O que é este blog?

Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida;

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terça-feira, 4 de março de 2014

Mercosul: numero especial de Seculo XXI, revista da ESPM-RS

Século XXI

A Século XXI – Revista de Relações Internacionais é uma publicação do curso de Relações Internacionais e do Núcleo de Estudo e Pesquisa em Relações Internacionais (NEPRI) da Escola Superior de Propaganda e Marketing do Rio Grande do Sul – ESPM Sul. Um espaço de reflexão e debate acadêmico num momento em que as Relações Internacionais ganham um destaque inédito no Brasil. A ESPM Sul espera assim contribuir para um intercâmbio entre pensadores, pesquisadores e professores do campo no âmbito nacional e sul-americano.

Vol. 4, No 2 (2013)



Vol. 4, No 2 (2013)

Sumário

Expediente

ExpedienteRESUMO PDF
Expediente Século XX1

Apresentação

Os (velhos) novos desaos do Mercosul para 2014RESUMO PDF
Ana Regina Falkembach Simão, Adriana Schryver Kurtz7-12

Dossiê

ENTRE O VOLUNTARISMO E O REALISMO: O PROCESSO DE REVISÃO DE MODELO ECONÔMICO DO MERCOSULRESUMO PDF
José Briceño Ruiz13-34
POLÍTICA EXTERIOR DE URUGUAY EN EL MERCOSUR DURANTE EL GOBIERNO DE JOSÉ MUJICARESUMO PDF
Isabel Clemente Batalla35-52
A POLÍTICA COMERCIAL DO GOVERNO LULA (2003-2010): UMA ANÁLISE COMPARATIVA DAS RELAÇÕES COMERCIAIS DO BRASIL COM O MERCOSUL E COM O RESTO DO MUNDORESUMO PDF
Thiago Cavalcante, Marcos Costa Lima53-72
LEITURAS DO MERCOSUL: DIFERENTES PERCEPÇÕES ACERCA DO BLOCORESUMO PDF
Maria Izabel Mallmann, Teresa Cristina Schneider Marques73-88
PARLAMENTO DO MERCOSUL, INTEGRAÇÃO E DÉFICIT DEMOCRÁTICORESUMO PDF
Karina Lilia Pasquariello Mariano89-106
Acordo de Associação Inter-Regional MERCOSUL – União Europeia: entraves à aprovação e perspectivas futurasRESUMO PDF
Felipe Augusto Torres de Carvalho, Alexandre César Cunha Leite107-133
A POLÍTICA EXTERNA DOS GOVERNOS KIRCHNERISTAS (2003-2011): DO MODELO PRÓPRIO AO MERCOSULRESUMO PDF
Leonardo Granato, Rafael Alvariza Allende134-158

Cuba e seus medicos escravos: um artigo vergonhoso, de um academico emerito, e um comentario pontual, de um economista sensato

O artigo vergonhoso, lamentável, mas talvez refletindo a miséria intelectual de nossas universidades, é o de um físico que acha que os médicos escravos da ilha-prisão devem necessariamente servir ao regime, e suas políticas absurdas de miserabilização do povo.
O comentário é o de um economista conhecido, ambos transcritos abaixo.
Um comentário inicial.
Essa conversa de embargo americano para justificar a miséria econômica de Cuba é uma fraude monumental.
A miséria foi causada pelo regime, não pelo embargo.
Pior que a miséria material do povo cubano, é a sua miséria moral, ao ter de viver numa situação de ditadura totalitária durante mais de meio século, apenas para satisfazer o ego de um tirano que já estava mentalmente esclerosado quando começou a virada para o socialismo de tipo soviético (e nunca mais deixou o stalinismo).
O embargo não tem absolutamente nada a ver com essas misérias e tampouco com a escravatura dos médicos.
É apenas mais um exemplo sórdido de totalitarismo aberto, com o qual são coniventes os companheiros, para vergonha do Brasil.
Paulo Roberto de Almeida

