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terça-feira, 26 de julho de 2022

Cúpula do Mercosul expõe de novo desavenças no bloco (Valor)

 Cúpula do Mercosul expõe de novo desavenças no bloco


Bloco segue afetado pelas fraquezas individuais de seus membros, que o impedem de tirar proveito da soma de forças

Valor, 26/07/2022

Marcada para selar a conclusão do acordo de livre comércio com Cingapura, a 60ª Cúpula dos Chefes de Estado do Mercosul, realizada na semana passada na capital do Paraguai, acabou terminando em anticlímax. Ao final do evento, o Uruguai anunciou a intenção de negociar um acordo bilateral com a China, mesmo que os demais membros fiquem de fora. Esse é um plano de quase 20 anos do governo uruguaio e sua implementação é mais um dos sinais de enfraquecimento do bloco.

A ausência do presidente Jair Bolsonaro no encontro, embora o anfitrião, o presidente do Paraguai, Mario Abdo Benítez, tenha insistido para que fosse, foi outro sinal de fragilidade do Mercosul. Pela primeira vez um presidente do Brasil não participou de uma reunião de cúpula.

Dois presidentes do bloco faltaram em outras ocasiões, ambos argentinos. Um deles, Fernando de la Rúa, tinha bons motivos: renunciou no mesmo dia em que deveria chegar na cúpula, em Montevidéu, em 2001. O outro foi Cristina Kirchner, que evitou ir à reunião de 2011 em Assunção para evitar uma cobrança do paraguaio Fernando Lugo.

Sem motivo evidente, a não participação de Bolsonaro foi associada ao desinteresse que ele e o ministro da Economia, Paulo Guedes, já manifestaram pelo bloco algumas vezes. Por isso, pareceu sem convicção sua afirmação em vídeo enviado ao evento de que o Brasil havia participado ativamente da confecção do acordo com Cingapura, cuja negociação começou em 2018 e emperrou por conta da pandemia. O acordo elimina as tarifas de importação de cerca de 90% do intercâmbio bilateral. Além disso, inclui facilitação de investimentos, abertura de serviços e regras para comércio eletrônico nos termos mais amplos já assumidos pelo Mercosul.

Apesar de Cingapura ser um mercado relativamente pequeno, com quase 6 milhões de habitantes e uma das rendas per capita mais elevadas do mundo, é importante entreposto comercial na Ásia. Faz parte de 27 tratados de livre comércio, que englobam Estados Unidos e União Europeia, além dos mega-acordos CPTPP, que inclui parceiros do Pacífico, e o RCEP, que abrange China, Coreia e a série de dinâmicas economias da Asean. Importou US$ 6 bilhões do Brasil no ano passado. O estoque de investimentos diretos de Cingapura no Brasil alcança quase US$ 10 bilhões, com participações importantes em infraestrutura e indústrias de base.

Outro ponto importante da 60ª Cúpula do Mercosul foi a formalização do corte de 10% na Tarifa Externa Comum (TEC) por todos os países-membros. Brasil e Argentina já haviam concordado, no ano passado, em diminuir em 10% as tarifas de cerca de 9 mil produtos, que cobrem 87% das nomenclaturas do Mercosul. Ficaram de fora autopeças, têxteis, laticínios e pêssegos. Com a adesão do Paraguai e Uruguai fica mais difícil uma eventual alta da TEC no futuro. Esse era o objetivo do governo brasileiro que, na verdade, já fez nova rodada de redução de 10% em suas tarifas em maio com o objetivo de reduzir a inflação.

A surpresa foi o anúncio do presidente do Uruguai, Luis Alberto Lacalle Pou, de que vai negociar acordo bilateral com a China ainda neste ano. A intenção já havia sido manifestada no governo de Tabaré Vázquez, em 2005.

Anteriormente, os outros membros conseguiram conter o Uruguai. Agora, o próprio governo de Bolsonaro teria planos semelhantes e mais de uma vez indicou que o Mercosul seria uma camisa de força a seus projetos de comércio exterior. Outro entrave mais complicado é que o Paraguai tem relações com Taiwan e não com a China.

