Temas de relações internacionais, de política externa e de diplomacia brasileira, com ênfase em políticas econômicas, em viagens, livros e cultura em geral. Um quilombo de resistência intelectual em defesa da racionalidade, da inteligência e das liberdades democráticas.
O que é este blog?
Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.
quinta-feira, 29 de junho de 2006
536) Nessa vocês não vão acreditar...
O site oficial do Ministério do Trabalho, ensina como tornar-se prostituta. Ali constam informações sobre como batalhar programas, técnicas de abordagem de clientes e roupas adequadas para a atividade, considerada a profissão 5198 pelo governo federal.
Para saber mais, clique no site:
http://www.mtecbo.gov.br/busca/descricao.asp?codigo=5198-05
Podem conferir:
"Batalham programas sexuais em locais privados, vias públicas e garimpos; atendem e acompanham clientes homens e mulheres, de orientações sexuais diversas; administram orçamentos individuais e familiares; promovem a organização da categoria. Realizam ações educativas no campo da sexualidade; propagandeiam os serviços prestados. As atividades são exercidas seguindo normas e procedimentos que minimizam as vulnerabilidades da profissão."
Esta é a descrição sumária da "trabalhadora do sexo", digamos assim. Só não diz se elas recolhem imposto sindical, mas pelo menos as meninas são orientadas a promover a organização da categoria. Que tal um programa "sexo zero", isto é, nenhum brasileiro sem satisfação sexual.
Alguns juizes do Rio já começaram: autorizaram alguns velhinhos a receber Viagra pelo sistema público, isto é, de graça.
Isso é que é economia solidária...
Vejamos mais um pouco as instruções sobre como ser uma profissional competente:
“Formação e experiência
Para o exercício profissional requer-se que os trabalhadores participem de oficinas sobre sexo seguro, oferecidas pelas associações da categoria.
Outros cursos complementares de formação profissional, como por exemplo, cursos de beleza, de cuidados pessoais, de planejamento do orçamento, bem como cursos profissionalizantes para rendimentos alternativos também são oferecidos pelas associações, em diversos Estados. O acesso à profissão é livre aos maiores de dezoito anos; a escolaridade média está na faixa de quarta a sétima séries do ensino fundamental. O pleno desempenho das atividades ocorre após dois anos de experiência.”
“Competências pessoais:
1 Demonstrar capacidade de persuasão
2 Demonstrar capacidade de expressão gestual
3 Demonstrar capacidade de realizar fantasias eróticas
4 Agir com honestidade
5 Demonstrar paciência
6 Planejar o futuro
7 Prestar solidariedade aos companheiros
8 Ouvir atentamente (saber ouvir)
9 Demonstrar capacidade lúdica
10 Respeitar o silêncio do cliente
11 Demonstrar capacidade de comunicação em língua estrangeira
12 Demonstrar ética profissional
13 Manter sigilo profissional
14 Respeitar código de não cortejar companheiros de colegas de trabalho
15 Proporcionar prazer
16 Cuidar da higiene pessoal
17 Conquistar o cliente
18 Demonstrar sensualidade”
Mas, acho que ainda faltam informações fundamentais sobre, por exemplo: níveis de preços, tarifas (diferenciadas?), descontos, pacotes combinados, custos marginais, rendimentos decrescentes, ofertas temporárias, cartão fidelidade (acumulação de milhagens?), enfim, o mercado ainda não é muito transparente (et pour cause...) e o consumidor não possui todas as informações para fazer uma boa escolha.
Uma coisa é certa: há muita concorrência, alguns cartéis, obviamente, como sempre acontece, mas não parecem existir barreiras à entrada. Não se pensou tampouco em investimentos de longo prazo ou em mecanismos regulatórios, como alguma agência nacional encarregada do setor.
Pelo menos, as meninas já dispõem de um forte setor de marketing, agora realçada com a marca Daspu...
Não se sabe se as recepcionistas da Mary Jane Córner estão seguindo as instruções do MTbE, ou se existem recursos não contabilizados na jogada...
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