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sábado, 28 de dezembro de 2013

Guerrilheiros das FARC eliminados na Colombia, em ataque apoiado pela CIA

Alguns (ou vários) companheiros vão lamentar, outros sentir muita raiva do imperialismo, alguns ainda até chorar, emotivos que são, com a morte de irmãos do mesmo combate anti-burguês e anti-imperialista. O pessoal do MST, por exemplo, deve estar de bandeira a meio pau, e provavelmente vai emitir alguma nota protestando contra esse apoio da CIA ao exército colombiano.
Bem, vejamos: sozinhas, nenhuma das FFAA da região conseguiriam empreender certas operações sem uma logística sofisticada, envolvendo rastreamento por satélite, interceptação de comunicações e depois bombas "inteligentes". Se não fosse a CIA, quem seria que prestaria ajuda a um governo legítimo, sob ataque de narcotraficantes, sequestradores e terroristas?
Se o Brasil estivesse na mesma posição, ou seja, enfrentando grupos armados criminosos, o Exército iria pedir ajuda a quem? Se dependesse dos companheiros, provavelmente à Inteligência Cubana, que tem um acordo de cooperação com os arapongas da ABIN, gentilmente patrocinado pelo chefe da quadrilha, agora preso, quando era o grão-vizir, ou mais, o Richelieu do cerrado central...
Paulo Roberto de Almeida

