Apresentação de Sergio Florêncio:
“Excelente trabalho da BBC. O paralelo entre Chavez e Bolsonaro é extremamente didático neste momento. Esclarece trajetórias semelhantes, com o mesmo propósito - o poder absoluto, acima das instituicoes, o contato direto governante-povo , que é a essencia do populismo. Vejam os fatos revelados pela matéria muito correta da BBC. Origem semelhante nos quartéis. Chávez coronel, Bolsonaro capitão. Ambos foram ameaçados de expulsão do Exército. Chávez por Golpe de Estado fracassado em 1992. Bolsonaro por ameaça de colocar bomba em quartéis. Na política, os projetos foram semelhantes - aproximação com militares colocados no poder. Chávez em 2002 ia ser preso e foi salvo pelos militares, que impediram sua destituição da Presidência. Bolsonaro colocou 6.157 militares em função civil, nomeou um general presidente da Petrobrás, outro como ministro da Saúde . Chávez deu privilégios salariais gigantescos aos militares. Aqui Bolsonaro fez o mesmo, com aumentos astronômicos. Chávez domésticou e instrumentalizou a Corte Suprema, causando juízes opositores e aumentando o número de membros fiéis ao chavismo. Bolsonaro tenta o mesmo caminho aqui. Mas não consegue porque as instituições resistem - Congresso (em certa medida busca equilíbrio de Poderes) , imprensa, universidades públicas, sociedade civil.
Em suma, Lula se aproximou excessivamente de Chávez e aprovou obras milionárias, como o Metrô de Caracas, com corrupção. Mas nunca seguiu o projeto autoritário de Chávez.
Bolsonaro faz um mal maior que Lula, porque segue a trajetória de autocracia implantada por Chávez.
Chávez conseguiu seu objetivo maior - eliminar a alternância no poder, virar presidente onipotente sem limite temporal e destruir a democracia.
Bolsonaro tem o mesmo propósito. Mas ainda não conseguiu realizá-lo pela resiliência das instituiçoes- sobretudo imprensa e STF. Não conseguiu no 1o mandato. Mas conseguirá se reeleito.
Por isso, é preciso votar em Lula e, assim, impedir a instalação de uma ditadura no Brasil.”
A matéria é de Mariana Sanches, correspondente em Washington da BBC Brasil.
Nenhum comentário:
Postar um comentário