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Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida;

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quinta-feira, 2 de junho de 2016

Fim da política externa da canalhice - Augusto Nunes


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Colunista de VEJA.com, colaborador da edição impressa e apresentador do Roda Viva. Foi redator-chefe de VEJA e diretor de redação das revistas Época e Forbes e dos jornais O Estado de S. Paulo, Jornal do Brasil e Zero Hora. Autor do livro 'Minha Razão de Viver - Memórias de Samuel Wainer'.

Com o fim da política externa da canalhice, o Itamaraty recuperou a vergonha e o Brasil se livrou do papel de grandalhão idiota subordinado aos anões bolivarianos
A drástica mudança de rota anunciada pelo chanceler José Serra implodiu a opção preferencial pela infâmia que envergonhou o país decente por mais de 13 anos

Augusto Nunes 20/05/2016

Lula com o iraniano Ahmadinejad em 21 de novembro de 2009 e Dilma Rousseff com o venezuelano Maduro em 9 de maio de 2013
O pedido de socorro remetido por Dilma Rousseff à comunidade internacional foi ouvido por cinco países da série D ─ Cuba, Nicarágua, Bolívia, Venezuela e Equador ─ e duas organizações regionais: Alba e Unasul. A isso se resumiu a aliança com a qual a presidente de férias no Palácio da Alvorada pretendia neutralizar o golpe imaginário e voltar ao emprego: uma ditadura caribenha, uma irrelevância centro-americana, três vizinhos bolivarianos e duas siglas inúteis. Sete anões. Com a adesão de El Salvador, segundo baixinho da América Central a meter-se em assunto de gente grande, os sete viraram oito. Ou sete e meio.
Dilma viu no punhado de pigmeus insolentes a perfeita tradução da "indignação internacional diante da farsa aqui montada". Governantes de nações civilizadas, que têm mais o que fazer, só conseguiram ver um tedioso esperneio de cúmplices da nulidade demitida com a aplicação de normas constitucionais. O ministro das Relações Exteriores, José Serra, viu um bando de embusteiros insones com a suspeita de que uma das primeiras vítimas da troca de governo seria a política externa da cafajestagem. E decidiu mostrar com quantas palavras se desfaz um desfile de bravatas.
Bastaram duas notas oficiais e meia dúzia de declarações para calar o coro dos cucarachas. Nesta quarta-feira, em seu discurso de posse, o chanceler concluiu o desmonte da usina de falsidades. Como constatou o comentário de 1 minuto para o site de VEJA, o país que presta não vai mais envergonhar-se com a submissão do Itamaraty aos velhacos da seita lulopetista e aos matusaléns do Foro de São Paulo. "A política externa será regida pelos valores do Estado e da nação, não do governo e jamais de um partido", resumiu Serra ao anunciar a prioridade número 1.
A prioridade número 2 formalizou a retomada da defesa sistemática dos direitos humanos, da democracia e da liberdade "em qualquer país e qualquer regime político". Que se cuidem, portanto, os gigolôs da diplomacia do cinismo, nascida do acalamento incestuoso de stalinistas farofeiros do PT e nacionalistas de gafieira do Itamaraty — uns e outros ainda sonhando com a Segunda Guerra Fria que destruirá para sempre o imperialismo ianque. Em janeiro de 2003, acampado na cabeça baldia de Lula, o aleijão que pariram subiu a rampa do Planalto.
Nos oito anos seguintes, fantasiado de potência emergente, o Brasil acanalhado pela revogação de valores morais eternos não perderia nenhuma chance de reafirmar a opção preferencial pela infâmia. O governo Lula acoelhou-se com exigências descabidas do Paraguai e do Equador, suportou com passividade bovina bofetadas desferidas pela Argentina, hostilizou a Colômbia democrática para afagar os narcoterroristas das FARC, meteu o rabo entre as pernas quando a Bolívia confiscou ativos da Petrobras e rasgou o acordo para o fornecimento de gás.