Nova ação da Colômbia com apoio da CIA mata 10 guerrilheiros das Farc

27/12/2013 14:12
Por Redação, com agências internacionais - de Bogotá

Guerrilheiro das Farc monta guarda em área próxima ao local onde ocorreu o bombardeio
Guerrilheiro das Farc monta guarda em área próxima ao local onde ocorreu o bombardeio
Um grupamento de 10 guerrilheiros das Farc, incluindo um importante líder rebelde, foi aniquilado em um bombardeio militar na região central da Colômbia, informou o governo na manhã desta sexta-feira, numa demonstração de que a ofensiva contra a insurgência prossegue apesar do diálogo de paz para pôr fim a um conflito interno de quase 50 anos e a uma trégua unilateral do grupo esquerdista. O ministro da Defesa, Juan Carlos Pinzón, disse que a operação militar ocorreu numa área montanhosa do município de Cubarral, no departamento de Meta, e resultou na morte de dez rebeldes, inclusive o comandante da Frente 53 das Farc, conhecido como Jhon 26.
Segundo Pinzón, o bombardeio contra o acampamento das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia ocorreu na madrugada de domingo, mas, por causa de dificuldades climáticas e topográficas, só na quinta-feira os militares conseguiram chegar ao local para recolher os corpos e armamentos de longo alcance. Pinzón descreveu Jhon 26 como um “indivíduo de enorme relevância” para as Farc, dedicado à captação de recursos na região central da Colômbia, o que inclui Bogotá, uma metrópole com mais de 8 milhões de habitantes.
O governo do presidente Juan Manuel Santos e as Farc iniciaram há 13 meses, em Havana, uma negociação de paz que busca encerrar um conflito interno que já dura quase meio século e deixou mais de 200 mil mortos e milhões de refugiados internos. Santos se recusou a declarar uma trégua bilateral durante as negociações, como propunha a guerrilha, alegando que as Farc poderiam tirar proveito militar dessa situação para estender o processo de paz indefinidamente. Em 15 de dezembro, as Farc declararam uma trégua unilateral de um mês, como gesto de boa vontade, mas o governo manteve sua ofensiva contra os insurgentes.
Embora os assassinatos, chacinas e sequestros tenham se reduzido consideravelmente na Colômbia, ainda são frequentes os bombardeios das Forças Militares contra a guerrilha e os ataques rebeldes contra o Exército e a polícia, bem como os ataques contra a infraestrutura econômica do país.
Apoio da CIA
O governo de Juan Manuel Santos recebe o apoio dos Estados Unidos no combate às Farc. Um programa secreto da Agência Central de Inteligência (CIA) dos EUA ajudou o governo da Colômbia a eliminar vários líderes das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) na última década, entre eles Raúl Reyes no Equador, segundo reportagem publicada diário conservador norte-americano The Washington Post, no início da semana.
De acordo com o jornal, o programa contou com ajuda fundamental da Agência Nacional de Segurança (NSA), e teve um “orçamento de muitos milhões de dólares”, de caráter sigiloso, que não faz parte do chamado Plano Colômbia – pelo qual o governo norte-americano envia US$ 700 milhões por ano aos militares colombianos. O programa da CIA foi implementado com autorização do então presidente George W. Bush (2001-2009), no início do seu governo, e mantido por Barack Obama, afirmou o jornal, que consultou mais de 30 fontes envolvidas no processo.
Desde o início, o papel dos EUA era proporcionar inteligência para localizar líderes das Farc e, a partir de 2006, fornecer um sistema de rastreamento por GPS para converter bombas de gravidade em bombas de alta precisão. A combinação dos dados da inteligência e das bombas guiadas por GPS permitiu, em 2008, que a Força Aérea colombiana localizasse e eliminasse o líder da guerrilha, Raúl Reyes, em território equatoriano, o que desencadeou a pior crise diplomática entre os dois países em mais de uma década.
O Washington Post lembrou que, em 2006, a Colômbia foi o país que recebeu a terceira maior ajuda militar americana, depois de Egito e Israel, mas este programa secreto deu um salto qualitativo quando passou a incluir os dispositivos GPS. Uma bomba com esse sistema matou, naquele ano, Abu Musab al-Zarqawi, um dos chefes da Al-Qaeda, no Iraque. O ataque fez o então presidente colombiano, Álvaro Uribe, pedir em caráter reservado a Bush para receber o equipamento.
Entretanto, os norte-americanos não entregaram aos colegas de Bogotá os códigos de criptografia que permitiam comunicar o sistema de orientação das bombas aos cérebros eletrônicos guiados por GPS. Em 2007, operações realizadas com o novo sistema de bombas inteligentes provocaram a morte de dois líderes das Farc. Primeiro, Tomás Medina, o Negro Acacio, e, seis semanas mais tarde, Gustavo Rueda, o Martin Caballero.
Em 2008, a CIA localizou Reyes num acampamento no Equador, a pouco mais de 1,5 quilômetro da fronteira com a Colômbia. “Foi uma descoberta incômoda para a Colômbia e os EUA. Realizar um ataque significava que pilotos colombianos em aviões colombianos destruiriam um acampamento usando bombas construídas nos EUA e com um cérebro eletrônico controlado pela CIA”, destacou oWashington Post.
Em 2010, os EUA repassaram à Colômbia os códigos de criptografia das bombas inteligentes.
Guerrilheiros
Um tribunal do Estado da Virgínia, nos EUA, solicitou em novembro que a Colômbia extradite dois membros das Farc que fazem parte da equipe que negocia com o governo de Juan Manuel Santos em Havana, segundo reportagem da edição desta sexta-feira do jornal colombiano El Tiempo. Os guerrilheiros Omar Retrepo e Adán Jimenez seriam responsáveis pela “Frente 36″ das Farc no Departamento (Estado) de Antioquia, no norte da Colômbia, e são acusados de tráfico de armas e de drogas, segundo documentos da Procuradoria-Geral da Colômbia, citados pelo jornal.
Em 2012, o presidente Santos baixou decreto que suspendeu todas as ordens de captura de membros das Farc que façam parte da equipe de negociação. O texto não suspende, porém, ações penais em andamento.

segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

Colombia-EUA unidos contra as FARC: protestos em vista pelos planos de eliminacao de guerrilheiros

Protestos serão certamente realizados em toda a América Latina por esse plano de assassinatos "científicos" de guerrilheiros das FARC, já que sem a ajuda da CIA a Colômbia não teria conseguido eliminar os terroristas e narco-traficantes das FARC. Certamente...
E as almas cândidas pretendiam o que, exatamente? Que a Colômbia permanecesse eternamente refém dos guerrilheiros anacrônicos?
Os companheiros vão mais uma vez dizer que os imperialistas estão por perto, e que temem por suas vidas...
Talvez...
Paulo Roberto de Almeida

