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quinta-feira, 18 de agosto de 2011

O afundamento cambial brasileiro - Correio Braziliense

Na verdade, valorização do real, tão temida por gregos e goianos...

Restrições não impedem maior entrada de dólares da história do país
Victor Martins
Correio Braziliense, 18/08/2011

Dados liberados ontem pelo Banco Central mostram que, no ano, até 12 de agosto, US$ 63,2 bilhões foram despejados na economia brasileira, o maior montante já registrado na história para o período. No mês, o saldo está positivo em US$ 7,5 bilhões, resultado puxado, principalmente, pelos exportadores, que estão trazendo dinheiro depositado lá fora, com medo de que o dólar derreta ainda mais frente ao real. Nos últimos dias, diante do agravamento da crise internacional, a moeda norte-americana chegou a ser cotada acima de R$ 1,60, animando os empresários a trocar dólares pela divisa nacional.

A movimentação dos exportadores ajudou, no entanto, a derrubar os preços da moeda norte-americana, que encerrou as negociações valendo R$ 1,584 para venda, com baixa de 0,41%. No segmento financeiro, os investidores estão mais arredios. Tanto que, em agosto, o fluxo cambial mostrou um tímido superavit de US$ 940 milhões contra um saldo de US$ 6,6 bilhões no comércio exterior. “Tudo isso é reflexo das turbulências das últimas semanas. As pessoas estão avessas ao risco. Por isso, temos um fluxo cambial menor no setor financeiro”, explicou Flávio Serrano, economista do Espírito Santo Investment Bank.

Rumo
Na avaliação do especialista, mesmo em menor proporção, a entrada de dólares se manterá firme no Brasil, devido às boas perspectivas para a economia brasileira em relação aos países desenvolvidos, que estão à beira da recessão. Para Serrano, as medidas adotadas pelo governo com o intuito de evitar o derretimento da divisa norte-americana já foram absorvidas pelo mercado e não serão obstáculos para aplicações no país. Na verdade, o que ditará o rumo da entrada de dólares na economia brasileira será a crise mundial. “As medidas baixadas pelo governo foram pontuais. O dólar chegou ao nível em que está porque é o local natural dele”, argumentou.

Ainda assim, o Banco Central tem atuado para amenizar a queda da moeda norte-americana, enxugando todo os recursos que forem considerados excessos. Até o meio de agosto, as compras de dólares pela autoridade monetária atingiram US$ 3,7 bilhões, o que elevou as reservas internacionais para US$ 351 bilhões.

CAEM APOSTAS DOS BANCOS
Depois da pressão do Banco Central, a aposta dos bancos contra o dólar recuou intensamente entre junho e julho. A posição vendida, ou quantidade de dólares que as instituições negociam em determinado período sem, necessariamente, ter a moeda em caixa, na expectativa de recomprá-la a um valor menor mais à frente e faturar com a diferença, caiu de US$ 14,6 bilhões para US$ 6,3 bilhões no período. Quanto maior esse tipo de operação, maior é a pressão contra o dólar, levando à desvalorização da divisa frente ao real. Esse movimento só encolheu depois que o BC apertou as regras que determinaram o recolhimento do compulsório (dinheiro obrigatoriamente depositado pelas instituições financeiras) de acordo com o tamanho de suas apostas contra a moeda estrangeira. Estabelecida em janeiro, a regra se tornou mais dura em julho.

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