Temas de relações internacionais, de política externa e de diplomacia brasileira, com ênfase em políticas econômicas, em viagens, livros e cultura em geral. Um quilombo de resistência intelectual em defesa da racionalidade, da inteligência e das liberdades democráticas.
domingo, 13 de fevereiro de 2011
Carreira diplomatica: leituras para o concurso de entrada
Resumo de uma lista de leituras por:
Paulo Roberto de Almeida
(Brasília, fevereiro de 2010)
Um candidato à carreira diplomática, preocupado, como muitos, com a enormidade da lista de leituras requeridas, escreveu-me, no final de 2010, para perguntar-me se eu tinha uma lista resumida de leituras. Eu tinha, ou tive, uma lista desse tipo, mas eu a tinha elaborado em 2005 ou 2006, numa época em que a bibliografia não tinha assumido ainda proporções montanhosas, e quando o concurso tinha, talvez, outras características em relação ao período atual (2010-2011). Minha lista deve figurar no meu site de dicas para a carreira diplomática, que a despeito de necessitar uma boa atualização e reformatação, pode ainda servir para algo (link: http://www.pralmeida.org/04Temas/04AcademiaDiplom/02DiplomaciaGeral.html).
Não tenho a pretensão de fazer a lista perfeita, mas uma vez que fui solicitado a resumir aqueles que considero serem os livros essenciais para uma boa preparação, vou fazê-lo, com base UNICAMENTE na lista oficial de 2010 (já que o Guia de Estudos de 2011 não traz indicação de leituras). Eu o farei exclusivamente naquelas matérias com as quais mantenho certa familiaridade, substantiva e bibliográfica, à exclusão, portanto, de Português e de Inglês, embora eu também teria algo a eliminar do restante e algo a acrescentar (o que não vou fazer para não agregar à agonia dos candidatos.
Esta é, com todas as restrições aplicáveis, a “minha” lista, embora eu alerte, uma vez mais, que uma boa preparação para o Rio Branco vai muito além dessas “leituras obrigatórias”. Desejo bons estudos e boa sorte a todos os candidatos.
Paulo Roberto de Almeida
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História Mundial:
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BEAUD, Michel. História do Capitalismo de 1500 a Nossos Dias. 4. ed. São Paulo: Brasiliense, 1994.
BURNS, Edward McNall. História da Civilização Ocidental. São Paulo: Editora Globo, 1994, 2v.
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CERVO, Amado Luiz; RAPOPORT, Mario (Orgs.). História do Cone Sul. Brasília, Editora UnB/Revan, 1998.
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REZEK, José Francisco. Direito internacional público: curso elementar. 10 ed. São Paulo: Saraiva, 2005.
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SOARES, Guido Fernando Silva. Curso de direito internacional público. v. 1. São Paulo: Atlas, 2002.
THORSTENSEN, Vera. OMC: Organização Mundial do Comércio: as regras do comércio internacional e a nova rodada de negociações multilaterais. São Paulo: Aduaneiras, 2001.
TRINDADE, Antônio Augusto Cançado. Direito das organizações internacionais. 3 ed. Belo Horizonte: Del Rey, 2003.
35 comentários:
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Interessante eu que nunca ambicionei a carreira diplomática já li 90-95% (não fiz o cálculo para dar um número certo) da lista.
ResponderExcluirNão sei bem por que comentei isso, mas já está feito.
Abs,
E que as editoras não nos leiam, mas li uma parte (os mais antigos) em fotocópias das fotocópias...
ResponderExcluirAbs
Estou completamente grata pela dica.
ResponderExcluirPelo menos um ponto de partida nesse mar de informação!.
Olá Sr. Paulo Roberto,
ResponderExcluirvisito sempre seu blog e já comentei em outro post sobre a carreira diplomática. Sou aquela jovem de 16 anos que havia acabado de terminar o Ensino Médio. Bom, agora tenho boa notícia, sou universitária, do curso de Ciências Sociais da UFPI (a universidade federal do meu estado).
Mas venho por outro motivo, quando vi essa nova bibliografia resumida, recomecei a busca pelos livros nas bibliotecas da minha cidade. Constatei algo, a maior parte do acervo daqui é muito antigo, das décadas de 70 e 80.
O senhor acredita que isso irá atrapalhar meus estudos?
Grata pela atenção,
Ananda Marques
Ananda Marques,
ResponderExcluirLouvo seu empenho e visão de futuro, quanto a ser diplomata, mas gostaria de deixar bem claro isto: se voce depender de seu curso para se formar, para se informar, ou para se instruir, você não irá a lugar nenhum.
As universidades brasileiras -- públicas e privadas -- estão em processo acelerado de mediocrização, sendo que esses cursos da área de humanas (sociais, claro), são os mais medíocres e lamentáveis.
