O que é este blog?

Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.

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quarta-feira, 22 de novembro de 2017

A Nova Matriz Economica e a Grande Destruicao - Cristiano Romero (Valor)

Cristiano Romero chama a nossa pior recessão de todos os tempos de a Grande Recessão, à qual eu dou o nome de Grande Destruição, pois foi disso que se tratou a partir dos monumentais erros de gestão econômica dos aloprados que tomaram conta do Brasil nos últimos anos. Eles não eram economistas, mas sim o que eu  chamo de keynesianos de botequim.
Eu acho que foi um período de trevas, a nossas "Dark Age", num sentido metafórico.
E acho que foi muito além disso, ou seja, de meros equívocos; eu arriscaria dizer que muitos "equívocos" foram deliberados, para dar vantagns a determinados agentes econômicos que, depois, eram gentilmente convidados a fazer doações "legais" (e também ilegais) ao partido neobolchevique e seus meliantes políticos.
Paulo Roberto de Almeida 
Brasília, 22 de novembro de 2017


Ainda, a Nova Matriz
 Cristiano Romero
Valor Econômico, 22/11/2017



Muitas teses já foram feitas sobre as causas da Grande Recessão, como ficou conhecida a derrocada da economia brasileira entre 2014 e 2017. Poucos analistas duvidam, porém, do fato de que a Nova Matriz Econômica, um conjunto amplo de políticas adotadas pelo governo Dilma Rousseff a partir de agosto de 2011, foi a principal responsável pela ruína. A recessão, segundo o Comitê de Datação de Ciclos Econômicos da FGV, começou no segundo trimestre de 2014 e terminou em 2016, tendo durado, portanto, quase três anos. Como foi uma tragédia provocada por equívocos de política econômica e não fruto de uma crise externa, seus efeitos devem ser lembrados à exaustão - entre outros, queda acumulada de 8,6% do PIB e de mais de 10% da renda per capita, 14 milhões de desempregados e explosão da dívida pública.
Outros fatores contribuíram para a debacle, mas não foram tão disruptivos para a confiança de empresários e consumidores. A Nova Matriz foi concebida, em meados de 2011, sob a justificativa de que a crise mundial ocorrida entre 2007 e 2009 estava recrudescendo. A economia mundial, de fato, diminuiu o ritmo de crescimento a partir de 2012 e o boom de commodities, puxado pelo forte crescimento da China e fonte relevante da expansão brasileira entre 2004 e 2010, acabou naquela época. Apesar disso, o "fim do mundo" não adveio, como profetizaram os economistas do governo, que, na verdade, já queriam mudar tudo desde o primeiro mandato de Luiz Inácio Lula da Silva.
Nunca uma crise foi tão antecipada quanto a que resultou na "Grande Recessão". Dilma Roussef tinha uma obsessão desde que botou os pés em Brasília para assumir o comando do Ministério das Minas e Energia, em janeiro de 2003: reduzir a Taxa Básica de Juros(Selic), que serve de parâmetro para o custo da dívida pública e funciona como referência para toda a economia. Achava que, com isso, o Brasil cresceria de forma acelerada.
Com a Nova Matriz, o PT finalmente fez o que prometeu
Ignorando todas as razões - apontadas por inúmeros estudos acadêmicos - que levam a taxa de Juros de um país chegar a níveis pornográficos, Dilma achava possível diminuir a Selic na marra. Bastava mandar o Banco Central (BC) tomar providência. Nenhum governo fez isso antes, acreditava, nem mesmo Lula, que lhe deu a Presidência da República de presente, porque todos tinham parte com o diabo, isto é, com os rentistas, os que vivem dos Juros altos pagos pelos Títulos públicos.
Começou, assim, no fim de agosto de 2011, a sequência de mudanças da política que, desde meados de 1999, vinha reduzindo a inflação, diminuindo a volatilidade do produto, fortalecendo as finanças públicas e acelerando a taxa de expansão da economia brasileira - e que levou Dilma à Presidência! Naquele mês, contrariando todos os sinais emitidos por seus documentos, além das expectativas do mercado quanto à inflação futura, o BC cortou os Juros, em vez de aumentá-los.
A Nova Matriz cortou a taxa de Juros de 12,50% para 7,25% ao ano no espaço de um ano; o Câmbio se desvalorizou, mas não sem um empurrão do governo, que aplicou IOF numa série de operações de entrada de capitais; o regime de metas para inflação foi flexibilizado, uma vez que o teto do regime (6,5%) passou a ser a meta, que deveria ser 4,5%, conforme decreto presidencial; a disciplina fiscal foi simplesmente abandonada, mas sem que o distinto público fosse informado.
Em 2012, para "cumprir" a meta de Superávit primário prevista em lei, os economistas de Dilma usaram a "contabilidade criativa". Uma das artimanhas era promover troca de ativos entre as estatais para gerar dividendos contábeis que reforçassem o resultado fiscal. O ardil foi logo descoberto pela imprensa e, no ano seguinte e também em 2014, a turma fez algo bem pior: as Pedaladas fiscais - o uso de bancos federais para pagar despesas do governo.
Uma interessante discussão sobre a Nova Matriz está sendo travada neste momento no Blog do Ibre (Instituto Brasileiro de Economia), um espaço privilegiado do debate econômico, criado pelo presidente do instituto, Luiz Guilherme Schymura. No blog (blogdoibre.fgv.br/), Manoel Pires, pesquisador associado da entidade, diz que o termo Nova Matriz foi utilizado pelos críticos como um "espantalho", uma visão caricatural que trata como uma coisa só todas as iniciativas adotadas pelo governo ao longo de vários anos e não considera fatores não controláveis, como o cenário externo.
Também no blog, Bráulio Borges e Samuel Pessoal, igualmente pesquisadores associados do Ibre, estão protagonizando um debate animado. O primeiro, embora não negue, como observa Schymura na última Carta da Conjuntura do instituto, que a Nova Matriz tenha sido uma causa não desprezível da Grande Recessão, diz que os críticos exageram em demasia ao atribuir todos os males àquele experimento. Ele cita o fim do boom de commodities, as restrições de oferta hídrico-energética, os efeitos da Operação Lava-Jato e problemas na aferição do PIB pelo IBGE - que teriam subestimado o crescimento nos anos anteriores, levando o governo a oferecer estímulos para a economia crescer - como fatores que concorreram com a Nova Matriz para derrubar a atividade.
Economista que muito cedo começou a alertar para os riscos das políticas adotadas pelo governo desde 2008, a três anos do fim do segundo mandato de Lula, Samuel Pessoa lembra que a Nova Matriz foi muito além das políticas monetária, fiscal e cambial.
Além da tolerância com a inflação, da redução da transparência da política fiscal, da diminuição drástica do Superávit primário e da colocação da dívida pública em trajetória explosiva, os economistas de Dilma promoveram as seguintes atrocidades: controle de preços para tentar segurar a inflação, uma vez que o BC foi inibido a não elevar os Juros; aumento do protecionismo; ampliação do papel do Estado na Petrobras e no setor de petróleo; uso de bancos públicos para induzir a redução do spread bancário; imposição de resistências ideológicas que travaram a participação do setor privado na oferta de serviços públicos e na infraestrutura; política de conteúdo nacional e de estímulos à produção local.
Muito importante lembrar que, paralelamente às mudanças da política econômica, Dilma adotou uma série de medidas populistas que não cabiam no orçamento, tanto que o financiamento do Fies e do BNDES foi feito por meio de emissão de dívida.
O desastre foi resultado, portanto, de um projeto, apesar dos improvisos fundados no desespero causado pela falta de resultados positivos. Com a Nova Matriz, o PT finalmente chegou ao poder em matéria econômica.
Cristiano Romero é editor-executivo e escreve às quartas-feiras