Confrontado com bifurcações ou encruzilhadas, nunca fez a escolha certa. E frequentemente se curvou a imposições de parceiros vigaristas. Quando o Congresso de Honduras, com o aval da Suprema Corte, destituiu legalmente o presidente Manuel Zelaya, o Brasil se dobrou às vontades de Hugo Chávez. Decidido a reinstalar no poder o canastrão que combinava um chapelão branco com o bigode preto-graúna, convertido ao bolivarianismo pelos petrodólares venezuelanos, Chávez obrigou Lula a transformar a embaixada brasileira em Tegucigalpa na Pensão do Zelaya.
Para afagar Fidel Castro, o governo deportou os pugilistas Erislandy Lara e Guillermo Rigondeaux, capturados pela Polícia Federal quando tentavam fugir para a Alemanha pela rota do Rio. Entre a civilização e a barbárie, o fundador do Brasil Maravilha invariavelmente cravou a segunda opção. Com derramamentos de galã mexicano, prestou vassalagem a figuras repulsivas como o faraó de opereta Hosni Mubarak, o psicopata líbio Muammar Kadafi, o genocida africano Omar al-Bashir, o iraniano atômico Mahmoud Ahmadinejad e o ladrão angolano José Eduardo dos Santos.
Coerentemente, o último ato do mitômano que se julgava capaz de liquidar com conversas de botequim os antagonismos milenares do Oriente Médio foi promover a asilado político o assassino italiano Cesare Battisti. Herdeira desse prodígio de sordidez, Dilma manteve o país de joelhos e reincidiu em parcerias abjetas. Entre o governo constitucional paraguaio e o presidente deposto Fernando Lugo, ficou com o reprodutor de batina. Juntou-se à conspiração que afastou o Paraguai do Mercosul para forçar a entrada da Venezuela. Rebaixou-se a mucama de Chávez até a morte do bolívar-de-hospício que virou passarinho. Para adiar a derrocada de Nicolás Maduro, arranjou-lhe até papel higiênico.
Ao preservar a política obscena legada pelo padrinho, a afilhada permitiu-lhe que cobrasse a conta dos negócios suspeitíssimos que facilitou quando presidente, sempre em benefício de governantes amigos e empresas brasileiras bancadas por financiamentos do BNDES. Disfarçado de palestrante, o camelô de empreiteiras que se tornariam casos de polícia com a descoberta do Petrolão ganhou pilhas de dólares, um buquê de imóveis e a gratidão paga em espécie dos países que tiveram perdoadas suas dívidas com o Brasil. Fora o resto.
Enquanto Lula fazia acertos multimilionários em Cuba, Dilma transformava a Granja do Torto na casa de campo de Raúl Castro, também presenteado com o superporto que o Brasil não tem. Ela avançava no flerte com os companheiros degoladores do Estado Islâmico quando a Operação Lava Jato começou. Potencializada pela crise econômica, a maior roubalheira da história apressou a demissão da mais bisonha governante do mundo.
Os crápulas que controlavam o Itamaraty hoje descem ao lado da chefe a ladeira que conduz ao esquecimento. "O Brasil vai perder o protagonismo e a relevância mundial", miou Dilma nesta quinta-feira. O que o país perdeu foi o papel que desempenhou desde 2003: o de grandalhão idiota e obediente aos anões da vizinhança. A recuperação da altivez há tanto tempo sumida vai antecipar a colisão entre o Brasil e os populistas larápios, os ditadores assumidos e os tiranos ainda no armário que prendem quem discorda, assassinam oposicionistas e sonham com a erradicação do Estado de Direito.
O compadrio vergonhoso acabou. Os incomodados que se queixem ao bispo. Ou a Dilma, caso a desterrada do Alvorada esteja por lá. Ou a Lula, se o parteiro da Era da Canalhiceainda estiver em liberdade




