terça-feira, 17 de junho de 2025

Situação Fiscal do Brasil - Ricardo Bergamini, Abram Szajman (Terra.com)

Situação Fiscal do Brasil

Ricardo Bergamini, Abram Szajman

Terra.com, 17/06/2025

 No Brasil, por deformação cultural, debatemos apenas os candidatos a Presidência da República com poder de apenas 10,47% do orçamento, para o Congresso Nacional o debate é ZERO e tem poder sobre 89,53% do orçamento.

 

Rogo a Deus que um dia os brasileiros consigam debater os temas sobre o Brasil, e não sobre os governantes de plantões.

 

No Brasil, os bobos da corte lutam para eleger um “boneco de posto de gasolina” para presidente que, depois de eleito, lamenta que não possa governar. 

 

 

Análise da Política Fiscal da União – Fonte ME

 

Base: Ano de 2024

 

Base: R$ Bilhões

Tipo de Despesa

2002

% PIB

2010

% PIB

2018

% PIB

2022

% PIB

2024

% PIB

Despesas Correntes

339,1

22,78

901,4

23,20

1.806,6

26,46

2.414,0

23,95

2.898,9

24,68

Pessoal inclui (RPPS)

75,0

5,04

183,3

4,72

317,8

4,65

358,9

3,56

391,1

3,33

Juros e Encargos

55,3

3,71

122,4

3,15

279,4

4,09

247,3

2,45

352,0

3,00

Transferências para Estados e Municípios.

73,6

4,94

198,2

5,10

340,4

4,99

567,5

5,63

683,5

5,82

Benefícios Previdenciários (RGPS- INSS)

87,6

5,88

246,2

6,33

587,7

8,61

801,5

7,95

939,8

8,00

Outras Despesas Correntes

47,6

3,21

151,3

2,90

281,3

4,12

438,8

4,36

532,5

4,53

Despesas de Capital

100,0

6,71

230,2

5,92

419,4

6,14

292,6

2,90

537,5

4,57

Investimentos

10,1

0,68

53,3

1,37

20,2

0,30

20,0

0,20

33,9

0,29

Inversões Financeiras

20,9

1,40

36,4

0,94

63,0

0,92

65,4

0,65

132,7

1,13

Amortização de Dívida

69,0

4,63

140,5

3,61

336,2

4,92

207,2

2,05

370,9

3,15

Despesas Totais

439,1

29,49

1.131.6

29,12

2.226,0

32,60

2.706,6

26,85

3.436,4

29,25

Receitas Totais Realizadas

436,3

29,30

980,7

25,24

2.009,5

29,43

2.272,3

22,54

2.956,6

25,17

Resultado Fiscal Nominal

(2,8)

(0,19)

(150,9)

(3,88)

(216,5)

(3,17)

(434,3)

(4,31)

(479,8)

(4,08)

Notas: 1) PIB 2002 – (R$ 1.488,8 bilhões); PIB 2010 – (R$ 3.885,8 bilhões); PIB 2018 – (R$ 6.889,2 bilhões); PIB 2022– (R$ 10.079,7 bilhões); 

PIB 2024- (R$ 11.744,7 bilhões).

2) Refinanciamento de Dívida, ou seja: não houve movimentação financeira, mas apenas contábil:

2002 – (R$ 235,8 bilhões); 2010 – (R$ 373,4 bilhões); 2018 – (R$ 450,2 bilhões); 2022– (R$ 1.425,1 bilhões);

2024 – (R$ 1.273,8 bilhões)

 

 

 

Considerações:

 

- Gastos com Pessoal (inclui RPPS) não obedece aos governantes de plantões, mas sim as cláusulas pétreas da Constituição com os seus ilimitados e intocáveis direitos adquiridos. Correspondeu a 11,38 % das despesas totais em 2024.

 

- Juros, encargos e amortizações da dívida não obedecem aos governantes de plantões, mas sim as leis do mercado financeiro. Correspondeu a 21,02% das despesas totais em 2024.

 

- Transferências da união para estados e municípios não obedecem aos governantes de plantões: as constitucionais obedecem aos percentuais estabelecidos na Constituição em função da receita da União, e as voluntárias dependem das catástrofes naturais. Correspondeu a 19,90% das despesas totais em 2024.

 

- Benefícios Previdenciários (RGPS), mesmo após as reformas dos governos FHC, Lula, Dilma e Bolsonaro, essas reformas amenizam o problema, porém não resolvem, devido à magnitude do problema. Correspondeu a 27,35% das despesas totais em 2024.

 

- Em outras despesas correntes devemos destacar os gastos obrigatórios com: saúde de R$ 196,1 bilhões; educação de R$ 144,0 bilhões. Correspondeu a 9,88% das despesas totais em 2024.

 

Conclusões: 

 

- Em 2024, o total de despesas obrigatórias, sem nenhum poder do inútil presidente da república de plantão foi 89,53%.

 

- Em 2024, o total de despesas discricionárias, com poder do inútil presidente da república de plantão foi de 10,47%.

 

 

Trajetória fiscal do Brasil vai rumo ao desastre inflacionário (de novo)

 

Ignorar a realidade fiscal é aprofundar a desigualdade e comprometer o futuro das próximas gerações

Abram Szajman

Terra.com, 16 jun 2025

 

A situação fiscal do País é grave. Pior: os governos não têm se preocupado com o problema, ameaçando o nosso presente e nosso futuro. Estudos - como o de Marcos Mendes - mostram como, em 2027, o Brasil já não terá margem para as despesas discricionárias, ainda que para aquele ano estejam previstos R$ 122 bilhões em gastos dessa espécie, dos quais R$ 55 bilhões em emendas parlamentares obrigatórias e R$ 70 bilhões para custos em saúde e educação. O resultado: déficit de R$ 3 bilhões para outras despesas.