sábado, 2 de julho de 2016

O "barbaro" da politica monetaria - Alexandre Schwartsman

O Huno
Cheguei a crer que havíamos conseguido criar regras impessoais que reduziriam em muito a dependência de indivíduos excepcionais para conduzir os temas básicos da gestão econômica. A Lei de Responsabilidade Fiscal, por exemplo, deveria fazer com que qualquer ministro da Fazenda tivesse que se comportar de maneira rigorosa no trato com as finanças públicas, independemente de suas crenças (até certo ponto, ao menos).
Os acontecimentos dos últimos seis ou sete anos me fizeram mudar de ideia. Na verdade, mais até do que o péssimo desempenho da economia, me preocupa, e muito, o grau de destruição institucional no período. Olho em volta e só vejo terra arrasada.
Numa nota pessoal, por conta do privilégio que tive por trabalhar na instituição, me entristece em particular a deterioração do papel do Banco Central.
Sob a “direção” de Alexandre Pombini houve piora visível do BC, não só no desempenho, mas principalmente na postura. Mesmo antes do salto em 2015, quando o IPCA atingiu 10,7% (para uma meta de 4,5%), o desempenho no que diz respeito ao controle inflacionário foi lamentável. Entre 2011 e 2014 a inflação atingiu 6,2% ao ano, pouco abaixo do limite máximo de tolerância, apesar do controle dos preços administrados, cuja variação ficou apenas em 4,1% ao ano no período.
O BC também se beneficiou da alteração nos pesos do IPCA após 2011: caso a ponderação que valia até aquele momento tivesse sido mantida, a inflação média teria sido 6,5%, ultrapassando o teto tanto em 2012 quanto em 2014. 
Comparado, portanto, em bases congruentes com as de seus predecessores, Pombini não apenas jamais entregou a inflação na meta, mas também estourou seu limite superior ao menos quatro vezes, colocando em sua conta, por mérito, o fiasco de 2016, apesar de suas promessas de convergência ainda este ano feitas até setembro do ano passado.
Assim, coube-lhe também a duvidosa honra de ser o primeiro presidente do BC sob o regime de metas que deixa a seu sucessor taxas de juros mais elevadas do que herdou. Seu afã em obedecer ao voluntarismo do governo para a queda da taxa de juros, enquanto fingia ignorar a piora fiscal, teve como consequência exatamente o oposto da intenção original. 
Quando era mais novo conseguia ainda acreditar no efeito pedagógico destas experiências; hoje sei que é questão de tempo até que outro iluminado resolva tentar o mesmo, na vã ilusão que em sua vez o resultado seja diferente.
Isto dito, se há algo que podemos aprender da “gestão” de Pombini à frente do BC é que a postura submissa da autoridade monetária face aos governantes de plantão não traz crescimento maior; ao contrário, resulta em inflação mais alta e, eventualmente, por conta do descontrole inflacionário, expansão menor do produto do que teria sido possível sob inflação baixa. 
Nada, diga-se, que a literatura a respeito já não alertasse, mas parece que há ainda quem queira testar a lei da gravidade pulando de uma janela, no caso do 22º andar do Banco Central.
Cabe agora a Ilan Goldfajn a imensa tarefa conjunta de recuperar a credibilidade institucional do BC e trazer a inflação de volta à meta. Não há de ser fácil, frente ao estrago cometido por seu antecessor, mas desejo, como brasileiro, bem como amigo, que tenha sucesso neste desafio.
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Onde ele come não nasce grama
(Publicado 15/Jun/2016)

segunda-feira, 30 de maio de 2016

O jogo sujo da desinformacao dos companheiros contra o Brasil no exterior - Editorial Estadao

