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Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.
quarta-feira, 28 de outubro de 2009
1446) Agricultura mundial em 2050
VERLYN KLINKENBORG
Editorial Observer, The New York Times, October 27, 2009
According to the Food and Agriculture Organization of the United Nations, feeding humanity in 2050 — when the world’s population is expected to be 9.1 billion — will require a 70 percent increase in global food production, partly because of population growth but also because of rising incomes.
The organization hopes that this increase can be brought about by greater productivity on current agricultural acreage and by greening parts of the world that aren’t now arable. It is also “cautiously optimistic” that, even with climate change, there will be enough land and probably enough water to do so. It’s important to look at this projection in light of another United Nations goal — preserving biodiversity — and ask whether the two are compatible.
In 2003, 123 nations committed themselves to “a significant reduction of the current rate of biodiversity loss” by 2010. According to scientists at a recent United Nations-sponsored biodiversity conference, that target will not be met. Biodiversity loss keeps accelerating, and extinctions are occurring at a rate that’s 100 times what it was before humans dominated the earth. Species are going out like candles in the dark.
The “cautiously optimistic” authors of the United Nations food report believe that humanity will somehow be able to produce more food while still honoring the value of other species by protecting their habitat. And it’s true that this is not a zero-sum game. A 70 percent increase in food production doesn’t necessarily mean a 70 percent reduction in habitat.
But the Food and Agriculture Organization also warns that agricultural acreage will have to grow by some 297 million acres, a little less than three times the size of California. Add to this the ongoing rate of habitat destruction — including deforestation, often for fuel but usually for producing more food — and other threats like the growing production of biofuels, and it is hard to argue that there isn’t a profound conflict between what our species will need to survive by 2050 and the needs of nearly every other species on this planet.
The question isn’t whether we can feed 9.1 billion people in 2050 — they must be fed — or whether we can find the energy they will surely need. The question is whether we can find a way to make food and energy production sustainable in the broadest possible sense — and whether we can act on the principle that our interest includes that of every other species on the planet.
The only way to do that is to think about the habitat of all other species as the frame of our activities. Unless habitat is part of the equation, we’re simply not talking realistically about the character, much less the future, of our planet. We have no idea what the “right” amount of biodiversity on this planet should be (although we seem at times to be running an ill-judged experiment to see how little we need). And we struggle to find reasons why other species and ecosystems are important, searching mostly for utilitarian arguments (their value as medicines, for instance) that specify their usefulness to us.
My own answer is less utilitarian: They have the value of their own existence. I adhere to a conclusion reached long ago — by James Madison in 1818, who said, simply, that it cannot be right for all of Earth’s resources to “be made subservient to the use of man.”
We need to act on that principle.
That will mean more than simply roping off habitat. It will mean among other things, a new and far more modest idea of food prosperity, more limited and almost certainly less meat-driven than the present American model.
It will mean a new idea of food equity, a fairer and far more balanced way of sharing and distributing food to reduce the devastating imbalance between the gluttony of some nations and the famine of others. It will mean that we all have to do what we can — wherever we live — to localize and intensify food production. Above all, it will mean restraint, in order to protect, and perhaps one day increase, the remaining biodiversity.
6 comentários:
I didn't like the way the KLINKENBORG discussed the food distribution pointing out that it wouldn't be enough to feed all earth inhabitants by the year 2050, he showed that the disponibility of farming land won't grow on a similar pace as needed by the population demand for food causing at the same time the extinction of uncountable species when the root of the problem should be discussed : the population increase itself.
"Não confiando em minhas próprias faculdades...tomo a própia dúvida como verdade...nada afirmo e duvido de tudo aquilo que seria sacrilégio alimentar-se como dúvida"
*Epicuro (in:Epistolae Rerum Senilium)
Em quem deveriamos depositar nossa confiança?...em Malthus...ou em Condorcet...!
Sugerimos a leitura "The State of Food in The World 2009" (FAO); pp 8 "Hunger Has been on the rise for the past decade".
Vale!
Meu caro Anônimo,
Muito grato pela sugestao de leitura, que vou procurar.
Sempre procurando aprender alguma coisa.
A bem da verdade, não acredito no malthusianismo da FAO, de que o mundo vai passar fome. Isso simplesmente não é verdade.
Vão passar fome aqueles miseráveis, que por cúmulo da má sorte, vivem em Estados falidos, vagabundos, dirigidos por elites criminosas ou irresponsáveis, pois é evidente que não faltam alimentos no mundo, pelo menos não no sentido estrito.
Faltam alimentos em alguns lugares localizados, muitas vezes por incapacidade produtiva (outras vezes por fatores exogenos), mas que poderia ser contornada por uma atuação responsável do Estado.
Só morre de fome quem tem a má sorte de viver num Estado falido, pois alimentos existem em alguma parte do planeta...
Paulo Roberto de Almeida
Disse tudo. Se a produção e a distribuição de alimentos continuar sendo prejudicada por ditadores e burocratas continuaremos jogando comida fora sem alimentar a todos. Por outro lado, tampouco acredito que a produtividade agrícola possa continuar crescendo geometricamente por tempo suficiente para esperar a estabilização natural da população mundial.
Exatamente, acredito que o crescimento populacional é um problema de estado, mas há aqueles países que por força da tradição ou da religião (até rimou) são careless, não tomando medidas sobre o assunto. Há também os que falham na distribuição de alimentos, sendo possível, muitas vezes, a associação desses estados com um certo, digamos, carelessness gorvernamental.
PESQUISA (TOP-CLASSIFIED)
Certa vez a FAO resolveu realizar pesquisa em vários países ao redor do mundo para saber honestamente a opinião de cada país sobre o problema de escassez de alimentos.
O resultado fora "desolador"!
Nenhum país europeu entendeu o que era "escassez".
Os africanos não sabiam o que eram "alimentos".
Os venezuelanos estranhamente pediram maiores explicações sobre o que era "opinião".
Os argentinos desconheciam o significado da expressão "por favor".
Os norte-americanos nem imaginavam o que significava "o resto do mundo".
-E o Brasil? Não entrou na pesquisa?
-Entrou, sim. Mas o Congresso brasileiro está até agora debatendo o que é "honestamente".
Vale!
P.S.:Concordamos com sua opinião expressa anteriormente.
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