Espero que você tenha a iniciativa de estudar sozinha, pela internet, comprando livros, emprestando outros, ou seja, se formando por sua própria conta, pois do contrário você não conseguirá avançar muito.
Você tem de fazer um investimento em si mesma, e trocar o dinheiro do cinema pela compra de livros via internet.
Esta é a minha recomendação. Pode parecer cruel, mas é isso o que penso.
Paulo Roberto de Almeida
Sr. Paulo Roberto,
ResponderExcluirconcordo com a ideia de que depender apenas das aulas na universidade não é a melhor alternativa de estudo. Justamente por isso estou estudando sozinha, desde que decidi por essa carreira.
A internet é uma grande aliada nessas horas e as bibliotecas também, é claro.
A grade curricular do meu curso não cobre completamente o programa do concurso, eu não poderia nem cogitar a ideia de depender apenas da universidade.
Obrigada pela resposta, continuarei a fazer o que me aconselhou.
Ah,e gostaria de dizer, o blog também é fonte de estudo! Principalmente se a pessoa tiver a curiosidade de ler os posts mais antigos, vai descobrir uma infinidade de coisas.
Ananda Marques
Prezado PRA Almeida,
ResponderExcluirSua contribuição com a lista acima e de extrema valia, principalmente para que está estudando de maneira solitária, para mim que estou longe dos grandes centros, a aquisição de livros é necessária e importante. Ratifico o comentário de Ananda, onde ela diz, que este blog é fonte de estudo e informações.
Agradeço-lhe muitissimo por isso além, exergo em você um generoso catedrático.
Obrigada !
PS.: Ananda, continue firme no seu propósito, você encontra nos sebos virtuais exemplares de livros semi novos, em bom estado e a preços convidativos.
Prezado Paulo,
ResponderExcluirgostaria que nos dissesse a sua opinião sobre o livro ROBERTS, J. M. The Penguin History of the Twentieth Century: The History of the World, 1901 to the Present. Londres: Penguin, 2004.
É aquele tipo de livro indispensável a uma biblioteca? Tentei vê-lo na FNAC do Park Shopping e não consegui. Na livraria cultura tem disponível paraq encomenda, portanto, já me comprometeria a comprá-lo.
Pelo que vi no Amazon, pareceu ser um livro muito abrangente e interessante.
Custa 58 reais na livraria cultura. A quinta edição que vai até 2007.
abraços,
Allan
Eu gosto muito do Roberts, caro Allan.
ResponderExcluirJá tinha usado, muito anos atrás, uma das primeiras edições, do seu World History, e gostei. Devo ter pelo menos duas edições do Roberts, e recomendo vivamente. Esse do século XX é excelente, junto com o Paul Johnson (mas o Johnson não entra nem matando na bibliografia do IRBr, que prefere o Hobsbawm, que considero inferior e politicamente enviesado).
Cada vez que eu preciso de uma consulta para situar um evento num determinado contexto, vou ao Roberts.
Mesmo fora do IRBr, qualquer biblioteca inteligente deve ter um ou dois Roberts.
Paulo Roberto de Almeida
Caro Paulo,
ResponderExcluirobrigado pelas observações. Tenho o Hobsbawn, pois usamos ele na graduação, mas o considero muitas vezes superficial.
Excelente a dica.
Só agora que percebi que eu estava confundindo o World History com o 20th Century.
ResponderExcluirdr paulo
ResponderExcluiroi, gostaria de saber se as obras presentes na biblioteca digital da FUNAG ( especificamente estas; http://www.funag.gov.br/biblioteca-digital/classicos), são de importante leitura para ir se preparando para o concurso de diplomacia.
grato,
Matheus
Matheus,
ResponderExcluirNao seja preguiçoso; troque quatro cinemas com a namorada para ler todos esses livros.
Certamente não vai fazer você ficar mais pobre (talvez com os olhos cansados...), e certamente toda leitura de classico é importante, por isso são clássicos.
A cultura é como a geléia: menos se tem, mais se esparrama no pão...
Paulo Roberto de Almeida
matheus,
ResponderExcluirmuito obrigado pela resposta, e se fosse possivel, o senhor saberia me informar alguma livraria ou algum site, que tenha esses livros com um preço mais "camarada", já que a maioria deles é um pouco caro
grato
Caros,
ResponderExcluirTem um site muito bom que vende livros de sebos e livreiros de todo o país. Sempre compro livros com ótimos preços: www.estantevirtual.com.br
Além disso, pode-se comprar livros pela Amazon, inclusive usados, por ótimos preços. Mesmo com o valor do frete, pode compensar comprar direto, do que importar por outra livraria.
Obrigada pela lista de leituras, Paulo, aos pouquinhos estou completando-a.
