de Serviços da Petrobras (Divulgação)
Investigada pela Polícia Federal sob suspeita de lavagem de dinheiro na Operação Lava-Jato, a empresa Jaraguá Equipamentos doou 4,5 milhões de reais ao diretório nacional do PT entre 2010 e 2012. As informações foram divulgadas pelo jornal Folha de S.Paulo.
A empresa, que fornecedora da Petrobras, é apontada pela PF como uma das financiadoras do esquema que seria comandado pelo doleiro Alberto Youssef, que está preso em Curitiba. A Jaraguá foi contratada pela Petrobras para a obra de refinaria de Abreu e Lima, em Pernambuco, no valor de 1,2 bilhão de reais. 
Em 2010, ano de eleição presidencial em que Dilma Rousseff venceu a disputa pela presidência, a companhia doou, segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral, 2,5 milhões de reais para o PT. Em 2011 um novo repasse de dinheiro foi feito, desta vez no valor de 1 milhão de reais. Já em 2012, mais 1 milhão de reais foi repassado. 
A Jaraguá é uma das nove fornecedoras da Petrobras que depositaram 34,7 milhões na conta da MO Consultoria. 
A polícia suspeita que essa consultoria repassava propina para funcionários públicos e políticos. Segundo laudo elaborado pela PF, entre 2009 e 2013 passaram pela empresa um total de 90 milhões de reais. 
Além do diretório nacional do PT, parlamentares do PP também receberam em 2010 doações eleitorais da Jaraguá . Um dos deputados beneficiados é o ex-ministro Mário Negromonte (PP-BA), que recebeu um aporte de 500.00 reais. 
Encontro marcado – Negromonte afirmou que esteve com os donos da Jaraguá uma única vez, mas que não se recorda os nomes. “Foi um único contato.”
Procurados, o atual tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, e a Jaraguá não responderam a e-mails da reportagem. 

No partido dos totalitarios, nada se faz por acaso...

... ou por distração.
Uma matéria antiga, de uma semana atrás, mas é justamente para refrescar a memória sobre quem são os companheiros. 
Nesse antro nada ocorre por acaso. E como na Mafia, a solidariedade entre iguais e mais iguais é de rigor. 
Quanto mais patife, mas fiel servidor, maior a solidariedade tribal. 
Paulo Roberto de Almeida

André Vargas e o PT 2.0

Elio Gaspari, O Globo, 02/04/14 

Quem não se lembra do deputado André Vargas (PT-PR)? Quando o ex-governador gaúcho Olívio Dutra sugeriu que o deputado José Genoino renunciasse ao mandato, o companheiro foi-lhe à jugular:
Quando ele passou pelos problemas da CPI do Jogo do Bicho, teve a compreensão de todo mundo. (...) Ele está sendo pouco compreensivo. Ele já passou por muitos problemas, né?
Falso. Olívio Dutra nunca assinou empréstimos fraudulentos, nunca foi acusado de envolvimento no caso do bicho e jamais foi condenado pela Justiça. Ao contrário, é uma das poucas lembranças da moralidade petista.
Quem não se lembra desse episódio talvez se recorde da cena em que o comissário Vargas, vice-presidente da Câmara, saudou seus companheiros com o punho cerrado, estando ao lado do presidente do Supremo Tribunal Federal. Parecia um Pantera Negra dos anos 60.
Vargas é um representante do PT 2.0. A repórter Andréia Sadi apanhou-o voando para as férias nas asas do doleiro Alberto Youssef, figurinha fácil de inquéritos policiais e poderoso intermediário na Petrobras.
Desde que os jatinhos tornaram-se símbolo de poder e conforto, hierarcas de todos os partidos recorrem a amigos para não voar com a patuleia.
Vargas, contudo, inovou na justificativa. Disse que cometeu uma “imprudência”. Teria sido imprudência se tivesse entrado por engano no avião fretado pelo doleiro, depois de ter sido chamado para embarcar num voo comercial. Não foi imprudência, mas onipotência.
Novo argumento: pediu o jatinho a Youssef porque os voos comerciais estão muito caros. Certo. A escumalha que vai para a rodoviária por esse mesmo motivo merece o desconforto porque não tem doleiro amigo.
O melhor momento do companheiro deu-se quando revelou que conhece Youssef há mais de 20 anos, mas não sabia com quem estava se relacionando. Seria então a única pessoa que não sabe a atividade de um amigo com quem se relaciona há mais de 20 anos.
Youssef fornece jatinhos para amigos poderosos desde 2001. Anos depois, frequentou o noticiário do escândalo do Banestado, passou pela cadeia, refrescou-se colaborando com o Ministério Público, mas não se livrou de uma condenação.
Numa troca de mensagens com Youssef (cuja atividade comercial Vargas desconhecia), o companheiro tratou de um interesse da empresa Labogen junto ao comissário Carlos Gadelha, do Ministério da Saúde. Por coincidência, essa pequena empresa teria sido usada pelo doleiro para remeter US$ 37 milhões ao exterior.
O amigo de André Vargas não é um doleiro petista, mas um operador suprapartidário. Já cedeu jatinhos para gente do PFL e tem relações no PP, pelo menos com o ex-deputado José Janene, um dos ases do mensalão.
A presença de Youssef em negócios da Petrobras, cobrando pedágios a fornecedores, é um sinal de que mudou de patamar. Ele tratava com o diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, a quem presenteou com uma Range Rover. Há um enorme cheiro de outro velho escândalo no ar. Quando por nada, pelas coincidências.
Em 2005 descobriu-se que outro fornecedor da Petrobras presenteara Silvio Pereira, secretário-geral do PT, com uma Land Rover. André Vargas nunca diria uma palavra contra Silvinho, pois sabe quão compreensivo ele foi.

