terça-feira, 22 de dezembro de 2009

1598) Politica Externa brasileira: as consequencias vem sempre depois...

Efeitos da visita do presidente do Iran ao Brasil nas relações bilaterais com os EUA (e outros itens da agenda diplomática também). Parece que os EUA estão perdendo o encanto com o "cara"...

Lula não é mais ''o cara''
Editorial O Estado de São Paulo, Terça-Feira, 22 de Dezembro de 2009

O Brasil está em baixa na bolsa de prestígio político de Washington. O entusiasmo demonstrado em abril pelo presidente Barack Obama - "esse é o cara", disse ele sobre o colega brasileiro, em Londres - parece haver murchado. Depois de vários atritos, é incerta a visita do presidente americano a Brasília em 2010. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva tenta mostrar indiferença. Se Obama não vier, comentou, quem perderá será ele, porque deixará de ver como "o Brasil é importante, desenvolvido e tem muita coisa para mostrar". Mas não deixou de exibir certa condescendência: "Continuo com uma grande expectativa em relação ao governo Obama. Ele ainda vai ser uma surpresa", disse Lula ontem.

Com essas palavras, ele reiterou, de forma indireta e mais suave, o comentário recente de seu assessor para assuntos internacionais, Marco Aurélio Garcia. Segundo o assessor, a política de Obama tem sido uma decepção. O chanceler Celso Amorim tentou na ocasião diminuir o estrago causado por seu colega de governo. Mas não teve êxito. As divergências em torno da eleição em Honduras e o apoio brasileiro ao presidente iraniano foram muito além das diferenças normais entre governos.

O mal-estar contaminou a imprensa e chegou ao Congresso, onde o senador democrata Frank Lautenberg suspendeu a votação de medida benéfica a exportadores brasileiros. As isenções do Sistema Geral de Preferências perderão vigor no dia 31. A votação interrompida pelo senador poderia estendê-las por um ano. Segundo a assessoria de Lautenberg, a ação do senador foi uma resposta à decisão do STF contra a devolução imediata do menino Sean Goldman ao pai, o americano David Goldman.

O apoio de Lula ao presidente iraniano foi desastroso perante a imprensa americana. Pressionado internamente e criticado na maior parte do mundo por seu programa nuclear, Ahmadinejad, segundo editorial do Washington Post, procurou amigos no exterior e só encontrou, de início, os governos africanos de Gâmbia e do Senegal e os latino-americanos da Venezuela e de "dois de seus satélites, a Bolívia e a Nicarágua". Lula juntou-se a esse grupo quando os líderes da China e da Rússia condenavam a política iraniana. Assim, deu razão às democracias ocidentais para negar ao Brasil um assento permanente no Conselho de Segurança da ONU, acrescentou o jornal.

Lula também foi criticado pela imprensa americana e por analistas qualificados por se meter na política centro-americana sem saber o bastante sobre a região. Sua intervenção em Honduras foi vista como um obstáculo à solução da crise - erro agravado com a insistência em não reconhecer a legitimidade das eleições.

Para Moisés Naim, editor da revista Foreign Policy, "o Brasil se comporta como um país em desenvolvimento imaturo e ressentido". Diplomatas do Departamento de Estado têm reagido às ações do governo brasileiro com perplexidade, mas em outras áreas do governo a reação é de mal disfarçada hostilidade, segundo relatou em artigo publicado no Estado de domingo o jornalista Paulo Sotero, ex-correspondente do jornal em Washington e hoje diretor do Brazil Institute do Woodrow Wilson International Center for Scholars.

A nova política externa brasileira é conduzida às vezes "com a petulância de novos ricos", segundo experiente diplomata estrangeiro citado em artigo pelo ex-embaixador do Brasil nos Estados Unidos Rubens Ricupero. Nesse texto, publicado na Folha de S.Paulo, Ricupero contrastou o protagonismo do presidente Lula com a discrição do primeiro-ministro chinês, Wen Jiabao. "Queremos ser mediadores no Oriente Médio e em Honduras, onde nossa influência é quase zero, enquanto a Unasul, que fundamos, completa um ano sem conseguir eleger o secretário-geral", escreveu.