Prezado Paulo
ResponderExcluirFiquei feliz por encontrar seu blog, uma vez que acabei de me formar em História e ambiciono a carreira diplomática. Concordo inteiramente com o que você disse a respeito das graduações não serem suficientes para um concurso desta magnitude. Penso que o obstáculo principal seja a falta de direcionamento. Nenhum curso nos prepara para isso. Enfim, tenho vários textos dos livros da sua lista, e estou me direcionando por eles. Muito obrigada pela preocupação com os "aspirantes" à diplomacia!
Caro Sr. Paulo,
ResponderExcluirO Senhor indicaria alguma faculdade onde possa ser realizado o curso de relações internacionais com uma boa base para uma aspirante à diplomata? Obrigada.
Minha Anônima demandante de curso de RI,
ResponderExcluirComo regra geral, não sou de fazer publicidade ou indicações de cursos, uma vez que seria quase uma recomendação comercial.
Considero TODOS, ou quase todos, como aquém do que se requer numa graduação de qualidade para um bom exercício numa carreira de mercado, e sublinho de mercado, pois entendo que a MAIOR PARTE dos egressos se destinará ao mercado normal de trabalho, ou seja, o setor privado.
Os cursos são acadêmicos, chatos, uma assemblagem de matérias supostamente de RI, com muita enrolação e pouca inspiração.
Os mais orientados ou voltados para global business, ou negócios globais, me parecem os mais interessantes.
Mas mesmo os mais enfaticamente acadêmicos não preparam exatamente para a carreira diplomatica, e sim para uma chata vida acadêmica.
Portanto, se você quer um conselho, faça uma graduação, qualquer uma, que a oriente para o MERCADO, e depois, em paralelo, você estuda para o concurso do Itamaraty, por conta própria, ou com a ajuda desses cursinhos mercantis que existem por aí. ESTUDE SOZINHA, é o melhor conselho que dou.
Paulo Roberto de Almeida
Prezado Sr Paulo R. de Almeida
ResponderExcluirApreciei muito o blog em questão.
Não conheço muito sobre a carreira diplomática mas sempre gostei de assuntos relacionados à economia e política.
Pretendo participar do concurso de admissão.
Sou engenheiro e atualmente estou me graduando em ciências econômicas.
Tomei nota da bibliografia sugerida para o concurso e gostaria de saber qual a exigência para o idioma francês.É necessário proficiência?
Cordiais Saudações.
Fabio,
ResponderExcluirO seu Frances precisa ser apenas suficiente para ler um texto, compreender e dar uma explicacao sobre esse texto. Diferente do Ingles, que precisa ser quase perfeito.
PRA
Boa tarde!
ResponderExcluirEu estou no último semestre de Direito e me interessei pela carreira diplomática. Sei que estou um pouco atrasada para o concurso do ano que vem, mas ainda assim gostaria de me preparar e tentar. Você tem alguma dica de como posso me preparar em pouco tempo e conseguir passar nesse concurso? Obrigada!
Boa tarde!
ResponderExcluirEu estou no último semestre de Direito e me interessei pela carreira diplomática. Sei que estou um pouco atrasada para o concurso do ano que vem, mas ainda assim gostaria de me preparar e tentar. Você tem alguma dica de como posso me preparar em pouco tempo e conseguir passar nesse concurso? Obrigada!
Boa noite Ultimo Semestre,
ResponderExcluirMinha unica dica e' ler todos esses livros que estao a lusta acima. Acho que em seis meses deve dar!
PRA
Prezado Paulo,
ResponderExcluirSou aspirante à carreira diplomática, formada em RI e resolvi estudar neste ano de 2013. Pretendo estudar sozinha.
Além dos livros acima, quais publicações (revistas)são recomendadas? Pensei em assinar Carta Capital, além de ler jornais e acompanhar outros meios de comunicação. Há alguma outra revista voltada à Política internacional...Ou outra que seja realmente relevante?
Obrigada.
Marcella
Prezado Paulo,
ResponderExcluirPretendo estudar sozinha para o concurso e gostaria de saber se o Sr. recomenda alguma publicação (revista) para complementar os estudos. Pensei em assinar Carta Capital e também alguma revista de Política Internacional. Qual recomenda?
Obrigada,
Marcella
Carta Capital é certamente enviesada e eu NUNCA recomendaria, embora os companheiros devam adorar.
ResponderExcluirPrefiro a Politica Externa, a Revista Brasileira de Política Internacional e a Contexto Internacional, além da Economist, New York Times, Wall Street Journal e Financial Times, claro...
---
Paulo Roberto de Almeida
Caro Paulo, comecei nesta semana minha preparação para o concurso do ano que vem. Minha principal motivação para pleitear a carreira tem sido elevar meu sarrafo intelectual. Considero-me um leitor atento, porém ouvinte disperso. Nunca fui muito afeito a palestras longas. Há um cursinho que diz ter aprovado quase todos os candidatos nos últimos anos, cem por cento dos pretendentes em 2011. Pergunto-me (aperreia-me): tentar estudar por conta própria é uma insolência besta da minha parte?
