O que é este blog?

Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.

terça-feira, 15 de outubro de 2024

Por que as Nações Falham? Ou, como fica o Brasil nesse paradigma - Jackson De Toni

#Instituições importam. O sucesso ou fracasso econômico das nações é determinado, em grande parte, pelas #instituições #políticas e #econômicas que as sociedades adotam. Esse é o argumento central dos vencedores do #Nobel de #Economia de 2024: Acemoglu, Robinson e Johnson. https://lnkd.in/dNiCC82V ▶1. Instituições #Inclusivas vs. Instituições Extrativas: Acemoglu e Robinson defendem que países que adotam instituições inclusivas — onde o poder político e econômico é amplamente distribuído, promovendo direitos de propriedade, incentivos ao investimento e igualdade de oportunidades — tendem a prosperar. Em contrapartida, as instituições extrativas — onde o poder é concentrado em uma elite e as instituições são desenhadas para extrair recursos em benefício de poucos — levam ao subdesenvolvimento e à pobreza. ▶2. A Importância das #Instituições #Políticas: As instituições políticas inclusivas, que garantem a pluralidade de poder e limitam a capacidade de abuso pelos governantes, são a base das instituições econômicas inclusivas. Quando o poder político é monopolizado, isso leva a distorções econômicas e falta de inovação. ▶3. Círculos #Virtuosos e #Viciosos: O livro explora como círculos virtuosos são criados quando as instituições inclusivas incentivam o crescimento e, por sua vez, reforçam essas mesmas instituições. Por outro lado, círculos viciosos ocorrem em regimes extrativos, onde o poder político é usado para manter privilégios, impedindo o desenvolvimento e perpetuando o subdesenvolvimento. ▶4. #Contingência Histórica: Acemoglu e Robinson enfatizam o papel da contingência histórica. Mudanças críticas, como revoluções ou conquistas, podem abrir caminho para a criação de instituições inclusivas, enquanto, em outros contextos, as elites mantêm o controle e reforçam as instituições extrativas. Exemplos são usados ao longo do livro para ilustrar como eventos históricos moldaram as trajetórias das nações. ▶5. A rejeição ao #determinismo: O livro critica explicações #geográficas, culturais e de ignorância para o subdesenvolvimento. Acemoglu e Robinson argumentam que, embora essas possam ter um impacto, são as instituições que exercem o papel mais determinante no desenvolvimento econômico e social. ▶6.Em suma, o desenvolvimento de uma nação depende, segundo Acemoglu, das instituições políticas e econômicas que criam #incentivos para inovação, investimento e crescimento, ou que concentram o poder em uma #elite que impede o #progresso. https://lnkd.in/ezX5XYpB

O Diplomata Aprendiz - Paulo Roberto de Almeida

O Diplomata Aprendiz Paulo Roberto de Almeida Tenho por hábito, como todos sabem, de ler muito, o tempo todo, mas também de copiar e reescrever as boas ideias do que leio, sempre que possivel aplicando-as às minhas próprias necessidades intelectuais. Um dos exemplos dessa prática de “plágio enriquecedor” é a minha série de “clássicos revisitados”, o que já fiz em diversas ocasiões. Uma delas foi a de reescrever o Manifesto Comunista de Marx e Engels aos 150 anos de sua publicação original, em 1998 portanto, adaptando as ideias e propostas ali contidas aos tempos de capitalismo triunfante, o que aliás correspondia inteiramente e fielmente aos propósitos e às intenções de seus dois autores: partir do tremendo sucesso do novo “modo de produção” consolidado na Europa para, a partir dali, construir sua superação em escala universal numa nova sociedade e num novo modo de produção mais eficiente. Depois disso me “ataquei” a Maquiavel, reescrevendo O Principe, mas com todas as novas caracteristicas conceitualmente inovadoras que o próprio florentino teria introduzido no seu texto renascentista, se ele o tivesse retomado e reescrito 500 anos após a redação original. Ambos textos estão hoje livremente disponiveis em meus canais de interação acadêmica. Um dos livros de minha área de especialização profissional, as relações internacionais, tem um titulo de nitido sabor aroniano: Os Primeiros Anos do Século: o Brasil e as relações internacionais contemporâneas (2002), refletindo uma das obras póstumas do grande mestre francês da mesma área: Les Dernières Années du Siècle (1983). Num posfácio que escrevi a um outro livro que publiquei logo em seguida — A Grande Mudança (2003), cujo titulo original era A Grande Transformação, mimetizando a grande obra de Karl Polanyi — copiei deliberadamente a ideia e as palavras do grande Gilberto Freyre, para explicar “como e porque sou e não sou diplomata”, em lugar de “ser ou não ser sociólogo”, o que também sou e não sou. Pois bem, percorrendo agora o mostruário de uma livraria, deparei-me com uma nova edição, anotada, de um livro de Mario de Andrade, O Turista Aprendiz (1927, 2024), cujo titulo já me tinha inspirado, anos atrás, a escrever algo de titulo similar: O Diplomata Aprendiz, mas que ficou apenas nas intenções durante largos anos. O espirito que me levou a tentar copiar criativamente esse livrinho do grande poeta da Pauliceia Desvairada (1924) e de Macunaima (recém terminado em 2026), foi o mesmo com o qual elaborei um dos textos mais acessados de minha produção intelectual - Dez Novas Regras de Diplomacia (2001) —, a partir de um original de um colega português do século 19, Luis de la Figanière, Quatro Regras de Diplomacia (1883). O fato é que eu ainda não elaborei esse “diplomata aprendiz”, assim como não escrevi uma outra obra, Cartas a um Jovem Diplomata”, que se inspira menos no titulo original de Rainer Marie Rilke, que se dirigia a um jovem poeta, ao final da Grande Guerra, e bem mais no contemporâneo Cartas a um Jovem Economista, do sempre irônico e provocador Gustavo Franco. Como poucos sabem, mas revelo aqui, minha pasta de “Working Files” no computador integra, talvez, muito mais projetos de obras a escrever do que todos os livros que já produzi e publiquei desde 1993, numa época em eu tinha recém passado da era da máquina de escrever, soberana desde os 14 ou 15 anos, até 1988, quando adquiri meu primeiro computador: um MacIntosh usado, pois os novos eram muito caros. Creio ter pago mais de 1.500 dólares, na Suíça, onde estava postado, na Delegação em Genebra, trabalhando sob as ordens do embaixador Rubens Ricupero, aquisição logo complementada pela compra de um disco rigido externo, já que tudo no Mac - sistema operacional, software de escrita e arquivos produzidos - tinha de caber num floppy disk de 700 kbytes. Minha produtividade aumentou enormemente desde então — não só pelas facilidades de correção, sempre trabalhosa num papel de máquina de datilografia, mas também pelo copy and paste —, mas nunca cheguei a empreender efetivamente esse livro quase autobiográfico “O Diplomata Aprendiz”, o que pretenderia tentar fazer nos próximos meses. É verdade que já escrevi algo parecido, mas que se inspirava numa frase, uma acusação, de fato, do embaixador Rubens Barbosa, com quem trabalhei diversas vezes e com quem ainda colaboro: “Você é um accident-prone diplomat”, o que corresponde inteiramente a meu espirito contrarianista na carreira, sempre exibindo um ceticismo sadio em relação às “idées reçues” (uma sugestão inspirada em Gustave Flaubert) da diplomacia do Itamaraty, dogmaticamente aferrado a dois principios da vida militar: hierarquia e disciplina, o que nunca acatei para mim mesmo ao longo de meu itinerário acidental no exercício da carreira. Tudo o que posso prometer, neste momento, é o ato de colocar mais este projeto na minha pasta de Working Files, e de tentar terminá-lo em breve oportunidade (inclusive porque muitos já me cobraram essa “dívida” para com os mais jovens ou simples curiosos: colocar no papel, ou digitalmente, todas as peripécias, lições e aprendizados de uma vida já razoavelmente longa de lides acadêmicas (em primeiro e constante lugar) e de atividades diplomáticas, nas quais também aprendi e me diverti muito. Meu amigo Sergio Florencio, que é um verdadeiro diplomata - e não um contrarianista como eu - e que já escreveu parte de suas memórias (no livro Diplomacia, Revolução e Afetos, de Vila Isabel a Teerã), me chama de “Ombudsman do Itamaraty, o que não tenho certeza de ser (pois nunca consegui corrigir qualquer coisa naquele ambiente austero que os mais velhos chamam respeitosamente de Casa e que os mais aguerridos, os “jovens turcos”, querem revolucionar institucionalmente). Em todo caso sempre fui, na academia e na diplomacia, um espirito critico das “idées reçues” predominantes nesses ambientes, e assim quero transmitir aos mais jovens (os mais velhos são sempre incorrigíveis) um pouco da minha experiência de vida, de estudos, de trabalho, de observações retiradas de muitas viagens e de muita leitura. Aguardem, pois, “O Diplomata Aprendiz”, já um pouco defasado no titulo e atrasado na cronologia; mas sempre é tempo de aprender alguma coisa nova, o que sempre faço em leituras constantes e nesse vicio insanável da escrita. São Paulo, 15/10/2024

segunda-feira, 14 de outubro de 2024

Ah, essa falta de políticas publicas… - Paulo Roberto de Almeida

Uma das frases que mais leio a propósito deste ou daquele problema do Brasil (eles são muitos, sobretudo para os pobres) é que “faltam políticas públicas” para este, para aquele e para todos os outros setores. Já repararam em quem recorre a esse tipo de frase? Geralmente os que pedem politicas públicas! E@les vão continuar repetindo até que algum dirigente iluminado resolva implementar a tal de “política pública”. Mas logo surgirá outro problema, e tome mais política pública. Resolveu? Ainda não? Falta uma política pública para ficar adivinhando, localizando, definindo e implementando políticas públicas, todas elas, as já identificadas e as que ainda vão surgir no horizonte. Que tal criar uma agência nacional de políticas públicas? Uma ANPP? Paulo Roberto de Almeida São Paulo, 14/10/2024