Elio Gaspari é jornalista.

O Ipea-Venezuela envergonha o Ipea-Brasil, e todo o Brasil

Mas tinha de ser um chavista brasileiro a fazer esse trabalho sujo em nome do Ipea e do Brasil na Venezuela?
Já não bastava o trabalho sujo que fazem outras áreas do governo em favor de uma ditadura assassina?
Como diria certa pessoa: É uma vergonha!
Paulo Roberto de Almeida 

Folha de S. Paulo, 10/04/2014

Única representação internacional do órgão não trata de temas econômicos
País sofre com alta taxa de inflação e problemas cambiais; coordenador critica publicamente oposição a Maduro

Única representação internacional do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada),a filial do órgão na Venezuela prioriza análises favoráveis ao chavismo e projetos de integração com o Brasil ao estudo dos graves problemas macroeconômicos do país.
Desde a criação da filial venezuelana, em 2010, nenhum estudo sobre a economia venezuelana, que apresenta alta inflação e disparidade cambial crescente, foi feito.
A ausência desses temas contradiz a justificativa oficial dada pelo próprio instituto para a missão no seu início, pela qual "os grandes temas" seriam "macroeconomia e financiamento de investimento, acompanhamento e monitoramento de políticas públicas".
Nestes quatro anos, a Venezuela tem sofrido uma deterioração contínua de sua economia. A inflação fechou o ano passado em 56%, há desabastecimento de produtos básicos e um mercado de câmbio descontrolado.
Apesar da conjuntura, nos estudos produzidos sobre a Venezuela no período e enviados pelo Ipea à Folha via Lei de Acesso à Informação, os assuntos predominantes são cooperação da Venezuela com o norte do Brasil e o modelo político venezuelano.
Os tom varia entre neutro e elogioso ao chavismo. Nos estudos sobre cooperação, problemas como insegurança jurídica ficam praticamente de fora, apesar do recente histórico de nacionalizações e do relativamente baixo investimento estrangeiro.
Há também relatórios mais políticos, como o "Federalismo, Democratização e Construção Institucional no Governo Hugo Chávez", de três autores, onde se lê:
"O modelo bolivariano afasta-se, sem dúvidas, da democracia representativa despolitizadora que predomina ainda hoje no mundo. Supera o modelo idealizado pelos pais fundadores da república norte-americana".
A missão é chefiada pelo economista brasileiro Pedro Silva Barros, autor de textos no qual defende os governos de Chávez e o de seu sucessor, Nicolás Maduro, e critica a oposição venezuelana.
Segundo o Ipea, os gastos com estrutura são baixos. Barros tem salário de US$ 12.291 e ocupa uma sala na representação da Caixa Econômica Federal em Caracas. Trabalha com pesquisadores e bolsistas que permanecem curtos períodos no país.
Colaborador da publicação de esquerda "Carta Maior", ele escreveu, na visita recente a Brasília da deputada oposicionista radical cassada, María Corina Machado:
"[O senador tucano] Aécio Neves a saudou como representante da voz das barricadas, legitimando a violência que levou a morte de quase 40 venezuelanos."
A filial do instituto em Caracas foi criada por um acordo entre Lula e Chávez.
Na época, o Ipea era chefiado pelo petista Marcio Pochmann, criticado por ter politizado o instituto.
"Ele [Barros] está lá pra chancelar um governo estrangeiro, pra dar um ar de democracia, de legitimidade a um governo ditatorial", disse à Folha o economista Adolfo Sachsida, desde 1996 no Ipea.
Ele ressalva que a responsabilidade por isso é de Pochmann, e não do atual presidente, Marcelo Neri.