ResponderExcluirOutro questionamento que me faço é sobre a bibliografia listada acima. Li apenas alguns dos livros citados. Como disse, não sou mau leitor e creio ter o tempo como aliado. Queria saber, senhor Paulo, se foi prazeroso o tempo que o gentil conselheiro dedicou à leitura de tais obras, já que terei meu pescoço inclinado sobre elas durante a maior parte do meu tempo, nos próximos anos.
Obrigado,
Anônimo da Silva Jordão Palhares Terceiro
Anônimo da Silva,
ResponderExcluirLeia simplesmente. Eu sempre li e nunca me arrependi.
Nunca, alguém perdeu tempo lendo bons livros. Alguns da lista não são bons, mas isso você vai descobrir por si mesmo.
Paulo Roberto de Almeida
Prezado Paulo, parabéns pelo blog antes de mais nada.
ResponderExcluirO que você pensa do "Postwar", do Tony Judt, em relação à preparação pro concurso?
Conheço alguns artigos dele e acho-os sensacionais, mas tenho receio de embarcar num livro daquele porte neste período de preparação, onde o pragmatismo vale mais que ouro.
Abs
André
Como você tem dezenas e dezenas de livros para ler, e pouco tempo para ler tudo, acho melhor ater-se ao essencial do que foi recomendado no passado como leituras indicativas. O Tony Judt ainda não entrou nas bibliografias do IRBr ou de muitas faculdades de história e ciências sociais do Brasil.
ResponderExcluirO pessoal demora pelo menos 30 anos para traduzir e divulgar...
PRA
Ok, Paulo. Obrigado pelo retorno.
ResponderExcluirVou até tirar o "Postwar" da estante visível para continuar resistindo à tentação de destrinchá-lo!
(Se não me engano, no TPS/2012 houve uma questão baseada num trecho do livro.)
André
Saudações, senhor Paulo Roberto de Almeida. Tenho 16 anos, e, como já confidenciei aqui, sou aspirante à carreira diplomática.
ResponderExcluirBem, como também já confidenciei aqui, sou um ávido leitor desde que me entendo, e entre os livros que mais devoro estão justamente os que tratam de história, economia, ciência política etc. Mas tudo que li até hoje envolvendo esses temas foi quase que unicamente de autores clássicos (creio que, da lista, só li Hobsbawm e Boris Fausto). Até que ponto o senhor acha que os clássicos podem ajudar no ingresso à carreira diplomática, isto é, como um David Ricardo, um Marx ou um Wagner pode ser útil na realização do exame?
Muito atenciosamente e com os meus melhores votos, e o agradecendo e o parabenizando pelo trabalho com o blog, Daniel Fernandes de Andrade.
Daniel Fernandes de Andrade,
ResponderExcluirLeia todos os clássicos que você puder, e todos os livros inteligentes que você achar, mas não necessariamente haverá uma perfeita correspondência entre o que dizem certos clássicos e o que se pede nos exames de ingresso na carreira diplomática.
Por exemplo: o Rio Branco pode achar que Raul Prebisch, o keynesiano mais em voga na América Latina é um clássico perfeitamente em voga, quando sob certos critérios sua obra pode ser profundamente questionada pelos equívocos que contem.
Da mesma forma, no Rio Branco pode-se achar que as colocações de alguns autores consagrados na bibliografia recomendada - tipo Moniz Bandeira, ou Amado Cervo, por exemplo -- são argumentos perfeitamente aceitáveis, quando podem ser totalmente corrigidos por análises mais corretas no plano histórico ou econômico.
Por isso, os cursinhos permitem aos candidatos saber quais são as respostas "corretas", algumas perfeitamente equivocadas e ideológicas, mas aceitáveis no momento.
Existem discursos e discursos, como você sabe, e algumas respostas existem sob algumas formas que certamente alguns clássicos encontrariam risíveis no plano teórico e até empírico.
Assim são as coisas.
Paulo Roberto de Almeida
Caro Paulo,
ResponderExcluiro que acha dos livros da série “Manual do Candidato”? É uma leitura relevante, vale a pena ler estes livros ou não são bons substitutos para as leituras dos livros selecionados?
Obrigado.
Acredito que vale a pela ler, independente do mérito de algumas partes que respondem mais a certas fixações de nossa historiografia (imperialismo, dominação estrangeiras, essas coisas) do que propriamente aos fatos em si. Mas os manuais foram feitos especialmente para os concursos, então devem servir para alguma coisa, mais não seja, para fixar certos conceitos que correspondem justamente a essas fixações.
ResponderExcluirEstão disponíveis no site da Funag, então aproveite...
Paulo Roberto de Almeida