Ricupero resenhado e entrevistado por Guilherme Evelin

Resenhei para o Estadão o livro de memórias do embaixador Rubens Ricupero. Além de ter sido um grande diplomata, da velha estirpe dos formados na escola do barão do Rio Branco, e de ser um grande humanista, Ricupero é um fino historiador. Em 2017, publicou "A Diplomacia na Construção do Brasil", um clássico, que conta a história do Brasil desde os tempos coloniais a partir do ponto de vista das relações do País com o mundo. Agora, Ricupero conta a trajetória de sua vida de 87 anos, entremeando com fatos históricos que ele testemunhou e vivenciou. Apesar de o livro ter 700 páginas, ninguém deve se assustar com o seu tamanho. Ele está à altura das obras de outros grandes memorialistas brasileiros - e a leitura é um deleite, que pode se fazer com poucas "sentadas". Minha resenha se ateve a um ângulo político, a partir de alguns episódios cruciais vividos pelo embaixador, como o golpe de 1964 e o lançamento do Real, há 30 anos, no qual foi um dos protagonistas. A partir desses episódios, Ricupero, sempre com um olhar voltado para o Brasil, lança algumas perguntas (inquietantes) sobre o que pode nos reservar o futuro, com a ressalva de que vivemos tempos em que a melhor atitude é dizer que "sabemos que não sabemos". Mas o livro vai muito além das histórias do Itamaraty e do poder no Brasil. Traz reminiscências deliciosas da infância de Ricupero, com evocações de uma São Paulo que falava italiano e deixou de existir, e de encontros com personagens como Guimarães Rosa, João Cabral de Mello Neto e Clarice Lispector, entre muitos outros. Tudo isso para dizer que recomendo vivamente a leitura. A seguir, os links da matéria com a resenha e da entrevista que eu fiz com o embaixador por ocasião do lançamento do livro. https://lnkd.in/dq9m-D6r https://lnkd.in/dZfzbkYT

domingo, 13 de outubro de 2024

Extrema-direita Notas sobre uma falsificação - AUGUSTO DE FRANCO

Extrema-direita Notas sobre uma falsificação AUGUSTO DE FRANCO ID, OUT 13 A esquerda - origem da clivagem esquerda x direita como esquema explicativo universal - insinua que a direita é, no fundo, a mesma coisa que a extrema-direita; ou os fascistas - sendo que todos os que não são de esquerda são ou serão fascistas (ou serão capturados por eles). O que chamam, porém, de extrema-direita é o populismo-autoritário ou nacional-populismo (Trump, Salvini, Farage, Wilders, Chrupalla, Le Pen, Orbán, Bukele, Erdogan, Bolsonaro), mas quantos países no mundo de hoje são governados por esses líderes? Revista ID é uma publicação apoiada pelos leitores. Para receber novos posts e apoiar meu trabalho, considere tornar-se uma assinatura gratuita ou uma assinatura paga. Faça upgrade para a versão paga Pouquíssimos países são governados hoje por populistas-autoritários ditos de extrema-direita. Dificilmente acharemos meia dúzia (na verdade, achamos três ou quatro, se não incluirmos Putin - aliado também da esquerda). Orbán na Hungria, Bukele em El Salvador e, talvez, Erdogan na Turquia. Como exceção, Meloni - que, todavia, não alterou o regime político da Itália (que continua sendo uma democracia liberal). Trata-se de um inimigo universal construído (a tal "internacional fascista") para justificar que todos devem se juntar ou se subordinar à esquerda para não sucumbir ao ataque da direita (tomada como extrema-direita) e "salvar a democracia". O objetivo da falsificação é claro. É para que esqueçamos as 89 autocracias reais (V-Dem 2024), boa parte das quais de esquerda (como Cuba, Venezuela, Nicarágua, Coréia do Norte, China, Vietnam, Laos) ou fundamentalistas religiosas, que atacam igualmente as democracias liberais (como as ditaduras de Irã, Gaza, Síria, Afeganistão, Arábia Saudita, Bareim, Catar, EAU, Iémen, Jordânia, Kuwait, Líbia, Marrocos, Omã, Somália e Sudão, para não falar da Cisjordânia, com a AP e de partes do Líbano, com o Hezbollah e do Iraque, com as milícias xiitas). É bom estudar o relatório 2024 do V-Dem (da Universidade de Gotemburgo), um dos mais reconhecidos institutos que monitoram os regimes políticos no mundo. Clique no link para baixar o PDF (em português): Relatório da Democracia 2024. Revista ID é uma publicação apoiada pelos leitores. Para receber novos posts e apoiar meu trabalho, considere tornar-se uma assinatura gratuita ou uma assinatura paga. Faça upgrade para a versão paga Atualmente você é assinante gratuito da Revista ID. Para uma experiência completa, atualize sua assinatura. Upgrade to paid CURTIR COMENTAR RESTACK © 2024 Inteligência Democrática 548 Market Street PMB 72296, San Francisco, CA 94104 Cancelar inscrição

Colocando os pontos nos “iis” - Paulo Roberto de Almeida

Colocando os pontos nos “iis” Paulo Roberto de Almeida Invariavelmente, em qualquer ferramenta social que frequentemos atualmente, encontramos aquele tipo de postagem “intelequitual” - sim, são sempre de gente diplomada e muito bem informada, jamais de pobres ou miseráveis - que encontra algum motivo para reclamar de qualquer malfeito de ricos e poderosos, seja porque são ricos e poderosos, com todas aquelas centenas de milhões de pobres e miseráveis por culpa da maldita “concentração de renda”, seja por culpa do racismo, da xenofobia, do egoísmo “direitista” (senão fascista) desses arrogantes americanos e europeus, que ainda encontram tempo e dinheiro para abastecer opressores mundo afora. Daí toca ler as lamentações de sempre, em defesa de um inexistente “Sul Global”, promovendo doutos cursos “decoloniais”, que são parte do remorso pela exploração dos últimos cinco séculos de dominação imperialista e outras novidades do gênero. Invariavelmente, as fugas, as escapadas, o exílio econômico, a evasão por culpa de guerras civis, ditadura e opressão de dirigentes predadores, essa invasão de pobres e miseráveis sempre se dá em direção dos países supostamente culpados pelas ditaduras, opressão e vida miserável nos países do diáfano Sul Global. Esses rescapados não votam nos celulares, eles votam com os pés, alguns se afogando pelo caminho, na tentativa de escapar do esperançoso Sul Global, ou de alguma ditadura opressiva. Uberlândia, 13/10/2024

Desculpem-me ser realista mais uma vez - Paulo Roberto de Almeida

Desculpem-me ser realista mais uma vez: Paulo Roberto de Almeida Meu recado - talvez prognósticos - sobre a política internacional e sobre a política nacional: não esperem nada melhor nos próximos 10 anos, seja de qual lado for. O que eu quero dizer com isso? Corrida armamentista intensificada, por um lado, consumindo mais recursos coletivos para produzir maior letalidade humana, e mais corrupção política e mais crime organizado, do outro lado, com menor bem-estar para todos aqueles que trabalham honesta e duramente. Ou seja, destruição de valor dos dois lados, mas, ainda assim, muitos abnegados criando valor, a despeito de tudo! Assim caminha a humanidade. Sorry folks, mas não vejo um futuro resplandecente para a humanidade no futuro próximo: ainda estamos muito próximos dos nossos ancestrais, o que significa que continuará existindo grande inventividade para avançar na criação de mais valor para a maioria, mas certos instintos primitivos usarão isso para atender às suas paixões e interesses exclusivos, diminuindo ou destruindo uma parte do bem-estar (valor) dos demais, que podem ser uma minoria, em certos paises, mas uma maioria em outros. Já sabemos quais são, quem são. Os suspeitos de sempre. Não vai mudar muito em uma ou duas gerações, mas espero que não seja para pior: já temos distopias suficientes espalhadas por aí, vindas dos mais variados horizontes. Querem dois exemplos? Putin e Trump, duas almas gêmeas, unidas na mentira, na desfaçatez e na perversidade egoista. Tem outros menores, com graus de destruição mais limitada nacionalmente ou regionalmente, tipo Maduro, Bolsonaro, Ortega, Orban e Netanyahu. Se tipos como eles prevalecerem, a humanidade se tornará mais miserável no futuro previsível. Como diria um dos investigadores gêmeos do Tintin: C’est mon opinion, mais je la partage. Sorry again! Paulo Roberto Almeida Uberlândia, 13/10/2024

quinta-feira, 10 de outubro de 2024

Stephen Kannitz acredita que o Brasil não tem solução; será uma semi estagnação permanente

Passamos O Ponto Sem Retorno? Assustador como nossa classe média que vota Boulos e Tabata não percebe a gravidade da nossa situação. Universidades e Imprensa aparelhadas, um judiciário que não respeita a Constituição, impostos que impedem a prosperidade, PCC mandando ali e aqui, previdência quebrada, juros que somente irão subir. Estaríamos naquele “point of no return” ou o “ponto sem retorno” onde uma sociedade atinge uma situação em que a recuperação ou o retorno à estabilidade se torna quase impossível sem mudanças significativas, muitas vezes disruptivas? Aqui estão alguns sinais críticos de que o Brasil chegou a esse ponto: 1. Disfunção Política Crônica e Polarização O governo é incapaz de governar de forma eficaz devido a um bloqueio político extremo, o Centrão por exemplo, a corrupção ou a deterioração das instituições democráticas. As eleições podem ser manipuladas e não refletir mais a vontade do povo, e o estado de direito é enfraquecido. A polarização entre facções políticas se torna tão grave que o compromisso ou consenso se torna impossível. Isso pode levar ao autoritarismo ou ao colapso do Estado. 2. Erosão do Estado de Direito O sistema legal torna-se cada vez mais sujeito à manipulação política. Os tribunais podem deixar de ser independentes, as leis são aplicadas de maneira desigual e os poderosos agem com impunidade. A corrupção na aplicação da lei, no judiciário e no governo torna-se desenfreada. Sem o estado de direito, a confiança nas instituições colapsa, e os cidadãos não podem mais confiar em um tratamento justo, levando à desintegração social, aumento do crime e possível violência. 3. Declínio Econômico Grave ou Crise A economia brasileira experimenta estagnação desde 2010 e terá mais um declínio prolongado. O governo é incapaz de resolver eficazmente os problemas econômicos, levando a um aumento da desigualdade entre ricos e pobres. Serviços públicos básicos, como saúde e educação, começam a falhar por falta de pagamento de salários, greves e falta de material. Essa pobreza crônica depois de 24 anos de supostas soluções da Esquerda alimentarão movimentos radicais, como foi o movimento Marçal, que desestabilizam ainda mais o sistema político. 4. Declínio da Coesão Social e Aumento da Violência Crimes de ódio e violência política como a tentativa de morte do candidato do PSDB tornam-se mais comuns. Milícias armadas ou grupos extremistas podem ganhar influência, enquanto o Estado perde o monopólio do uso da força. Quando o tecido social se desgasta, a legitimidade do Estado é questionada, e as pessoas recorrem à violência ou a facções armadas para resolver seus problemas. Isso pode levar a uma guerra civil ou desordem generalizada. 5. Instituições Fracas ou Falhando Instituições-chave, como o serviço público, o exército, o judiciário ou a polícia, tornam-se ineficazes, seja por negligência, corrupção ou interferência política. A confiança pública nas instituições colapsa, pois elas não conseguem mais fornecer serviços básicos ou manter a justiça. As instituições são a espinha dorsal de um Estado funcional. Quando elas falham, leva ao colapso da governança, permitindo que líderes ou grupos oportunistas como o PSol e Boulos assumam o poder, muitas vezes de forma violenta. 6. Aumento do Autoritarismo Um governo concentra cada vez mais poder nas mãos de poucos ou de um indivíduo, como Lula, Alexandre, Kassab e Pacheco muitas vezes por meio da destruição dos processos democráticos, silenciamento de dissidências, censura da mídia e desrespeito aos limites constitucionais. A oposição política é reprimida, e as eleições, se realizadas, não são livres ou justas. O autoritarismo leva ao colapso dos freios e contrapesos. Uma vez enraizado, torna-se muito difícil reverter sem grandes convulsões, pois o regime autoritário consolida o controle sobre todos os aspectos da vida.