Colombia: FARC y la CIA

Plan secreto de la CIA permitió matar a líderes guerrilleros en Colombia

Uribe y Bush
Infolatam Efe
Washington, 22 diciembre 2013

Estados Unidos y Colombia fortalecieron su ya estrecha relación militar desde 2000 con la puesta en práctica de un programa secreto de la CIA que permitió ayudar a matar decenas de líderes guerrilleros de las FARC, detalló hoy una investigación del diario Washington Post.
El programa, autorizado por el expresidente estadounidense George W. Bush en 2000 y prolongado por el actual mandatario Barack Obama, incluía la utilización de bombas inteligentes guiadas por sistemas de GPS.
Aunque la colaboración entre ambos países estaba canalizada a través del “Plan Colombia”, el programa secreto contaba con un presupuesto adicional de 9.000 millones de dólares y era coordinado directamente por la Agencia Central de Inteligencia de EE.UU. (CIA).
El Washington Post, que cita como fuentes una treintena de entrevistas con funcionarios diplomáticos y de inteligencia estadounidense y colombiana, fecha el inicio formal de las operaciones en 2003, justo después del secuestro por parte de las Fuerzas Armadas Revolucionarias de Colombia (FARC) de tres contratistas estadounidenses tras estrellarse su avión en la selva.
Bush encargó la gestión a George Tenet, entonces director de la CIA, quien ordenó la creación la Célula de Fusión de Inteligencia de la Embajada de EE.UU. en Colombia, conocida informalmente como “el Búnker”.
Desde esa oficina, con cerca de una veintena de empleados, se diseñó el plan de inteligencia que incluía la localización de líderes guerrilleros de las FARC y en menor medida del Ejército de Liberación Nacional (ELN), segundo guerrilla de Colombia, y la identificación de sus vínculos con organizaciones de narcotráfico y lavado de dinero.
De acuerdo con el Post, EE.UU. dejó de lado las organizaciones paramilitares de derecha que también tenían relaciones con los carteles de narcos.
A través de sofisticados sistemas de localización por satélite similares a los utilizados por Washington en otras partes del mundo como Afganistán, Iraq, Somalia o Yemen, los analistas de la CIA trataban de ubicar los campos guerrilleros y pasaban luego información al Ejército colombiano.
Sin embargo, las tácticas de seguridad de las FARC, con varios círculos de seguridad, lograban esquivar las operaciones militares colombianas, ya que cuando llegaban los soldados solo se encontraban con campamentos vacíos.
Frustrado ante la falta de resultados, el entonces presidente colombiano Álvaro Uribe mencionó en 2006 al Secretario de Defensa Donald Rumsfeld y al presidente Bush, en un encuentro en la Casa Blanca, el exitoso operativo que eliminó al entonces jefe de Al Qaeda en Irak, Abu Misab Al Zarqawi.
Tras ese encuentro, la CIA decidió dar un paso al frente y explicó la posibilidad de colocar sistemas de guía Paveway sobre bombas de gravedad MK-82, que permite convertir a esos explosivos en bombas inteligentes dirigidas por satélite.
La primera operación de esas características se llevó a cabo en el oriente de Colombia en septiembre de 2007 contra Tomás Medina Caracas, conocido como “Negro Acacio”, y se saldó con la muerte del líder guerrillero.
Las misiones tenían todas las misma estructura: primero el bombardeo de precisión sobre la ubicación seleccionada, después bombardeos generalizados con aviones Embraer A-29 SuperTucanos, a continuación se ametrallaba la zona con AC-47 y finalmente tropas colombianas transportadas en helicópteros Black Hawk recogían los restos, a los heridos y equipos electrónicos.
Hasta 2010, las bombas inteligentes estaban encriptadas para que Colombia tuviese que pedir autorización a EE.UU, y desde entonces Washington entregó al país andino control completo sobre los ataques.
La operación estrella, y la más polémica, fue la que se lanzó contra Raúl Reyes, considerado número dos de las FARC, en febrero de 2008 en la frontera entre Colombia y Ecuador.
Los aviones colombianos, guiados por los informes de la CIA y sin salir del espacio aéreo de Colombia, bombardearon el campamento de Reyes, situado al otro lado del río Putumayo, en el lado ecuatoriano, y posteriormente tropas colombianas se llevaron los restos del ataque.
La operación provocó una escalada de tensiones en la región, con el entonces presidente venezolano Hugo Chávez enviando tropas a la frontera y Ecuador haciendo lo propio.
Uribe se vio obligado a disculparse por la operación, que tuvo un fuerte impacto en la guerrilla.
Se trata de la primera vez que se detalla la participación activa de la CIA en dicho ataque.
De acuerdo con la investigación del Washington Post, el número de operaciones de esas características ha aumentado desde la llegada a la Presidencia de Colombia de Juan Manuel Santos en 2010, especialmente en los últimos dos años.
Tanto los oficiales de Bogotá y Washington las consideran responsables de la actual situación de vulnerabilidad y debilidad de las FARC, grupo que negocia un acuerdo de paz con el Gobierno de Santos, en la capital de Cuba.
Los diálogos de paz de La Habana cuentan con el auspicio de Cuba y Noruega, el “acompañamiento” de Chile y Venezuela, y el respaldo de muchos otros países, incluyendo a Estados Unidos