quarta-feira, 1 de junho de 2016

Mario Vargas Llosa: 80 anos de liberdade - Instituto Palavra Aberta

Um escritor inteligente (nem todos são), liberal (a maior parte não é), agradável de ouvir (nem todos são), possuidor de certa ironia sutil (raros os que tem...), sem qualquer embevecimento...
Paulo Roberto de Almeida 

Vídeo da palestra Mario Vargas Llosa – 80 anos: histórias de liberdade

Mario Vargas Llosa

 Assista o vídeo da palestra Mario Vargas Llosa – 80 anos: histórias de liberdade, realizada recentemente no auditório do Insper, em São Paulo, que ficou completamente lotado de fãs e convidados.

Assista o vídeo!

O futuro da China - David Shambaugh (NYT)

Uma entrevista com um professor sensato, sobre um país insensato, mas grande demais para ser ignorado...
Paulo Roberto de Almeida

Asia Pacific

Q. and A.: David Shambaugh on ‘China’s Future’

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Paramilitary police on guard in Tiananmen Square, Beijing, on May 16. Credit Kim Kyung-Hoon/Reuters
David Shambaugh is a professor of political science and international affairs at George Washington University and the author or editor of more than 30 books on China, covering its military, foreign relations, the Communist Party and portraits of Chinese leaders. His latest book, “China’s Future,” is a short but provocative look at events that could determine China’s direction. In an interview, he discussed China’s internal weaknesses, its parallels with other Leninist states and the reasons behind a growing disenchantment with China among American policy makers and analysts.
Q. Since Napoleon, the world has been awash with predictions about China. Do we need another?
A. Nobody has a crystal ball, but China specialists should at least try to unpack and understand these dynamics. It is particularly important at this juncture in China’s development, as there are so many uncertainties and unprecedented challenges.
Q. Would it be fair to say that you believe that Leninist parties are incapable of maintaining power in the long run? It seems that either they hold power through repression, as in the Soviet Union, and thus settle into terminal decline, or they open up and end up reforming themselves out of existence, as in Taiwan.
A. I believe that the record shows that Leninist regimes possess fewer sources of legitimacy, power and longevity than liberal states. Moreover, as you note, the only Leninist-type regime that reached the status of a newly industrialized economy that China has today was Taiwan in the 1980s. Taiwan politically liberalized and democratized — as did South Korea and other Asian authoritarian states — and it powered the island’s economy to a fully developed level. That is precisely China’s challenge today: politically liberalize and become a developed economy or remain stuck in “hard authoritarianism” and stagnate economically.
Q. Does this mean foreign countries needn’t worry too much about China’s rise? Perhaps all they need is a bit of military and foreign policy vigilance to prevent adventurism and the Chinese Communist Party system will do itself in in the long run?
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David Shambaugh Credit David Shambaugh
A. That’s correct. I argued in my last book [“China Goes Global”] that China is a “partial power” — lacking in many categories of national power. That book looked at China externally, whereas this new book looks at China primarily internally. When one carefully examines China’s sources of power, I find multiple weaknesses instead of strengths. As a result, I have been uncomfortable for some time with the “China rise” narrative, because I think it falsely exaggerates China’s strengths and underplays its weaknesses.
Q. The Communist Party appears to be intensely aware of the Soviet Union’s history and initially tried to reform to avoid stagnation and decline. When did this period of reform begin and end?
A. I argue in this book, as well as a previous one, “China’s Communist Party: Atrophy and Adaptation,” that political decline is an inevitable and protracted process in Leninist regimes. It took the Soviet Union 27 years of decline after Brezhnev overthrew Khrushchev in 1964 before it finally collapsed altogether in 1991. Khrushchev had been trying to reform the Stalinist system, but Brezhnev led the country back into a period of protracted bureaucratic stagnation. By the time Gorbachev tried to initiate reforms again, it was too late.

Deng Xiaoping understood this, and that is what he, Zhao Ziyang and Hu Yaobang were trying to fix in the 1980s. It wasn’t until 1998 that the reformers began again — a period of reform that lasted a decade until 2008-09, when the regime abandoned relative liberalization. Since then, atrophy has accelerated. This does not mean China is about to collapse. But it does mean that China is now stagnating, relatively speaking.
Q. So it ended before Xi Jinping took power? If so, why is he often portrayed as the boogeyman?
A. It definitely began before Xi assumed the top positions in 2012. Of course, he was part of the senior leadership that decided in 2008-9 to end the decade-long managed political opening. Since 2012, however, we have witnessed Xi intensifying controls at all levels and across all sectors, while concentrating power in himself.
Q. You noted early on that Xi wasn’t likely to be a reformer. What led you to that conclusion?
A. It had to do with my understanding of Chinese bureaucratic politics more than of Xi Jinping himself. But I also had the sense that Xi himself had no liberal genes in his DNA. That his intellectual and political orientation harked back to an earlier era, rather than the 21st century. There has been a theory circulating in China-watching circles that Xi is cracking down before he opens up, but I don’t buy it. There are certainly many frustrated reformers within the party apparatus and government. But Xi and the leadership remain deeply insecure and convinced that opening up is a certain path to the system’s demise.
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Q. There seems to be a general disenchantment with China among American China-watchers.
A. China is simply not turning out as many had expected and have worked so long and hard to realize — a liberal China. That has been, I would argue, the underlying operative assumption of American policy ever since the 1980s. It sounds simplistic, perhaps naïve, but the United States has been working towards that end for several decades.
There are many other reasons for the recent disenchantment as well: problems that the foreign business community is experiencing, China’s expanding military power, island-building and militarization in the South China Sea, its diplomatic truculence, crackdown on NGOs and religion, pressure on Hong Kong and other negative trends. Taken together with the illiberal orientation of the regime, this has caused a real disenchantment with China in the U.S.
Q. You’ve been coming to China every year since 1979. What period of time is the current period closest to?
A. I’ve been experiencing China firsthand for 37 consecutive years and have lived there several times as well. Many of these were very good years, particularly during the 1980s. The situation in China today is definitely similar to 1989-92, right after Tiananmen [the 1989 military crackdown on protests in Beijing]. But it’s not as bad as it was then. I lived in Beijing then. The city was under martial law, and the repression was far greater than now. But it is trending in that direction today.
Q. Could one then also hope for a big reform push now, as with Deng’s 1992 “Southern Tour” to revive economic liberalization?
A. That is exactly what China needs now, but I do not anticipate it happening. The massive reform package unveiled at the Third Plenum in 2013 is largely stillborn. There are various reasons for this. Unlike 1992, the regime cannot just flick a switch and unleash a new wave of economic reforms. That is going to require political reform — significant and sustained political reform and liberalization. Unless the Communist Party does this — and I see near-zero possibility as long as Xi Jinping is in power — the qualitative economic reforms outlined at the Third Plenum will never be achieved.
The key variable in China’s future is political. The Communist Party must learn how to share power in order to maintain its power. Political hegemony is a certain recipe for relative economic stagnation, increasingly acute social stresses and accelerated political decline of the regime and system.

