O que é este blog?

Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.

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sexta-feira, 16 de setembro de 2016

O Brasil pos-impeachment: politica e economia - palestras do ILCO


Com a recente concretização do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff, Michel Temer assume, em caráter definitivo, a presidência da república para um mandato de aproximadamente dois anos e meio. A conclusão do julgamento da presidente anterior pelo Senado Federal também acarretou na saída do Partido dos Trabalhadores do governo, que, após 13 anos no poder, retorna à oposição.

Quais serão as perspectivas para o País até o final de 2018? O ajuste fiscal será bem sucedido? Haverá reformas econômicas e políticas? O desemprego será reduzido, a inflação controlada e o PIB voltará a crescer? Como serão os próximos passos dos principais atores políticos até o ano eleitoral de 2018?

​Para discutir esses e outros questionamentos, o Instituto Liberal do Centro Oeste (ILCO) realizará, nos dias 21 e 22 de setembro, duas palestras de análise de conjuntura e perspectivas futuras da política e da economia brasileiras do pós-impeachment.
Os eventos são totalmente gratuitos, abertos a todos públicos e emitem certificado de comparecimento aos interessados.

# Dia 21 de setembro, quarta-feira (Política):

Palestra “O BRASIL PÓS-IMPEACHMENT: O QUE HÁ A TEMER”, com Raul José de Abreu Sturari, vice-presidente do Instituto Sagres e consultor de gestão e planejamento estratégico.

# Dia 22 de setembro, quinta-feira (Economia):

Palestra “ECONOMIA NO PÓS-IMPEACHMENT: MAIS DESAFIOS PARA O BRASIL”, com Adolfo Sachsida, economista e pesquisador do IPEA.

segunda-feira, 15 de agosto de 2016

A carta de Dilma - Marli Goncalves

A CARTA DE DILMA
Por MARLI GONÇALVES

15/08/2016
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Faz uns três meses que uma tal carta começou a ser escrita e nunca se viu tantas idas e vindas, tantos rascunhos, tantos garranchos, tanto tira e põe, tanta gente se metendo, palpitando, igual ao governo que não fez. Essa carta podia mesmo ser só um ponto final.
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Cabeçalho:
Brasília, (__) de agosto de 2016.
Destinatário: Ao Povo Brasileiro.
"Desculpem qualquer coisa. Sei que estou sendo afastada pelo conjunto da obra e de minha teimosia, que acabaram desenhando os acontecimentos que vivemos. Grata pela compreensão, e um pedido: não gostaria que se associasse isso tudo ao fato de eu ser mulher. Não tem nada a ver. Apenas me uni a um projeto de poder político que se mostrou patético e falido".
Assinado, Dilma.

Pronto, estava dito.

Mas não. Quer porque quer causar. Sair batendo o pé. Agora a coisa está piorando e a tal missiva ameaça até ser uma espécie de carta-testamento, tipo a de Getúlio Vargas - sem o suicídio, esperamos, claro, que ninguém quer sangue. Dá para acreditar? Mais, a ameaça continua: poderá não ser só uma carta, mas duas! Mais ainda: ameaça listar as lutas da esquerda brasileira que acredita encarnar contra os contrários ao Deus Supremo Lula. Coisa mais antiga, démodé. Fico preocupada se ela não vai acabar fazendo logo um livro capa tão dura quanto sua cintura. Novela a história toda já virou. Toques venezuelanos emocionantes.

Mártir de si mesma, a presidente afastada sugere que não viu que foi quem montou o jogo que perdeu, o mundo se desmoronando à sua frente em erosão constante, promessas e mentiras desmascaradas. Que não ouviu os primeiros berros à sua porta em junho de 2013. Não admite que a cada passo que se revela da mangueira de sucção instalada na Petrobras vem à tona sua cegueira, incompetência de gestão. Ou, o que tem hora que até eu acredito, que foi feita de otária - e o que deve ser duro para a valenta admitir - as coisas correram ali nas suas barbas. Barbas, não, melenas caprichosamente cultivadas na sua visível transformação nos últimos anos.

O mesmo com relação ao partido, o PT e seus radicais livres, muitos que inclusive agora não mais o são, e estão ou foram presos, com o quais ela nunca pareceu ter afinidade mesmo, mas fazer o quê? Vivem ranhetando entre si. Mas poste não tem vez, nem voz. O problema maior é que caiu a lâmpada que iluminava o poste e o fazia imprescindível.

