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segunda-feira, 2 de junho de 2014

Copa: companheiros conseguiram esfriar o entusiasmo dos brasileiros

Minha impressão subjetiva: a corrupção, a gastança indevida, as más condições da infraestrutura, e o descontentamento, de forma geral, conseguiram gelar o entusiasmo dos brasileiros pela Copa.
Os companheiros conseguiram essa proeza...
Paulo Roberto de Almeida

Com frieza, mas na torcida
José Roberto de Toledo
O Estado de S. Paulo, 2/06/2014

Quase nenhuma bandeira nas janelas. Poucas ruas enfeitadas. Raras camisetas amarelas. O que os olhos não veem tampouco os pesquisadores sentem. Pois é uma verdade estatística: a maior parte dos brasileiros está fria em relação à Copa. Ao Ibope, 39% dos moradores do país do futebol responderam que se fosse possível medir em graus seu envolvimento com o Mundial, a temperatura estaria entre "fria", "muito fria' e "gelada".
Só 30% disseram que seu termômetro está "quente", "muito quente" ou "fervendo". O resto está "morno". Ou estava até outro dia. A pesquisa - inédita até agora - foi concluída em 19 de maio. O que explica essa frente fria futebolística?
Talvez esteja acontecendo o que os pesquisadores chamam de "espiral do silêncio". Virou politicamente incorreto torcer pela Copa, pelo Brasil. Aí poucos vestem a camisa, ninguém se manifesta, com medo do patrulhamento. Há eleitores que são assim, só revelam seu candidato ao anonimato da urna eletrônica. Será que a Copa virou uma espécie de Maluf?
Como diz a CEO do Ibope, Marcia Cavallari, talvez ao primeiro grito de gol do Brasil tudo mude. E a torcida reprimida exploda de uma vez só. Ou até antes, na forma de um golaço tecnológico, quando o mundo vislumbrar um paraplégico andar e dar o chute inicial da Copa no Itaquerão - graças a um exoesqueleto de 70 kg acoplado ao próprio cérebro, projetado e construído pelo cientista brasileiro Miguel Nicolelis.
Mas antes de esquentar, o Brasil esfriou. À medida que a Copa foi se aproximando, o envolvimento foi diminuindo em vez de aumentar. Em 2011, o Ibope perguntou a mesma coisa aos brasileiros. O termômetro estava bem mais aquecido do que agora: 37% se diziam entre o "quente" e o "fervendo", contra apenas 24% de frios e gelados. Estes eram a exceção.
Hoje são a regra. Em quase todos os segmentos sociais, a frieza prepondera. Está acima da média entre as mulheres (44%), entre quem tem mais de 35 anos (42%), entre quem fez faculdade (40%), no Sudeste (44%) e no Sul (43%).
Nenhuma característica demográfica é mais determinante, porém, para a temperatura do torcedor em relação à Copa do que sua intenção de voto. Quem está frio vota na oposição, quem está quente, no governo. Outra prova de que o Fla x Flu político-partidário divide o país do futebol em relação à Copa.
Dos que declaram voto em Dilma Rousseff (PT), 42% dizem que seu envolvimento com a Copa está quente, muito quente ou fervendo. Só 23% deles estão frios, muito frios ou gelados.
Já entre os eleitores de Aécio Neves (PSDB), a divisão é inversa: 27% a 42%. Entre os de Eduardo Campos (PSB), mais ainda: só 25% de quentes, contra 46% de frios. A frieza aumenta entre os eleitores dos nanicos (61%), entre quem declara voto branco/nulo (62%), e chega a incríveis 69% entre os poucos que pretendem votar no pastor Everaldo (PSC). É, a Copa virou uma coisa dos diabos. Mas não faz muito tempo.
Apenas três meses atrás, a proporção de sentimentos negativos e positivos em relação ao Mundial de futebol estava praticamente empatada na população. Em fevereiro, 53% se referiam à Copa como "desperdício", "preocupação", "decepção", "vergonha", "medo" e "ansiedade". E 47% usavam palavras como "alegria", "orgulho", "esperança", "otimismo" e "brasilidade".
Hoje, os sentimentos negativos são maioria: 60%. Mas é cedo para dizer como a torcida vai se sentir após a bola rolar.