O representante da missão do Ipea em Caracas, o economista Pedro Silva Barros, afirmou que o objetivo principal da iniciativa sempre foi auxiliar a integração da Venezuela com o Norte do Brasil.
A gente trata sempre em cima das questões específicas dos acordos de cooperação e segundo a dinâmica desses acordos", disse à Folha, por telefone. "Nunca a parte macroeconômica foi central."
Questionado sobre a nota do Ipea de 20 de agosto de 2010, segundo a qual a macroeconomia era prioritária, disse que ainda não estava designado para o cargo.
"Fui designado em 6 de setembro de 2010. Desde então, os temas que a gente trata são de desenvolvimento regional." Ele afirmou que a missão do Ipea tem abrigado tanto colaboradores simpáticos quanto críticos ao chavismo.
Sobre a falta de estudos macroeconômicos, o Ipea em Brasília informou que "não nos cabe emitir juízo sobre os assuntos de política interna do país vizinho".
Questionado sobre a colaboração com o portal "Carta Maior", Barros disse que ele não se identifica ali como membro do Ipea para deixar claro de que se trata de uma posição pessoal, e não do governo brasileiro.
De acordo com a assessoria em Brasília, a missão do Ipea na Venezuela se encerrará em agosto. (FM)

Frases memoraveis! Eu disse MEEMOORAAVEEIS... (nunca antes...)

Bem, apenas reproduzindo o que me passaram, com uma única supressão (não por X-rated, mas para preservar um pouco do suspense...).
Aliás, não se pode dizer que além de memoráveis, as frases não sejam divertidas também.
Ou não são?

Uma das pessoas, inclusive, me disse: ‘o médico não me toca’. Ela queria que o médico lá tocasse… porque aquilo que a gente… pelo menos meu médico sempre me apalpou”.

“É importantíssimo que o ensino médio, no Brasil, não seja um ensino pura e simplesmente livresco. Tem de ser livresco porque todo aprendizado é livre, mas tem de ser técnico também”.

“Estamos fazendo tudo isso para evitar a maldição do petróleo, e todos aqueles que teorizaram a maldição do petróleo foram os países que criaram a Opep, que é um país rico com nação e povo pobre, essa era maldição”.

“Os meninos têm tanta importância quanto as meninas, e eu sempre disse que é. É, sabe por quê? Uma vez uma moça me disse o seguinte: tá certo, nós mulheres somos mães, porque não tem homem na Terra, nessa Terra, que não tenha uma mãe. Então, na verdade, está tudo em casa e em família. Então, a importância das mulheres é uma coisa que beneficia todos os homens também”.

“Eu sempre lutei pelo CAPS AD 24 horas, sabe por quê, o 24 e todos os dias da semana? Por causa do seguinte, não dá para a gente acreditar que a pessoa não fica passando mal de madrugada. Às seis horas da tarde, se fechar o CAPS AD, o que é que a pessoa faz se passar mal às sete, às oito, às nove e às dez?”

“Porque, para se reservar água, é necessário ter onde reservar água”.
“Esse processo é um processo que ele é muito importante porque passa por uma compreensão diferenciada da situação. Isso que foi dito aqui: que não é necessário combater a seca, essa é uma visão errada, que nós todos concordávamos que nós temos que conviver com ela, e conviver com ela significará domá-la. É, na verdade, isso: conseguir gerenciá-la, conseguir fazer com que a população não tenha as consequências danosas que a seca produz”.

L'Illustration, 100 anos atras: abril de 1914 visto pela maior revista francesa da epoca



















Avril 1914 : c'est arrivé il y a 100 ans !