domingo, 15 de setembro de 2013

Brasil-EUA: cooperacao em inteligencia (FSP)

MARCO ANTÔNIO MARTINS, DO RIO
Folha de S.Paulo, 15/09/2013

Pelo menos uma vez por semana, dois agentes da CIA, a agência de inteligência dos Estados Unidos, chegam a um dos prédios da Polícia Federal em Brasília, no setor policial sul da capital.
Em menos de cinco minutos, eles passam pela portaria e se dirigem a uma reunião em um dos edifícios onde ficam os cerca de 40 agentes brasileiros da Divisão Antiterrorismo (DAT).
A desenvoltura dos americanos não é por acaso: ali, os computadores, parte dos equipamentos e até o prédio, dos anos 90, onde estão reunidos e trabalham os policiais que investigam terrorismo no Brasil, foram financiados pelos EUA.
Nas duas últimas semanas, a Folha entrevistou policiais federais, militares da inteligência do Exército e funcionários do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência da República.
Todos admitem que os acordos de cooperação entre a Embaixada dos EUA e a PF são uma formalidade. E que, na prática, os americanos têm atuação bastante livre em território brasileiro. Procurada, a Embaixada dos EUA no Brasil não se pronunciou.
Segundo a Folha apurou, a atuação da inteligência americana no Brasil não se limita à espionagem eletrônica, revelada em documentos do ex-analista da NSA (Agência de Segurança Nacional) Edward Snowden.
Os americanos estão espalhados pelo país atrás de informações sobre residentes no Brasil, brasileiros ou não. Eles dão a linha em investigações e apontam quem deve ser o alvo dos policiais federais, dizem essas fontes.
Na prática, os americanos acabam se envolvendo em operações das mais diversas.
Em 2004, por exemplo, a Operação Vampiro, que desmantelou uma quadrilha que atuava em fraudes contra o Ministério da Saúde na compra de medicamentos, teve participação da CIA.
Em 2005, os americanos estiveram diretamente envolvidos no rastreamento do lutador de jiu-jítsu Gouram Abdel Hakim, suspeito de pertencer a uma célula da rede terrorista Al Qaeda.

