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domingo, 5 de julho de 2020

A multifacética concentração de renda no Brasil - Ricardo Bergamini

Enquanto o Brasil tributar a fome e a miséria, não há ideologias que nos tire do nosso histórico estado de putrefação (Ricardo Bergamini).

 

A causa da miséria brasileira é a concentração de renda (entre indústrias, entre estados, entre municípios e entre os indivíduos) 

Ricardo Bergamini

A aberração da concentração industrial do Brasil (Fonte IBGE).

Dez atividades industriais concentram 74,1% do valor de vendas

 

Em 2018 foram pesquisados cerca de 3,4 mil produtos e serviços industriais nas 32,5 mil empresas com 30 ou mais pessoas ocupadas e suas 39,0 mil unidades locais industriais. O valor da receita de vendas nas unidades locais industriais totalizou R$ 2,6 trilhões em 2018 e os setores com as maiores participações, entre os 29 investigados, foram: produtos alimentícios (16,9%), produtos químicos (10,3%), coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (10,1%), veículos automotores, reboques e carrocerias (9,9%), metalurgia (7,4%), extração de petróleo e gás natural (4,1%), extração de minerais metálicos (4,0%), máquinas e equipamentos (4,0%), celulose, papel e produtos de papel (3,8%) e produtos de borracha e de material plástico (3,6%). A soma dessas dez principais atividades industriais concentrou 74,1% do total do valor de vendas de produtos e serviços industriais em 2018.

 

A aberração da concentração de renda entre os estados brasileiros (Fonte IBGE).

Em 2017, os cinco estados com a maior participação no PIB do país foram São Paulo (32,2%), Rio de Janeiro (10,2%), Minas Gerais (8,8%), Rio Grande do Sul (6,4%) e Paraná (6,4%), e concentravam 64,0% do PIB brasileiro. Uma aberração histórica do Brasil, jamais abordado nos meios acadêmicos, ou nos planos de governos. Uma imoralidade.

 

Em 2017 o PIB per capita do Brasil foi de (R$ 31.702,25). O maior PIB per capita continua sendo o do Distrito Federal (R$ 80.502,47), em torno de 2,5 vezes maior que o PIB per capita do País. Os outros maiores PIB per capita são: São Paulo (R$ 47.008,77), Rio de Janeiro (R$ 40.155,76), Santa Catarina (R$ 39.592,28), Mato Grosso (37.914,00), Rio Grande do Sul (R$ 37.371,4) e Paraná. (R$ 37.221,00). Por outro lado, o Piauí (R$ 14.089,78) e o Maranhão (R$ 12.788,75) foram os menores.

 

A aberração da concentração de renda entre os indivíduos (Fonte IBGE).

 

Em 2019, a massa mensal de rendimento habitual foi de aproximadamente R$ 213,4 bilhões, 2,2% maior que a estimada para 2018 e 12,0% maior que a de 2012. Já a massa mensal de rendimento domiciliar per capita alcançou R$ 294,4 bilhões. A parcela dos 10% com os menores rendimentos da população detinham 0,8% dessa massa, enquanto os 10% com os maiores rendimentos detinham 42,9%.

 

Em 2019, o rendimento médio mensal real do trabalho do 1% da população com os rendimentos mais elevados era de R$ 28.659, o que corresponde a 33,7 vezes o rendimento dos 50% da população com os menores rendimentos (R$ 850).

 

A aberração da concentração de renda entre os municípios brasileiros (Fonte IBGE).

Em 2017, sete municípios somaram 24,4% do PIB do Brasil e 13,6% da população: São Paulo (SP) com 10,6%, Rio de Janeiro (RJ) com 5,1%, Brasília (DF) com 3,7%, Belo Horizonte (MG) com 1,4%, Curitiba (PR) com 1,3%, Osasco (SP) com 1,2% e Porto Alegre (RS) com 1,1%.

 

Os 69 municípios com os maiores PIBs representavam, aproximadamente, ½ do total (49,8%) e um pouco mais de 1/3 da população do País. Já em 2002 apenas quatro municípios somavam quase ¼ da economia nacional. Já os 1 324 municípios de menores PIBs responderam, em 2017, por cerca de 1,0% do PIB do país e por 3,1% da população brasileira.

 

Em 2017, para 49,2% dos municípios brasileiros, a Administração, defesa, educação e saúde públicas e seguridade social era a principal atividade econômica. No Acre, Roraima, Amapá, Piauí, Paraíba e Distrito Federal esse percentual ultrapassou 90,0%. Já São Paulo teve apenas 9,3% de seus municípios com essa característica.

 

Ricardo Bergamini

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