Alors que l’année 2014 sera marquée par les commémorations du centenaire de la Première Guerre Mondiale, nous vous proposons de revivre le mois d'avril 1914, à travers le regard de L’Illustration, premier magazine au monde au début de la Grande Guerre.
En ce début du mois d’avril 1914, la France est touchée par une vague de froid exceptionnelle. La neige est particulièrement abondante en montagne et le village de Chamonix subit de nombreuses avalanches destructrices. A Noailhac, c’est toute la montagne qui bouge sur 200 hectares, donnant lieu à des glissements de terrains spectaculaires.
A cinq mois du début de la Première Guerre Mondiale, le journal revient sur la loi du 5 avril 1910, qui fixe la dotation en navire de la marine militaire française. Les journalistes sont confiants : la France devrait être dotée pour 1920 de 28 cuirassés ! L’occasion de découvrir les chantiers navals de la Loire à Saint-Nazaire, mais aussi ceux de Lorient, de Brest, de Gironde et de Méditerranée.
A Paris, la mode impose la voilette turque : « Ne laissant apparaitre que les yeux, elle en fait ressortir l’éclat » ! Ainsi vêtue, La Parisienne peut s’adonner à un nouveau plaisir en vogue, la foire à la ferraille, l’ancêtre de nos vides greniers.
Sur la Côte d’Azur, la nature conserve encore ses droits. Monsieur Piaget nous fait découvrir : « ses rives enchantées… A côté de Nice, fleurie d’œillets qui pimentent l’atmosphère… Les îles de Lérins à quelques encablures de la blonde Cannes, nous offrent en dépit du tourisme, les beautés d’une nature presque vierge » Plus loin,  il profite des baignades azuréennes : « Dès avril, la tiédeur du flot invite à un bain délicieux comme sans péril. Les Dauphins se montrent vers l’aube, charme du regard. »
Le sud-est de la France s’impose déjà comme un haut lieu de divertissements. A Marseille et Monaco, des meetings aériens et maritimes sont organisés. Des hors-bords, alors appelés « autocanots », font la course, tandis que l’on apprend que Roland Garros doit recommencer son périple aérien, son avion ayant pris feu au niveau d’Orange !
La « villégiature de printemps » du Président de la République, Raymond Poincaré, qui s’installe pour quelques temps sur la Côte d’Azur, afin d’y profiter d’un climataccueillant apparait dans ce contexte, presque, comme une évidence !
La France est en pleine mutation, le paysage se transforme. Souvenez-vous, enfin ! « Tous les parisiens dignes de ce nom ont connu « le maquis de Montmartre, à dix minutes de l’Opéra, derrière le moulin de la galette, un parc champêtre. Les maisons rustiques offrant à leurs habitants tous les plaisirs de la campagne... Le métro et l’autobus ont tiré Montmartre de son isolement; l’audace des constructeurs n’a plus connus de limites… ». Pour L'Illustration, bientôt : « le bruit des pianos succédera au chant des pinsons ». Ainsi va « la création d’un quartier moderne à Montmartre ».
L’Illustration, Journal Universel par vocation, s’intéresse aussi à l’international.
Au début du mois d’avril 1914, l’hebdomadaire tourne son regard vers le Royaume-Uni. L’application du Home Rule et la résistance de l’Ulster, en Irlande, embrase la chambre des communes. En effet, pour les officiers de l’Armée d’Irlande du sud, il n’est pas question d’intervenir contre les civils du nord. Une position qui provoque un tollé, chez les lords londoniens, qui refusent que l’armée interfère sur le politique. Loin de ces turpitudes, le roi Georges V parcoure son royaume et est acclamé par une foule d’enfants, portant haut l’Union Jack, à Chester.