Em pouco tempo Lula envenenou, sem nenhum ganho econômico ou político para o País, o ambiente de boa vontade existente durante o governo republicano e mantido no começo da gestão de Barack Obama. Para ter influência global, comentou o Washington Post, o Brasil teria de abandonar o terceiro-mundismo de sua política externa. Não é provável que isso aconteça com o Itamaraty sob o domínio ideológico dos atuais formuladores da política externa.

19 comentários:
Marcos Borges Viana em 22/12/09 ás 20:07
É como o adolescente que não ajuda em casa e na casa do vizinho lava o carro, corta a grama e recolhe o lixo. Joga para a platéia (assim dá prá entender, né?)

Marcos Borges Viana em 22/12/09 ás 20:05
Em defesa de Obama deve-se dizer que o único país do mundo que elegeu um presidente para tratar de interesses estrangeiros está no hemisfério sul porque ao sul deste país, bem como a norte, leste e oeste todos cuidam de seus interesses como prioridade zero, mesmo em organismos cooperativos.

Eddie Sampaio em 22/12/09 ás 16:31
Obama ganhador do Nobel da Paz nada mais é do que o esperado. É assim que funciona o mundo. É assim que sempre funcionou. Num vai ser "se achando" que o governo do Lula vai conseguir alguma coisa... É só prestar atenção no que faz a China.... o resto, é jogar pra ninguém, ou melhor, para bobos como o Sarkozy.

marco antonio burgos burgos em 22/12/09 ás 15:33
Ricardo José fontes almeida
parabéns pelo comentário
o melanoderma filho do bush
já mostrou ao mundo a que veio
noel tão feio
premio nobel
sarapatel
galinha assada
com gosto de fel

Jose Affonso em 22/12/09 ás 15:10
O curioso e que os apoiadores da politica externa do PT sempre tentam justificar seu viceral antiamericanismo. Isto, mais recentemente pelos resultados ainda pifios na area externa do governo Obama, que mal completa um ano de existencia. A verdade e a seguinte: independentemente de Obama, a politica externa do PT jamais alcancara sua “estrela de Belem” (i.e., assento permanente no Conselho de Seguranca) enquanto estiver apoiando os brutais regimes instaurados nos paises ja apontados nestes comentarios. O risco para o Brasil e o de tornar-se reconhecido internacionalmente como o interlocutor e apoiador dos regimes mais vis deste planeta. O mais interessante e que o Brasil, aparentemente, nao se preocupa nem ao menos em tratar de promover valores basicos para a democracia brasileira como, por exemplo, a defesa dos direitos individuais mais basicos, naqueles paises. A relacao do Brasil com aqueles paises parece ser apenas de poder: "eu te apoio se voce me apoia". Veremos o que dirao os votos.

Ricardo José Fontes Almeida em 22/12/09 ás 13:41
A manchete correta para se ter a compreensão dos fatos deveria ser “Obama nunca foi o cara que todos inocentemente acreditavam”. Ou como já li uma vez “Obama um Falcão fantasiado de galinha”...

Ricardo José Fontes Almeida em 22/12/09 ás 13:31
Teria uma pergunta a fazer aos que neste espaço buscam compreender o mundo de hoje. Qual atitude ou ação inovadora que o Obama implantou na política internacional americana? Retirou o bloqueio de Cuba? Saiu do Iraque? Modificou a estratégia frente Afeganistão, Irã? Defendeu o respeito aos preceitos democráticos frente ao golpe de estado em Honduras? Retirou os subsídios aos produtos americanos que destroem as normas básicas de concorrência do mercado mundial? Passou a respeitar as decisões dos organismos internacionais como OMC, OEA e outros? Iniciou os diálogos, francos e sinceros com os povos e governos que não aceitam as imposições da política americana objetivando uma maior integração mundial? Usou de sua influencia junto a Israel pelo respeito aos direitos do povo palestinos? E poderia ficar aqui enumerando as várias expectativas que o mundo depositou neste homem, mas que até o momento não passaram de esperança vazia, de concreto nada mudou, nem nas questões climáticas. E para vocês verem, caros leitores, premiaram-no com o Nobel da Paz, que mico devem estar passando os jurados que assim o viam, não é? Uma NAÇÃO jamais ganhará respeito por uma posição de alinhamento simples e puro ou de lacaio serviçal de outra nação, e sim por uma postura de independência na defesa dos valores humanos da igualdade respeito entre os povos que a compõem.