Relação de livros de Paulo Roberto de Almeida, linkados (1993 a 2023)

4538) Relação de livros de Paulo Roberto de Almeida, linkados (1993 a 2023) By Paulo Roberto de Almeida 2023, Relação de livros de Paulo Roberto de Almeida, linkados Brazilian Studies, Brazilian History, Brazilian Political Economy, History of Brazilian Foreign Relations, Brazilian Foreign policy Relação de livros de Paulo Roberto de Almeida, linkado Paulo Roberto de Almeida, diplomata, professor. Relação elaborada em 31/12/2023 Abaixo uma relação de meus livros individuais organizada cronologicamente, com os links disponíveis para acesso, seja livre, seja comercial. Esta relação complementa e substitui listas diversas, mais recentes ou mais antigas, elaboradas nos últimos meses ou anos: 55) Intelectuais na diplomacia brasileira: a cultura a serviço da nação (Brasília: 15 maio 2023, 310 p.; em publicação. Relação de trabalhos n. 4397) 54) Marxismo e socialismo: trajetória de duas parábolas na era contemporânea (2ª ed.; Brasília: Diplomatizzando, 2023, 307 p.; ISBN: 978-65-00-05969-4; ASIN: B0CR31C5YG; 1ª. edição: Marxismo e socialismo no Brasil e no mundo: trajetória de duas parábolas na era contemporânea (Brasília: Edição do autor, 2019, 283 p.; 844 KB; ISBN: 978-65-00-05969-4; Edição Kindle, ASIN: B082YRTKCH) 53) O Brasil no contexto regional e mundial: artigos sobre nossa dimensão internacional; Brasília: Diplomatizzando, 2023, 216 p.; 1323 KB; ISBN: 978-65-00-89870-5; ASIN: B0CR1Z682R) 52) Construtores da Nação: projetos para o Brasil, de Cairu a Merquior (São Paulo: LVM Editora, 2022, 304 p.; ISBN: 978-65-5052-036-6; Amazon) (...) Relação de livros de Paulo Roberto de Almeida, linkados Paulo Roberto de Almeida, diplomata, professor. Relação elaborada em 31/12/2023 Abaixo uma relação de meus livros individuais organizada cronologicamente, com os links disponíveis para acesso, seja livre, seja comercial. Esta relação complementa e substitui listas diversas, mais recentes ou mais antigas, elaboradas nos últimos meses ou anos: 56) Intelectuais na diplomacia brasileira: a cultura a serviço da nação (Brasília: 15 maio 2023, 310 p.; em publicação. Relação de trabalhos n. 4397) 55) Marxismo e socialismo: trajetória de duas parábolas na era contemporânea (2ª ed.; Brasília: Diplomatizzando, 2023, 307 p.; ISBN: 978-65-00-05969-4; ASIN: B0CR31C5YG ; 1ª. edição: Marxismo e socialismo no Brasil e no mundo: trajetória de duas parábolas na era contemporânea (Brasília: Edição do autor, 2019, 283 p.; 844 KB; ISBN: 978-65-00-05969-4; Edição Kindle, ASIN: B082YRTKCH ) 54) O Brasil no contexto regional e mundial: artigos sobre nossa dimensão internacional; Brasília: Diplomatizzando, 2023, 216 p.; 1323 KB; ISBN: 978-65-00-89870-5; ASIN: B0CR1Z682R ) 53) Construtores da Nação: projetos para o Brasil, de Cairu a Merquior (São Paulo: LVM Editora, 2022, 304 p.; ISBN: 978-65-5052-036-6; Amazon ) 52) A grande ilusão do Brics e o universo paralelo da diplomacia brasileira (Brasília: Diplomatizzando, 2022, 277 p.; 1377 KB; ISBN: 978-65-00-46587-7; ASIN: B0B3WC59F4 ) 51) Apogeu e demolição da política externa: itinerários da diplomacia brasileira (Curitiba: Appris, 2021, 291 p.; ISBN: 978-65-250-1634-4; Amazon.com.br ) 50) O Itamaraty sob ataque, 2018-2021: a destruição da diplomacia pelo bolsolavismo (Brasília: Diplomatizzando, 2021, 130 p. ISBN: 978-65-00-22215-9; ASIN: B094V28NGD ) 49) Uma certa ideia do Itamaraty: a reconstrução da política externa e a restauração da diplomacia brasileira (Brasília: Diplomatizzando, 2020, 169 p.; ISBN: 978-65-00-19254- 4; Academia.edu ) 48) Um contrarianista na academia: ensaios céticos em torno da cultura universitária (Brasília: Diplomatizzando, 2020; 471 p.; 1172 KB; ISBN: 978-65-00-06751-4; ASIN: B08668WQGL ; Academia.edu ) 47) A ordem econômica mundial e a América Latina: ensaios sobre dois séculos de história econômica (Brasília: Diplomatizzando, 2020; 394 p.; 2286 KB; ISBN: 978-65-00-05967- 0; Kindle, ASIN: B08CCFDVM2 ) 1 46) O Mercosul e o regionalismo latino-americano: ensaios selecionados, 1989-2020 (Brasília: Diplomatizzando, 2020; 497 p.; 2537 KB; ISBN: 978-65-00-05970-0; Kindle, ASIN: B08BNHJRQ4 ) 45) O Itamaraty num labirinto de sombras: ensaios de política externa e de diplomacia brasileira (Brasília: Diplomatizzando, 2020; 205 p.; 1309 KB; ISBN: 978-65-00-05968- 7; Kindle, ASIN: B08B17X5C1 ). 44) Vivendo com livros: uma loucura gentil. (Brasília: Edição de Autor, 2019, 344 p.; 557KB; ISBN: 978-65-00-06750-7; Kindle, ASIN: B0838DLFL2 ). 43) Um contrarianista no limbo: artigos em Via Política, 2006-2009 (Brasília: Edição de Autor, 2019, 331 p; 2439 KB; Kindle, ASIN: B083611SC6 ; Academia.edu ). 42) Minhas colaborações a uma biblioteca eletrônica: contribuições a periódicos do sistema SciELO (Brasília: Edição de Autor, 2019, 525 p.; 920 KB; Kindle, ASIN: B08356YQ6S ). 41) Paralelos com o Meridiano 47: Ensaios Longitudinais e de Ampla Latitude (Brasília, Edição do Autor, 2019, 543 p.; 1908 KB; Kindle, ASIN: B082Z756JH ). 40) O panorama visto em Mundorama: ensaios irreverentes e não autorizados (Brasília: 2ª. edição do Autor, 2019, 655 p.; 5725 KB; Academia.edu ; Kindle, ASIN: B082ZNHCCJ ). 39) Pontes para o mundo no Brasil: minhas interações com a RBPI (Brasília, Edição do Autor, 2019, 685 p.; 1693 KB; Kindle, ASIN: B08336ZRVS ). 38) Marxismo e socialismo no Brasil e no mundo: trajetória de duas parábolas na era contemporânea (Brasília: Edição do autor, 2019, 200 p.; ISBN: 978-65-00-05969-4; Kindle, ASIN: B082YRTKCH ); 2ª edição: Brasília: Diplomatizzando, 2023, 214 p.; ASIN: B0CR31C5YG ) 37) Miséria da diplomacia: a destruição da inteligência no Itamaraty (Brasília: Edição do autor, 2019, 184 p., ISBN: 978-65-901103-0-5; Boa Vista: Editora da UFRR, Clube de Autores, 2019, 165 p., Coleção “Comunicação e Políticas Públicas vol. 42; ISBN livro impresso: 978-85-8288-201-6; ISBN livro eletrônico: 978-85-8288-202-3; Academia.edu ; Amazon.com.br ) 36) Contra a corrente: Ensaios contrarianistas sobre as relações internacionais do Brasil (2014-2018) (Curitiba: Appris, 2019, 247 p.; ISBN: 978-85-473-2798-9; Amazon.com.br ) 35) A Constituição contra o Brasil: ensaios de Roberto Campos sobre a Constituinte e a Constituição de 1988 (São Paulo: LVM, 2018, 448 p.; ISBN: 978-8593751394; Amazon ) 34) Oliveira Lima: um historiador das Américas , Paulo Roberto de Almeida, André Heráclio do Rêgo (Recife: CEPE, 2017, 175 p.; ISBN: 978-85-7858-561-7 ). 33) O homem que pensou o Brasil : trajetória intelectual de Roberto Campos (Curitiba: Appris, 2017, 373 p.; ISBN: 978-8547304850; Amazon.com.br ) 32) Formação da diplomacia econômica no Brasil: as relações econômicas internacionais no Império (3ª edição; Brasília: Funag, 2017; 2 vols.; 964 p.; ISBN: 978-85-7631-675-6; 1º volume ; 2º volume ). 2 31) Nunca Antes na Diplomacia…: a política externa brasileira em tempos não convencionais (Curitiba: Editora Appris, e-book, 2016, 450 p.; 1366 KB; Kindle, ASIN: B0758G8BXL ; Amazon.com.br ). 30) Révolutions bourgeoises et modernisation capitaliste : Démocratie et autoritarisme au Brésil (Sarrebruck: Éditions Universitaires Européennes, 2015, 496 p.; ISBN: 978-3- 8416-7391-6 ; Inroduction : Academia.edu ; livre complet : Amazon.com ). 29) Die brasilianische Diplomatie aus historischer Sicht: Essays über die Auslandsbeziehungen und Außenpolitik Brasiliens (Saarbrücken: Akademiker Verlag, 2015, 204 p.; Übersetzung aus dem Portugiesischen ins Deutsche: Ulrich Dressel; ISBN: 978-3-639-86648-3; Amazon.com ; Amazon.com.br ). 28) O Panorama visto em Mundorama: Ensaios Irreverentes e Não Autorizados (Hartford: 2a. edição do autor, 2015, 294 p.; DOI: 10.13140/RG.2.1.4406.7682; nova edição, ampliada dos artigos até o final de 2015, em 4/12/2015, em 374 p.; Research Gate ; edição original: Academia.edu ) 27) Paralelos com o Meridiano 47: Ensaios Longitudinais e de Ampla Latitude (Hartford: Edição do Autor, 2015; 543 p.; 1908 KB; DOI: 10.13140/RG.2.1.1916.4006; Academia.edu ; ASIN: B082Z756JH ; Research Gate ). 26) Volta ao Mundo em 25 Ensaios: Relações Internacionais e Economia Mundial (Brasília: 1ª edição: 2014; 2ª. edição: 2018; Kindle edition; 809 KB; ASIN: B00P9XAJA4 ). 25) Rompendo Fronteiras: a Academia pensa a Diplomacia (Kindle, 2014, 414 p.; 1324 KB; ASIN: B00P8JHT8Y ). 24) Codex Diplomaticus Brasiliensis: livros de diplomatas brasileiros (Kindle, 2014, 326 p.; ASIN: B00P6261X2 ; Academia.edu ; ). 23) Polindo a Prata da Casa: mini-resenhas de livros de diplomatas (Kindle edition, 2014, 151 p., 484 KB; ASIN: B00OL05KYG ). 22) Prata da Casa: os livros dos diplomatas (Hartford: edição para a Funag, 2013, 667 p; não publicada; disponível em Research Gate ; 2ª. edição de Autor; 16/07/2014, 663 p.; Academia.edu ; Research Gate ). 21) Nunca Antes na Diplomacia...: A política externa brasileira em tempos não convencionais (Curitiba: Editora Appris, 2014, 289 p.; ISBN: 978-85-8192-429-8; Academia.com.br ). 20) O Príncipe, revisitado: Maquiavel para os contemporâneos (Hartford: Edição de Autor, 2013, 187 p.; 658 KB; Edição Kindle, ASIN: B00F2AC146 ). 19) Integração Regional: uma introdução (São Paulo: Saraiva, 2013, 192 p.; ISBN: 978-85- 02-19963-7; Amazon.com.br ). 18) Relações internacionais e política externa do Brasil: a diplomacia brasileira no contexto da globalização (Rio de Janeiro: LTC, 2012, 328 p.; ISBN: 978-85-216-2001-3; esgotado; não disponível na Amazon; Estante Virtual ). 3 17) Globalizando: ensaios sobre a globalização e a antiglobalização (Rio de Janeiro: Lumen Juris Editora, 2011, xx+272 p.; ISBN: 978-85-375-0875-6; Amazon.com.br ). 16) O Moderno Príncipe (Maquiavel revisitado) (Brasília: Senado Federal, Conselho Editorial, 2010, 195 p.; ISBN: 978-85-7018-343-9; esgotado; ver ASIN: B00F2AC146 ). 15) O Moderno Príncipe: Maquiavel revisitado (Rio de Janeiro: Freitas Bastos, edição eletrônica, 2009, 191 p.; ISBN: 978-85-99960-99-8; esgotado; ASIN: B00F2AC146 ). 14) O Estudo das Relações internacionais do Brasil: um diálogo entre a diplomacia e a academia (Brasília: LGE Editora, 2006, 385 p.; ISBN: 85-7238-271-2; Amazon.com.br ; Academia.edu ). 13) Formação da diplomacia econômica no Brasil: as relações econômicas internacionais no Império (2ª edição; São Paulo: Editora Senac, 2005, 680 pp., ISBN: 85-7359-210-9; 3ª. edição, 2017, dois vols.: ISBN: 978-85-7631-675-6; 1º volume ; 2º volume ). 12) Relações internacionais e política externa do Brasil: história e sociologia da diplomacia brasileira (2ª ed.: revista, ampliada e atualizada; Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2004, 440 p.; coleção Relações internacionais e integração n. 1; ISBN: 85-7025-738-4; esgotado; Amazon.com.br ). 11) A Grande Mudança: consequências econômicas da transição política no Brasil (São Paulo: Editora Códex, 2003, 200 p.; ISBN: 85-7594-005-8; esgotado; Estante Virtual ). 10) Une histoire du Brésil: pour comprendre le Brésil contemporain (avec Katia de Queiroz Mattoso; Paris: Editions L’Harmattan, 2002, 142 p.; ISBN: 978-2747514538; Amazon.com.br ). 09) Os primeiros anos do século XXI: o Brasil e as relações internacionais contemporâneas (São Paulo: Editora Paz e Terra, 2002, 286 p.; ISBN: 85-219-0435-5’esgotado; Estante Virtual ; Academia.edu ). 8) Formação da diplomacia econômica no Brasil: as relações econômicas internacionais no Império (São Paulo: Editora Senac, 2001, 680 pp., ISBN: 85-7359-210-9; 3ª. edição, 2017, dois vols.: ISBN: 978-85-7631-675-6; 1º volume ; 2º volume ). 7) Le Mercosud: un marché commun pour l’Amérique du Sud, Paris: L’Harmattan, 2000, 160 p.; ISBN: 2-7384-9350-5). 6) O estudo das relações internacionais do Brasil (São Paulo: Editora da Universidade São Marcos, 1999, 300 p.; ISBN: 85-86022-23-3; Estante Virtual ; Academia.edu ). 5) O Brasil e o multilateralismo econômico (Porto Alegre: Livraria do Advogado Editora, na coleção “Direito e Comércio Internacional”, 1999, 328 p.; ISBN: 85-7348-093-9; Estante Virtual ). 4) Velhos e novos manifestos: o socialismo na era da globalização (São Paulo: Editora Juarez de Oliveira, 1999, 96 p.; ISBN: 85-7441-022-5; esgotado; Academia.edu ). 3) Mercosul: Fundamentos e Perspectivas (São Paulo: Editora LTr, 1998, 160 p.; ISBN: 85- 7322-548-3; esgotado; Academia.edu ). 2) Relações internacionais e política externa do Brasil: dos descobrimentos à globalização (Porto Alegre: Editora da UFRGS, 1998, 360 p.; ISBN: 85-7025-455-5; esgotado; Amazon.com ). 1) O Mercosul no contexto regional e internacional (São Paulo: Edições Aduaneiras, 1993, 204 p.; ISBN: 85-7129-098-9; Estante Virtual ; Academia.edu ). Paulo Roberto de Almeida Brasília, 4538, 31 dezembro 2023, 5 p. Postado no blog Diplomatizzando (link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2023/12/relacao-de-livros-de-paulo-roberto-de.html ); disponível em Academia.edu (link: https://www.academia.edu/112647751/4538_Relação_de_livros_de_Paulo_Roberto_de_Alm eida_linkados_1993_a_2023_ ).