Editorial resposta do Estadão à campanha sórdida dos dirigentes e mercenários do partido totalitário contra o processo de impeachment. Se não fosse por outros motivos, eles deveriam ser banidos da vida pública também por isso.
Paulo Roberto de Almeida

O jogo sujo da campanha para enxovalhar o Brasil no exterior
O jogo sujo da desinformação
 Editorial / O Estado de S. Paulo, domingo, 29 de maio de 2016

O Brasil, sua democracia e suas instituições estão sendo enxovalhados no exterior por uma campanha de difusão de falsidades cujo objetivo é denunciar a “ilegitimidade” do presidente em exercício Michel Temer. Diante da ousadia desses delinquentes a serviço da causa lulopetista, não basta ao Itamaraty limitar-se a orientar suas missões no exterior sobre como responder a essa onda de desinformação. Será necessária uma atitude mais resoluta para contra-arrestar as mentiras e deixar claro aos governos e à opinião pública de outros países que o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff vem cumprindo todos os requisitos legais, e também para defender a decisão soberana dos eleitores brasileiros, devidamente representados no Congresso que votou pelo afastamento da petista.

Na mais recente ofensiva da patota petista, um jornalista usou uma rotineira entrevista do porta-voz do Departamento de Estado dos Estados Unidos, Mark Toner, para tentar induzir a Casa Branca a reconhecer que houve um “golpe” no Brasil e que a democracia no País foi arruinada.

Na entrevista, dia 24 passado, o jornalista, não identificado, mencionou os diálogos entre o então ministro do Planejamento, Romero Jucá, e o ex-presidente da Transpetro Sergio Machado – a quem o repórter chamou de “ex-magnata do petróleo” –, sugerindo ter havido ali um arranjo para derrubar Dilma. Então o repórter perguntou: “À luz dessas revelações, não seria hora de começar a considerar que o que aconteceu no Brasil pode ter sido um golpe brando?”.

O porta-voz Mark Toner respondeu que, para o governo americano, conforme já manifestado “várias vezes”, o processo democrático brasileiro e suas instituições “são estáveis o bastante e fortes o suficiente”, razão pela qual o País “é capaz de superar sua crise política”. Em seguida, para encerrar a conversa, disse: “Desse ponto em diante, não falarei sobre a política interna do Brasil”.

O verdadeiro papel daquele jornalista ficou explícito: não se tratava de fazer uma entrevista, mas sim de provocar um constrangimento. Disse o repórter: “Bom, isso é interessante. O novo governo acabou com todas as investigações anticorrupção contra os políticos que a ele haviam aderido” – algo que simplesmente não é verdade. E ele desatou a fazer um discurso como se estivesse numa assembleia estudantil: “Eles começaram a vender bens estatais, estão falando em mudar a política externa brasileira e formaram um Ministério inteiramente masculino, feito de gente ligada ao mercado e à indústria, gente que era hostil a uma porção de prioridades do governo anterior, e nada disso foi feito com o voto popular. O povo não teve nenhuma palavra nisso. Houve mesmo um processo democrático? Os Estados Unidos consideram aquilo um processo democrático?”.

Para não permitir que o Departamento de Estado americano continuasse a servir como palanque para o embuste lulopetista, o porta-voz interrompeu a conversa depois de reafirmar a crença dos Estados Unidos na força da democracia do Brasil e de dizer que não faria nenhum reparo às “mudanças internas no governo brasileiro”.

Não se trata de um episódio isolado. Os advogados da causa petista, aqui e no exterior, não se sentem constrangidos em apelar para a desinformação quando se trata de tentar caracterizar a “ilegitimidade” de Michel Temer. Um desses ativistas, o americano Glenn Greenwald, chegou ao cúmulo de publicar reportagem na qual diz que Temer não poderia assumir a Presidência porque “está por oito anos impedido de se candidatar a qualquer cargo público”. Ou seja, o jornalista tratou como condenação definitiva o que é apenas a opinião da Procuradoria Regional Eleitoral de São Paulo, a propósito de uma multa de R$ 80 mil imposta a Temer por ter feito doações eleitorais acima do teto.

