Saiba por que o Brasil tem o mesmo embaixador para Dinamarca e Lituânia
Os dois países europeus não fazem fronteira, mas são geograficamente próximos e compartilham interesses políticos e econômicos.
O embaixador será o diplomata Leonardo Luís Gorgulho Nogueira Fernandes, quem ficará responsável pela relação dos dois países com o Brasil.
Fernandes tem 52 anos e é secretário de Comunidades Brasileiras e Assuntos Consulares e Jurídicos. A indicação dele partiu da Presidência da República e recebeu parecer favorável do senador Alessandro Vieira (MDB-SE). Fernandes foi aprovado com 41 votos dos senadores.
O embaixador residirá em Copenhague, na Dinamarca, mas vai representar os interesses brasileiros nos dois países.
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Por que um embaixador para dois países?
A possibilidade é determinada pela Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas (1961) e é conhecida como cumulatividade.
A rede diplomático-consular brasileira é uma das maiores do mundo. Mesmo assim, não há um embaixador diferente em cada país.
Locais que não têm embaixador residente também podem passar a ter, como no caso de São Vicente e Granadinas, país da América Central, que antes contava com a embaixada do Brasil em Bridgetown (Barbados), mas recentemente passou a ter embaixada própria.
O que fazer em um país sem embaixador residente?
O Ministério das Relações Exteriores adverte que, quem for viajar a algum país sem embaixador residente, deve ficar atento, pois a assistência do governo brasileiro nesses locais pode ficar prejudicada por causa das distâncias envolvidas - especialmente no caso de emergências.
Confira a lista dos países com embaixada do Brasil:
Antígua e Barbuda (Embaixada do Brasil em Bridgetown)
Comunidade da Dominica (Embaixada do Brasil em Bridgetown)
Eritreia (Embaixada do Brasil no Cairo)
Estado do Bahrein (Embaixada do Brasil no Kuwait)
Estados Federados da Micronésia (Embaixada do Brasil em Manila)
Estado Independente da Samoa (Embaixada do Brasil em Wellington)
Granada (Embaixada do Brasil em Bridgetown)
Grão-Ducado de Luxemburgo (Embaixada do Brasil em Bruxelas)
Ilhas Salomão (Embaixada do Brasil em Camberra)
Mongólia (Embaixada do Brasil em Pequim)
Montenegro (Embaixada do Brasil em Belgrado)
Ordem Soberana e Militar de Malta (Embaixada do Brasil no Vaticano)
Papua Nova Guiné (Embaixada do Brasil em Camberra)
Principado de Andorra (Embaixada do Brasil em Madri)
Principado de Liechtenstein (Embaixada do Brasil em Berna)
Principado de Mônaco (Embaixada do Brasil em Paris)
Reino da Suazilândia (Embaixada do Brasil em Maputo)
Reino de Tonga (Embaixada do Brasil em Wellington)
Reino do Butão (Embaixada do Brasil em Nova Delhi)
Reino do Camboja (Embaixada do Brasil em Bangkok)
Reino do Lesoto (Embaixada do Brasil em Pretória)
República Centro-Africana (Embaixada do Brasil em Brazzaville)
República da Gâmbia (Embaixada do Brasil em Dacar)
República da Islândia (Embaixada do Brasil em Oslo)
República da Letônia (Embaixada do Brasil em Estocolmo)
República da Lituânia (Embaixada do Brasil em Copenhague)
República da Macedônia (Embaixada do Brasil em Sófia)
República da Moldova (Embaixada do Brasil em Kiev)
República das Ilhas Fiji (Embaixada do Brasil em Camberra)
República das Ilhas Marshall (Embaixada do Brasil em Manila)
República das Maldivas (Embaixada do Brasil em Colombo)
República das Seychelles (Embaixada do Brasil em Dar es Salaam)
República de Djibuti (Embaixada do Brasil em Adis Abeba)
República de Kiribati (Embaixada do Brasil em Wellington)
República de Madagascar (Embaixada do Brasil em Maputo)
República de Malta (Embaixada do Brasil em Roma)
República de Maurício (Embaixada do Brasil em Pretória)
República de Nauru (Embaixada do Brasil em Camberra)
República de Palau (Embaixada do Brasil em Manila)
República de Ruanda (Embaixada do Brasil em Nairóbi)
República de San Marino (Embaixada do Brasil em Roma)
República de Uganda (Embaixada do Brasil em Nairóbi)
República de Vanuatu (Embaixada do Brasil em Camberra)
República Democrática Popular do Laos (Embaixada do Brasil em Bangkok)
República Islâmica do Afeganistão (Embaixada do Brasil em Islamabad)
República Federal da Somália (Embaixada do Brasil em Nairóbi)
República do Burundi (Embaixada do Brasil em Nairóbi)
República do Chade (Embaixada do Brasil em Iaundê)
República do Iêmen (Embaixada do Brasil em Riade)
República do Níger (Embaixada do Brasil em Cotonou)
República do Sudão do Sul (Embaixada do Brasil em Adis Abeba)
República do Tajiquistão (Embaixada do Brasil em Islamabad)
República do Turcomenistão (Embaixada do Brasil em Astana)
República do Uzbequistão (Embaixada do Brasil em Moscou)
República Federal Islâmica das Comores (Embaixada do Brasil em Dar es Salaam
República Quirguiz (Embaixada do Brasil em Astana)
São Cristóvão e Névis (Embaixada do Brasil em Bridgetown)
Sultanato de Brunei Darussalam (Embaixada do Brasil em Kuala Lumpur)
Tuvalu (Embaixada do Brasil em Wellington)
Relações entre Brasil e Lituânia
Apesar de não ter um embaixador brasileiro residente, a Lituânia possui um histórico de relações diplomáticas com o Brasil que data do início do século XIX.
O contato chegou a ser interrompido, por causa da ocupação das tropas russas.
Em 1991, quando o governo brasileiro reconheceu a independência lituana da União Soviética, as ligações foram restabelecidas.
Segundo o Ministério de Relações Exteriores, aproximadamente 70 brasileiros vivem no país báltico.
Lituanos no Brasil
Já a comunidade de origem lituana no Brasil é estimada em mais de um milhão de pessoas, vivendo principalmente em São Paulo e no Sul do país.
Algumas famílias conhecidas, como os Klabin, Lafer e Segall, têm ascendência lituana.
Comércio
Em 2023, o comércio entre Brasil e Lituânia totalizou US$ 159,8 milhões, com saldo desfavorável para o Brasil de US$ 52,6 milhões.
Os principais produtos exportados para o país europeu foram açúcares, melaços, tabaco e café não torrado. Já o Brasil importou principalmente óleos combustíveis, adubos, fertilizantes químicos e equipamentos para distribuição de energia elétrica.
Viagens
A partir de 2025, será obrigatório o ETIAS para brasileiros que queiram visitar a Lituânia.
O ETIAS é um sistema eletrônico de autorização de viagens que está sendo implantado por toda a União Europeia. A ideia é ter mais controle migratório, reforçar a segurança e agilizar os processos nas fronteiras.