POLÊMICA
A parceria entre a Embaixada dos EUA e a Polícia Federal --formalizada por meio da assinatura de um memorando em 2010, mas ativa na prática desde muito antes disso-- é polêmica.
Um de seus críticos é o ex-secretário nacional Antidrogas Walter Maierovitch. "Opinei pela não oficialização do convênio, em relação às drogas, porque era um acobertamento para a espionagem desenfreada, sem limites", lembra Maierovitch.
À época, a justificativa para o convênio era que o auxílio entre americanos e brasileiros serviria para o combate às drogas. Depois do 11 de Setembro, no entanto, o foco passou a ser o terrorismo.
Os americanos mantêm escritórios próprios no Rio, com a justificativa da realização da Copa do Mundo e da Olimpíada de 2016, e em São Gabriel da Cachoeira, no Amazonas, para vigiar a atuação das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) na fronteira.
"O que mais tem é americano travestido de diplomata fazendo investigação no Brasil", afirma o policial federal Alexandre Ferreira, diretor da Fenapef (Federação Nacional dos Policiais Federais).
Cinco bases da PF para o combate ao terrorismo funcionam hoje no país --no Rio, em São Paulo, em Foz do Iguaçu e em São Gabriel da Cachoeira. Todas contam com equipamentos e tecnologia da CIA para auxiliar nos trabalhos, e há agentes americanos atuando em parceria com os brasileiros.
"O problema não é a parceria. O problema é do Brasil, que não faz o dever de casa e não se protege contra esse 'amigo' que busca, na verdade, seus interesses", diz o professor Eurico Figueiredo, do Instituto de Estudos Estratégicos da UFF (Universidade Federal Fluminense).
*
ATUAÇÃO DA CIA NO BRASIL
O ACORDO
O acordo entre a Polícia Federal e a Embaixada dos Estados Unidos foi formalizado em 2010
REPRESENTANTES
Quem representa o governo americano no acordo é a CIA, a Agência Central de Inteligência. Na PF é a Divisão Antiterrorismo (DAT)
OBJETIVO
A cooperação técnica prevê intercâmbio, compartilhamento, transferência de conhecimento, apoio de qualquer natureza e fomento de programas, projetos e ações voltados para o combate ao terrorismo
INVESTIMENTO
O acordo não prevê financiamento de nenhum programa
BENEFÍCIOS
Policiais federais contam que os computadores do DAT foram doados pelos americanos. Em cursos nos Estados Unidos, os policiais brasileiros ganham dos americanos a hospedagem e o aluguel de carros durante o período de estudo
DAT/CIA
As unidades dividem três bases no país: São Paulo, Foz do Iguaçu (PR) e São Gabriel da Cachoeira (AM). As reuniões semanais em Brasília acontecem em prédio construído com ajuda dos americanos na década de 1990
DENTRO DA LEI
Os agentes do DAT buscam autorização judicial e assim investigam ações de possíveis grupos terroristas no país a partir de informações passadas pela CIA
ZONA CINZA
Assim são chamadas pelos policiais federais algumas técnicas dos espiões americanos no país: invasão de sistemas, compra de informações e suborno de funcionários de empresas públicas ou privadas
DIPLOMACIA
Alguns espiões têm cargos na embaixada americana em Brasília ou nos consulados do Rio, de São Paulo, Porto Alegre (RS), Recife (PE), Belém (PA), Belo Horizonte (MG), Fortaleza (CE), Salvador (BA) e Manaus (AM)

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Como capturar um espiao toupeira - Book review (WSJ)

How to catch a mole
Christina Shelton
The Wall Street Journal, December 12, 2012
 
Aldrich Ames, a Central Intelligence Agency officer for close to three decades, was arrested in February 1994 for espionage. Ames had used his position at the CIA's Directorate of Operations to pass information to Moscow, compromising Soviet sources working for the agency. For his treason, Ames was convicted and received a life sentence without parole.
 