A Ordem Econômica Mundial e a América Latina - Paulo Roberto de Almeida

Um livro pouco divulgado: A ordem econômica mundial e a América Latina ensaios sobre dois séculos de história econômica Índice Apresentação 1. As ideias e as realidades: a economia mundial do século XIX ao XX 1.1. A força das ideias: os novos conceitos da história global 1.2. A força das realidades: desenvolvimento desigual entre regiões e países 2. Economia mundial: de onde viemos, para onde vamos? 2.1. Existe uma economia mundial? 2.2. Da Grande Divergência para uma modesta Convergência? 3. O equilíbrio europeu de poderes e os imperialismos 3.1. O retorno ao colonialismo, com tinturas imperialistas 3.2. A importância econômica das colônias 3.3. O novo exclusivo colonial e as restrições comerciais 4. O que move o mundo? A energia e suas transformações 4.1. Uma história econômica essencial: a energia, sob todas as suas formas 4.2. Todas as revoluções industriais são também revoluções energéticas 4.3. A era do petróleo, e dos grandes conflitos globais 4.4. Grandes mudanças institucionais, e políticas, no terreno energético 4.5. Brasil: acertos e equívocos em suas erráticas políticas energéticas 4.6. Quais perspectivas futuras na geopolítica da energia? 5. Os cinquenta anos que mudaram o mundo 5.1. As alavancas da grande transformação 5.2. A divergência na prática 6. Sobressaltos da globalização, da belle époque ao entre guerras 6.1. O “mundo de ontem” foi de fato melhor? 6.2. A segunda onda da globalização e o grande retrocesso 6.3. Uma primeira desglobalização 6.4. Inflação, desvalorização, depressão 7. Economia mundial: do livre comércio ao protecionismo 7.1. O eterno debate entre livre comércio e protecionismo 7.2. Todas as nações são mais favorecidas, antes do retrocesso 7.3. Justificativas oportunistas para o retorno ao protecionismo 7.4. Antes da guerra real, a ‘guerra das tarifas’ 7.5. Do escudo tarifário à muralha dos contingenciamentos 7.6. O impossível cálculo econômico na comunidade capitalista 7.7. O pensamento econômico da diplomacia brasileira 8. As grandes mudanças da ordem econômica mundial desde o século XIX 8.1. Do liberalismo clássico ao neoliberalismo contemporâneo 8.2. Intervencionismo estatal e multilateralismo econômico no pós-guerra 8.3. Existem analogias atuais com o mundo econômico do passado? 8.4. Existem lições a tirar, partindo dos grandes desastres do passado? 9. Os dois grandes conflitos globais: impactos econômicos 9.1. O espírito guerreiro, quase feudal, do início do século XX 9.2. O nacionalismo belicoso 9.2. Os orçamentos das guerras 9.3. Consequências econômicas das guerras 9.4. A grande mudança nas políticas econômicas 10. Finanças internacionais: do padrão ouro às desvalorizações agressivas 10.1. Construção e desconstrução do sistema financeiro internacional 10.2. A grande transformação nas finanças internacionais 10.3. Formação progressiva e percalços do padrão ouro 10.4. Descoordenação monetária e cambial: as dívidas da guerra 10.5. Novos tremores, e a descida para a anarquia monetária 11. Fundamentos de uma nova ordem econômica mundial: Bretton Woods 11.1. O aprofundamento da desorganização econômica mundial 11.2. Bretton Woods começou no Brasil, em 1942 12. A grande divergência e a América Latina, 1890-1940 12.1. A concentração industrial na origem da grande divergência 12.2. A lógica da economia malthusiana e a disparidade de rendas no mundo 12.3. A difusão diferenciada de tecnologias inovadoras ao redor do mundo 12.4. A América Latina começa a ficar para trás 12.5. Rico como um argentino? Apenas por algum tempo... 12.6. As divergências se aprofundam, inclusive para o Brasil 12.7. Divergências também entre os próprios latino-americanos 12.8. Por que o mundo todo não é desenvolvido? 13. A América Latina na ordem econômica mundial desde o século XIX 13.1. O itinerário da América Latina em dois séculos 13.2. Como o mundo mudou, do século XIX ao século XXI? 13.3. A América Latina no contexto da Grande Divergência 13.4. Final do século XIX: progressos modestos e inserção internacional 13.5. A grande catástrofe de 1914-18 e suas consequências estruturais 13.6. Padrões de convergência e de divergência ao longo do século XX 13.7. A Ásia começa a tomar o lugar da América Latina 13.8. A América Latina também começa a divergir internamente 13.8.1. Os globalizados 13.8.2. Os reticentes 13.8.3. Os bolivarianos 13.9. O que mudou, o que permaneceu, no longo prazo? 13.10. Lições de um século perdido? 14. Dinâmicas da economia no século XX 14.1. As grandes tendências da economia mundial 14.2. Transformações econômicas na primeira metade do século XX 14.3. Expansão e crise econômica no pós-II Guerra Mundial 14.4. Tendências do comércio mundial: liberalismo, protecionismo, multilateralismo e neoprotecionismo 14.5. Tendências das finanças mundiais: padrão-ouro, padrão ouro-dólar e flutuação generalizada de moedas 14.6. A globalização capitalista e as desigualdades estruturais 14.7. A estrutura institucional da economia internacional 15. O Bric e a substituição de hegemonias: um exercício duvidoso 15.1. Por que o Bric e apenas o Bric? 15.2. Bric: uma nova categoria conceitual ou apenas um acrônimo apelativo? 15.3. O Bric na ordem global: papel relevante, ou apenas instância formal? 15.4. O Bric e a economia política da ordem mundial: contrastes e confrontos 15.5. Grandezas e misérias da substituição hegemônica: lições da História 15.6. Um acrônimo talvez invertido 16. O Brasil no Brics 16.1. O Brasil e os principais componentes de sua geoeconomia elementar 16.2. O sistema político brasileiro e sua posição na geopolítica mundial 16.3. Potencial e limitações da economia brasileira no contexto mundial 16.4. A emergência econômica e a presença política internacional do Brasil 16.5. A política externa brasileira e sua atuação no âmbito do Brics 16.6. O que busca o Brasil nos Brics? O que deveria, talvez, buscar? 17. A longa trajetória da América Latina na economia mundial 17.1. Da independência política à dependência econômica 17.2. A integração latino-americana no contexto da economia mundial 17.3. O Mercosul e a sub-regionalização da integração 17.4. A América Latina troca de lugar com a Ásia Pacífico 17.5. A América Latina começa uma fase de declínio na economia mundial 17.6. A América Latina e o fantasma do “neoliberalismo” 17.7. Por que a América Latina não decola? Alguma explicação plausível? 17.8. Avanços e recuos da América Latina: diagnóstico e prescrições 17.8.1. Estabilidade macroeconômica 17.8.2. Microeconomia competitiva 17.8.3. Boa governança, instituições sólidas, regras estáveis 17.8.4. Alta qualidade dos recursos humanos, via educação geral e especializada 17.8.5. Abertura ao comércio internacional e aos investimentos estrangeiros 17.9. Aprofundamento do declínio ou superação dos impasses? Apêndices: Livros publicados pelo autor Nota sobre o autor Índice de tabelas e ilustrações: 1.1. Desempenho econômico em diferentes épocas, 1500-1980 1.2. Crescimento da população, do PIB e do PIB per capita, 1870-1950 1.3. Evolução da população, do PIB e do PIB per capita, 1870-1950 3.1. Importância econômica das colônias, 1913 3.2. Domínios coloniais e semicoloniais em 1914 3.3. Comércio dentro dos impérios (formais e informais), 1929-1938 5.1. Indicadores econômicos de base das grandes potências, 1913-1940 5.2. Evolução da renda per capita nas grandes potências, 1890-1945 6.1. Evolução da produção de petróleo, 1890-1938 7.1. Preços de commodities selecionadas, 1883-1913 7.2. Tarifas sobre bens manufaturados, 1902-2000 7.3. Tarifas médias de manufaturados importados, 1875 e 1913 7.4. Tarifas Gerais e de Manufaturados, 1913 e 1925 7.5. Tarifas médias ad valorem aplicadas a produtos manufaturados, 1913 7.6. Declínio nos valores do comércio internacional, 1928-1938 7.7. Declínio nos valores e recuperação nos volumes do comércio mundial, 1929-1937 9.1. Valores per capita dos gastos militares (inclusive navais), 1870-1914 9.2. Despesas militares em % do PIB 1a. e 2a. guerras mundiais 