Derrotado fragorosamente quando tentou emplacar a tese do “golpe”, rejeitada in totum pelo Supremo Tribunal Federal, restou à trupe lulopetista espalhar mundo afora que Temer é “ilegítimo”. É esse o jogo sujo que o Itamaraty terá de enfrentar.

quinta-feira, 21 de abril de 2016

LASA confirma presenca de FHC em seu "Dialogo sobre a Democracia na AL": oponentes poderiam passar sem essa

O sociólogo Simon Schwartzman, mais sociólogo do que eu (que não exerço a "profissão", a não ser os talentos adquiridos em meus estudos para meus escritos e análises), transcreve a resposta da diretoria da LASA em resposta aos aloprados da LASA (e outros não membros) que pretendiam interditar a presença de FHC num evento aliás sobre a "democracia na América Latina, numa atitude totalmente antidemocrática.
Transcrevo a partir de seu blog essa "resposta", e aproveito para listar novamente ao final os nomes dos antidemocráticos opositores, que precisam, acredito, ter os seus nomes expostos, pois eles devem se envergonhar de atitude tão indigna.
Paulo Roberto de Almeida

Do Blog do Simon: (20/04/2016)

Transcrevo abaixo a resposta da Latin American Studies Association sobre a participação de Fernando Henrique Cardoso em sua próxima reunião anual:

LASA’s Response to Petitions Circulating Regarding Fernando Henrique Cardoso’s Status on a LASA Plenary Session Debating “Fifty Years of Democracy and its Discontents in Latin America”

The Latin American Studies Association (LASA) prides itself on its mission to serve as a forum for scholars and practitioners of diverse academic and political perspectives to discuss and debate issues of relevance to Latin America. Moreover, LASA is highly respectful of the political and social processes in each country in the region. For this reason we would never consider disqualifying a reputable academic from participation based on his or her political position. We now feel obliged to reiterate this policy, given that we have received opposing petitions to rescind or reconfirm our invitation to Dr. Fernando Henrique Cardoso to participate in LASA ‘s 50th Anniversary Congress in New York City this coming May. Cardoso is scheduled to participate in a presidential panel along with other speakers that will debate the challenges that have faced the development of democracy in Latin America over the past half century. Those who request that we cancel our invitation base their petition on the public position that Dr. Cardoso has taken in recent Brazilian political events, most notably the contested impeachment of the current President of Brazil, Dilma Rousseff. Those who request that we reconfirm our invitation to Dr. Cardoso argue the same reason as their principal rationale.
Our position is that Dr. Cardoso has been invited as a leading thinker and statesman who has contributed importantly to discussions regarding Latin America’s political and economic condition over the decades since LASA’s founding. He accepted our invitation to dialogue and debate with Chile’s Ricardo Lagos, who has also been a leading thinker and statesman over the long haul (and like Cardoso a former president of his country). Neither will be making a political speech; each will make some initial remarks, engage in dialogue with the other, and then respond to a range of questions from the audience. The session will be moderated by a distinguished scholar with no political affiliation with either of the two invited speakers.
The mission of the watershed “LASA at 50” Congress is to critically engage with Latin America’s recent past and to debate new directions for its future. In that spirit, the Fiftieth has assembled a broad and distinctive program that represents a diversity of positions and perspectives. In addition to Cardoso’s dialogue with Lagos, we are proud to feature presidential panels on such issues as the new moment in US-Cuban relations, which will showcase both countries’ new ambassadors and the architects of the historic normalization of relations. Similarly LASA members will debate immigration policy with a leading representative of the Obama administration, and, at another session, consider diverse perspectives about the role of journalists and the media in Latin America. Luis Guillermo Solís, the President of Costa Rica, will discuss current political and economic trends in the region, and a blue-ribbon panel of distinguished scholars will examine critical issues of continuity and change over the past 50 years. Noted international linguist Noam Chomsky will be interviewed about his advocacy during the Central American conflict of the 1980s. Yet another panel, sponsored by LASA’s Otros Saberes initiative, will discuss new forms of cultural activism and identity. In short, the central logic of the watershed Fiftieth is to privilege a wide range of positions and promote engagement between our speakers and LASA’s members.
We expect that Dr. Cardoso’s political views will draw both supporters and detractors to the session; such is the nature of political life. But LASA cannot endorse a particular side. We heartily encourage participants of the Congress to attend the forum on democracy and its discontents that was planned almost a year ago and has never been more timely. We envision a rewarding event anchored by two former presidents and active politicians and thinkers. Their presentations will spark a lively discussion of the current moment, when democracy in the region faces critical and complex challenges, and when participants on the Left, Center, and Right are reassessing their policies and strategies to respond to the demands of a volatile global economy and the needs of their straitened constituencies.
In sum, LASA does not see the need either to rescind or reconfirm its invitation to Fernando Henrique Cardoso, who will participate in our Fiftieth Anniversary Congress. At the same time, we reiterate our invitation to members to attend this plenary session and engage in the kind of free expression and exchange of ideas that have always characterized LASA.