Igual soluço, a palavra golpe está até cansada de tanto senta e levanta, de tanto que entrou e saiu dessa tal carta que já marcou várias datas para nascer de cesariana, e deu para trás até agora em todas. Parto difícil, alto risco.

Outro dia dessa semana, pelo que se deu a entender, Lula foi até Brasília para conhecer a tal pecinha. Vocês conhecem o Lula? Conseguem imaginar o que é que ele realmente pensa dessa ideia de escrever cartinha, como deve se referir com desdém, o que será que acha? Do papelzinho? O intuitivo Lula deve achar uma papagaiada, entre outros termos menos airosos.

Fora que pelo que se ouve por aí, na tal epístola ela quer - e se voltar, garante que o fará - chamar o povo - esse arrepiante coletivo - para opinar em plebiscito. Um eufemismo para admitir sua própria derrota.

Não quero ser chata, tinha até pensado em ajudar a escrever uma minuta completa para abreviar a angústia que essa carta, ao fim e ao cabo a nós endereçada, deve causar a Dilma. Será que ela levanta de madrugada pensando nela? Será que é ela mesma que a está escrevendo sentada em sua penteadeira, com caneta bico de pena (imagem romântica)? Qual a cor da tinta? Ou escreverá a lápis, apagando detalhes com borracha cheirosa? Usará branquinho?

Se perde pensativa, desenha casinhas no papel? Escreve os palavrões que pensa? Ou teclará catando milho palavra por palavra? Tira cópias? Parece a carta mais vazada e aberta do mundo, mais que obra de Umberto Eco. Imprime para ler? Destrói no triturador as partes que despreza? Deixa guardada em um pendrive que mantém junto a si, amarrado em uma corda no pescoço?

Escreveu não leu, o pau comeu.

Marli Gonçalves, jornalista - - A melhor de todas é a carta branca, que nos deixa decidir o que queremos. Mas que não damos a governo algum em nosso nome.

terça-feira, 2 de agosto de 2016

O impeachment visto de fora - Paulo Gregoire (Stratfor)

The Root of Brazil's Political Problems
By Paulo Gregoire
Stratfor Analysis, JULY 31, 2016 | 13:03 GMT

Brazilian lawmakers vote April 17 on whether the impeachment proceedings against President Dilma Rousseff will move forward. The proliferation of political parties in Brazil has made it more difficult for executive powers to avoid impeachment.

Sumary
Much ado has been made about Brazil's precarious political situation ahead of the 2016 Summer Olympics. But how did the country come to be in such a tight spot? In large part the answer lies in the massive number of political parties active in Brazil, which has led to a particularly fragmented congress. It is an old trend, observed most famously by Brazilian political scientist Sergio Abranches in a 1988 paper titled "Coalition Presidentialism: The Brazilian lnstitutional Dilemma." According to Abranches, one of Brazil's most serious institutional challenges is what he deemed to be a "coalitional presidentialism" — a system by which the president must form and govern over a multiparty coalition, which becomes more difficult the more parties are involved.

Brazil's was a concerning political model, but a temporary one, Abranches argued. He believed that as democracy strengthened in the country, elections would limit the number of viable political parties. But he was wrong. Since Abranches made that prediction in 1988, the number of political parties with more than 5 percent representation in congress has doubled, rising from four to eight. In the same period, the Brazilian congress impeached former President Fernando Collor de Mello in 1992, and it is now in the process of impeaching President Dilma Rousseff, who will likely be forced out of office by the end of August. This is not to say the proliferation of political parties actually caused these impeachments. But it certainly made them more difficult for the executive powers to manage, and impeachment more difficult to avoid.

Analysis
The problem with a system that incorporates so many political parties is that it can weaken the executive if he or she is unable to unify a ruling coalition. Maintaining balance in such a heterogeneous environment becomes more difficult in times of social upheaval or political crisis. That is why even when marches and protests were being held against Rousseff across Brazil in early 2015, Stratfor was monitoring Roussef's political coalition even more closely than the developments on the street. At the time the protests, though dramatic, did not pose the biggest threat to the president; the Brazilian Democratic Movement Party (PMDB), the main political ally of the ruling Workers' Party, did.

Though an impeachment case must be based on a specific alleged legal violation, it is ultimately a political decision rather than a judicial one. If Rousseff had been capable of maintaining a cohesive coalition in congress, she would have earned the one-third of the votes needed to stop the impeachment proceedings against her. As it happened, though, once the PMDB distanced itself from Rousseff, her impeachment became all but certain.