10.1. Estrutura internacional do padrão-ouro, final do século XIX 10.2. EUA: Empréstimos estrangeiros insolventes, 31/12/1936 11.1. Valores das ações, setembro-dezembro 1929 12.1. Potencial industrial total, 1880-1938 12.2. Potencial industrial dos países em % do mundo, 1880-1938 12.3. Renda per capita e crescimento econômico no mundo, 1700-1820 12.4. Renda per capita no mundo e como % da Europa ocidental, 1820-1913 12.5. Renda per capita e crescimento econômico no mundo, 1913-1940 12.6. Tempo de difusão internacional, em anos, de tecnologias inovadoras 12.7. Exportações líquidas de fios e tecidos de algodão, 1910 12.8. População mundial e renda, % por regiões, 1879-1913 12.9. Taxas de crescimento do PIB per capita, 1890-1929 12.10. PIB per capita nas Américas, 1890-1940 12.11. Crescimento econômico em países da América Latina, 1870-1950 12.12. Concentração de exportações na periferia, 1900 12.13. Estrutura da proteção comercial em 1913 12.14. Taxas de matrículas no ciclo primário, 1830-1975 12.15. Desigualdade na América Latina e na Europa ocidental pré-industriais 12.16. Desigualdade de renda na América Latina, 1870-1970 13.1. Renda per capita e crescimento econômico por regiões, 1700-1820 13.2. Tarifas Aduaneiras Comparadas, 1865-1913 13.3. Tarifas protecionistas e tarifas normais, 1913 13.4. Integração de países da América Latina na economia mundial, 1913 13.5. PIB per capita da América Latina em % do PIB per capita dos EUA 13.6. Termos de intercâmbio, produtos primários 13.7. Comércio exterior da América Latina, 1913-1938 13.8. PIB per capita e taxas anuais de crescimento nas Américas, 1850-1989 13.9. Desempenho do PIB per capita em três fases do desenvolvimento capitalista 13.10. PIB per capita em % do PIB per capita dos EUA 13.11. América Latina e Ásia dinâmica comparadas 15.1. Brics: posições no ranking mundial, indicadores selecionados, 2008 15.2. Brics: dados macroeconômicos fundamentais, 2003-2010 15.3. Brics: transações internacionais 15.4. Brics: PIB em PPC em proporção do PIB mundial (%) 15.5. G7 e Brics: participação no PIB agregado, nas exportações de bens e serviços e na população mundial, 2008 16.1. A primeira divisão do mundo entre portugueses e espanhóis, 1493, 1494 16.2. A linha de Tordesilhas e o alargamento posterior do Brasil 16.3. Constituições e regimes políticos no Brasil, 1824-2014 16.4: Indicadores econômicos em duas fases do regime militar, 1970-1984 16.5. Indicadores econômicos nos governos FHC: 1995-2002 16.6. Indicadores econômicos nos governos Lula: 2003-2010 16.7. Indicadores econômicos agregados para as presidências FHC e Lula 16.8. Indicadores econômicos do governo Dilma Rousseff: 2011-2014 16.9. Brasil: taxas de crescimento médio anual cumulativo, 1995-2013 16.10. Quadro SWOT para o Brasil 16.11. Resultados do PISA 2012 para os países do Brics 16.12. Brics: receitas públicas em % do PIB, 2013 16.13. Doing Business, 2013, países e indicadores selecionados 16.14. Índice de Competitividade Global, 2014, países selecionados 16.15. Poupança nos Brics, 2013 16.16. Índice de preços de todas as commodities, 2000-2014 17.1. Taxas decenais de crescimento médio anual por regiões, 1980-2020 A história econômica da América Latina nos últimos dois séculos é de desenvolvimento: sua população e o produto per capita cresceram enormemente. Embora ocorrendo mais lentamente, também são observadas melhorias na expectativa de vida ao nascer e na educação. A porcentagem da população que vive em condições de pobreza tem caído substancialmente, embora com notáveis altos e baixo. A história da região é também de instabilidade, tanto pela volatilidade do financiamento externo e dos termos de troca internacionais como pelos resultantes ciclos de atividade produtividade, com períodos de progresso sucedidos por outros de relativa estagnação ou retrocesso. É igualmente uma história de modificações frequentes e profundas nas políticas e nos modelos de desenvolvimento, em resposta a processos econômicos, sociais, políticos e a ideologias. Finalmente, e muito importante, é uma história de desigualdade, que não apenas se expressa nas bem conhecidas desigualdades dentro de cada país, mas também naquela existente entre países latino-americanos e, mais ainda, entre esses últimos e os líderes da economia mundial. Luis Bértola e José Antonio Ocampo: O desenvolvimento econômico da América Latina desde a Independência. Rio de Janeiro, Elsevier, 2015; Prefácio, p. xi-xii.

Celso Amorim na contramão dos interesses nacionais - Duda Teixeira (O Antagonista)

Celso Amorim na contramão dos interesses nacionais Produção de canhões israelenses beneficiaria a indústria nacional, mas governo Lula está cego pela ideologia Duda Teixeira O Antagonista, 9/10/2024 As declarações do ministro da Defesa José Múcio Monteiro nesta terça, 8, escancaram a diplomacia ideológica petista que vai na contramão dos interesses nacionais, alinha-se com as piores ditaduras do mundo e tem um viés anti-Israel e antiamericano. Não é pouca coisa. Nas negociações para a aquisição de canhões autopropulsados (que ficam em cima de um caminhão blindado) de Israel, a economia brasileira seria beneficiada com a produção local do equipamento. A compra, contudo, foi embargada. "Na licitação, estava prevista transferência tecnológica e a possibilidade de construção futura de um canhão autopropulsado de 150 milímetros sob rodas ATMOS de Israel. É um equipamento de excelência, de grande qualidade, mas que nós estamos barrados por questões ideológicas", diz o historiador Ricardo Cabral, do canal de Youtube História Militar em Debate. "Acredito que essa questão não chega muito no Ministério de Relações Exteriores. O ministro Mauro Vieira não intervém nessas coisas. Essas interferências no Ministério da Defesa vêm diretamente do assessor de Presidência Celso Amorim, que tem outra missão. A missão dele é divulgar a diplomacia presidencial que não está alinhada com os interesses do Brasil, e nem com a segurança nacional", diz Cabral. "Eles não estão vendo as possibilidades econômicas que poderiam vir desse negócio, e nós já temos muitas parcerias com Israel", diz Cabral. Venda de munições para a Alemanha Outra interferência de Amorim, citada por José Múcio Monteiro, foi impedir que o Brasil vendesse munição sem uso para a Alemanha, por temor de que seria usada pela Ucrânia na guerra contra a invasão russa. O Brasil, assim, negou-se a ajudar um país que foi invadido, em flagrante desrepeito à Carta da ONU. O alinhamento de Amorim é com o ditador russo Vladimir Putin. O assessor chegou até a participar de uma reunião do Conselho de Segurança Russo, em São Petersburgo, em abril. Diplomacia antiocidental "O controle da diplomacia brasileira por um personagem notoriamente sectário e alinhado, não aos interesses nacionais brasileiros, mas às posturas antiocidentais da ala mais ignorante do PT, vai causar um mal irremediável à credibilidade internacional do Brasil por tornar a política externa do país caudatária do extremismo antiocidental de ditaduras execráveis", diz o embaixador Paulo Roberto de Almeida. Salta à vista ainda a afirmação de José Múcio Monteiro equivalendo judeus a israelenses. “Houve agora uma concorrência, uma licitação… Venceram os judeus, o povo de Israel, mas, por questão da guerra, do Hamas, os grupos políticos… Nós estamos com essa licitação pronta, mas, por questões ideológicas, nós não podemos aprovar”, disse o ministro. Acontece que a população israelense não é composta unicamente por judeus. Cerca de 20% são árabes, e também há drusos e cristãos. Ao retratar todos os israelenses como judeus, José Múcio pode apenas ter cometido um deslize. Ou pode estar reproduzindo de maneira involuntária as conversas que existem no governo Lula. Como escreveu Ricardo Kertzman em O Antagonista, este governo assumiu que não quer negociar com judeus. Se isso é antissemitismo ou não, fica a critério de cada um. Mas certamente é um baita indício do teor das conversas que acontecem nas salas deste governo petista. O Antagonista