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PRA: Já coloquei neste link a petição e os nomes dos signatários desse texto vergonhoso, mas tenho o prazer de transcrever novamente:
http://diplomatizzando.blogspot.com.br/2016/04/brasileiros-sectarios-querem-impedir.html

LASA
Members

  1. Mariana Kalil, Universidade de Brasília (UnB)
  2. Veronica Toste Daflon, Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)
  3. Alexandre Fuccille, President of Brazil's Association for Defense Studies (ABED) / Universidade Estadual Paulista (UNESP)
  4. Adalberto Cardoso, Director of IESP, Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ)
  5. Thiago Rodrigues, Universidade Federal Fluminense (UFF)
  6. Héctor Luis Saint-Pierre, Universidade Estadual Paulista (UNESP)
  7. Luiz Fernando Castelo Branco Rebello Horta, Universidade de Brasília (UnB)
  8. Thiago Rodrigues, Universidade Federal Fluminense (UFF)
  9. João Feres Júnior, Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)
  10. Sabrina Medeiros, Escola de Guerra Naval do Brasil (EGN)
  11. Letícia Pinheiro, Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ)
  12. Mônica Leite Lessa, Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)
  13. Samuel Alves Soares, Universidade Estadual Paulista (UNESP)
  14. Carla Silva-Muhammad, University of Texas / Brazil Center Coordinator
  15. Ernesto Lopez, Universidad de Lanus / Universidad de Quilmes
  16. Betina Fresneda, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)
  17. Claudio Luis Quaresma Daflon, University of Connecticut
  18. Clayton Mendonça Cunha Filho, Universidade Federal do Ceará (UFC)
  19. Eduardo Ruben Paz Gonzales, COLMEX
  20. Patricia Duarte Rangel, Universidade de São Paulo (USP)
  21. Patricia de Santana Pinho, State University of New York (SUNY)
  22. Suzeley Kalil Mathias, Universidade Estadual Paulista (UNESP)
  23. Leonardo Valente, Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)
  24. Magda Barros Biavaschi, Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP)
  25. Danielly Jacon Ayres Pinto, Universidade Federal de Santa Maria (UFSM)
  26. Sue Iamamoto, Queen Mary University of London
  27. Marcelo Cafrune, Universidade de Brasília (UnB)
  28. Marjorie Corrêa Marona, Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
  29. Carolina Silva Pedroso, San Tiago Dantas
  30. Luis F. Paredes, Stetson University 
  31. Vanessa Veiga de Oliveira, Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
  32. Karina Biondi, Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP)
  33. Ana Luiza Vedovato Rodrigues, Universidade Federal de Santa Maria (UFSM)
  34. Livio Sansone, Universidade Federal da Bahia (UFBA)
  35. Ruth Felder, State University of New York (SUNY)
  36. Wagner de Melo Romão, Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP)
  37. André de Macedo Duarte, Universidade Federal do Paraná (UFPR)
  38. Maria Rita de Assis César, Universidade Federal do Paraná (UFPR)
  39. Cláudia Maria Ribeiro Viscardi, Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
  40. Luciana Ballestrin, Universidade Federal de Pelotas (UFPel)
  41. Ingrid Sarti, Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)
  42. Paulo Victor Melo, Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
  43. Letícia Marteleto, University of Texas
  44. Salvador Schavelzon, Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)
  45. Glauber Cardoso Carvalho, Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)
  46. Edilson Nunes dos Santos Junior, Universidade Federal Fluminense (UFF)
  47. Alexandre Fortes, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ)
  48. Maria Luiza Franco Busse, Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)
  49. Andrés del Río, Universidade Federal Fluminense (UFF)
  50. Fernando Lara, University of Texas
  51. Laura Madrid Sartoretto, Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
  52. Seth Racusen, Anna Maria College
  53. Luiz Claudio Martino, Universidade de Brasília (UnB)
  54. Maria Luiza Franco Busse, Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)
  55. Carmen Hein de Campos, Universidade de Vila Velha (ES)
  56. Anjuli Fahlberg, Northeastern University (Boston, MA)
  57. Felipe Trotta, Universidade Federal Fluminense (UFF)
  58. Gérman Soprano, Universidad Nacional de Quilmes
  59. Carolina Matos, City University of London
  60. Marlise Miriam de Matos Almeida, Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
  61. Sebastião Velasco e Cruz, Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP)
  62. Fernando Leiva, University of California, Santa Cruz
  63. Helcimara Telles, Universidade Federal de Minas Gerais
  64. Lígia Dabul, Universidade Federal Fluminense (UFF)
  65. Luciane de Oliveira Rocha, Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)
  66. Flavia Guerra Cavalcanti, Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)
  67. Wanderlan da Silva Alves, Universidade Estadual da Paraíba (UEPB)
  68. Marcus Rocha, Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
  69. Marília Carolina Souza, Universidade Estadual de São Paulo (UNESP)
  70. Victoria Irisarri, Universidade Federal da Bahia (UFBA)