Rousseff did not lose control of her coalition in one fell swoop. It was a gradual process, driven by a declining economy, accusations of budget manipulation and revelations of a monumental corruption scandal involving state-owned oil company Petroleo Brasileiro, which Rousseff formerly chaired. The final nail in the coffin, however, came when PMDB candidate Eduardo Cunha, an outspoken opponent of Rousseff, won the presidency of the lower house of congress over the Workers' Party candidate. In this role, Cunha had the authority to take up the impeachment request against Rousseff in December 2015.

Forming a Coalition
The more parties there are in Brazil's political landscape, the more difficult it is to build a viable coalition. The PMDB, the country's largest party, has only 13 percent of the seats in congress. But in Brazil, where there have been impeachment requests filed against every president since 1988, building an effective coalition is vital for a president, not only for the purposes of passing legislation but also for keeping the post. Only in 1992 and 2015 have Brazil's ruling coalitions been so weak as to allow impeachment requests to pass through congress and into the judiciary; the 1992 request led to the ouster of the sitting president, and the 2015 request appears as though it will do the same.

In fact, interim President Michel Temer has already been working to strengthen a new ruling coalition in preparation for Rousseff's permanent removal. Temer has allocated ministries and high-level positions in state-owned companies, including the Caixa Economica Federal bank, to members of nearly all the political parties in the coalition to win their favor. When asked why Temer appointed mostly politicians rather than industry experts to his Cabinent, he responded that his first priority was to build a strong ruling coalition. In his view, he would be able to remedy the economy only with congressional unity and support.

Creating Corruption
Though creating a solid coalition is necessary to avoiding impeachment, the process of actually cultivating support can also lead to corruption. For example, one of the Workers' Party's main tactics is to allocate prominent positions to political allies and their supporters. By appointing party backers to key positions in state-owned companies, politicians can ensure bribes and kickbacks for themselves. Former Presidents Luiz Inacio Lula da Silva, Fernando Henrique Cardoso and Fernando Collor de Mello, among others, have been accused of adopting such tactics.

The Brazilian congress is currently considering legislation to limit the number of political parties active in the government based on a minimum performance in elections, but the Supreme Federal Court ruled a similar proposal unconstitutional in 2006. The reality is that the fragmentation of the Brazilian congress is likely to be enduring, no matter which party controls the presidency. It will also probably be both a source of corruption and a threat to the stability of the presidency. Even if Rousseff is ousted, Temer will have to pull together a strong coalition that will back him if an impeachment case is brought against him. But he will have to be careful to ensure that in doing so, he does not empower any one party any more than the others — because as Rousseff knows all too well, that can be a dangerous approach.

terça-feira, 31 de maio de 2016

Quer resistir ao golpe de 2016? Compre o livro de 450 paginas da "resistencia"...

Matéria do Correio Braziliense desta noite de 30/05/2016:

"A Resistência ao Golpe de 2016" narra a história do processo de impeachment da presidente afastada

A presidente Dilma Roussef foi ovacionada em sua chegada à Universidade de Brasília (UnB), na noite desta segunda-feira (30/5) para o lançamento do livro "A Resistência ao Golpe de 2016". Publicada pela Editorial Praxis, a obra, de 450 páginas, reúne textos que analisam o processo de impeachment da petista.
Estão presentes no livro relatos de advogados, professores, políticos, jornalistas, cientistas políticos e líderes de movimentos sociais, como o coordenador nacional do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), Guilherme Boulos,  o teólogo e escritor Leonardo Boff, a presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE),  Carina Vitral, e o sociólogo português Boaventura de Sousa Santos.
http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/politica/2016/05/30/internas_polbraeco,534121/multidao-recebe-dilma-na-unb-para-lancamento-de-livro.shtml

PRA: Enfim, os suspeitos de sempre...

segunda-feira, 30 de maio de 2016

O jogo sujo da desinformacao dos companheiros contra o Brasil no exterior - Editorial Estadao

Editorial resposta do Estadão à campanha sórdida dos dirigentes e mercenários do partido totalitário contra o processo de impeachment. Se não fosse por outros motivos, eles deveriam ser banidos da vida pública também por isso.
Paulo Roberto de Almeida

O jogo sujo da campanha para enxovalhar o Brasil no exterior
O jogo sujo da desinformação
 Editorial / O Estado de S. Paulo, domingo, 29 de maio de 2016