terça-feira, 31 de maio de 2016

Quando a politica americana era extremamente corrupta - Delanceyplace

Pensou que só o nosso parlamento e sistema político eram inerentemente corruptos?
Nos EUA, também, o sistema plutocrático era altamente corrupto.
Mais uns 50 anos, vamos também melhorar...
Paulo Roberto de Almeida

Today's selection -- from Chester Alan Arthur by Zachary Karabell.
After the Civil War, graft and corruption became pervasive in American politics at every level. In addition to illegal graft, there was a huge and entirely legal system of patronage, whereby tens of thousands of jobs were given to loyal members of the victorious party in exchange for political contributions or "assessments":

"Cities were kept together by political machines, which were tight-knit organizations that corralled votes, col­lected a percentage of profits, and kept the peace. The machine was epitomized by Tammany Hall in New York City and its majordomo, William Marcy Tweed, a Democratic boss sur­rounded by a sea of Republicans. More than any mayor, 'Boss' Tweed ran New York. His men greeted immigrants as they stepped ashore in lower Manhattan, offered them money and liquor, found them work, and in return demanded their alle­giance and a tithe. Supported by Irish Catholics, who made up nearly a quarter of New York's population, Tweed held mul­tiple offices, controlled lucrative public works projects (includ­ing the early plans for Central Park), chose aldermen, and herded voters to the polls, where they drunkenly anointed the Boss's candidates. Immortalized even in his own day by the rapier pen of Thomas Nast (has there ever been a political car­toonist who did more to define an era?), Tweed was gone by 1872, forced out and prosecuted, but the system kept going. Every city had its machine, and counties did as well. National politics was simply the apex of the pyramid that rested on local bosses and layers of graft.



Political cartoon by Thomas Nast

"It was a system of patronage, first and last. It had been dubbed the spoils system earlier in the nineteenth century, because to the victor of elections went the spoils of patronage -- jobs could be doled out to supporters in return for their vote come Elec­tion Day. In the years after the Civil War, the number of gov­ernment jobs grew, and so did the spoils system. Even the powerful members of the U.S. Senate were part of the patron­age game, because they were not directly elected but instead chosen by the state legislatures, which were themselves an out­growth of local machine politics. Elections were hotly con­tested not over principle but over the power of appointment that winning conferred. Senators could appoint a variety of officials at both the federal and state levels. Tens of thousands of jobs were at stake, and these jobs paid salaries, usually quite handsome salaries by the standards of the day. In return for being appointed, officials were expected to make monetary contributions to the party, and their contributions then funded the next round of campaigning.