Mais médicos, menos falácias
Rogério Cezar de Cerqueira Leite
Flha de S.Paulo, 4/03/2014

Um contrato como o que Cuba assinou com o Brasil serve para garantir a sobrevivência de centenas de milhares de indivíduos daquele país

O eminente jurista Ives Gandra acusa Cuba e o Brasil de serem responsáveis pela condição que classifica como de escravatura do contrato que rege o programa do governo federal Mais Médicos ("O neoescravagismo cubano", 17/2).
Sua argumentação exclusivamente burocrática ignora as condições em que Cuba se encontra. Para entendermos a realidade daquele país, comecemos por uma analogia.
Quando um país é ameaçado, o seu governo atribui a um grupo de cidadãos, voluntária ou compulsoriamente, a missão de defendê-lo. Essa é uma prática universal.
Com frequência, os salários desses soldados são insignificantes. Não obstante, se qualquer um se recusar a servir seu país, será considerado um criminoso.
Há mais de 50 anos, os Estados Unidos impuseram drásticas sanções econômicas contra Cuba, resultando na extrema pobreza daquele povo. Sua principal fonte de renda de então, a indústria de açúcar, perdeu competitividade e hoje está em frangalhos.
Para sobreviver e assegurar insumos vitais, tais como remédios, certos alimentos, combustíveis etc., conta Cuba quase que exclusivamente com a exportação de tabaco (charutos), rum e, intermitentemente, dos serviços prestados pelos seus médicos no exterior.
Podemos imaginar o quanto de renúncia do povo de um país pobre como Cuba significa custear a formação desses médicos.
Um contrato como esse que Cuba assinou com o Brasil não serve apenas para reduzir a miséria das famílias dos participantes do programa Mais Médicos, mas antes de tudo serve para garantir a sobrevivência de centenas de milhares de indivíduos daquele país.
Pergunto àqueles que argumentarem que os recursos provenientes do programa Mais Médicos vão para o bolso dos "opressores", baseados exclusivamente em hipóteses, sem evidências concretas, se sua atitude não poderia ser enquadrada naquilo que os juristas chamam de difamação.
Se meia dúzia de médicos cubanos oportunistas se valeu desse subterfúgio para se refastelar nas praias da rica Miami, às custas de um programa ignóbil da potência americana, não deveríamos enaltecê-la, mas deplorá-la, pois apenas 1 em 1.000 traiu o seu compromisso com o Brasil e com o seu povo.
Quantos na sua própria família e em seu país vão sofrer por causa da fuga de cada inadimplente?
Apoiar esses poucos infensos não é apenas uma falta de percepção da questão social envolvida, mas é, antes de tudo, falta de humanidade.
Reduzir a questão do Mais Médicos a uma infringência burocrática ou, pior ainda, a um conflito partidário ou ideológico --o que certamente não é o caso do jurista-- é uma indignidade.

ROGÉRIO CEZAR DE CERQUEIRA LEITE, 82, físico, é professor emérito da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e membro do Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia e do Conselho Editorial da Folha