 

Esse descontrole fiscal está quase sempre ligado a práticas populistas. A ilusão de conquistar a confiança dos mais pobres acaba justamente prejudicando-os. Dois exemplos são sintomáticos. Um é a inflação dos alimentos, que acumula alta de 8% em 12 meses, enquanto os preços, no geral, subiram 6% no mesmo período. A comida é o que mais pesa no orçamento das classes menos abastadas. O outro exemplo são os juros elevados, que aumentam o custo do crédito e elevam a dívida das pessoas.

 

Matéria completa clique abaixo:

 

https://www.terra.com.br/economia/trajetoria-fiscal-do-brasil-vai-rumo-ao-desastre-inflacionario-de-novo,69aab11cfa4d284463f7315ef4540c1abyu696h4.html?utm_source=clipboard

 

segunda-feira, 16 de junho de 2025

Minha relação com o judaismo e com o povo judeu - Paulo Roberto de Almeida

Minha relação com o judaismo e com o povo judeu

Paulo Roberto de Almeida 

        Talvez possa adiantar, desde logo, uma simples palavra, “nenhuma”, mas permito-me transcrever aqui, e completar, a resposta que dei a uma indagação feita a propósito de uma prévia postagem minha sobre o efeito destrutor do atual governo de Israel, o de Netanyahu, sobre a própria “ideia de Israel”, como símbolo e ideal de preservação de uma das mais ricas tradições culturais de um povo, uma nação eminentemente positiva para toda a humanidade, mas contestada por antissemitas e antissionistas primários e ignorantes. 

O comentário foi o seguinte:

You must have your skin in the game to understand present moment. You have not.” [Nunca pretendi estar envolvido nesse pequeno grande jogo, mas tenho direito à minha opinião sobre ele.]

Eis minha resposta e comentário que completarei no seguimento:

        “[Nome do Autor do questionamento feito à postagem mais abaixo]: Não tenho nenhuma relação política, religiosa, acadêmica ou institucional com o judaísmo ou com o Estado judeu, a não ser uma natural simpatia por um povo que, historicamente, representou, e efetivou, contribuições intelectuais, humanistas e práticas de um valor imensamente positivo para toda a humanidade (o que está refletido no enorme número de prêmios Nobel, proporcionalmente à pequenez da população), uma nação dispersa pelo mundo, mas unida pela cultura, pela religião e pela memória escrita, e que sofreu desproporcionalmente mais que qualquer outra coletividade nacional, atacada por impérios, por outras religiões (cristianismo e islamismo) e por um império poderoso, liderado por um fanático, que pretendia eliminar esse povo da face da Terra. Não conseguiu, mas deixou uma marca terrível na história da humanidade, reforçando e propaganda a mitologia do sionismo como elemento maléfico para outros povos e nações, mas que é um simples nacionalismo defensor de tradições relevantes para seu próprio povo e para o mundo, pois que não pretende converter ninguém, conquistar nenhuma outra nação, a não ser assegurar o seu direito de viver em paz numa região ancestral, que infelizmente foi objeto de muitas conquistas imperiais.”

        Ultrapassei aqui, nessa exata expressão sobre as “conquistas imperiais”, o número de caracteres permitidos pela ferramenta, mas completo agora: “… conquistas imperiais e deslocamento de outros povos, como por exemplo o palestino, assim chamado sob esse termo geográfico, mas que é, como outros povos, uma assemblagem de tradições diversas (entre elas denominações cristãs e islâmicas), num molde comum de origem semita (o que quer que esse conceito represente como “raça”), e também submetido a dominações sucessivas de impérios e nações estrangeiras.”

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        Transcrevo novamente no seguimento a postagem “inaugural”, para que se possa compreender o contexto do comentário inquisitivo efetuado após sua divulgação.

        Meu agradecimento ao questionador pela oportunidade oferecida de desenvolver algumas de minhas ideias sobre uma das mais importantes questões da grande tradição ocidental (em oposição, por exemplo, a outra relevante continuidade histórica, que é a da cultura e civilização chinesas), que está no centro de um dos mais significativos desenvolvimentos culturais, políticos e intelectuais do Ocidente desde a Antiguidade, passando, infelizmente, por episódios sombrios na história da humanidade, representados pelo “antijudaísmo”, uma chaga obscurantista terrível ainda não superada nos últimos dois séculos (datando do século XIX o nascimento do racismo científico, que se tornou oficial por momentos).

Paulo Roberto Almeida

Brasília, 16/06/2025

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A postagem “original”:

O reverso da imagem:

Ninguém, em qualquer época, lugar e circunstância, conseguiu destruir a ideia de Israel tão completamente, tão ferozmente, tão cruelmente e tão decididamente, quanto o atual primeiro ministro Netanyahu e sua clique de fanáticos ministros, todos eles empenhados em eliminar radicalmente a noção de que o sionismo nasceu para defender o direito de um povo viver em paz e união com a comunidade internacional e todos os seus integrantes, sem distinção de origem, raça, cor, religião ou língua. Esqueceram de quando o povo judeu vivia acuado, procurando abrigo, comida, proteção e salvação. Eles só podem ser virulentamente antissemitas.

Paulo Roberto de Almeida

Brasília, 16/06/2025

Postagem em destaque

Livro Marxismo e Socialismo finalmente disponível - Paulo Roberto de Almeida

Meu mais recente livro – que não tem nada a ver com o governo atual ou com sua diplomacia esquizofrênica, já vou logo avisando – ficou final...