En Russie, le tsarévitch âgé de dix ans, commence son éducation militaire, aux côtés de son père, le tsar Nicolas II, empereur de Russie et chef suprême des armées. L’arrivée des enfants royaux en Albanie fait la couverture du journal.
Au Maroc, le Résident-Général, le Général Lyautey est reçu en grande pompe par le Sultan Moulay Youssef à Rabat. En exclusivité, l’hebdomadaire nous fait aussi découvrir les mystérieuses beautés du pays, mises à jour par une expédition. Le journal revient sur les récentes avancées au Maroc, avec l’arrivée d’une locomotive à Msoun, marquant l’achèvement prochain d’une ligne reliant Oudja à Taza. Sur la locomotive, une devise de France a été écrite : « En avant, quand même ? ». 
Le journal revient aussi sur un fait-divers tragique. Deux aviateurs, le capitaine Hervé et le caporal Rooland, victime d’une panne moteur, ont été contraint de se poser en rase campagne. Leurs cadavres ont été retrouvés par des indigènes, ainsi que leur avion intact, ce qui laisse supposer qu’ils ont été « surpris par des rôdeurs et assassinés ».
L’Illustration consacre un reportage à « la belle et malheureuse Epire », qui est à feu et sang : Grecs et Albanais se disputent cette magnifique région qualifiée « d’Alsace-Lorraine grecque ».
Le journal lève le voile sur le mystère du Sphinx de Gizeh en Egypte, avec la contribution du Professeur Hippolyte-Boussac, membre de l’institut oriental du Caire. En Chine, le magazine s’attarde sur les sculptures de Loung Men, dans la province du Honan et l’incroyable beauté de la pagode Koan-Ti-Mao.
Au Canada, l’amitié entre la France et le pays à l'érable est célébrée. L’occasion pour L’Illustration de revenir sur le parcours de Sir Wilfrid Laurier, qui est à la tête du gouvernement canadien depuis 16 ans. Cet homme politique d’origine française a profondément transformé et modernisé son pays.
L’hebdomadaire consacre l’une de ses couvertures à un grand américain, le colonel Goethals, qui vient d’achever le percement du canal de Panama. Plus au nord, au Mexique, la révolution se poursuit. L’Illustration revient sur les faits d’armes de Pancho Villa, et nous décrit ce golfe du Mexique, étendue d'eau « où le pétrole suinte littéralement du sol ».
En Turquie, L’Illustration nous emmène à la rencontre des « Demoiselles du Téléphone ». Le pays est en pleine modernisation, sous l’impulsion de ses jeunes ministres, qui parfois bousculent la tradition. Ainsi depuis un mois, le téléphone a fait son apparition à Constantinople. Pour ce faire une équipe de dames trilingues, « parlant les trois langues indispensables ici : turc, français et grec » a été constituée. « Mais comment appliquer sur de petites oreilles les récepteurs du casque téléphonique, avec le voile traditionnel ? Il a fallu sacrifier le voile. On s’y est résigné ! »
L’Illustration achève le mois d’avril 1914, par une couverture sur un toast à l’Elysée. Le roi Georges V, souverain du Royaume Uni de Grande Bretagne et d’Irlande, de l’empire des Indes et des territoires au-delà des mers, déclare : « Je souscris de tout mon cœur, Monsieur le Président, à votre éloquente définition des desseins élevés et nobles que nos deux pays poursuivent en commun… ». Cinq mois après cette festive visite, c’est effectivement ensemble, que les deux pays vont plonger dans l’une des plus effroyables guerres de l’histoire de l’humanité.
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Marcelo de Paiva Abreu sobre os ativos em libras esterlinas do Estado Novo Portugues