Sandra Grimes and Jeanne Vertefeuille, longtime veterans of the CIA's clandestine service, were at the forefront of a small group assigned the mission, in early 1991, to expose the traitor in their midst. Ms. Grimes and Ms. Vertefeuille dedicate their revealing book about the Ames affair to GRU (Soviet Military Intelligence) Gen. Dmitriy Polyakov and others who risked their lives only to be sold out by Ames.
The authors present themselves as advocates for their heroes, whose stories they felt deserved to be told. This is especially the case with Gen. Polyakov, whom they considered the "Crown Jewel." He provided outstanding positive intelligence for over two decades (1962-85). In the early 1960s, he even helped expose four American servicemen who were spying for the GRU. Polyakov was first compromised by FBI Special Agent Robert Hanssen in 1979 and subsequently recalled from duty. But it was after Ames also identified him in 1985 as a spy for the U.S. that he was executed.
The first half of "Circle of Treason" focuses on the sources Ames exposed. He was responsible for the execution of at least 10 Soviet intelligence officials and the imprisonment of others. The authors provide intriguing insights into the background and tradecraft of a number of productive operations the CIA ran against the GRU and KGB from the 1960s through the 1980s. They also show how, when operations went wrong or were compromised by traitors, sources paid with their lives.
Take the case of Adolf Tolkachev, an engineer who, from 1978 to 1985, passed a great deal of information on Soviet missiles, radars and other military systems. "Tolkachev produced hundreds of rolls of film," the authors write. "It sometimes changed the direction of our own research and development and, by doing so, saved the U.S. government billions of dollars." Money was of course an important motivating factor for Tolkachev, but, the authors note, so was anti-communism: "If he had not had a security clearance, he would have been active as a dissident." Tolkachev's heroism was answered with execution in 1986 after another CIA traitor, Edward Lee Howard, gave him up to the KGB. "In the unlikely event that the KGB had any unanswered questions after Howard's reporting," the authors write, "Ames would have been in a position to fill the gaps."

Circle of Treason

By Sandra Grimes and Jeanne Vertefeuille
(Naval Institute Press, 228 pages, $29.95)
Then there was the problem of defectors deliberately sent by Moscow to provide false or misleading information to the West. Yuri Nosenko, for example, defected in 1964 on the heels of Anatoliy Golitsyn, who had warned that any defections after his would be false and designed by the KGB to mislead the West about Golitsyn's information. The authors use such cases to draw attention to a decades-long CIA bureaucratic controversy. On one side were those, like longtime counterintelligence chief James Angleton, who favored the so-called "Monster Plot" theory, holding that most defectors were in fact controlled by the KGB. On the other side were those, including the authors, who generally discounted the possibility of such penetrations. They believed that Moscow wouldn't trust Soviet intelligence officers with knowledge of state secrets to come under the control of a foreign service. It is a debate that will likely remain unsettled until the KGB archives are fully opened.
The second half of the book describes actions that the agency took when the agency's Soviet operations started hemorrhaging after June 1985. The CIA had to determine if there was a mole inside the organization, if a communications penetration existed, or if KGB operations were being designed to mislead the agency about its source losses. To catch the mole, the agency team drew up a shortlist of potential traitors based on access to information. The spy-hunters then "followed the money" and found that Ames and his second wife, Rosario, were living well beyond their known incomes. The team also compared the dates of Ames's official visits with Soviet embassy personnel against the dates of large deposits in his bank account. There was a direct correlation. (The financial forensic methods pioneered by the team that caught Ames are still in use today.)
The authors note that the hunt for this traitor, one of their former co-workers, took nine years—far longer than planned—due to bureaucratic roadblocks and shifting priorities. But they give little consideration to the CIA's internal resistance to the idea that one of the agency's own could be culpable.
The book also comes up short when analyzing the problem of defectors dispatched and controlled by the Soviets. The authors' insistence on the idea that false defections were almost nonexistent doesn't square with the Soviet proclivity for deception and disinformation. As the authors concede, for example, KGB officer Aleksandr Zhomov, who attempted to defect in 1988, was actually sent "to deceive us" on the subject of the 1985 losses. The author's theory also fails to account for the many unsolved anomalies, contradictions and coincidences surrounding specific defector cases.
Even so, "Circle of Treason" has the advantage of being written by two intelligence professionals, not by academics or journalists, and thus is an authoritative account of the Soviet sources that were providing the U.S. with invaluable information during the Cold War until Ames betrayed them. Because classified material on operational cases was going to be made public, the CIA took over three years to approve the book's publication. The authors note that 90% of the disputes were resolved in their favor.
Ms. Shelton served for three decades as a Soviet analyst in various intelligence agencies, including as a chief of the Soviet Branch, Counterintelligence Division at the Defense Intelligence Agency. She is the author of "Alger Hiss: Why He Chose Treason" (Threshold Editions, 2012).