Eddie Sampaio em 22/12/09 ás 13:24
Desde que o mundo é mundo quem dá as cartas, sempre, é quem tem poder hegemônico para tal. Se aliar aos países que controlam o poder não é tomada de posição, mas, apenas o único caminho para se chegar onde a algum objetivo. Se, por outro lado, os formuladores de nossa política externa pensam que chegarão a algum lugar, se unindo à ralé do mundo (Venezuela, Iran e Coreia do Norte e outros de pior calão) eles logo perceberão que nem a lider dessa corja o Brasil chegará; vide o fiasco da reunião de Manaus onde nenhum dos bolivarianos se apresentou e deixou com caras de bobos Lula e o patético Sarkozy. Seguir o exemplo da China e da Rússia é, no mínimo, o que se pode fazer para lograr algum êxito num futuro remoto. Acompanhar a Alemanha. o Japão e os Estados Unidos é mandatório. Fora dessa rota, só serão encontrados os percalços para os que trilham pelos caminhos mais tortuosos e acidentados. As eleições estão ai. Está claro que o país está fora de rota. Cabe ao povo brasileiro corrigir isso.

Virgílio Silva Chevalier em 22/12/09 ás 12:43
Essa campanha do Estadão para eleger o Serra não tem limites. Parem de querer subordinar a política externa brasileira às instituições norte-americanas. Que maldito complexo de inferioridade. Para Obama, é melhor ter alguém que pense diferente, mas que possa se aliançar (como no caso de Honduras) do que ter um zero à esquerda. Aliás, que fiasco o 'acordo' hondurenho patrocinado pelos EUA, hein?

Jose Affonso em 22/12/09 ás 11:46
O Brasil e o Itamaraty PT tem todo o direito soberano de implementar uma politica externa notadamente antiamericana e que apoia regimes reconhecidamente “democraticos” como Cuba, Ira, Coreia do Norte, Sudao, Venezuela e demais bolivarianos. Isto, obviamente, salpicado de um nivel de patriotada digno do infeliz regime militar. Qual o objetivo disto tudo? Assento permanente no Conselho de Seguranca da ONU? Que piada! O Brasil, que tem tido uma eficaz politica macroeconomica, perde uma oportunidade de ouro, unica em sua historia, de ter um papel construtivo na construcao de um sistema politico internacional democratico e justo – inclusive com direito a assento permanente no Conselho de Seguranca.

Alzira Souza em 22/12/09 ás 11:44
Para mim ele NUNCA FOI! A ficha dos EUA caiu antes tarde do que nunca. Penso que pelo menos esse título o presidente não vai usar nos palanques de "fudilma" (apud Agamenon Mendes Pedreira) em 2010.

EDSON NEGRAO em 22/12/09 ás 11:01
Não podemos dizer que o Irã e a Venezuela sejam democracias. Isso para não falar de Cuba. Definitivamente o governo Lula não é um defensor da democracia.

Saulo Mundim Lenza Lenza em 22/12/09 ás 08:44
O castelo de cartas erguido pelos formuladores da politica externa terceiro-mundista do Brasil está desmoronando.

José Benedito Vizioli Libório em 22/12/09 ás 08:43
Ainda bem que Lula não é mais o cara! Ele é presidente do Brasil e não tem procuração para defender outros interesses senão os nossos. O que o Obama está bravo é que o Brasil desempenha um papel ao qual os EUA estavam acostumados a fazer , o de defender a "democracia" no continente.
Só que hoje o Brasil é um ator de peso nas américas e no mundo e , com isso, conquistou o respeito de governantes em todo o mundo.
Hoje o Brasil está na pauta como ator e não como subserviente. Pena que com a eleição eventual da oposição isso talve sofra um refluxo. Será uma perda sentida.