Mansueto Almeida
Blog do Mansueto, 4/03/2014
O artigo do eminente físico Rogério Cezar de Cerqueira Leite na Folha de São Paulo desta terça feira de carnaval (clique aqui) é para mim um tanto quanto esquisito. Em sua defesa do programa Mais Médicos e da questão dos médicos de Cuba, o professor da Unicamp tem, na minha opinião pessoal, três grandes erros.
Primeiro, tentar culpar os EUA e as sanções econômicas deste país contra Cuba com o culpado da “extrema pobreza daquele povo”. O que os EUA fez pode sim ser criticado, mas daí dizer que isso explica “a pobreza daquele povo” é a mesma coisa que tentar dizer o mesmo para a Coreia do Norte. Cuba é um país pobre por causa de um modelo econômico de uma ditadura de esquerda.
A propósito, existe no mundo algum país rico que seja governado por uma ditadura de esquerda? A china? mas a China é muito mais  aberta para investimentos estrangeiros e abraçou práticas de uma economia capitalista desde o final da década de 1970. Por que Cuba não fez o mesmo? Assim, o culpado da pobreza de Cuba são os seus dirigentes. Mas é impressionante muita gente em pleno século XXI ainda achar um regime ditatorial algo normal.
Segundo, o eminente físico defende o contrato dos médicos cubanos com o duplo propósito de (1) reduzir a miséria das famílias dos participantes do programa Mais Médicos, (2) garantir a sobrevivência de centenas de milhares de indivíduos daquele país. Aqui tem outro grande erro. Achar que redução de pobreza em um país é questão de bondade dos outros.
Os livros do William Easterly (professor da NYU),  o livro Why Nations Fail, 2012 do Acemoglu e Robinson, e o mais recente do Angus Deaton da universidade de Princenton (The Great Escape: Health, Wealth, and the Origins of Inequality, 2013) mostram de forma um tanto quanto clara que redução de pobreza depende do funcionamento de instituições domésticas e da boa governança que, infelizmente, não pode ser importada.
A melhor forma de Cuba reduzir a sua miséria é permitir o empreendedorismo dos seus habitantes, permitir eleições livres e democráticas, atrais investimento estrangeiro e tributar esses investimentos para continuar investindo em saúde e educação. A mudança pode ser gradual, mas no vaso da ilha há um gradualismo exagerado.
Terceiro, me causou espanto quanto o físico escreveu que: “Se meia dúzia de médicos cubanos oportunistas se valeu desse subterfúgio para se refastelar nas praias da rica Miami, às custas de um programa ignóbil da potência americana, não deveríamos enaltecê-la, mas deplorá-la, pois apenas 1 em 1.000 traiu o seu compromisso com o Brasil e com o seu povo.
O que me causa espanto aqui, dado que estamos falando e um cientista do conselho editorial da Folha de São Paulo, é chamar de “oportunista” decisões de indivíduos que têm o direito legítimo de desejar liberdade de escolha e o que fazer de sua vida. É uma versão até mais radical do Brasil dos anos 70: “Cuba, ame ou não ame e não deixe”.
Qual o problema de uma pessoa querer morar nas praias ricas de Miami, do Rio ou da França? Absolutamente nenhum. Parece que o eminente físico não sabe que as pessoas que tentam a sorte em Miami vão trabalhar duramente e não “refastelar” (acomodar-se, recostar-se, etc.) nas praias ricas.
Por que resolvi comentar este artigo aqui? Por duas coisas. Primeiro, devido ao currículo de quem o escreveu. Não esperava ver um professor emérito de física da Unicamp escrever tamanho absurdo. Segundo, porque mesmo os físicos mais brilhantes cometem erros grandes quando se trata de desenvolvimento econômico, como este aqui:
“I am convinced there is only one way to eliminate (the) grave ills (of capitalism), namely through the establishment of a socialist economy....A planned economy, which adjusts production to the needs of the community, would distribute the work...and guarantee a livelihood to every man, woman and child. (Albert Eistein, Why Socialism?)
No entanto, há uma grande diferença. Albert Einstein escreveu isso em 1949, quando ainda se podia aceitar ou questionar se o socialismo daria certo. Mas em pleno século XXI e depois da queda do muro de Berlim e com toda a evidência história e científica da riqueza das nações ou por que as nações fracassam é difícil aceitar que o problema de Cuba seja os EUA ou que o tipo de contratação dos médicos cubanos seja uma ajuda humanitária. E o mais impressionante é que este tipo de argumentação venha de um Doutor em física formado na prestigiosa Universidade de Sorbonne em Paris. Tenho certeza que outros doutores formados por Sorbonne pensam diferente.