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

A Grande Estrategia do Brasil: uai!, existe uma? Não sabia...

Este texto meu, escrito sem grandes pretensões e sobretudo sem qualquer preparação, parece que despertou o interesse de muitos, pelo que vi no registro dos posts mais acessados.
Vai ver são os arapongas da CIA e daquela coisa que sucedeu o KGB (sem na verdade substituí-lo) que são dirigidos ao meu blog por poderosíssimos instrumentos de busca, que mapeiam e detectam tudo o que existe de relevante, perigoso, hum... estratégico, no mundo, e que acabam caindo num blog modesto, e num post mais modesto ainda, que visava apenas o meu divertimento pessoal, sem qualquer grande pretensão acadêmica, científica, estratégica, justamente.

Calma, calma, pessoal, eu não queria assustar ninguém, nem atrair indevidamente a atenção de tão formidáveis instrumentos e agências de inteligência (supondo-se que exista alguma atrás dos Googles desses arapongas das grandes potências), eu só estava tentando colocar em ordem meu cérebro confuso, e não queria atrair a atenção de vocês indevidamente. Por favor, não vasculhem minhas contas bancárias na Suíça, minha correspondência doméstica, meus recados de compras, e meus deveres não terminados. Prometo não postar mais nada com títulos tão grandiloquentes assim e doravante só vou dar receita de bolo, sem essas de ficar invocando a geopolítica, a mudança do poder mundial, a alteração do eixo das relações de força no mundo, o combate ao imperialismo e essas coisas que só os companheiros são capazes de fazer...
Eu sou só um brincalhão...
Em todo caso, posto novamente aqui o post indigitado para não dar mais trabalho de busca aos interessados.
Prometo que ainda escrevo algo sério em torno disso...
O que vai abaixo é de quase um ano atrás, jour par jour...
Paulo Roberto de Almeida

Reflexões ao Léu, 6: A Grande Estratégia do Brasil - Paulo Roberto de Almeida

Reflexões ao Léu, 6: A Grande Estratégia do Brasil
Paulo Roberto de Almeida

O Brasil possui uma estratégia, grande ou pequena? Talvez, embora nem sempre se perceba. Os militares talvez tenham pensado em alguma, e ela sempre envolve grandes meios, para defender as grandes causas: a soberania, a integridade territorial, a preservação da paz e da segurança no território nacional e no seu entorno imediato. Enfim, todas aquelas coisas que motivam os militares. Os diplomatas, também, talvez tenham escrito algo em torno disso, e ela sempre envolve o desenvolvimento nacional num ambiente de paz e cooperação com os vizinhos e parceiros da sociedade internacional, no pleno respeito dos compromissos internacionais e da defesa dos princípios e valores constitucionais, que por acaso se coadunam com a Carta da ONU. Mas eles também acham que está na hora de “democratizar” o sistema internacional, que ainda preserva traços do imediato pós-Segunda Guerra, ampliando o Conselho de Segurança da ONU, reformando as principais organizações econômicas multilaterais e ampliando as possibilidades de participação dos países em desenvolvimento nas instâncias decisórias mundiais; enfim, todo aquele discurso que vocês conhecem bem.
Tudo isso é sabido, e repassado a cada vez, nas conferências nacionais de estudos estratégicos, em grandes encontros diplomáticos, nos discursos protocolares dos líderes nacionais. Até parece que possuímos de fato uma grande estratégia, embora nem sempre isso seja percebido por todos os atores que dela participam, consciente ou inconscientemente. Aparentemente, ela seria feita dos seguintes elementos: manutenção de um ambiente de paz e cooperação no continente sul-americano e seu ambiente adjacente, num quadro de desenvolvimento econômico e social com oportunidades equivalentes para todos os vizinhos, visando a construção de um grande espaço econômico integrado, de coordenação e cooperação política, num ambiente democrático, engajado coletivamente na defesa dos direitos humanos e na promoção da prosperidade conjunta dos povos que ocupam esse espaço.
Muito bem, mas esses são objetivos genéricos, até meritórios e desejáveis, que precisam ser implementados de alguma forma, ou seja, promovidos por meio de iniciativas e medidas ativas, o que envolve inclusive a remoção dos obstáculos que se opõem à consecução desses grandes objetivos. É aqui que entra, de verdade, a grande estratégia, quando se tem de adequar os meios aos objetivos, não simplesmente na definição de metas genéricas. A estratégia é que permite se dizer como, e sob quais condições, o povo do país e suas lideranças vão mobilizar os recursos disponíveis, as ferramentas adequadas e os fatores contingentes – dos quais, os mais importantes são os agentes humanos – por meio dos quais será possível alcançar os grandes objetivos e afastar as ameaças que se lhes antepõem. Uma verdadeira estratégia diz o que deve ser feito, na parte ativa, e também, de maneira não simplesmente reativa, como devemos agir para que forças contrárias dificultem o atingimento das metas nacionais.