JOSE EDEVALDO em 22/12/09 ás 08:20
BUSCH VEIO AO BRASIL E DANÇOU NO MORRO;
AS PALAVRAS DE GARCIA NÃO CAUSARAM ESTRAGOS, FORAM OBJETIVAS, SÃO PALAVRAS DE UM NEGOCIADOR, NÃO SERVO;
É NATURAL A IMPRENSA DOS EUA SEREM CONTRA A VISITA DO PRESIDENTE IRANIANO, ESTÃO DEFENDENDO SEUS INTERESSES;
OS ANALISTAS TÃO QUALIFICADOS ESTÃO SENTINDO QUE À MEDIDA QUE PAÍSES AMERICANOS ACORDAM, FICA MAIS DIFÍCIL SEREM EXPLORADOS; EDITORES DOS EUA ESTÃO SENTINDO QUE SUAS MAQUIAGENS JÁ NÃO ENGANAM;
COM RELAÇÃO À UNASUL, O QUE OCORRE AQUI NÃO É DIFERENTE DO QUE OCORRE NA EUROPA, NO MERCADO COMUM EUROPEU FAZEM DE CONTA QUE AS COISAS FUNCIONAM, O MESMO FOI CRIADA POR VOLTA DOS ANOS 50 E ATÉ HOJE PRECISA DE AJUSTES.
O BRASIL É UM GIGANTE QUE DEMOROU PARA SE CONSCIENTIZAR DO SEU TAMANHO E CAPACIDADE, MAS MUITOS AINDA DEVIDO A EDUCAÇÃO RECEBIDA, SE ACHAM NA OBRIGAÇÃO DE SE CURVAR, O MEDO DE SEREM OS PROTAGONISTAS OS LEVA SE INTIMIDAREM, EUA E EUROPA USAM A RECEITA DADA POR MAQUIAVEL, DIZEM QUE PODEM OS OUTROS ACREDITAM E OS SERVE, O NÍVEL DE RESPONSABILIDADE DOS EUA PODE SER COFERIDO NA COP15, NÃO QUEREM CONTRIBUIR PARA O CLIMA, MAS PARA FAZER GUERRA INJETAM BILHÕES, ATÉ PIADA FIZERAM, O MUNDO NÃO SE RESUME AO EUA E EUROPA.

Rafael Soares Torres em 22/12/09 ás 08:16
O que passa é que o sucesso econômico da gestão Lula lhe dá respaldo para manter suas políticas gerenciais, sob justificativa de que tudo o que é feito pelo Presidente funciona perfeitamente. Assim o é com essa parcialidade ideológica indisfarçável, com a qual ele recria a velha disputa de países ricos contra países pobres, de industrializados malvados contra não-industrializados pobrezinhos e vítimas de um sistema cruel. É sob esse contexto que ele acusa os Estados Unidos e protege monstros esquisitos como o líder do Irã e o ridículo bufão venezuelano. A opinião pública aplaude as gracinhas do Presidente e acha o máximo que o Sarkozy goste de aparecer nas fotos com o Lula. Mas a verdade é que se ele não deixar de ideologismos e passar a fazer o pragmaticismo, o realpolitik, em breve nem os perdidos presidentes Kirchner verão vantagens em se aliar a um esquerdolóide enrustido que acha que o mal do mundo é o Grande Ianque. Acorda, Lula.

JOSE EDEVALDO em 22/12/09 ás 07:46
É INTERESSANTE COMO ALGUNS BRASILEIROS INSISTEM EM QUE O BRASIL SEJA COLÔNIA DOS EUA, ESTÃO SEMPRE ATACANDO NOSSO GOVERNO POR DEFENDER NOSSOS INTERESSES, OUTROS PAÍSES NOS ELOGIAM COM A INTENÇÃO DE NOS AMOLECER E ASSIM FAZERMOS SUAS VONTADES, NA MESA DE NEGOCIAÇÃO DEFENDEM SEUS PAÍSES A FERRO, ENQUANTO ESTÃO SEMPRE NOS PEDINDO CONCESSÕES, COBRAM MUITO, FAZEM MUITO POUCO, AGEM COMO DONOS DO MUNDO, QUANDO ENCONTRAM ALGUÉM QUE NÃO SE CURVA A ELOGIOS, PASSAM A CRITICAR, E AINDA EXISTEM BRASILEIROS QUE CRITICAM NOSSA DIPLOMACIA POR NÃO ACEITAR QUE NOSSO POVO SEJA SERVIÇAL DOS EUA E EUROPA. QUANDO RECUPERO FOI MINISTRO DISSE UMA FRASE INTERESSANTE: " O QUE É BOM A GENTE MOSTRA O RUIM A GENTE ESCONDE", NO PERÍODO EM QUE RECUPERO REPRESENTAVA O BRASIL, O PAÍS AGIA COMO CAPACHO E CERTAMENTE NÃO É FÁCIL PARA O EX-MINISTRO ASSISTIR AO PAÍS SER PROJETADO PARA O MUNDO EM CONFORMIDADE COM SEU POTENCIAL, ALGUMAS PESSOAS DO GOVERNO ANTERIOR POSSUEM COMPLEXOS DE INFERIORIDADE, O QUE AS LEVAM A TEREM MEDO DE EXERCITAR O PODER, TEM VERGONHA DE DEFENDER SEU PAÍS E LUTAR POR SEU POVO, PREFEREM SEREM SUBSEVIENTES, SE ABALAM COM CRÍTICAS DOS EUA E OU EUROPEUS, FAZEM DE TUDO PARA AGRADÁ-LOS, SE HUMILHAM.