Venezuela: o Itamaraty, segundo Carlos Brickmann

Da coluna diária (4/03/2014) do jornalista:

Itamaraty, sempre certo
O chanceler brasileiro Luiz Alberto Figueiredo, comentando os problemas das manifestações de rua contra o Governo do presidente Nicolás Maduro, diz que o Brasil não está mudo diante da Venezuela. Figueiredo tem razão, o Brasil não está mudo diante dos conflitos e mortes no país vizinho. Está apenas cego e surdo.

segunda-feira, 3 de março de 2014

Livraria? O que e' isso? Nunca vi uma por aqui... - Huff Books

Infelizmente, o Brasil nem chegou a passar por essa fase de grandes cadeias de livrarias. As nossas já eram reduzidissimas, antes da era dos livros eletrônicos e do enxugamento das pequenas livrarias por algumas grandes superfícies e agora a redução destas últimos por problemas de custos fixos.
Eu já passei horas, dias, noites, fins de semanas seguidos, em livrarias (Border's, Barner, whatever), lendo livros que não pretendia comprar (não apenas por uma questão dos preços de lançamento, mais de 30 dólares os de capa dura, mas também porque não teria mais onde colocar), ou que pretendia comprar alguns meses mais adiante, por preços reduzidos na rede Abebooks.
Prazer imenso em pegar dois, três, quatro livros, e sentar num Starrbucks com um capuccino e passar 2 ou 3 horas lendo e anotando. Depois é só deixar por ali mesmo.
Só quem é viciado terminal sabe o prazer que isso dá..., com a vantagem que não vicia, quem já é viciado.
Ou melhor, não tem efeitos secundários, a não ser aumentar o seu prazer intelectual...
Paulo Roberto de Almeida


Grandpa, What's a Bookstore?

Huffington Books, Updated: 
Print Article
Ten years from now will our children or grandchildren even know what a bookstore was? I live on Long Island, and we no longer have a major chain bookstore within ten miles of our home. I'm talking about Long Island, a highly populated are, not somewhere in the middle of nowhere. Thankfully, we still have some great libraries and a wonderful independent bookstore the next town over, but the large chain stores are gone and both libraries and indies are struggling. With the demise of Borders and the closing of our local Barnes & Noble superstore, chances are that my grandchildren will never enter a bookstore. How sad is this?
Sure they can go to the local library and speak with an amazing librarian who really loves books. Or they can even go and buy books from a supermarket or at one of the big box stores like Wal-Mart or Target. They certainly can go online, order from a handful of online retailers and even get the books delivered the next day... possibly by a little drone in the not too distant future.
In all likelihood, once they are too old for picture books or to be read to, my grandchildren will end up buying their books on an e-reader or tablet. Having the ability to buy a book instantly and from an infinite selection is something we didn't even dream about only a few years back. To see reviews online from other readers before you purchase the book is a great tool. To have a recommendation engine that knows what you might like -- which companies have spent the equivalent of some small country's gross national product developing -- is an amazing programming feat.
But what about that experience of going into an old bookstore for the first time? You would walk through the entrance, maybe the bells on the back of the door would ring. You'd immediately be mesmerized by the sheer volume of books, the smell from the leather hardcover bindings and the ink on the paper. The shelves on the wall would be fully loaded to the ceiling with books that you couldn't possibly reach. You could pass the whole day wandering around and looking at the different categories of books, sometimes not even knowing what the subject meant. You could take a book off the shelf, sit cross-legged on the wooden floor and turn the pages of the book, just looking at the pictures. What was more fun than running around the rows of books on shelves and hiding from your parent,s or peeking through the shelves to spy on them, or knocking a book off the shelf in front of them from the other side?
Maybe it's because I recently turned 60 or because my background was in printing, but I'm feeling nostalgic for those bookstores that are vanishing. I know there's evidence that independent bookstores are making a comeback and I'm perfectly content going into a superstore or perusing the racks of books at the mass merchandisers. But you'll never be able to replace that bookstore experience or the knowledge that comes from the owner's love of books.
I'm taking my grandchildren to the bookstore as soon as I can or to the next best thing: the local library.

