Era o que eu vinha dizendo desde o primeiro mandato. Apoiar ditaduras é atirar contra o pé.
ELEIÇÕES 2022
A relação de Luiz Inácio Lula da Silva e do PT com regimes autoritários da América Latina é uma das principais pedras no sapato do ex-presidente em corridas eleitorais e com frequência é usada por opositores para atacá-lo - ora com fatos, ora com desinformação.
Quando esteve no Planalto, de 2003 a 2010, Lula foi próximo de Fidel Castro (19262016), líder da ditadura de partido único de Cuba, e Hugo Chávez(1954-2013), na Venezuela. Alas do PT também mantêm laços com grupos como os sandinistasda Nicarágua - que capitanearam a democratização do país até iniciarem guinada autoritária.
Lula foi eé questionado por não se opor a cooptaçáo de instituições nessas e em outras nações. O PT reiteradamente responde com o mesmo argumento: o de que é preciso respeitar a soberania e a autodeterminação dos povos.
Veja a seguir breve histórico das relações do petista com lí deres e regimes autoritários.
Venezuela
Lula assumiu em 2003 gestão que, sob a batuta de Fernando Henrique Cardoso (PSDB), já aprofundava ligações com Caracas. O petista estreitou laços econômicos e se tomou próximo de lideranças do regime.
Ele apoiou Nicolás Maduro na corrida ao Palácio de Miraflores. Em 2013, ohoje ditador disse que Lula e Chávez eram como irmãos e que o petista era espécie de pai. O ex-presidente recentemente disse discordar da política econômica do regime venezuelano e defendeu a alternância de poder: "Não há presidente insubstituível". Celso Amor im afirmou que, caso eleito, Lula retomará relações com Caracas.
Cuba
Ainda que em 1998 criticasse a ditadura de partido único da ilha, Lula manteve relação próxima com os irmãos Fidel e Raúl Castro. Em seu governo, o BNDES financiou a construção do porto de Mariel. Em meados de 2021, quando Cuba teve os maiores protestos contra o regime, Lula saiu em defesa de Havana. "Os problemas de Cuba serão resolvidos pelos cubanos." Na repressão aos atos, 1400 foram detidos.
Nicarágua
Alas do PT são próximas à Frente Sandinista de Liberta ão Nacional, partido que ajuou a derrubar a ditadura de Anastasio Somoza em 1979. Os partidos atuam juntos no Foro de São Paulo, que reúne legendas de esquerda da América Latina e do Caribe. Com a guinada autoritária dos sandinistas, com eleições de fachada e prisão de opositores, alas petistas distanciaram-se deles. Outras nem tanto. Lula aconselhou o ditador Daniel Ortega a "não abrir mão da democracia". Em janeiro, cúpula da campanha petista foi contra prisões políticas lá.
A aproximação entre Moscou e Brasília cresceu após a criação do Brics, em 2009. Em maio, Lula disse que Volodimir Zelenski, o presidente da Ucrânia, é tão responsável pela guerra em seu país quanto oliderrusso, Vlaaimir Putin, que mais e mais se aproxima de um autocrata. Após o episódio, foi acusado por Kiev de fazer propaganda russa.
Angola e Guiné
Com agenda externa que priorizava o Sul Global, o governo de Lula aproximou- se economicamente de nações da África, em especial as de língua portuguesa. Algumas de las são lideradas por autocratas, como Guiné Equatorial, na qual o petista tinha relações próximas com Teodoro Obiang. Lula também era próximo de José Eduardo dos Santos, que governou Angola de 1979 até 2017, em regime marcado por corrupção. Na era petista, obras de empresas brasileiras proliferaram no país com apoio do governo.
China
Como nações emergentes, o país se aproximou de Pequim, maior parceiro comercial brasileiro desde os anos finais do governo Lula. A relação estava baseada em aliança econômica, não ideológica. Em 2021, Lula disse à imprensa chinesa que a China tem "um partido forte e um governo forte".
Líbia
Lula manteve relação com o ditador Muammar Gaddafi (1942-2011). Fez viagens ao país do norte da África e até chamou o autocrata de "amigo e irmão". Gaddafi comandou com braço de ferro o país do final da década de 1960 até 2011, quando foi morto.
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