O Brasil, sua democracia e suas instituições estão sendo enxovalhados no exterior por uma campanha de difusão de falsidades cujo objetivo é denunciar a “ilegitimidade” do presidente em exercício Michel Temer. Diante da ousadia desses delinquentes a serviço da causa lulopetista, não basta ao Itamaraty limitar-se a orientar suas missões no exterior sobre como responder a essa onda de desinformação. Será necessária uma atitude mais resoluta para contra-arrestar as mentiras e deixar claro aos governos e à opinião pública de outros países que o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff vem cumprindo todos os requisitos legais, e também para defender a decisão soberana dos eleitores brasileiros, devidamente representados no Congresso que votou pelo afastamento da petista.

Na mais recente ofensiva da patota petista, um jornalista usou uma rotineira entrevista do porta-voz do Departamento de Estado dos Estados Unidos, Mark Toner, para tentar induzir a Casa Branca a reconhecer que houve um “golpe” no Brasil e que a democracia no País foi arruinada.

Na entrevista, dia 24 passado, o jornalista, não identificado, mencionou os diálogos entre o então ministro do Planejamento, Romero Jucá, e o ex-presidente da Transpetro Sergio Machado – a quem o repórter chamou de “ex-magnata do petróleo” –, sugerindo ter havido ali um arranjo para derrubar Dilma. Então o repórter perguntou: “À luz dessas revelações, não seria hora de começar a considerar que o que aconteceu no Brasil pode ter sido um golpe brando?”.

O porta-voz Mark Toner respondeu que, para o governo americano, conforme já manifestado “várias vezes”, o processo democrático brasileiro e suas instituições “são estáveis o bastante e fortes o suficiente”, razão pela qual o País “é capaz de superar sua crise política”. Em seguida, para encerrar a conversa, disse: “Desse ponto em diante, não falarei sobre a política interna do Brasil”.

O verdadeiro papel daquele jornalista ficou explícito: não se tratava de fazer uma entrevista, mas sim de provocar um constrangimento. Disse o repórter: “Bom, isso é interessante. O novo governo acabou com todas as investigações anticorrupção contra os políticos que a ele haviam aderido” – algo que simplesmente não é verdade. E ele desatou a fazer um discurso como se estivesse numa assembleia estudantil: “Eles começaram a vender bens estatais, estão falando em mudar a política externa brasileira e formaram um Ministério inteiramente masculino, feito de gente ligada ao mercado e à indústria, gente que era hostil a uma porção de prioridades do governo anterior, e nada disso foi feito com o voto popular. O povo não teve nenhuma palavra nisso. Houve mesmo um processo democrático? Os Estados Unidos consideram aquilo um processo democrático?”.

Para não permitir que o Departamento de Estado americano continuasse a servir como palanque para o embuste lulopetista, o porta-voz interrompeu a conversa depois de reafirmar a crença dos Estados Unidos na força da democracia do Brasil e de dizer que não faria nenhum reparo às “mudanças internas no governo brasileiro”.

Não se trata de um episódio isolado. Os advogados da causa petista, aqui e no exterior, não se sentem constrangidos em apelar para a desinformação quando se trata de tentar caracterizar a “ilegitimidade” de Michel Temer. Um desses ativistas, o americano Glenn Greenwald, chegou ao cúmulo de publicar reportagem na qual diz que Temer não poderia assumir a Presidência porque “está por oito anos impedido de se candidatar a qualquer cargo público”. Ou seja, o jornalista tratou como condenação definitiva o que é apenas a opinião da Procuradoria Regional Eleitoral de São Paulo, a propósito de uma multa de R$ 80 mil imposta a Temer por ter feito doações eleitorais acima do teto.

Derrotado fragorosamente quando tentou emplacar a tese do “golpe”, rejeitada in totum pelo Supremo Tribunal Federal, restou à trupe lulopetista espalhar mundo afora que Temer é “ilegítimo”. É esse o jogo sujo que o Itamaraty terá de enfrentar.

quarta-feira, 18 de maio de 2016

Ted Goertzel on Brazilian crisis and the impeachment - Brazil.com (May 16, 2016)

Meu amigo Ted Goertzel apresenta para o público americano uma interpretação mais sofisticada do que as teses simplistas do golpismo de direita que andaram circulando na imprensa internacional.
Paulo Roberto de Almeida