Follow up: I gave this post to my 35-year-old daughter to read and she emailed me the next morning to say..."Dad, I've never been to a bookstore like you're describing. I've only seen something like this in the movie You've Got Mail".
Apparently I have to take her along with my granddaughter and me on our visit!

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My granddaughter at the local library enjoying Dr. Seuss. Photos by Cori Cohen.
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Follow Steven Zacharius on Twitter: www.twitter.com/szacharius

Ucranianos selvagens massacram pobres russos indefesos, ou, conversely...

O mundo é realmente surpreendente: não sabíamos que os ucranianos eram todos fascistas, e que eles alimentam certos hábitos -- aliás, desde a grande fome provocada por Stalin em 1931 -- de comer russos, justamente, esses canibais.
Bem faz a mãe Rússia em proteger seus pupilos ameaçados naquelas terras de antropófagos...
Enquanto isso, na Venezuela, fascistas burgueses tentam derrubar um governo legitimamente eleito e legitimamente democrático.
Ainda bem que os vizinhos defendem a democracia por ali...
O mundo é mesmo gozado...
Paulo Roberto de Almeida

Russia demands surrender of Ukraine's Crimea forces

Ukraine's navy chief has urged his officers not to switch sides, as Daniel Sandford reports
Ukrainian defence sources have accused Russia's military of demanding the surrender of their forces in Crimea.
Russia's Black Sea Fleet chief Aleksander Vitko threatened a full assault if they did not surrender by dawn on Tuesday, the sources said.
However, Interfax news agency later quoted a Russian spokesman denying that any ultimatum had been issued.
The EU and US are threatening to hit Moscow with sanctions and travel bans over its intervention in Crimea.

At the scene

No shots have been fired and no treaties signed but Crimea is now de facto under Russian armed control.
Two large Ukrainian military bases are surrounded, with Russian troops standing alongside local self-defence groups, who demand that the Ukrainian soldiers inside defect from Kiev to Crimea's new pro-Russia government.
The naval headquarters remains blockaded and key installations like airports are still occupied. Thousands of newly arrived Russian elite troops far outnumber Ukraine's military presence here. Crimea has in effect been cut off by roadblocks, where vehicles are being denied access to the peninsula.
At countless pro-Russia demonstrations, Moscow's intervention is warmly welcomed. But away from the nationalist fervour, Crimeans from all sides are profoundly fearful of what comes next.
The trouble began last month when pro-Russian President Viktor Yanukovych was ousted following months of street protests.
Russia has since sent thousands of troops into Crimea, surrounding military bases and taking control of airports.
The Kremlin says its troops are needed to protect civilians in the region, many of whom are Russian speakers and have welcomed Russia's intervention.
Moscow says people in Crimea have come under threat from "ultra-nationalists" since pro-Russian President Viktor Yanukovych was ousted last month.
Ukraine has ordered full mobilisation to counter the intervention.
No shots have yet been fired in the region, but Russia's apparent threats have intensified the rhetoric.
Reports said Ukrainian military chiefs at various bases had been told to leave their bases by Tuesday morning.
The commanders of two warships similarly told Ukrainian TV they had been given even tighter deadlines to surrender, but they had vowed instead to fight for Ukraine.
One Ukrainian navy officer said his forces were facing intense pressure from Russia to support them
US President Barack Obama has once again accused Russia of violating international law and said Moscow was "on the wrong side of history".
American officials say they are planning to target Russian individuals and organisations with economic sanctions.
They have also once again urged Moscow to withdraw troops from Crimea, and have proposed sending international monitors to Ukraine.
Map of Crimea showing key locations
Riot policemen stand guard in front of the regional administration in Donetsk on March 3In the eastern city of Donetsk, pro-Russian protesters attempted to take over the regional government building
Ukrainian servicemen at their military unit located in the village of Lyubimovka, in Crimea, March 3Several Ukrainian bases have reported threats from the Russian military
Militiamen outside a Ukrainian base in Perevalne, Crimea, March 3Some bases are surrounded by pro-Russia militia and unidentified gunmen
The EU is also preparing to hit Moscow with sanctions.
The BBC's Chris Morris in Brussels says one official has told him the EU may even try to have Russia thrown out of the forthcoming football World Cup.
However, a British official was photographed holding policy documents that suggest the UK will not seek to curb trade with Russia or close London's financial centre to Russians.
Ukraine's Prime Minister Arseniy Yatsenyuk said earlier that any attempt to seize Crimea would fail, urging allies to give economic and political support to his government.
In other developments:
  • Russia's rouble has fallen to an all-time low against both the US dollar and the euro
  • EU leaders will meet on Thursday for an extraordinary meeting on Ukraine
  • Nato will hold an emergency meeting on the crisis on Tuesday, its second such gathering in 48 hours.
Are you in Ukraine? What is your reaction to this news of Russian troop deployment? Email us at haveyoursay@bbc.co.uk adding 'Ukraine' in the subject heading and including your contact details.