O bloco parece mais fragmentado do que nunca e afetado pelas fraquezas individuais de seus membros, que o impedem de tirar proveito da soma de forças. A Argentina enfrenta sérios desafios econômicos. O Brasil também tem seus problemas e parece ser o principal empecilho ao avanço de acordos do Mercosul com outros mercados importantes.

Os acordos do bloco com a União Europeia e com o EFTA (Suíça, Noruega, Islândia, Liechtenstein), concluídos em 2019, não avançam porque os europeus demandam a redução do desmatamento e questionam a política ambiental do governo de Bolsonaro que, do seu lado, reclama de manobras protecionistas dos europeus. Os recentes assassinatos do indigenista Bruno Pereira e do jornalista Dom Phillips engrossaram os argumentos dos europeus. A sinalização mais recente é que a União Europeia vai esperar o resultado da eleição presidencial de outubro para apresentar ao Mercosul a demanda de compromissos adicionais na área ambiental.

https://valor.globo.com/opiniao/noticia/2022/07/26/cupula-do-mercosul-expoe-de-novo-desavencas-no-bloco.ghtml

terça-feira, 10 de maio de 2011

Cupula dos Paises Pobres 2011: nos vemos de novo em 2021...

OK, pessoal: assim que terminar esta cúpula, já podemos marcar a próxima, uma outra, em mais dez anos.
Ou seja, nos encontramos em 2021 em ??? (bem, isso é um detalhe...)
Não importa onde seja, em 2021 haverá tantos países pobres quanto agora, talvez um ou dois a menos, sendo que os que se retirarem dessa categoria vergonhosa de "superpobres" em nada o deverão a cúpulas semelhantes, à ajuda internacional, à caridade das nações ricas, ou à assistência de ONGSs humanitárias, organizações de cooperação ao desenvolvimento e tutti quanti envolvidos nessa vergonhosa, inútil, dispendiosa e mistificadora ajuda internacional ao desenvolvimento.
Os que se safarem da vergonhosa condição deverão isso aos seus próprios esforços.
Os que persistirem em serem ajudados, continuarão pobres.
As simple as that...
Quando é que onusianos, humanistas, voluntários, multilateralistas e outras almas caridosas aprenderão que assistência ao desenvolvimento apenas perpetua a pobreza?
Paulo Roberto de Almeida

Comienza cumbre de ONU sobre países pobres
AP, El universal (Mexico), 09/05/2011

Estabul – Una conferencia de las Naciones Unidas para dar asistencia a los países más pobres del mundo comenzó el lunes en medio de las advertencias sobre las amenazas que representan las alzas en los precios de los alimentos y los combustibles para las clases más vulnerables.

También hubo exhortos para aprovechar oportunidades de inversión en los países menos desarrollados.

El secretario general de las Naciones Unidas, Ban Ki-moon, y unos ocho mil delegados asisten a la conferencia sobre los países menos desarrollados, categoría que abarca a 48 naciones, de las cuales 33 están en África, 14 en Asia y una -Haití- en América.

Según los organizadores de la conferencia, este grupo de naciones representa casi 13% de la población global pero apenas 1% del comercial mundial.

No obstante, algunos de los países menos desarrollados (PMN) han tenido en los últimos años tasas de crecimiento relativamente altas. “Invertir en los países menos desarrollados no es caridad, es una oportunidad para todos” , expresó Ban.

“Las inversiones en los PMN podrían ser el estímulo para impulsar y sostener la recuperación económica global” .

La Unión Europea fue anfitriona de la anterior conferencia de este tipo que se realizó en 2001 en Bruselas. Ban afirmó que fue crucial para garantizar la supervisión a largo plazo de los compromisos de asistencia que efectuaron las economías desarrolladas y emergentes.

“Hemos recibido muchos compromisos generosos en el pasado, pero no todos se han concretado” , aseguró.

“Por ende, una rendición de cuentas será muy importante” .Turquía asumió los costos de los viajes de 11 delegados de cada una de las 48 naciones más pobres para que asistieran a la conferencia en Estambul, en la que también participan representantes de organizaciones de asistencia, legisladores, académicos y ejecutivos de empresas.