"The contributions were known as assessments. There was nothing secretive or shadowy about them. The assessments were set by party leaders, and letters were sent each year and during each election cycle to all salaried civil servants specify­ing the amount they were expected to contribute. It was a self­-perpetuating cycle. Win an election, appoint bureaucrats, judges, administrators, and then use them to pay for the next election. That is why party organizations were so powerful, and why the presidency, even with its executive powers curtailed, remained a plum position. As chief executive, the president had the ulti­mate power of patronage. Senators decided who would occupy most of the appointments for federal offices in their states, and governors did the same for state officials. But the president of the United States appointed the postmaster general. The postal service, with a branch in every city, town, and village, com­prised nearly half the federal bureaucracy, or nearly thirty thousand employees by the 1870s, all of whom could be fired or hired after each presidential election. The president also chose the secretary of the Treasury, who headed the second­ largest federal agency, and the one responsible for overseeing the customhouses of major ports such as Boston, Baltimore, and New York.

"Jockeying for these offices was intense. Party seniority played a part, but major appointments were also used to reward friends and to penalize foes. ... Each national election was a patronage contest. Leaders who could most effectively mobilize their networks and raise the most money through assessments tended to emerge victo­rious, which of course allowed them to consolidate their power and become that much more entrenched."
  
Chester Alan Arthur: The American Presidents Series: The 21st President, 1881-1885
Author: Zachary Karabell
Publisher: Times Books
Copyright 2004 by Zachary Karabell
Pages 6-9

Quer resistir ao golpe de 2016? Compre o livro de 450 paginas da "resistencia"...

Matéria do Correio Braziliense desta noite de 30/05/2016:

"A Resistência ao Golpe de 2016" narra a história do processo de impeachment da presidente afastada

A presidente Dilma Roussef foi ovacionada em sua chegada à Universidade de Brasília (UnB), na noite desta segunda-feira (30/5) para o lançamento do livro "A Resistência ao Golpe de 2016". Publicada pela Editorial Praxis, a obra, de 450 páginas, reúne textos que analisam o processo de impeachment da petista.
Estão presentes no livro relatos de advogados, professores, políticos, jornalistas, cientistas políticos e líderes de movimentos sociais, como o coordenador nacional do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), Guilherme Boulos,  o teólogo e escritor Leonardo Boff, a presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE),  Carina Vitral, e o sociólogo português Boaventura de Sousa Santos.
http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/politica/2016/05/30/internas_polbraeco,534121/multidao-recebe-dilma-na-unb-para-lancamento-de-livro.shtml

PRA: Enfim, os suspeitos de sempre...

segunda-feira, 30 de maio de 2016

Hipolito da Costa e o nascimento do pensamento economico no Brasil - Paulo Roberto de Almeida

Um trabalho meu que parece estar sendo requisitado novamente, e que já foi publicado num volume de estudos na série fac-similar que republicou todos os números do Correio Braziliense, editado por Hipólito em Londres, de 1808 a 1822.


Hipólito da Costa e o nascimento do pensamento econômico brasileiro

Paulo Roberto de Almeida *
* Doutor em Ciências Sociais, diplomata.
Pesquisador nas áreas de relações internacionais e política externa do Brasil.
Autor de Formação da Diplomacia Econômica no Brasil
(São Paulo: Editora Senac, 2001). www.pralmeida.org
in Hipólito José da Costa, Correio Braziliense, ou, Armazém Literário
(São Paulo: Imprensa Oficial do Estado; Brasília, DF: Correio Braziliense, 2002;
reedição facsimilar, volume XXX; ISBN: 85-7060-103-4, pp. 323-369).


Sumário:

A economia política pelo método empírico: a viagem de Hipólito aos Estados Unidos
A economia política pelo método teórico: leituras e escritos de Hipólito
A abertura dos portos e as indústrias do Brasil: Hipólito olha o futuro
Relações comerciais com a Grã-Bretanha: Hipólito antecipa o prejuízo
O tratado de 1810 e o interesse nacional: Hipólito e a historiografia brasileira
A controvérsia liberalismo-protecionismo no Brasil: um debate que vem de 1810
Hipólito finaliza sua missão: a separação de Portugal e o problema da mão-de-obra
Influência de Hipólito no debate econômico do século XIX
O legado de Hipólito: humanismo, patriotismo, sentido da educação, tino econômico

Resumo:
Análise da influência dos escritos e da obra jornalística de Hipólito José da Costa no pensamento econômico brasileiro, com destaque para os temas da abertura comercial de 1808, do tratado comercial de 1810 e outras questões tópicas correlatas, como as das políticas liberal ou protecionista, ademais dos problemas da escravidão e da colonização.