Non-Members

  1. Carol Proner, Member of Brazil's Ministry of Justice's Commission for Truth & Reconciliation  / Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)
  2. Fabio Konder Comparato, Universidade de São Paulo / Universidade de Coimbra
  3. Tarso Genro, Brazil's Former Minister of Justice
  4. Emir Sader, Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) / Former Executive Secretary of Clacso
  5. Monica Bruckmann, Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)
  6. Marta Skinner, Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)
  7. José Luiz de Oliveira Soares, Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)
  8. Antonio Albino Canelas Rubim, Universidade Federal da Bahia (UFBA)
  9. Deisy de Freitas Lima Ventura, Universidade de São Paulo (USP)
  10. Rosa Maria Marques, President of the Brazilian Association for Health Studies / Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP)
  11. Maíra da Silva Fedatto, Universidade de São Paulo (USP)
  12. Fábio Kerch, Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social do Brasil (BNDES)
  13. Milena Britto, Universidade Federal da Bahia (UFBA)
  14. Mariela Cuadro, Conicet / UNPL
  15. Eduardo R. Gomes, Universidade Federal Fluminense (UFF) / University of Chicago
  16. Patricia Bandeira de Melo, Director of Social Research, Fundação Joaquim Nabuco (FUNDAJ)
  17. José Willington Germano, Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)
  18. Thauan Santos, Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) & Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio)
  19. Luís Henrique Mourão, Universidade Federal Fluminense (UFF)
  20. Pedro Alencar, Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)
  21. Derek Pardue, Coordinator of Brazilian Studies, Aarhus University
  22. Isis da Cruz Beserra de Araújo, Universidade Federal Fluminense (UFF)
  23. Barbara Lamas, Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)
  24. Drielle Silva Pereira, Universidade Federal Fluminense (UFF)
  25. Mirtes Moreira Silva, Universidade de São Paulo (USP)
  26. Danillo Avellar Bragança Escola de Guerra Naval (EGN) / Universidade Federal Fluminense (UFF)
  27. Fabio de Sá e Silva, Institute for Applied Economic Research (Ipea)
  28. Rodrigo de Macedo Duarte, Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP)
  29. Júlio César Vieira, Universidade Federal Fluminense (UFF)
  30. Joaquim Cordeiro Neto, Universidade Estadual Paulista (UNESP)
  31. Lívio Sandone (TBA)
  32. Bruno Plattek de Araújo, Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio)
  33. Lorena Holzmann, Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
  34. Tiago Prata Lopes Storni, Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)
  35. Tamyres Ravache Alves de Marco, Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)
  36. Ricardo Borrmann, LMU - Munique
  37. Jacquelina Ventapane Freitas, Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)
  38. Marco Costa Lima, Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)
  39. Susana de Castro, Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)
  40. Maria Helena Machado, ENSP-FIOCRUZ / Head of NERHUS and OBSERVARH-ENSP
  41. Frederico Policarpo, Universidade Federal Fluminense (UFF)
  42. Íris Gomes, Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
  43. Pedro José de Castro, Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais do Brasil (INPE)
  44. Fabio Alexandre dos Santos, Universidade Federal do Estado de São Paulo (UNIFESP)
  45. Maria Aparecida Bridi, Universidade Federal do Paraná (UFPR) / Executive Director of the Brazilian Association for Labor Studies
  46. Dijaci David de Oliveira, Universidade Federal de Goiás (UFG)
  47. Aluisio Schumacher, Universidade do Estado de São Paulo (UNESP)
  48. Fabiana Abreu Rezende, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa)
  49. Claudio de Farias Augusto, Universidade Federal Fluminense (UFF)
  50. Gabriel E. Vitullo, Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)
  51. Joana A. Coutinho, Universidade Federal do Maranhão (UFMA)
  52. Monica Dias Martins, Universidade Estadual do Ceará (UECE)
  53. Luiz Antonio Nascimento de Souza, Universidade Federal do Amazonas (UFAM)
  54. Camila Alves da Costa, Universidade Estadual do Ceará (UECE)
  55. Laurindo Leal Filho, Universidade de São Paulo (USP)
  56. Cynthia Soares Carneiro, Universidade de São Paulo (USP)
  57. Mariela Campos Rocha, Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
  58. Sonia Maria Costa Barbosa, Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)
  59. Maristela Viana França de Andrade, Universidade Federal de Goiás (UFG)
  60. Danniel Coelho, Faculdades Santo Agostinho, MG
  61. Laymert Garcia dos Santos, Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP)
  62. Solange Maeve, São Paulo State Education Lecturer
  63. Washington Dener, Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)
  64. Adilson Araujo de Souza, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP)
  65. Gabriel Passetti, Universidade Federal Fluminense (UFF)
  66. Francisco César Pinto da Fonseca, Fundação Getúlio Vargas / Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP)
  67. Maria Rosário da Carvalho, Universidade Federal da Bahia (UFBA)
  68. Maurício Santana Dias, Universidade de São Paulo (USP)
  69. Eleide Abril Gordon Findlay, Universidade da Região de Joinville (UNIVILLE)
  70. Denise Figueiredo, Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP)
  71. Paulo Sesar Pimentel, Instituto Federal de Mato Grosso (IFMT)
  72. Carlos A. Ferreira Martins, Universidade de São Paulo (USP)
  73. Márcio Carneiro dos Reis, Universidade Federal de São João Del-Rei (UFSJR)