The Ritual Sacrifice of Brazilian President Dilma Rousseff

Brazilian president Dilma Rousseff was sacrificed as a scapegoat for sins and shortcomings widely shared by her accusers. In a nationally televised session of the Chamber of Deputies on April 16, 2016, each deputy had ten seconds to defend his or her vote. Few bothered to mention the technical legal reason for seeking her removal, borrowing money from state banks in violation of the fiscal responsibility laws.
Instead, the 367 deputies who supported impeachment said they were saving their families, their communities and their nation from the abyss into which Brazil had fallen. The 137 who defended her mostly argued that the sanctity of the presidential term should be respected, and that she wasn't as bad as a lot of the others.
The deputies fumed righteous anger, but many also seemed fearful, not just for their country but for themselves. This fear was understandable since many are under investigation by the Federal Police for corruption. Eduardo Cunha, the Leader of the Chamber who orchestrated the session, was himself removed from office by the Supreme Court a few days after the impeachment vote.
The mass psychology driving the spectacle in Brasilia has been little explored. Psychoanalyst Tales Ab'Sáber recently published a short volume about Dilma Rousseff and one about her patron, Luiz Inácio Lula da Silva. Ab'Sáber's extended essays are works of cultural criticism and historical commentary with only occasional psychoanalytic insights. But they are a beginning.
Lula and Dilma are polar opposites in terms of popularity. Lula was the most popular president in the history of Brazilian public opinion research and Dilma was the least popular. They are also opposites in personality type: Lula is gregarious, outgoing and charismatic. Dilma is stern, lacking in charisma, and prone to lashing out angrily at signs of disagreement.
Together with Lula, Dilma Rousseff says goodbye to presidency
Dilma had never run for political office but had served in several appointed positions in state and federal government. Lula selected her as his chief of staff when José Dirceu, his longtime close associate, was forced to resign and take the rap for corruption scandals. Dilma and the whole country were surprised when Lula decided he wanted her to be the Workers Party candidate for the presidency in 2010.
Lula had served two terms and was ineligible to serve again, so he nominated Dilma as a place-holder. This avoided an intraparty struggle over succession, and the possibility that a new charismatic leader might emerge to take Lula's place. At the time, Lula was so popular that journalists observed he could have elected a post to the presidency. This observation was repeated so frequently that Dilma found it necessary to publicly assert that she was not a post.
Lula's popularity had much to do with the economic boom during his presidency, sustained by high commodity prices. But there was more to it than that. Ab'Sáber describes Lula's role in the Brazilian national psyche as "a leader chosen by destiny whose ultimate strength comes from a transcendent, divine source…. In generic psychoanalytic terms it is the magical thinking of a child who does not understand the realistic constraints of his parents' thinking."
In Ab'Sáber's view, Lula's "first charismatic imaginary, the object of the transference from the heterogeneous and socially significant public that sustained him was that of the good savage, civilized and civilizing, antibourgeois because of his position in the class structure, but with the practical social, economic and political knowledge lost to the theoretical left locked in the ivory tower of the university." (All translations are my own.)
Lula was raised by an impoverished single mother, became a lathe mechanic and union leader and the first Brazilian president from the working class. But once he put aside strident socialist rhetoric to get elected, he was warmly welcomed by all social classes as a transformational leader who would bring Brazil into the modern age. His slogan was "Lula: Peace and Love."
Ab'Sáber uses Lacanian psychoanalytic terminology to describe the process by which Lula softened the harsh slogans of his neo-Marxist past. Ab'Sáber's jargon is too difficult for a direct translation, but as best I understand it he says that in a process Lacanians call foreclosure (forclusion in French), problems are not repressed outright but reframed to be less threatening. Thus, misery becomes poverty, the proletariat becomes the middle class, and mammoth fortunes become income inequality.
In other words, Lula rephrased problems so they were less threatening. This worked well as long as the economy was booming. Brazil did especially well during the global financial crisis of 2008 because its large state sector protected it from the worst of the downturn. But a Keynesian stimulus has to be followed by a cutback when the crisis subsides.
Dilma and the Workers Party didn't accept that. They were smug and overconfident, they thought they could continue to run up debt and fill the bulging bureaucracy with their minions. Their profligate spending and mismanagement led to massive street demonstrations by youth frustrated by high prices and lack of opportunity.
Dilma got narrowly re-elected in 2014 by denying the seriousness of the crisis caused by the fall of commodity prices and by borrowing massive funds from state banks in violation of the fiscal responsibility laws. As soon as she was re-elected she effectively admitted that the opposition had been right and that cutbacks were needed. People were angry at having been deceived by an unfeeling bureaucrat
The economic crash that followed would have taxed the popularity of any president, but Dilma was especially vulnerable. In Ab'Sáber's view, on a psychological level Lula had much in common with his social democratic predecessor, Fernando Henrique Cardoso. Both are conciliatory leaders who seek consensus. Dilma is more authoritarian, concerned with projecting strength.
Ab'Sáber believes she is more similar, as a psychological type, to the military president Ernesto Geisel. He says she also had something in common psychologically with José Serra, the social democrat who ran against her 2010. Serra is more of a technocrat than a schmoozer. But as a technocrat Serra has the great virtue of being highly competent with much stronger qualifications in economics than Dilma. Serra has also proven himself politically as a mayor and governor in São Paulo.
This raises the question of why Lula selected Dilma in the first place, when so many more experienced politicians were available. At the time it was suspected that he planned to run things from behind the scenes, using her essentially as a chief of staff. But that didn't happen; he left her on her own to run things and went traveling around the world, even before he had to be treated for throat cancer.
Ab'Sáber speculates that Dilma may have been a mother image to Lula whose own mother had taken care of him so well when his father abandoned the family. Perhaps he felt that the country would be safe in her hands. The experienced Workers Party politicians Lula might have chosen were mostly men. But Ab'Sáber concedes that "it is difficult, even for an analyst, to believe that such traditional and prosaic psychoanalytic motives could have had such an impact on public history."
Dilma herself has remarked that she was a strong woman surrounded by fluffy (fofos) men. But if so, this was her choice, since there are certainly plenty of strong men she could have selected to work with her. Perhaps, as a woman insecure in a role beyond her level of experience or competence, she compensated by being authoritarian and dismissive of others. At the end, she tried to save herself by bringing Lula back into the government, appointing him to the role she had held, chief of staff. But the Supreme Court blocked the appointment on the grounds that Lula was under investigation for personal corruption related to his beach house.
The impeachment of Dilma was a sorry spectacle because she is apparently personally honest and many of her persecutors certainly are not. But Dilma's cheating on the fiscal responsibility laws is actually worse for the country than accepting personal payoffs or "tips" as the Brazilians call them.
Without fiscal responsibility, Brazil could easily slide back into the quagmire of hyperinflation and dysfunctionality. As President of Brazil, and as former president of the national oil company, Dilma has a heavy burden of responsibility for the massive corruption uncovered by the Federal Police and the courts.
Lula could also have been impeached for the systematic payoffs to congresspersons during his administration. But he was popular and his chief of staff, José Dirceu, took the rap for him. For Lula, the buck stopped with Dirceu. The leaders of the Dilma impeachment, many of whom were former allies abandoning a sinking ship, hope it will stop with Dilma.