Tetsuo Shimura em 22/12/09 ás 07:32
A tardia constatação dos americanos sobre o desgoverno Lula, em breve será partilhada pelos europeus, asiáticos, principalmente os chineses e, então, teremos de exportar para países africanos, latinos e aos islâmicos.
A manutenção da atual política externa brasileira poderá também criar algumas dificuldades para importar ítens tecnológicos como os aviônicos para Embraer, equipamentos necessários para a Petrobras... Toda uma estrutura de viabilidade para transformar o Brasil realmente em um país maduro, formulado por FHC, está sendo desmontado pelo atual desgoverno. O Brasil continuará a ser um país para o futuro, quiça 2100, 2550...

3 comentários:

  1. Exmº Dr. Paulo Roberto de Almeida,

    Antes de iniciar um comentário acerca do assunto específico do tópico, me faço três perguntas, aliás gostaria de fazê-las ao senhor também:
    1 - Qual a necessidade de um acessor para assuntos internacionais, haja visto um ministro das relações exteriores, dito o "melhor do mundo" por alguns? Notar que o primeiro sistematicamente desautoriza o último, nas questões mais delicadas!!!

    2 - Que conceito os formuladores de nossa política internacional esperam da comunidade internacional ao consentir que o nosso presidente sente à mesa com um radical irremediável que atacou o próprio povo de seu país em decorrência de protestos contra o resultado das eleições, legítimos em qualquer país desenvolvido e esclarecido. Considerando ainda que a atual "instabilidade nuclear" tem como catalisadores o colega iraniano e o exótico querido líder norte-coreano?

    3 - O que pensa o nosso presidente ao discusar sobre liberdades e democracia na presença de ilustríssimas figuras como Kadafi e Mugabi?

    Em relação ao tópico, percebe-se que a atual política internacional brasileira está na contra-mão, visto que até a Rússia e China se converteram em críticos da política nuclear iraniana. Esta semana, conforme noticiado pelo portal de notícias G1, o Irã testou um míssil capaz de atingir Israel e bases militares dos EUA na região, segue o breve artigo abaixo:

    O Irã realizou com sucesso um teste balístico de uma versão melhorada de seu míssil de médio alcance Sejil - o Sejil 2 -, capaz de atingir um alvo a 2.000 km de distância, anunciou nesta quarta-feira (16) a TV estatal, sem dar muitos detalhes do ensaio militar.

    O anúncio deve aumentar a tensão com os países do Ocidente, pois o exercício mostra que o país pode atingir Israel e bases militares dos Estados Unidos no Golfo Pérsico.

    O primeiro-ministro inglês, Gordon Brown, disse que o teste enfatiza a necessidade de mais sanções contra o país.

    Considerando o último parágrafo do artigo, só mesmo na mente dos excelentíssimos formuladores da atual política internacional brasileira não seríamos penalizados numa eventual cooperação com o Irã.

    Cordialmente,
    Daniel G. Moscoso.

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  2. Daniel,
    Como diplomata, não me cabe comentar publicamente temas, posições e posturas da nossa diplomacia. Só sei dizer que ela tem razões que a própria razão desconhece, para citar uma frase famosa.
    Ou suas razões, desconhecidas para mim, não são as nossas, de pessoas razoáveis que buscam apenas viver num país normal, seguindo políticas normais.
    Em tempo: assessor se escreve com dois esses, não com um "c".

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  3. Daniel G. Moscoso23/12/2009, 10:33

    Obrigado por me corrigir, Dr. Paulo Roberto!! Perdão pelo erro "criminoso", são lapsos causados pelo sono, (risos). Mais uma vez grato por responder.

    Felicidades,
    Daniel G. Moscoso.

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