  74. Samuel Filipe Marinho, Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
  75. Paulo Saturnino Figueiredo, Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
  76. Juliana Gagliardi de Araujo, Universidade Federal Fluminense (UFF)
  77. Felipe Iraldo Oliveira Biasoli, Universidade Federal Fluminense (UFF)
  78. Jean Rodrigues Sales, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ)
  79. Jorge Alexandre Neves, Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) / Former Director of the Sociology Department of UFMG / Visiting Researcher at the University of Texas
  80. Livia Clarete, Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
  81. Liliane Alves, FADIMAB
  82. Daniel Lopes Bretas, Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)
  83. Joaze Bernardino-Costa, Universidade de Brasília (UnB)
  84. Cleudes Maria Tavares, Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC-GO)
  85. Carlos Roberto Rodrigues de Souza, Universidade Federal de São Carlos (UFSC)
  86. Cleber Julião, Universidade Federal da Bahia (UFBA)
  87. Marcia Ribeiro Dias, UNIRIO
  88. Delmo Arguellhes, UniEuro
  89. Luís Felipe Miguel, Universidade de Brasília (UnB)
  90. Renato Lopes Leite, Universidade Federal do Paraná (UFPR)
  91. Ana Lígia Leite e Aguiar, Universidade Federal da Bahia (UFBA)
  92. Marilene Valério Diniz, Universidad Complutense de Madrid
  93. Anivaldo Padilha, President of Fórum21: ideias para o avanço social
  94. Rolando Lazarte, Universidade Federal da Paraíba (UFPB)
  95. Renata Mancini, Universidade Federal Fluminense (UFF)
  96. Fernando Gonçalves, Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)
  97. Fabiano Gomes da Silva, Instituto Federal de Minas Gerais (IFMG)
  98. Bruno Brito, Universidade do Vale do Itajaí (UniVale)
  99. Clician do Couto Oliveira, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)
  100. Luiz Recaman, Universidade de São Paulo (USP)
  101. Afonso de Albuquerque, Universidade Federal Fluminense (UFF)
  102. Nícia Adan Bonatti, Universidade Presbiteriana Mackenzie
  103. José Sergio Damico, Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ/RJ)
  104. Celso Borzani, Universidade de São Paulo (USP) / Director of Centro de Referência em Tecnologia Social Aplicada (CRTSA)
  105. Olga Aparecida do Nascimento Loyola, Universidade de São Paulo (USP)
  106. Eduardo Vicente, Universidade de São Paulo (USP)
  107. Fabiane Lucena Cavalcanti, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)
  108. Rudimar Baldissera, Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
  109. Antonio Luis de Andrade, Universidade Estadual de São Paulo (UNESP)
  110. Daniel Ferreira da Cunha, Universidade Federal do Triângulo Mineiro
  111. Ariadne Costa da Mata, Universidade Estadual da Paraíba (UEPB)
  112. Carlos Eduardo Martins, Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)
  113. Thiago Silame, Universidade Federal de Viçosa (UFV)
  114. Marcos Alexandre de Souza Gomes, Faculdades Integradas Hélio Alonso (FACHA)
  115. Denise Tavares da Silva, Universidade Federal Fluminense (UFF)
  116. Flávio Rocha de Oliveira, Universidade Federal do ABC (UFABC)
  117. Renata Plaza Teixeira, Instituto Federal de São Paulo (IFSP)
  118. Olival Freire Junior, Universidade Federal da Bahia (UFBA)
  119. Bruno de Moura Borges, Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)
  120. João Vicente R. B. Costa Lima, Universidade Federal de Alagoas (UFA)
  121. Eduardo Fernandes, Universidade de São Paulo (USP)
  122. Marina Gusmão de Mendonça, Universidade Federal de São Paulo (Unifesp)
  123. Alice Itani, Universidade do Estado de São Paulo (UNESP)
  124. Rafael Affonso de Miranda Alonso, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ)
  125. Ilana Sherl, Tulane University
  126. Isaias G. de Oliveira, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ)
  127. Simone Bacellar Moreira, Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)
  128. Marco de Meneses, Centro Universitário IESB
  129. Claudio Struchiner, Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ)
  130. Ricardo Cavalcante, Associação das Indústrias do Distrito Industrial da Fazenda Botafogo (ASDIN)
  131. Rita Lages Rodrigues, Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
  132. Débora El-Jaick Andrade, Universidade Federal Fluminense (UFF)
  133. Joana El-Jaick Andrade, Instituto Federal do Triângulo Mineiro (IFTM)
  134. Alexandre Garrido da Silva, Universidade Federal de Uberlândia (UFU)
  135. Andréia Galvão, Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP)
  136. Patricia Moran Fernandes, Universidade de São Paulo (USP)
  137. Caitlin Janiszewski, State University of New York (SUNY)
  138. Célia Maria Magalhães, Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
  139. Raquel Longhi, Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)
  140. Fernanda Maria da Costa Vieira, Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
  141. Jorge Cordeiro Balster, Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)
  142. Caio Navarro de Toledo, Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP)
  143. Luiz Antonio Mousinho Magalhães, Universidade Federal da Paraíba (UFPB)
  144. Cristine Ferreira, Universidade Estácio de Sá (UNESA)
  145. Nicholas Davies, Universidade Federal Fluminense (UFF)
  146. Fábio Coelho Malaguti, Hegel-Archiv
  147. Nelson Canesin, Universidade de São Paulo (USP)
  148. Ivan Capeller, Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)
  149. André Lemos, Universidade Federal da Bahia (UFBA)
  150. Marcos Barros, Grénoble École de Management
  151. Marcius Freire, Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP)