References:
Tales Ab'Saber, Lulismo: carisma pop e cultura anticrítica. Amazon Kindle Edition, 2015.
Tales Ab'Saber, Dilma Rousseff e o ódio político. Amazon Kindle Edition, 2015.
Ted Goertzel and Paulo Roberto de Almeida, eds., The Drama of Brazilian Politics from 1815 to 2015. Amazon Kindle Edition, 2015.

Ted Goertzel, Ph.D., has retired as professor in the Sociology Department at Rutgers University in Camden, N.J. He is the author of a biography of Fernando Henrique Cardoso, available in English and in Portuguese. He is best reached by email at tedgoertzel@gmail.com and his WEB page can be found at http://crab.rutgers.edu/~goertzel/

The Ritual Sacrifice of Brazilian President Dilma Rousseff:
http://brazzil.com/23942-the-ritual-sacrifice-of-brazilian-president-dilma-rousseff

segunda-feira, 25 de abril de 2016

Impeachment: sem consenso no Mercosul para aplicacao da clausula democratica (Globo)

Não preciso comentar, em vista de tudo o que já disse aqui e em outros meios.
Paulo Roberto de Almeida

Punição para o Brasil, sugerida pela presidente, seria rejeitada pelo Mercosul

• Dilma citou violação da cláusula democrática, em caso de impeachment

Janaína Figueiredo, Eliane Oliveira - O Globo, segunda-feira, 25 de abril de 2016

- BUENOS AIRES E BRASÍLIA- Caso a presidente Dilma Rousseff cumpra o que declarou na última sexta- feira, em Nova York, após participar de uma reunião sobre clima, e invocar formalmente a cláusula democrática do Mercosul, por causa do processo de impeachment que enfrenta no Congresso, terá seu pedido rejeitado. Paraguai e Argentina não apoiam a ideia e não há consenso entre as autoridades uruguaias. O único país que defenderia uma punição seria a Venezuela.