Venezuela: para quando uma nova nota?

Pode ser da Celac, da Unasul, do Mercosul, etc.


Des milliers de Vénézuéliens de nouveau dans la rue à Caracas

Le Monde.fr avec AFP |  • Mis à jour le
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Manifestations anti-gouvernement à Caracas, le 2 mars. | REUTERS/JORGE SILVA

Près de 20 000 Vénézuéliens ont manifesté dimanche 2 mars à Caracas, à l'appel d'étudiants qui protestent depuis près d'un mois, avec le soutien de l'opposition, contre la gestion du président Nicolas Maduro.
Les manifestants, réunis une nouvelle fois pour dénoncer l'insécurité, le coût de la vie et les pénuries qui impactent le quotidien de nombreux Vénézuéliens, appelaient aussi dimanche à un« dialogue sincère » avec le président. Ils souhaitaient ainsi discuter des moyens de mettre un terme à un mouvement émaillé par des violences qui ont fait 18 morts et plus de 260 blessés depuis les premiers rassemblements le 4 février.
C'est « la lutte du peuple contre un gouvernement inefficace. Maduro, vous avez perdu les rues du Venezuela parce qu'aujourd'hui les rues appartiennent au peuple », a déclamé devant les manifestants Juan Requesens, un des chefs de file étudiants à l'origine de la manifestation.

Manifestants à Caracas, le 2 mars. | REUTERS/TOMAS BRAVO

Quatre marches ont convergé dimanche après-midi vers la place Brion, dans le quartier de Chacaito, un des bastions de l'opposition. Chaque cortège protestait contre l'un des maux dénoncés par les manifestants : l'insécurité, l'impunité et les exactions policières, la crise économique et la censure des médias.
Les médias locaux ont fait état d'autres marches qui ont réuni quelques milliers de personnes à San Cristobal, berceau du mouvement étudiant (nord-ouest), Barquisimeto, Valencia (nord) et Puerto Ordaz (est).
« MASCARADE »
Ces manifestations se sont tenues au lendemain d'une soirée sans incidents entre jeunes et forces de l'ordre, pour la première fois depuis le début du mouvement. Visé par les contestations, le président Nicolas Maduro a lancé cette semaine un dialogue national, mais les meneurs du mouvement et les principaux opposants refusent de participer à ce qu'ils qualifient de « mascarade ». Et ils exigent la libération de l'opposant Leopoldo Lopez, interpellé le 18 février pour « incitation à la violence ».
Selon un décompte de l'ONG Forum pénal, 863 personnes ont été interpellées au total depuis le 9 février dans ce pays pétrolier. Une trentaine d'entre elles sont toujours sous les verrous.
Dimanche, le syndicat de la presse et Forum pénal ont annoncé la libération de la photographe italienne Francesca Commissari et de quarante et un manifestants arrêtés deux jours plus tôt en marge d'une marche de l'opposition, qui avait été marquée par des affrontements avec les forces de l'ordre.
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