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016

O Grande Desastre lulopetista: mensurando as perdas incorridas - Paulo Rabello de Castro

SENHORA DE UM TRILHÃO
Paulo Rabello de Castro, grupo Pensar+, 3/02/2016

Despertam curiosidade popular as listas de bilionários. Gente que se deu bem, pelos muitos milhões que amealhou no caminho da vida, quer por talento excepcional no esporte, nas artes, nos negócios, nas ciências (aqui, raramente), ou por pura esperteza e, no limite, por banditismo em nível corporativo, como são exemplos “El Chapo” e seu mestre, Pablo Escobar. Santos ou pecadores, são indivíduos fazedores, com grande poder de realização e liderança. O ponto comum entre todos é a enorme capacidade de criar e acumular ativos. São “realizadores”, para o bem ou para o mal.

Pouco se ouve falar, contudo, de outra lista, semelhante à primeira, só que com sinal trocado. Em vez de serem acumuladores de ativos, há também os acumuladores de passivos – referência aos indivíduos produtores de guerras, de moléstias ou, simplesmente, detonadores de riqueza, aqueles capazes de agir só para erodir, derrubar, solapar e deletar a riqueza e a capacidade de crescer de uma empresa, comunidade ou país. Alguns desses seres especiais têm custado caro à humanidade inteira. Outros, ao seu próprio país.

Em recente artigo nesta página (Narrativas brasileiras, 23/1), Monica de Bolle levantou a pergunta incômoda, mas necessária: quanto nos custou Dilma? E deu números ao debate: “... o Brasil perdeu R$ 300 bilhões de renda e de riqueza nos últimos quatro anos...”. Economistas podem fazer essa conta de “prejuízo bruto” de várias maneiras, todas válidas. Monica optou por olhar pelo lado da poupança, parcialmente destruída no período Dilma Rousseff. A poupança de famílias e empresas teria recuado – como ocorreu de fato – do patamar de 20% para 15% de um produto interno bruto (PIB) anual de cerca de R$ 6 trilhões. Perdemos, assim, cinco pontos porcentuais do PIB. Daí a conta de uma dilapidação de riqueza da ordem de 5% de R$ 6 trilhões, igual a R$ 300 bilhões. Será mesmo?

Estou disposto a colocar Dilma no Livro Guinness dos Recordes. Acho que Monica fez cálculo conservador da contribuição da nossa presidente para a destruição da riqueza nacional. Dilma seria a senhora de um trilhão de reais! Negativos, é verdade, mas ninguém pode ameaçar-lhe o troféu.
E por que um trilhão?

Pensem no quanto o Brasil teria crescido, a mais, se Dilma não tivesse feito nada (grande contribuição já seria!). A poupança referida por Monica ficaria nos 20% desde 2011, acarretando correspondentes investimentos, palavra-chave sem a qual não criamos riqueza nova alguma. Com 20% do PIB aplicado em investimentos (quem se lembra do PAC?) o País teria exibido um crescimento mais próximo do seu potencial, com ou sem a tal “crise mundial”. O “potencial” do PIB é conceito usado pelos economistas para calcular quanto um país é capaz de fazer, ano a ano. No Brasil, tal potencial já foi de 7% ao ano (que saudade!); caiu para 5% no fim dos anos 1970, depois para 3% nas décadas perdidas de 1980 e 1990; ameaçou pequena melhora para 3,5% com o milagreiro Lula e, finalmente, recuou para 2,5% na era Dilma. Se ela nada houvesse feito para atrapalhar, ainda assim o País do juro alto e da carga tributária de manicômio poderia ter crescido uns 2,5% ao ano.

Dilma conseguiu, no entanto, perpetrar um estrago sobre o qual falarão para sempre nossos livros de História. Estimando as perdas de PIB, ano a ano, desde que Dilma se aboletou na cadeira presidencial, e supondo que a ela seja concedido completar a façanha, teremos esbanjado uns
15% do PIB ao longo do octênio dilmista, que, em valores de hoje, correspondem à estonteante marca de um trilhão de reais!

Mas tem gente querendo impedir Dilma de atingir seu recorde. Quanta maldade!
Outra maneira de garantir o recorde é pelo método da acumulação de passivos. É aquela roubada coletiva que ocorre quando metem a mão grande no nosso bolso enquanto cantamos marchinhas carnavalescas sem ira nem birra. É preciso, às vezes, um rio inteiro de lama – no sentido literal – para despertar o raquítico instinto de interesse coletivo do nosso povo. Acumulação de prejuízos, entretanto, não figura no Direito brasileiro como responsabilidade direta de um mau gestor público. A imputação se atém a atos administrativos, como apontados no “Relatório Nardes” sobre as pedaladas de R$ 40 bilhões, que Dilma se apressou a “pagar”.
Mas pagar o quê, se a perda de riqueza permaneceu, como bem mostrou Monica? A omissão do dever de bem administrar gerou acumulação de passivos também pelo lado financeiro, pelos juros anormais que o Brasil vem pagando, e que pagará, pelo despautério da gestão dilmista – outro modo de se chegar ao mesmo trilhão de reais.

É o governo que nos avisou, na semana passada, quanto custou o encargo de rolar a dívida pública de R$ 3,9 trilhões: a bagatela de R$ 502 bilhões, apenas em 2015, entre juros e prejuízos de câmbio, os famigerados swaps inventados para segurar o câmbio antes do pleito de 2014. Este ano, mesmo com o Banco Central mantendo a taxa Selic onde está, a absurda conta do juro deve se repetir. Então, pelo lado do custo financeiro, Dilma também é a senhora de um trilhão de reais. Os encargos dantescos elevaram a dívida pública de 51% do PIB, em 2011, para 66% ao final do ano passado. Bingo! São 15 pontos percentuais do PIB acrescidos ao nosso passivo financeiro, portanto, mais um trilhão de reais acumulado à dívida dos brasileiros, pedágio ruinoso que todos pagamos para o mercado continuar “confiando” nas autoridades econômicas.

Um trilhão, essa é a conta. Juros a mais, PIB a menos, empregos eliminados, capital evaporado, confiança desfeita, futuro destroçado. Para tal crime, espantosamente, não parece haver remédio legal em nosso Direito positivo. Por isso a década “esbanjada” será concluída com êxito! Ninguém, afinal, conseguirá roubar essa Olimpíada de Dilma.