Leia a íntegra neste link: http://www.pralmeida.org/05DocsPRA/834HipolCostaPensamEconBr3.pdf

Ciencia: Brasil so produz lixo academico? - Rogerio Cerqueira Leite (FSP)

Creio já haver postado este artigo, deprimente para todos nós, acadêmicos brasileiros, mas provavelmente só no Facebook, e isso se perdeu pois o FB não tem um sistema de indexação e de busca para recuperar antigas postagens (a menos que eu me engane, como sempre, nessas questões de funcionamento de softs).
Mas, voltando ao artigo, ele só reforça minha percepção -- mas fundamentada no que observo em contato com esse meio bizarro -- de que as universidades brasileiras são basicamente IMPRODUTIVAS, com muito poucas exceções.
Alguém vai me contestar?
Apresente dados, como esses do cientista da UniCamp, aliás sempre muito simpático aos gramscianos da academia (pode ser que tenha mudado nos últimos tempos).
Paulo Roberto de Almeida

Produção científica e lixo acadêmico no Brasil
Rogério Cezar de Cerqueira Leite
Folha de S.Paulo, 06/01/2015

Dois artigos publicados recentemente pela revista britânica "Nature", especializada em ciência, deixam o Brasil e, em especial, a comunidade acadêmica brasileira, profundamente envergonhados.
A "Nature" nos acusa, em primeiro lugar, de produzir mais lixo do que conhecimento em ciência. Nas revistas mais severas quanto à qualidade de ciência, selecionadas como de excelência pelo periódico, cientistas brasileiros preenchem apenas 1% das publicações.
Quando se incluem revistas menos qualificadas, porém, ainda incluídas dentre as indexadas, o Brasil se responsabiliza por 2,5%. O que a "Nature" generosamente omite são as publicações em revistas não indexadas, que contêm número significativo de publicações brasileiras, um verdadeiro lixo acadêmico.
O segundo golpe humilhante para a ciência brasileira exposto pela revista se refere à eficiência no uso de recursos aplicados à pesquisa. Dentre 53 países analisados, o Brasil está em 50º lugar. Melhor apenas que Egito, Turquia e Malásia.
Tomemos um exemplo. O Brasil publicou 670 artigos em revistas de grande prestígio, enquanto no mesmo período o Chile publicou 717, nessas mesmas revistas. O dado profundamente inquietante é que enquanto o Brasil despendeu em ciência US$ 30 bilhões, o Chile gastou apenas US$ 2 bilhões.
Quer dizer, o Chile, que aliás não está entre os primeiros em eficiência no mundo científico, é 15 vezes mais eficiente que o Brasil. Alguma coisa está errada, profundamente errada. A academia brasileira, isto é, universidades e institutos de pesquisas produzem mais pesquisa de baixa do que de boa qualidade e as produz a custos muito elevados. Há certamente causas, talvez muitas, para essa inadequação.
A primeira decorre de um "distributivismo" demagógico. É evidente que seria desejável que novos centros de pesquisas se desenvolvessem em regiões ainda não desenvolvidas do país. Mas é um erro crasso esperar que uma atividade de pesquisas qualquer venha a desenvolver economicamente uma região sem cultura adequada para conviver com essa pesquisa.
Seria desejável que investimentos maciços fossem aplicados em pesquisas em instituições localizadas em regiões pouco desenvolvidas, mas cujo meio ambiente é capaz de absorver os benefícios dessa inserção.
O segundo mal que é causa inquestionável da diminuta e dispendiosa produção de conhecimento é o obsoleto regime de trabalho que regula a mão de obra do setor de pesquisas em universidades públicas e na maioria dos institutos.
O pesquisador faz um concurso –frequentemente falsificado– no começo de sua carreira. Torna-se vitalício. Quase sempre não precisa trabalhar para ter aumento de salário e galgar postos em sua carreira. Ora, qual seria, então, a motivação para fazer pesquisas?
O terceiro problema é o sistema de gestão de universidades públicas e instituições de pesquisa, cuja burocracia soterra qualquer iniciativa dos poucos bem-intencionados professores e pesquisadores que ainda não esmoreceram.
Pois bem. Há uma fórmula que evita todos esses males e que já foi experimentada com sucesso em algumas das instituições científicas do Brasil: a organização social. A resistência dos medíocres e parasitas e a falta de coragem política de algumas de nossas autoridades impedem a solução desse problema.

ROGÉRIO CEZAR DE CERQUEIRA LEITE, físico, é professor emérito da Unicamp e membro do Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia e do Conselho Editorial da Folha.