A estratégia do Palácio do Planalto é não reivindicar diretamente a suspensão ou uma moção de apoio a Dilma. A saída seria os venezuelanos tomarem a frente nessa empreitada. A decisão a favor de uma eventual punição precisaria ser tomada por consenso. Um único membro contra detonaria qualquer possibilidade de uso da cláusula democrática — que, se adotada, teria como consequências desde a suspensão do Brasil da união aduaneira sul- americana até a exclusão do país de acordos de cooperação na região.

Impeachment fora da pauta
Anteontem, houve uma reunião de chanceleres da União de Nações Sul- Americanas ( Unasul) em Quito, no Equador. O tema do impeachment não entrou na pauta, pelo menos oficialmente, segundo uma graduada fonte da área diplomática. Hoje, o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, estará em Montevidéu, no Uruguai, para um encontro de ministros do Mercosul para celebrar os 25 anos do bloco. O assunto poderá ser tratado nos bastidores.

Em meados de 2012, o governo Dilma foi o principal promotor, com o da ex- presidente argentina Cristina Kirchner, da aplicação da cláusula democrática do Mercosul para suspender o Paraguai do bloco, por considerar inconstitucional e ilegal o impeachment do então presidente Fernando Lugo. O Paraguai, confirmou ao GLOBO uma alta fonte do governo do presidente Horacio Cartes, culpa Dilma por uma retaliação que causou “graves problemas econômicos ao país” há quase quatro anos. Os paraguaios não estão dispostos a apoiar a implementação da mesma cláusula contra um eventual governo de Michel Temer.

A mesma posição, por diferentes motivos, é sustentada pelo governo do presidente argentino, Mauricio Macri. A coalizão esquerdista Frente Ampla, que governa o Uruguai desde 2005, está dividida, mas até agora vem se impondo a posição contra a ativação da cláusula. O único sócio do Brasil que defenderia uma punição ao país, em caso de derrota de Dilma no Senado, seria a Venezuela do presidente Nicolás Maduro.

— O Paraguai foi o país que impediu, recentemente, que a Unasul organizasse uma cúpula de chefes de Estado para defender o governo Dilma. Consideramos que seria uma ingerência em questões internas de um país que tem independência de poderes — disse a fonte do governo Cartes.

Venezuela: voz isolada
Segundo essa fonte, “a eventual saída de Dilma do governo provoca até mesmo certo alívio em setores do governo paraguaio, porque muitos nunca a perdoaram por ter liderado a campanha contra nosso país quando Lugo foi destituído”. O Paraguai só retornou ao bloco meses após a posse de Cartes, em agosto de 2013.

Em Montevidéu, o governo do presidente Tabaré Vázquez está dividido em alas pró e contra um pronunciamento contundente de condenação ao processo de impeachment. Segundo reportagem do semanário “Busqueda”, a crise brasileira foi discutida em 18 de abril, na reunião de ministros do governo Vázquez.

O Executivo argentino nunca aderiu à tese do “golpe” contra Dilma e, como Paraguai e Uruguai, não está disposto a votar a favor da suspensão do Brasil. Já o presidente venezuelano acha que o governo do PT enfrenta um “golpe da Justiça, da mídia e do Congresso”, “um golpe contra todos os povos da América Latina”. (* Correspondente)

Impeachment: uma ultima traicao a patria, antes de cair definitivamente - InfoLatam

Se não fosse por qualquer outro crime -- dois efetivamente praticados, e objetos do pedido em tramitação, mas existe uma penca de outros, também, que reforçarão o julgamento político -- esta última traição à pátria por Madame Pasadena sela o seu destino inglório à frente da Presidência.
O autor do pedido de intervenção nos assuntos internos do país foi seu assessor internacional, um apparatchik do PT, e homem de confiança dos cubanos no Foro de São Paulo, o mecanismo de controle e coordenação dos partidos dito progressistas da América Latina pelos comunistas cubanos, e esse aspone amador em diplomacia merece também ser acusado de crime de responsabilidade, pois o que praticou é um pedido de intervenção externa contra o Brasil, num organismo controlado por bolivarianos (ou seja, cubanos).
Paulo Roberto de Almeida