Uma questão existencial para a diplomacia brasileira profissional - Paulo Roberto de Almeida

Uma questão existencial para a diplomacia brasileira profissional Paulo Roberto de Almeida Diplomata aposentado, professor Existe um pequeno grupo de países muito bem conhecido por suas nítidas posições antiocidentais, aliás com pronunciamentos especialmente agressivos contra o mundo ocidental (Coreia do Norte e Irã, por exemplo), alguns deles bastante desafiadores contra uma chamada “ordem global ocidental” (como a Venezuela e a China) e mesmo um grande, totalmente dedicado a uma guerra de agressão contra um país candidato a integrar a UE e a Otan, que obviamente é a Rússia de Putin. Pois bem, a questão aqui — e ela é séria, propriamente existencial para a diplomacia profissional extremamente competente e reconhecidamente prestigiosa do Itamaraty — é a de SABER QUAL É A POLÍTICA EXTERNA do atual governo brasileiro com respeito às relações do Brasil com esse grupo de países e no tocante a um deles em especial, a Rússia, que violou a Carta da ONU — o que já foi afirmado pelo Brasil no CSNU e na AGNU — e que continua a levar um morticínio desumano e uma destruição devastadora contra a infraestrutura da Ucrânia. O governo, no Planalto, a diplomacia, no Itamaraty, têm algo a dizer sobre essa guerra, assim como se pronunciam abundantemente sobre os conflitos no Oriente Médio, o massacre conduzido contra civis palestinos na Faixa de Gaza e os ataques do governo Netanyahu, por exemplo? Qual é, DE FATO, a posição do governo brasileiro e sua diplomacia sobre o estado de tensão existente entre esse pequeno grupo de países e a comunidade ocidental, à qual a população brasileira se julga um membro tradicional e fiel aderente a seus princípios e valores. Paulo Roberto Almeida Brasília, 9/10/2024

quarta-feira, 9 de outubro de 2024

Celso Amorim não larga a mão de Putin - Duda Teixeira (O Antagonista)

A matéria abaixo é do mês de abril último, quando ainda chovia em Brasilia, mas a postura pró-Putin de Lula e de Amorim só se aprofundou desde então. 26.04.2024 11:33 4 minutos de leitura Celso Amorim não larga a mão de Putin O assessor especial da Presidência e chanceler de fato Celso Amorim (foto) foi até São Petersburgo, na Rússia, para apoiar o ditador Vladimir Putin, que em 2022 ordenou a invasão da Ucrânia. Na quarta-feira, 24, da reunião do Conselho de Segurança Russo, que contou com uma participação por vídeo do ditador Putin. Apenas países aliados... Crusoé O assessor especial da Presidência e chanceler de fato Celso Amorim (foto) foi até São Petersburgo, na Rússia, para apoiar o ditador Vladimir Putin, que em 2022 ordenou a invasão da Ucrânia. Na quarta-feira, 24, da reunião do Conselho de Segurança Russo, que contou com uma participação por vídeo do ditador Putin. Apenas países aliados com a Rússia participaram. "Nós estamos experimentando a emergência de fatos perigosos que estão interligados: terrorismo, violação do direito internacional, o uso de armas proibidas, sanções unilaterais e o uso crescente de novas tecnologias para propósitos ilícitos", disse Amorim. Ora, quem violou o direito internacional foi a Rússia, ao invadir a Ucrânia. Ao ir até São Petersburgo para participar de uma conferência de segurança, organizada pelo Kremlin, o sinal que Amorim envia é exatamente o oposto do discurso que ele prega, pois ele está apoiando o governante que cometeu essa violação. Quando condena as "sanções unilaterais", Amorim também fica ao lado de Putin, pois essa foi a principal maneira de o Ocidente punir o ditador que iniciou a guerra. Além disso, as sanções buscam enfraquecer a máquina de guerra russa. Leia também na Crusoé: Putin quer você "Nós também estamos vendo o retorno de um sistema de segurança baseado em alianças militares que, no passado, levaram à guerra", afirmou. Ao invadir a Rússia sem propósito algum em 2022, Putin não consultou ninguém. Dizer, portanto, que o problema do mundo são as alianças militares é ignorar o fato mais importante na área de segurança dos últimos dez anos. "Amorim aparentemente se esqueceu de mencionar que a Rússia não precisou de nenhuma aliança para fazer a guerra no presente, e ainda o faz", diz o embaixador Paulo Roberto de Almeida. "Mas ele só pode estar se referindo à Otan." Quando Amorim diz que o problema do mundo são as alianças militares, o brasileiro está fazendo coro com Putin ao condenar, sem citar, a Organização do Tratado do Atlântico Norte, Otan. Putin culpa a Otan pela sua invasão da Ucrânia, mas a aliança não realizou nenhum ataque que pudesse provocar uma guerra. A iniciativa foi toda de Putin. A parada de Amorim na capital russa é a segunda desde que Lula tomou posse, há 16 meses. No ano passado, o diplomata visitou o país e se encontrou com o presidente Putin, para discutir a invasão russa da Ucrânia. A visita, que só foi revelada após o retorno dele ao país, foi vista como um ato de parcialidade do governo de Lula sobre a guerra. Após várias críticas no Brasil, Amorim foi mandado para Kiev, a capital da Ucrânia. Ele foi até Bucha, cenário de uma das atrocidades cometidas pelos russos, e olhou uma exposição de fotos em uma igreja da guerra em uma igreja. "Obviamente, nós somos contra as atrocidades e as mortes em qualquer lugar que ocorram. São imagens fortes, não vou entrar em detalhes. Mas não dá para tirar conclusões totalmente, são fotos", disse Amorim ao jornal Folha de S. Paulo. Em 2019, Amorim já foi apelidado por um jornalista pró-Rússia de "Lavrov brasileiro", em referência ao chanceler russo Sergey Lavrov. Aconteça o que acontecer, Celso Amorim não larga a mão de Putin. Leia também na Crusoé: Veja as fotos que não comoveram Celso Amorim em Bucha

E o Prêmio Nobel da Inconsistência Diplomática vai para… - Paulo Roberto de Almeida

E o Prêmio Nobel da Inconsistência Diplomática vai para… Paulo Roberto de Almeida 1) Donald Trump, pelo desmantelamento do sistema multilateral de comércio durante sua presidência (2017-2020) 2) Jair Bolsonaro, por ter transformado o Brasil em pária internacional durante seu mandato (2019-2022). 3) Benyamin Netanyahu por ter contornado condenação e prisão por corrupção mediante crimes de guerra numa sucessão de atentados terroristas provocados pela política expansionista de seu governo de ultradireita em Israel. 4) Lula da Silva por ter danificado a credibilidade da diplomacia brasileira ao alinhar sistematicamente a política externa do país com ditaduras execráveis, de esquerda e de direita, apenas por serem antiamericanas. 5) Joe Biden por ter continuado a fornecer armas e apoio diplomático ao governo Netanyahu quando este massacra impiedosa e criminosamente população civil palestina e libanesa. 6) Nicolas Maduro, por continuar expulsando venezuelanos com a opressão impiedosa de sua ditadura ridícula e por ameaçar a vizinha Guiana com uma invasão armada. 7) Daniel Ortega, ditador nicaraguense, por fazer da Igreja Católica do país uma ameaça ao seu regime de terror. 8) Viktor Orban por ter alinhado completamente a política externa da Hungria aos interesses pessoais do tirano de Moscou, o Hitler do século 21. Várias escolhas são possiveis… Paulo Roberto de Almeida Brasília, 9/10/2024

terça-feira, 8 de outubro de 2024

La diplomatie au temps de Machiavel - M. de Maulde-La-Clavière

La diplomatie est vieille comme le monde et ne périra qu’avec lui. La Bible, les Egyptiens, les Grecs ont un droit international et diplomatique. Il suffit que deux sociétés coexistent pour qu’elles aient des intérêt à régler; elles font la guerre, par conséquent elles font la paix, et même les institutions internationales représentent, malgré leurs fragilités apparentes, ce qu’il y a de moins variable et de plus indélébile. Les diplomates, comme les notaires, ne changent guère. (p. 1-2) M. de Maulde-La-Clavière La diplomatie au temps de Machiavel Paris: Ernest Leroux, 1892

segunda-feira, 7 de outubro de 2024

A esquerda fanática - Denis Lerrer Rosenfield (O Estado de S. Paulo)