Nesse sentido, se o grande objetivo brasileiro – que integra nesta concepção sua “grande estratégia” – é a consolidação de um espaço econômico democrático e de cooperação econômica no continente, devemos reconhecer que avançamos muito pouco nos últimos anos. A despeito da retórica governamental, não se pode dizer, atualmente, que a integração e a democracia progrediram tremendamente na última década. Ao contrário, olhando objetivamente, esses dois componentes até recuaram em várias partes, e não se sabe bem o que o Brasil fez para promovê-los ativamente. O presidente anterior foi visto abraçado com vários ditadores ou candidatos a tal, esqueceu-se de defender a liberdade de expressão, os valores democráticos e os direitos humanos onde eles foram, e continuam sendo, mais ameaçados, quando não vêm sendo extirpados ou já desapareceram por completo. A integração que realmente conta, a econômica e comercial, cedeu espaço a uma ilusória integração política e social que até pode ter rendido muitas viagens de burocratas e políticos, mas não parece ter ampliado mercados e consolidado a abertura econômica recíproca.

Desse ponto de vista, o Brasil parece ter falhado em sua grande estratégia, se é verdade que ele realmente possui uma. Se não possui, está na hora de pensar em elaborar a sua. Passada a retórica grandiloquente – contra-produtiva, aliás – da liderança e da união exclusiva e excludente, contra supostas ameaças imperiais, pode-se passar a trabalhar realisticamente na implementação da grande estratégia delineada sumariamente linhas acima. A julgar pelos primeiros passos, parece que começamos a retificar equívocos do passado recente e a enveredar por um caminho mais adequado e mais conforme as nossas velhas tradições diplomáticas.

Brasília, 9 de fevereiro de 2011

terça-feira, 13 de julho de 2010

A CIA tem cada arma: umas mais letais que as outras

Quando você não tiver uma explicação clara para o que estiver acontecendo, não hesite: coloque a culpa na CIA. Ela é como a Geni, talvez com um pouco mais de armas, mas ainda assim uma agência Smart, como o da série televisa do agente trapalhão.
Concordo em que eliminar opositores com mísseis faz parte de seu repertório habitual, na Bolívia ou no Afeganistão, mas matar por métodos, digamos, ridículos, isso eu ainda não tinha ouvido falar.

MORALES. MÍSSIL E SOMATIZAÇÃO!

1. Na semana passada, um foguete disparado de um caça quase atingiu a nova aeronave presidencial boliviana e Evo Morales foi acometido de repentino desarranjo intestinal. Esses acontecimentos estão sendo interpretados pelo Governo boliviano como tentativas de assassinato do Presidente da República por parte de elementos do próprio MAS. Os Ministros da Presidência e de Governo estão sendo convocados pela Câmara dos Deputados para prestarem esclarecimentos a respeito.

2. Roy Moroni Cornejo, Deputado da oposição, reconheceu que, ”embora o entorno presidencial seja muito imaginativo, não se poderia descartar a possibilidade de o Chefe de Estado estar dormindo com o inimigo”, “pois alguém muito próximo do Governo pretende saborear o poder do primeiro Mandatário”. Morales, em conferência de imprensa, admitiu que, ao longo da vida, nunca adoecera daquela maneira.