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terça-feira, 3 de outubro de 2023

O velho Palácio do Itamaraty passa por reformas para abrigar o G20 em 2024.

 Um erro histórico nesta matéria::

 Na época, o Itamaraty era a Secretaria de Negócios Estrangeiros. Isso servia de insumo para as tratativas e negociações de território: — Por conta disso, temos todo esse conjunto documental. ”

O Palácio Itamaraty do RJ NUNCA FOI sede da Secretaria dos Negócios Estrangeiros, que era do Império. Só se tornou MRE na República e aí já era Secretaria de Estados das Relações Exteriores e não Negócios Estrangeiros. (PRA)


Para abrigar reuniões do G20 e ampliar público, Palácio Itamaraty vai passar por reforma de R$ 33,2 milhões 

Museu Histórico Diplomático tem mapa-múndi de 1512, cartas com nomes de pessoas que vieram para o país em navios negreiros e mais documentos raros Perto da Central do Brasil, na Avenida Marechal Floriano, onde o vaivém de milhares de pessoas acelera o coração do Centro do Rio, está um dos maiores museus históricos diplomáticos do mundo, 

O Palácio Itamaraty: com mais de 140 mil itens e documentos raros, como o primeiro mapa-múndi com o nome do Brasil, de 1512. Construído em 1855 e tombado em 1938, a primeira sede do Poder Executivo Nacional será revitalizada e ganhará anexos contemporâneos como loja e café para atrair mais público. Outra novidade é que o espaço principal abrigará reuniões do G20, encontro de chefes de estado e de governo, em novembro de 2024 mundo — 

É um resgate da memória, do patrimônio. Vai ter a reforma física dos edifícios, e a apresentação de um museu mais moderno. Ao mesmo tempo, tratamos de um acervo importante da nossa formação como nação, que é fundamental e que deve ser colocado à disposição do grande público. É nossa intenção não só tratar problemas de higienização e deterioração desse material, mas também fazer a digitalização para permitir um pesquisador de Manaus estudar tráfico negreiro sem ter que vir ao Rio — diz Márcia Maro da Silva, embaixadora-chefe do escritório do Ministério das Relações Exteriores no Rio. 

 O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) liberou R$ 16,6 milhões para digitalizar o acervo, restaurar a infraestrutura da biblioteca e preparar alguns salões para as reuniões dos chanceleres. O projeto de revitalização inclui a criação de um espaço de convivência, de frente para o lago onde antigamente três cisnes negros viviam. Em abril, os animais foram transferidos para o BioParque do Rio, em São Cristóvão, na Zona Norte. Em breve, as carpas também sairão dali, já que será instalada uma nova bomba depois que o reservatório for esvaziado. As melhorias no complexo incluem ainda construção de um pequeno edifício para guarda de acervo e a ações de formação de pessoal. União de recursos Além do edital aprovado pelo BNDES, há outras fontes de recursos que estão sendo aplicados no Itamaraty, somando um total de R$ 33,2 milhões. 

A verba, obtida via Lei de Incentivo à Cultura, vem da Vale, da Itaipu Binacional e de outras parceiras, além de uma parte ser do próprio do Ministério das Relações Exteriores. Selecionado em novembro de 2021 no edital Resgatando a História, o projeto será executado pelo Instituto Pedra. Globo — A obra do Palácio que vai ficar pronta para o G20 é recurso de emenda parlamentar; as melhorias do edifício da Cavalariça são de recurso da Itaipu Binacional. 

O dinheiro do BNDES será usado no sistema de prevenção e combate a incêndio e no tratamento de acervos documentais (bibliográficos, arquivísticos e mais) — explica Cynthia Tarrisse, arquiteta do Palácio Itamaraty do Rio. Ações no Rio: Secretário do Ministério da Justiça diz que não haverá pirotecnia; um plano nacional será anunciado segunda-feira Ponto de cultura O Palácio Itamaraty também guarda achados recentes que contam parte da história. São peças encontradas em escavações arqueológicas, durante obras, no Centro. 

Há, por exemplo, objetos de pessoas escravizadas que estavam na região da Pequena África. Eles serão disponibilizados ao público, assim como já estão documentos diplomáticos como os da coleção do Barão do Rio Branco, as cartas de Dom João VI a Dom Pedro I, registros do tratado de delimitação do Acre e papéis que contam as violências pelas quais passaram as pessoas que foram sequestradas e chegaram ao país em navios. Frederico Ferreira, historiador e chefe do Arquivo Histórico do Itamaraty, explica a origem de cartas que têm até nome das pessoas escravizadas e suas características: — No século XIX, havia uma espécie de tribunal que julgava os navios negreiros aprisionados no Atlântico. Era a chamada Comissão Mista Brasil Grã-Bretanha de Combate à Escravidão. Nós temos os processos do aprisionamento dos navios que foram julgados em Serra Leoa e trazidos para o Brasil. 

É uma documentação pouco conhecida, guardada no Itamaraty, e mostra o peso da escravidão na história e até nas relações institucionais. É uma história nefasta que precisa ser conhecida para não ser reproduzida. Carta ao Papa: 'Ao menos, minha filha está sendo lembrada', diz mãe de Eloah, ao repercutir mensagem ao Pontífice Maior da América Latina Lucas Figueiredo, responsável pelo setor da mapoteca histórica, lembra que o acervo começou em 1843 num acordo luso-brasileiro de troca de documentos entre Brasil e Portugal. 

Na época, o Itamaraty era a Secretaria de Negócios Estrangeiros. Isso servia de insumo para as tratativas e negociações de território: — Por conta disso, temos todo esse conjunto documental. Há desde doações de diplomatas, como o Barão do Rio Branco, a aquisições do próprio ministério. São cerca de 30 mil documentos cartográficos e iconográficos no acervo, o que faz dele o maior da América Latina. Todo o complexo do Palácio Itamaraty estará pronto dentro de três anos, mas algumas partes serão entregues a tempo das reuniões do G20. 




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