Apenas uma reserva a este artigo do conhecido acadêmico gaúcho: Lula não é antissemita. suas motivações são claramente politicas, mas da pior espécie: um anacrônico antiamericanismo e uma fidelidade aos antiamericanos, de qualquer tipo: supostamente de esquerda - como são tidos Cuba e Venezuela -, da direita mais reacionária (Putin) e dos fundamentalistas teocráticos opressores das mulheres (Irã), não importa muito a natureza, basta ser antiamericano e antiocidental. Deve ser alguma tara. Paulo Roberto de Almeida A esquerda fanática Denis Lerrer Rosenfield O Estado de S. Paulo, 7/10/2024 O alinhamento não se faz mais segundo valores universais, apregoados por Marx e Engels, mas segue a linha do autoritarismo mais explícito A diplomacia presidencial de Lula da Silva, com apoio entusiasta do PT e o auxílio inestimável de seus assessores esquerdistas, é um exemplo eloquente do que esse setor da esquerda brasileira se tornou. Se antes alguns comedimentos eram ainda resguardados, agora a máscara caiu. O alinhamento não se faz mais segundo valores universais, apregoados por Karl Marx e Friedrich Engels, mas segue, atualmente, a linha do autoritarismo mais explícito, no apoio inabalável a Vladimir Putin e Nicolás Maduro, além dos companheiros de sempre, como os sucessores dos irmãos Castro, e, mais aterrador, na aliança com o totalitarismo islâmico, a exemplo do Hamas, Hezbollah e Irã. As escolhas foram feitas! O Irã acaba de bombardear Israel com 181 mísseis balísticos, alvejando populações civis e bases militares, em uma evidente declaração de guerra, sem que Israel tenha invadido o seu território. Resposta do Itamaraty: silêncio. Manifestou dias depois “preocupação”. Revelador, não? Contudo, quando Israel exerce o seu direito de autodefesa, Lula não cessa de falar, em uma compulsão incontrolável, na qual se revela todo o seu antissemitismo. Se fôssemos seguir a sua lógica, na verdade ilógica, Israel deveria se submeter aos seus assassinos. Os ideólogos do PT poderiam, então, se regozijar em seu “humanismo”. O ataque iraniano não tem nada a ver com a causa palestina. O regime dos aiatolás tem um único e só objetivo: aniquilar o Estado de Israel e, subsequentemente, os judeus pelo mundo afora. Preliminar disso já observamos nos atentados perpetrados na Argentina. Aliás, lá também com a complacência da esquerda peronista. Os palestinos são nada mais do que o pretexto utilizado para atrair a esquerda mundial, sobretudo de corte identitário. Se amanhã houvesse um acordo entre Israel e os palestinos, com a criação de um novo Estado, os ataques iranianos não iriam simplesmente cessar. Em nada ele contribuiria para o objetivo totalitário: a destruição do Estado judeu. Essa esquerda nem mais se preocupa com as aparências: aprecia a violência pela violência, em nome da causa “decolonial”. Poderia, pelo menos, ser coerente: se prega a emancipação total das mulheres, deveria condenar o que ocorre com elas sob o regime totalitário iraniano. São submetidas a controles rigorosos de vestimentas, de exercício da sexualidade, como se fossem servas. Se não o fazem, são reprimidas, censuradas, torturadas e assassinadas às centenas, se não aos milhares. E o que têm a dizer as feministas esquerdistas: nada. Simplesmente se calam e são, dessa maneira, cúmplices. Os valores feministas não valeriam para as mulheres iranianas e para as submetidas aos regimes islâmicos. Tampouco valeriam para as mulheres estupradas e assassinadas nos ataques do 7 de Outubro e para as que são até hoje reféns do Hamas. Provavelmente por ignorância, se não por má-fé, de onde Lula e seus assessores ideologizados tiraram a ideia de que o Hamas luta pela criação de um Estado palestino ao lado do judeu? Nem leram a carta de fundação dessa organização terrorista nem escutaram o que dizem os seus líderes. Eles visam unicamente à aniquilação do Estado de Israel. E a esquerda mundial, sobretudo universitária (lugar de despensamento), se encanta: “From the river to the sea, Palestine will be free” – do rio (Jordão) ao mar (Mediterrâneo), a Palestina será livre. Como assim? Onde fica a criação de dois Estados se Israel deve ser aniquilado? O apreço dessa esquerda pela violência é seu traço definidor. Irã, Hamas e Hezbollah apregoam o culto da morte e do martírio. Festejam massacres, atentados terroristas e tudo aquilo que contribua para a supressão dos valores ocidentais, de liberdade, igualdade, tolerância e bem-estar de suas populações. Cometem crimes de guerra ao utilizarem os seus habitantes como escudos humanos. Lançadores de foguetes, armas e munições estão entrelaçados aos civis que se tornam os seus reféns. Procuram assim fazer com que Israel apareça como o agressor quando ataca os alvos militares. Para o Hamas e o Hezbollah, os palestinos são buchas de canhão. Os túneis servem somente aos terroristas, que ficam em abrigos, enquanto os civis entram no fogo cruzado. Israel, por sua vez, protege a população civil em abrigos construídos com essa finalidade, enquanto os seus soldados lutam a céu aberto. As organizações terroristas cultuam a morte, Israel, a vida. Por último, o Hezbollah é um Estado dentro de um Estado, seu exército sendo superior ao libanês. E não responde às autoridades desse país, mas ao Irã, do qual é um satélite. Ou seja, o Líbano, que já foi considerado a Suíça do Oriente Médio, exemplo de liberdade, tolerância e convivência multiétnica e religiosa, convivendo pacificamente cristãos de diferentes confissões, muçulmanos xiitas e sunitas, drusos e árabes, é hoje um Estado escravo. Perdeu a sua soberania. Triste fim dessa esquerda que, outrora, se apresentava como democrática.

Permanências imperiais e nova ordem global no teste da história - Paulo Roberto de Almeida (Academia.edu)

Permanências imperiais e nova ordem global no teste da história

Paulo Roberto de Almeida

Diplomata, professor.

Resumo: Considerações de caráter metodológico e de fundamentação histórica sobre a questão de uma “nova ordem global”, como eventual possibilidade a partir de um declínio considerado irremediável da atual “ordem mundial ocidental”, cuja validade conceitual e a sua própria adequação histórica à situação atual são colocadas em discussão. O ensaio adota uma abordagem histórica das características econômicas e políticas da ordem mundial contemporânea (não global), concluindo pela resiliência dos sistemas imperiais, que são os que presidem à ordem oligárquica ainda em vigor.

Palavras-chave: nova ordem mundial; economia global; governança; sistemas imperiais.

Abstract: Methodological and historical reappraisal about the issue of a presumptive “global new order”, as an outcome of an irresistible decline of the current “Western world order”, whose conceptual validity and historical relevance are put into question. The essay adopts an analytical and historical approach about the contemporary features of the economic and political world order (which is not global), concluding by the resilience of the imperial systems, at the top of the oligarchic governance in the current world system.

Key words: new world order; global economy; governance; imperial systems.

Resumen: Consideraciones de carácter metodológico y de fundamentación histórica sobre la cuestión de un “nuevo orden global”, como posible consecuencia del declino supuestamente inevitable del actual “orden mundial occidental”, poniendo en duda la validad conceptual y adecuación histórica de su situación actual. El ensayo adopta un examen histórico sobre las características económicas y políticas del orden mundial contemporáneo (no global), concluyendo por la persistencia de los sistemas imperiales, que aún presiden a la gobernanza del presente orden oligárquico.

Palabras llave: nuevo orden mundial; economía global; gobernanza; sistemas imperiales.

Sumário:

1. Estamos no limiar de uma nova ordem global?

2. A resiliência das estruturas imperiais a despeito de sucessivas crises

3. O sistema onusiano corresponde, de fato, a uma ordem global efetiva?

4. As atuais estruturas econômicas esgotaram suas possibilidades de ajuste?

5. A fratura geopolítica aponta para a substituição da atual ordem mundial?

Referências bibliográficas

 (...)

[Paulo Roberto de Almeida

Brasília, 4676, 27 maio 2024, 25 p.]

Disponível: https://www.academia.edu/124519295/4676_Permanencias_imperiais_e_nova_ordem_global_no_teste_da_historia_2024_

Lula, o amigo do Irã - Editorial (Gazeta do Povo)

Lula, o amigo do Irã Editorial Gazeta do Povo 06/10/2024 18:00 Na atual escala de valores do Itamaraty, comandado nominalmente por Mauro Vieira, mas que de fato segue as diretrizes de Celso Amorim, quando uma ação militar deve ser “deplorada” ou condenada “nos mais fortes termos”, e quando deve ser “acompanhada com preocupação”? Será pelo número de vítimas que deixa? Se mira apenas alvos militares, ou se pretende atingir deliberadamente a população civil? Se é um ataque gratuito, ou uma ação de defesa contra um agressor? A resposta, no governo Lula, é bem mais simples: o grau de veemência das notas do Itamaraty depende apenas de quem é o agressor: se um “dos nossos” ou um “dos deles”. Em 1.º de outubro, enquanto o mundo condenava inequivocamente o lançamento de quase 200 mísseis iranianos contra território israelense, a diplomacia brasileira se pronunciava “deplorando” os ataques aéreos de Israel contra alvos do Hezbollah no Líbano. Apenas no dia seguinte a ação do regime iraniano foi assunto de comunicado da chancelaria brasileira, que disse “acompanhar com preocupação” o episódio, limitando-se a “condenar a escalada do conflito”, sem nenhum palavreado mais duro sobre a ação iraniana em si. Em abril, quando do primeiro ataque direto ao Irã contra Israel, o texto do Itamaraty recorreu ao eufemismo, falando em “relatos de envio de drones e mísseis do Irã em direção a Israel”. Lula escolheu ficar ao lado de um regime assassino, que prega abertamente o fim de Israel, financia terroristas, e oprime mulheres, a população LGBT e outras minorias. O duplo padrão nos termos usados pelo Ministério das Relações Exteriores já se observa desde a barbárie terrorista do Hamas, que completa um ano nesta segunda-feira. A primeira nota do Itamaraty sobre o 7 de outubro nem sequer mencionava o Hamas (que já havia reivindicado a autoria do ato), nem usava a palavra “terrorismo”. Só após muita repercussão negativa é que ambos os termos entraram no vocabulário da chancelaria, e mesmo assim havia recaídas constantes, como nas notas publicadas por ocasião da confirmação de mortes de brasileiros, ocorridas ou durante o próprio ataque terrorista, ou posteriormente, no caso de reféns capturados pelo Hamas. Este é um caso em que nem se pode considerar propriamente que Lula esteja tentando exibir ao mundo uma postura de neutralidade enquanto, na prática, adota um lado. No Oriente Médio, o petista escolheu um lado e não faz a menor questão de disfarçar. Enquanto o Brasil está sem embaixador em Israel, o vice-presidente Geraldo Alckmin prestigiava a posse do novo presidente iraniano ao lado de chefões do terrorismo mundial. Contra a única democracia da região, que luta para se defender de ameaças à sua própria sobrevivência (embora não esteja livre de cometer excessos neste esforço de autodefesa), Lula escolheu ficar ao lado de um regime assassino, que prega abertamente o fim de Israel e financia os terroristas que levam o medo aos israelenses; e que, em seu território, oprime mulheres, a população LGBT e outras minorias, e reprime violentamente manifestações populares por liberdade. Esta aliança entre Lula e a teocracia islâmica iraniana vem de antes do 7 de outubro; no início do terceiro mandato do petista, em fevereiro de 2023, a permissão para navios de guerra iranianos atracarem no Rio de Janeiro causou mal-estar entre Brasil e Estados Unidos, cuja embaixadora em Brasília afirmara que “esses navios, no passado, facilitaram o comércio ilícito e atividades terroristas”. Lula também contribuiu para a adesão do Irã ao bloco dos Brics, durante reunião no ano passado. Mas a camaradagem é bem mais antiga, datando da primeira passagem do petista pelo Planalto, entre 2003 e 2010. O episódio mais notável foi o empenho de Lula em costurar um acordo que permitisse aos aiatolás seguir adiante com seu programa nuclear, que o mundo inteiro sabe ter como objetivo a obtenção de uma bomba atômica, o que por sua vez teria o potencial de lançar a região em uma espiral de instabilidade muito maior que a atual. Em nome de um antiamericanismo de DCE e da união de um suposto “Sul Global” – do qual o Brasil, a rigor, nem seria um dos líderes, bastando ver o papel de coadjuvante que o país assumiu na última cúpula dos Brics –, Lula afasta a diplomacia brasileira de todos os princípios da atuação internacional brasileira elencados no artigo 4.º da Constituição, especialmente a “prevalência dos direitos humanos”, a “defesa da paz” e o “repúdio ao terrorismo e ao racismo”. O Irã é um regime que nega explicitamente tais princípios. Um ano após a barbárie de 7 de outubro de 2023, perpetrada por um grupo apoiado por Teerã, e neste momento em que o regime islâmico assume diretamente o trabalho de fustigar Israel, dados os recentes sucessos israelenses na eliminação de líderes de Hamas e Hezbollah, este alinhamento promovido por Lula e Amorim apequena ainda mais o Brasil diante do mundo. Leia mais em: https://www.gazetadopovo.com.br/opiniao/editoriais/lula-amigo-ira/ Copyright © 2024, Gazeta do Povo. Todos os direitos reservados.