Brasil crisis

Rousseff pide ayuda a Mercosur y Unasur contra su impeachment

Infolatam/Efe
Brasilia, 24 de abril de 2016

La presidenta brasileña, Dilma Rousseff, antes de regresar a Brasil después de participar durante los últimos dos días en una reunión de la ONU en Nueva York, pidió al Mercosur y a la Unasur que “miren” con atención el proceso de apertura de un juicio legislativo en su contra.
En un encuentro con periodistas brasileños, luego de intervenir en el segundo día de la ceremonia de firma del Acuerdo de París sobre el cambio climático, Rousseff afirmó que “en Brasil está en curso un golpe, un golpe que ni sé de quién es, entonces me gustaría que el Mercosur y la Unasur mirasen ese proceso”.
Para Rousseff, la crisis política por la que pasa Brasil propicia el “momento” para hacer uso de la Cláusula Democrática del Mercosur, en la que el bloque integrado además por Argentina, Paraguay, Uruguay y Venezuela garantiza la legitimidad de los procesos democráticos en esos países.
En ese sentido, la jefa de Estado aclaró que la idea no es retirar a Brasil del bloque, como también estipula ese mecanismo, pero si realizar “una evaluación del asunto, como nosotros siempre lo hicimos” en otros casos, como el del proceso que retiró del poder en 2012 al expresidente paraguayo Fernando Lugo.
Rousseff se apartó del cargo por dos días, período en el que asumió su vicepresidente Michel Temer, acusado de “conspiración” por la propia mandataria.
Temer forma parte del Partido del Movimiento Democrático Brasileño (PMDB), la más numerosa en el Congreso y que en marzo rompió filas con la base oficialista para apoyar la apertura de un juicio político con fines de destitución contra Rousseff.
El jefe de los Diputados, Eduardo Cunha, también del PMDB y contrario a Rousseff, incluso desde mucho antes de que ese partido se retirara del oficialismo, fue quien comandó en la Cámara Baja el proceso del eventual juicio.
La Cámara de Diputados, con 367 votos a favor, 137 en contra, siete abstenciones y dos ausencias, consiguió el domingo pasado más de los dos tercios del plenario para aprobar la apertura del juicio, una decisión que ahora deberá ser ratificada por la mayoría simple (41) del Senado.
En ese caso, Rousseff se apartaría por 180 días para su defensa, Temer asumiría y, en caso de ser declarada culpable por los dos tercios del Senado (54 votos), la Cámara Alta deberá entonces decidir si el presidente encargado termina el mandato hasta el 1 de enero de 2019 o si se convoca a unas nuevas elecciones.
El lunes, se instalará en el Senado la Comisión Especial de 21 legisladores, con sólo cinco del oficialismo, que analizarán los documentos del proceso remitidos por la Cámara Baja.
La gobernante es acusada de realizar maniobras fiscales para maquillar el informe de cuentas públicas en la gestión de 2014 y 2015.
Antes de retomar al poder en Brasilia, Rousseff manifestó que confía en las instituciones del país.
“Las instituciones son obras humanas. Nosotros tenemos instituciones cada vez más fuertes. Podemos comprometer esas instituciones, pero jamás destruirlas. Comprometerlas sí podemos”, evaluó la mandataria.
En su paso por Estados Unidos, la gobernante manifestó que es “víctima de un proceso ilegal, golpista y conspirador” y por eso comparecerá al Senado para su defensa en compañía de los ministros de Justicia y Hacienda.
“Mi mandato es garantizado por 54 millones de votos del pueblo”, resaltó Rousseff, quien descartó nuevamente que vaya a presentar su renuncia o convocar a nuevas elecciones.
Así, Rousseff justificó: “no estoy en contra, de ninguna manera, de las elecciones, pero una cosa es la elección directa con votos secretos de las personas y el pueblo brasileño participando. Ahora tengo el derecho a defenderme. No soy apegada al cargo, pero tampoco acuso a nadie de golpista si se propone una elección directa”. EFE

Brasil, la amarga verdad

El análisis
Carlos D. Mesa
(Página Siete. Bolivia)-.”Son ya 13 largos años de gobierno, ocho de Lula y cinco de Dilma, que han triturado buena parte de ese discurso de esperanza que mejoró la vida de tantos brasileños sobre todo en la primera gestión de Lula. La gente se ha cansado, ha perdido la ilusión, se encuentra con un mar de miserias humanas traducido en miles de millones de dólares robados al Estado…”
“.