Um texto de história econômica de um conhecido pesquisador dessa área no Brasil:

MARCELO DE PAIVA ABREU, Pontifical Catholic University of Rio de Janeiro (PUC-Rio)


The British effort in the Second World War required massive external financing which depended on Lend‐Lease and the accumulation of sterling balances. Indebtedness in sterling balances corresponded to almost 38 per cent of this total at the end of the war. Portuguese sterling balances, although a small share of the total, were important because of pre‐emptive purchases, especially of wolfram, and because of the ‘gold clause’ which was to be applied to outstanding balances. Portugal's willingness to finance British purchases contrasts with the requirement of German payments in goods or cash for their purchases in Portugal. The settlement of Portuguese sterling balances in August 1945 was singular as it preceded the Anglo‐American settlement of December 1945 which had important consequences for sterling balance holders, as the US insisted that the US$3.75 billion loan should not be used to settle British war debts. Postwar settlement of British debt through a long‐term loan from Portugal to Britain contrasts with settlements that involved the sale of British assets. Salazar's concerns about the postwar international position of Portugal, the Portuguese Empire, and the survival of the Portuguese regime are relevant in explaining his pro‐British stance during and after the war.

Censura democratica do Brasil companheiro - Guilherme Fiuza

O Brasil inventa a censura democrática

Meio século depois do golpe de Estado que feriu as liberdades no Brasil, um deputado foi impedido de discursar no Congresso Nacional. Mas não tem problema, porque esse deputado é de direita. Essa é a noção de democracia dos progressistas que abominam a ditadura militar: liberdade de expressão para os que falam as coisas certas. Para quem fala as coisas erradas, mordaça. E quem decide o que é certo são eles, os progressistas. Eles é que têm o dom da virtude (por coincidência, foi exatamente isso que os militares pensaram em 1964). Seria cômico se não fosse trágico: os que carregam a bandeira contra o autoritarismo podem mandar os outros calar a boca.
O deputado Jair Bolsonaro é um conhecido defensor da categoria militar. E defende o regime implantado em 1964. Numa sessão na Câmara dos Deputados que marcava os 50 anos do início da ditadura, deputados e militantes progressistas impediram Bolsonaro de falar. Viraram de costas no plenário, cantaram, tumultuaram e cassaram no grito a palavra do deputado de direita. Esses são os democratas brasileiros que defendem a liberdade.
Eles dizem que não podem tolerar a defesa de um regime imposto por golpe de Estado. Será então que ninguém mais poderá subir à tribuna para defender Getúlio Vargas? Não, isso pode. Na história em quadrinhos dos progressistas, Getúlio é de esquerda, assim como Fidel. A esquerda que amordaçou Bolsonaro vive (bem) dessa fábula da resistência à ditadura – uma ditadura que já acabou há quase 30 anos. E interessante observar que alguns dos símbolos dessa resistência estão presos por corrupção. Ou, mais especificamente: presos por roubar a pátria – essa que dizem defender contra a ameaça conservadora.
Chega a ser assustador que, enquanto busca a verdade sobre os desaparecidos e vítimas do regime brutal, a sociedade democrática fale a língua dos gorilas
Os que estão presos são aliados dos que governam essa mesma pátria. E todos eles são aliados de regimes que atropelam a liberdade de expressão, mesma tática da tropa do deputado Bolsonaro. A diferença é que a tropa de Bolsonaro fez isso no século passado, e a confraria chavista faz isso hoje. Outra diferença é que os militares eram autoritários, e os progressistas fingem que não são. Gato escondido com rabo de fora, como se vê nos projetos do PT para controlar a mídia — que o governo popular já tentou contrabandear até em programa de direitos humanos. Eles são assim, sempre bonzinhos, sempre colorindo com slogans humanitários seus pequenos e grandes golpes. A primeira denúncia do mensalão, como se sabe, foi classificada pelo companheiro Delúbio como “uma conspiração da direita contra o governo popular”.
A ação impedindo a fala de Bolsonaro fere a democracia. Mas ninguém é louco de dizer isso. Bolsonaro é uma figura grosseira e prepotente, enquanto seus algozes são os simpáticos heróis da resistência – na percepção cada vez mais abóbada da opinião pública. Para combater o mal, esses revolucionários puros defendem até black blocs assassinos e continuam bem na foto. A imprensa, as empresas e as instituições “burguesas” em geral morrem de medo deles e da incrível patrulha anticapitalista que tomou as redes sociais – onde a burrice se espalha mais rápido. Os 50 anos do golpe foram transformados numa estranha catarse anacrônica, com todos os perseguidos pela patrulha progressista gritando “abaixo a ditadura”. Só faltou denunciar os crimes de Adolf Hitler.
Chega a ser assustador que, enquanto busca a verdade sobre os desaparecidos e vítimas do regime brutal, a sociedade democrática fale a língua dos gorilas – e tente calar seus herdeiros políticos. Que democracia é essa?
O sotaque chavista é inconfundível. Se Bolsonaro é troglodita, deveria ser facilmente derrotado com argumentos e inteligência. Mas os heróis da resistência temem sua própria mediocridade, então preferem falar sozinhos. Nessa democracia seletiva, uma dissidente cubana foi impedida – no grito – de falar em público no Brasil. Entre outras ações autoritárias, no dia 31 de março um professor da USP foi impedido de criticar o comunismo. Estudantes “do bem” invadiram a sala de aula e abafaram sua voz cantando um samba. Truculência festiva pode.
Talvez o Brasil mereça mesmo ter como voz única a ex-guerrilheira e eterna vítima da ditadura, dizendo as coisas certas em rede obrigatória de rádio e TV.
Fonte: Época

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Livro Marxismo e Socialismo finalmente disponível - Paulo Roberto de Almeida

Meu mais recente livro – que não tem nada a ver com o governo atual ou com sua diplomacia esquizofrênica, já vou logo avisando – ficou final...