Uma visão sobre o atual cenário internacional - Paulo Roberto de Almeida

Uma visão sobre o atual cenário internacional

Paulo Roberto de Almeida, diplomata, professor.

Nota sobre as ameaças pendentes ao sistema internacional vindas de ditadores.

 

Fatores estruturais favorecendo o desenvolvimento pacífico das relações internacionais, como o multilateralismo baseado em regras de convivência reciproca, podem ser ameaçados por fatores contingentes, baseado nas paixões e interesses de líderes políticos dotados de poderes excessivos.

A humanidade possui duas graves ameaças à continuidade das relações normais entre povos e nações, uma já em ação, a outra potencial. A primeira se chama Putin, e já é mortífera, sobretudo nas suas relações com Estados terroristas, como Irã e Coreia do Norte; a segunda, é o candidato Trump, que já se provou disruptivo para o sistema multilateral baseado no Direito Internacional, inclusive em sua amizade com, e em sua submissão ao primeiro personagem, verdadeiro Hitler do século 21.

Infelizmente, não estamos muito distantes da guerra de Troia, um conflito justamente motivado por paixões e interesses de autocratas poderosos. A Ucrânia está no centro do conflito mais grave e mais disruptivo nas relações internacionais atuais: ditadores precisam ser contidos; aqueles que querem sacrificar suas vítimas também.

Em situações limites como as que vivemos atualmente, as regras do Direito, ou da simples humanidade, precisam ser impostas por uma força superior às dos ditadores e candidatos a tal, cujo único desejo é o de impor a outros as suas paixões e interesses. 

A defesa do Direito, da Justiça, da simples humanidade vale para a Europa central, para o Oriente Médio, para a África e até para a Venezuela, cujo ditador oprime o seu próprio povo e ainda pretende agredir uma nação vizinha.

Como se posiciona o Brasil e a sua diplomacia em face das atuais ameaças existentes à convivência normal entre povos e nações? Estamos de verdade do lado do Direito Internacional, ou por acaso cultivamos amizades e relações normais com ditadores efetivos ou potenciais?

Paulo Roberto de Almeida

Brasília, 4752, 7 outubro 2024, 1 p.


 

 

domingo, 6 de outubro de 2024

O autoritarismo custará caro ao México Editorial O Estado de S. Paulo

O autoritarismo custará caro ao México

O Estado de S. Paulo | Notas & Informações
06 de outubro de 2024

Ambições autocráticas de Obrador e seus acólitos, incluindo a nova presidente, estão destruindo não só as liberdades políticas dos mexicanos, mas suas oportunidades econômicas

P or 70 anos o México viveu sob o regime de um partido único, sem os contrapesos do Legislativo e do Judiciário. Nos anos 90, as pressões de uma sociedade civil complexa, educada e sedenta de pluralismo forçaram o Partido Revolucionário Institucional (PRI) a fazer concessões e reformas estabelecendo instituições eleitorais e judiciais independentes. Agora, o país caminha a passos largos para hipertrofiar o Executivo e concentrar poder no partido incumbente, o Movimento Regeneração Nacional (Morena), fundado por Andrés Manuel López Obrador (AMLO), que no dia 1.º encerrou seu mandato presidencial de seis anos, passando a faixa para sua pupila, Claudia Sheinbaum. Um partido único está sendo reinstaurado ? só que desta vez pode ser pior.

O PRI mutilou as liberdades políticas dos mexicanos e controlava as eleições, mas era disciplinado e construiu instituições e burocracias profissionais. A agenda do Morena vai na direção oposta.

AMLO sufocou o Instituto Nacional Eleitoral (INE) e manipulou as regras para favorecer seu partido. Nas eleições de junho, elegeu Sheinbaum com ampla margem. A coalizão de esquerda liderada pelo Morena obteve 54% das cadeiras na Câmara dos Deputados, mas um INE já aparelhado distorceu as regras de representação, concedendolhe 74% das cadeiras e uma supermaioria no Senado.

Em setembro, quando AMLO ainda era presidente e a nova legislatura assumiu, ele tentou aprovar 18 emendas constitucionais para, entre outras coisas, eliminar agências independentes, banir parcerias de estatais com a iniciativa privada, ampliar a ingerência das Forças Armadas na segurança pública, erguer barreiras a investimentos e ao comércio internacional e reduzir prerrogativas de partidos minoritários. O tempo não foi suficiente para aprovar o pacote, mas Sheinbaum promete encaminhá-lo, e a mais perniciosa das reformas, a do Judiciário, foi aprovada.

Em três anos, todos os magistrados e ministros da Suprema Corte serão removidos, e passarão a ser eleitos por voto popular. Os candidatos serão préselecionados pelo Executivo e o Legislativo, as exigências profissionais serão mínimas e um ?tribunal disciplinar? terá poderes para punir os indóceis. Além do poder oficial, o poder paralelo do narcotráfico terá amplas oportunidades de influenciar as escolhas através do dinheiro e da violência.

AMLO e seus acólitos replicam o manual de outros candidatos a déspotas, como Viktor Orbán, na Hungria. Nesses casos, a democracia não é derrubada à força de golpes e tanques na rua, mas por erosão intestina. O México mostra que essa destruição da democracia por meios democráticos não é prerrogativa de alguma região ou ideologia.

Pode acontecer na Europa ou América Latina, à esquerda ou à direita. Mas nenhum país é uma ilha, muito menos um país grande, mas em desenvolvimento, como o México, ou um país desenvolvido, mas pequeno, como a Hungria. O autoritarismo tem custos, e já se fazem sentir.

A União Europeia tem encontrado meios de neutralizar e isolar Orbán. As políticas de AMLO estão sangrando a economia mexicana. Seu governo teve as piores taxas de crescimento neste século: o Banco Central prevê 1,5% neste ano e 1,2% no próximo. O peso está em queda e o déficit está acima de 5%, o maior desde os anos 80. Agências de risco advertem para um aumento do prêmio, e a mídia e o governo dos EUA, país que tem US$ 144 bilhões investidos no México e recebe 80% de suas exportações, alertam que a reforma judicial não só mina a proteção de direitos humanos e o acesso imparcial à justiça, como inviabiliza os negócios. Outras reformas no pacote do Morena violam o acordo de livre comércio com EUA e Canadá, que expira em 2026 e precisa ser renegociado.

Uma parcela da população mexicana está revoltada. Se não for capaz de mobilizar seus conterrâneos e reverter a destruição do Estado Democrático de Direito em curso, seu país provará uma das mais amargas lições da História: que a combinação da concentração do poder político com a penúria econômica leva inexoravelmente ao recrudescimento da tirania ou à ruptura pela anarquia.

 

 

Brasil está embarcando na destruição do seu sistema político-partidário: a mentira se tornou personagem - texto não identificado, Christian Lynch e Paulo Roberto de Almeida

Brasil está embarcando na destruição do seu sistema político-partidário: a mentira se tornou personagem - texto não identificado, Christian Lynch e Paulo Roberto de Almeida 

Li a postagem abaixo como uma confirmação do que de pior pode ocorrer no atual sistema político brasileiro, sendo praticamente DESTROÇADO pelo oportunismo mais vil de certos personagens obscuros.

O cenário politico tradicional que conhecemos — centro (e os oligarcas do Centrão), esquerda, direita, radicais de esquerda, extrema-direita, evangélicos em ascensão — já pode deixar de existir em 2026, quando esse tipo de confusão deliberada pode desmantelar o quadro “normal” do sistema político brasileiro. 

Deixo de indicar a fonte dos argumentos que seguem entre aspas, pois que tudo também pode já fazer parte dessa gigantesca operação de manipulação política que está em curso a partir de grupos obscuros. Seu autor pode me contatar, se achar que estou colocando em dúvida sua “análise” aqui exposta, mas eu me permito ser muito cético no tocante à validade dessas afirmações.

Este blog Diplomatizzando se dedica à discussão responsável de temas relevantes para o Brasil, e não pode ser utilizado ou instrumentalizado em favor de quaisquer forças políticas. 

Minha postura atual é a de que estamos ingressando, na política brasileira, numa fase de alteração significativa dos meios, métodos, instrumentos e objetivos de diferentes forças e movimentos, e que essa evolução é para pior, da pior forma possivel. 

Esclareço: essa ruptura dos padrões tradicionais da política brasileira começou lá atrás, com o PT fraturando a política e dividindo a sociedade entre “nós” e “elites”, ou seja, o povo, supostamente de esquerda, ou progressista, e as elites, mesquinhas, anti-povo, concentradoras de riqueza.

Agora, é a direita extrema, a mais raivosa, reacionária e odiosa e odienta, que está fragmentando a política do Brasil.

Não sou nada otimista quanto ao futuro da política nacional.

Ao final transcrevo uma nota do cientista politico e editor da revista Insight Inteligência Christian Lynch.

Paulo Roberto de Almeida 

Brasília, 6/10/2024

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 “Marçal já ganhou a eleição no 1º turno.

Enquanto todos estão focados na disputa pela prefeitura de São Paulo, Marçal está dois passos à frente—e não é para ocupar a cadeira de prefeito.

Pablo Marçal transformou a campanha eleitoral em um trampolim para amplificar sua marca pessoal, seguindo estratégias de marketing do mestre do digital Russell Brunson.

Inclusive, ele faturou milhões primeiro aplicando ("Expert Secrets") e depois vendendo ("Dotcom Secrets") o conhecimento de Brunson como sua metodologia próprietária.

Ele não busca votos para governar São Paulo agora; busca atenção para converter em faturamento e construir seu caminho rumo ao Planalto.

- Criou polêmicas calculadas para gerar engajamento nas redes sociais.

- Incentivou a criação de cortes de seus vídeos, ampliando exponencialmente seu alcance.

- Transformou debates e sabatinas em oportunidades de marketing, não em discussões políticas construtivas.

Sua verdadeira vitória está em construir uma legião de seguidores fiéis, possivelmente representando 10-20% do eleitorado. Com essa base, ele pode lançar produtos digitais, cursos e mentorias que podem render cifras astronômicas.

Preparem-se para testemunhar talvez o maior lançamento digital já visto no Brasil—quem sabe, do mundo—além de preparar terreno para sua futura candidatura presidencial.

No fim das contas, Marçal nos mostra que, a atenção é a moeda mais valiosa, ganhar uma eleição pode significar algo muito além de ocupar um cargo público.

Este é o primeiro passo de uma estratégia maior para faturar muito e simultaneamente buscar alcançar o mais alto posto político do país.

Fama, dinheiro e poder ao mesmo tempo.”

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Christian Lynch:

MARÇAL É AMEAÇA POTENCIAL À DEMOCRACIA 

Então Marçal AINDA nao é ameaça à democracia, porque não tem poder. Mas sua forma de fazer política o TORNARÁ uma ameaça se adquirir poder. 

Eu pergunto como a democracia pode funcionar entregando poder a um candidato que se recusa a debater com adversários, reduzindo todos à condição de criminosos - comunistas, drogados e ladroes - , e que incita o público todo o tempo pelo seu próprio exemplo a produzir violência contra eles.“