Será que 20 black blocs serão capazes de estragar a festa de milhões? Afinal, 51% apoiam a Copa no Brasil. E, apesar da frieza, há mais brasileiros prevendo o sucesso (36%) do que o fracasso (31%) da competição. A grande maioria (71%) torce para que tudo corra bem. Se der zebra, a culpa é dos outros: 22% acham que as pessoas estão torcendo para que dê tudo errado, mas só metade deles admite que está mesmo. Vai que dá certo, né...

terça-feira, 27 de maio de 2014

Eleicoes 2014: Ronaldo Fenomeno (envergonhado por causa da Copa) diz que apoia a oposicao

26/05/2014 13h21 - Atualizado em 26/05/2014 14h03

Ronaldo declara apoio a Aécio na disputa pela Presidência

Ex-jogador disse ao jornal 'Valor Econômico' que se engajará na campanha.
Pentacampeão mundial se declarou 'amigo' do pré-candidato tucano.

Do G1, em Brasília
Membro do Comitê Organizador Local (COL) da Copa do Mundo, o ex-jogador da Seleção Ronaldo Nazário declarou que irá apoiar a campanha de Aécio Neves (PSDB-MG) para a Presidência da República na eleição de outubro. Em entrevista publicada nesta segunda-feira (26) pelo jornal "Valor Econômico", o pentacampeão mundial disse que pretende auxiliar de alguma maneira na campanha do pré-candidato tucano, o qual classificou como um "amigo".
"Eu voto no Aécio. (...) Minha amizade com Aécio tem 15 anos. Ele foi o único cara que eu apoiei publicamente. Apoiei para governador de Minas e aí ele fez um excelente trabalho. Sempre tivemos uma amizade muito forte e agora vou apoiá-lo. É meu amigo, confio nele e acho que é uma ótima opção para mudar o nosso país", disse o ex-atleta ao jornal.
Na última sexta (23), em entrevista à agência de notícias "Reuters", o ex-atacante ressaltou que se sentiu envergonhado pelo modo como o Brasil se preparou para receber o mundial da Fifa. Ele defendeu a realização do torneio, que foi apadrinhado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mas criticou a burocracia e os atrasos nas obras. Ronaldo disse que tem uma "ótima relação" com Lula, que, segundo ele, é um "cara sensacional".
No dia seguinte, sem citar Ronaldo diretamente, a presidente Dilma Rousseff declarou em um evento político que a Copa é motivo de "orgulho" e nós, brasileiros, "não temos do que nos envergonhar".
Indagado pelos repórteres sobre se tinha algum receio de ser "marcado como tucano", ele destacou que não é filiado a nenhum partido político, não tem pretensões de ingressar na política e não tem "medo de ser marcado por nada". Ídolo de grandes clubes de futebol, como Corinthians, Real Madri e Inter de Milão, Ronaldo recomendou na entrevista que o vencedor da eleição presidencial deste ano ouça a população.
"O grande desafio para o próximo presidente é escutar a população. Mas escutar e fazer o que o povo está pedindo. Acho que o grande foco da política deveria ser a educação", opinou.
Essa insegurança que estamos vivendo, essa instabilidade, a revolta, o ódio do povo... o governo deveria tranquilizar a população, o setor empresarial. Dizer que está tudo tranquilo, mas não faz isso"
Ronaldo Nazário, ex-jogador da Seleção comentando sobre o ambiente político e econômico do país
Investimentos
Empresário da área de marketing esportivo, Ronaldo criticou o cenário econômico do Brasil e a atual gestão do Palácio do Planalto. Dizendo-se "inseguro" com o atual momento do país, o ex-centroavanterelatou ao jornal que desistiu de fazer investimentos no Brasil em 2015 em razão da instabilidade da economia.
"Essa insegurança que estamos vivendo, essa instabilidade, a revolta, o ódio do povo... o governo deveria tranquilizar a população, o setor empresarial. Dizer que está tudo tranquilo, mas não faz isso. A gente vive tapando buraco aqui e ali e o governo não dá segurança à população", reclamou.
'Chute contra o próprio gol'
No sábado (24), o ministro do Esporte, Aldo Rebelo, rebateu as declarações de Ronaldo em entrevista ao Portal da Copa, do governo federal. Para Rebelo, o ex-jogador deu "um chute contra o próprio gol".
"A frase dita pelo Ronaldo [sobre se sentir envergonhado com a organização brasileira na Copa], tomada de forma isolada, é um chute contra o próprio gol, já que ele foi parte do grande esforço para construir a Copa do Mundo. Esse grande evento não será motivo de constrangimento para o país que construiu a sétima economia do mundo e é o maior vencedor de todos os Mundiais. Estou seguro de que não só o Ronaldo, mas todos os brasileiros e turistas estrangeiros que vierem nos visitar terão orgulho, e não vergonha", ponderou o ministro.
O titular do Esporte afirmou ainda que o país tem aproveitado a Copa como "esforço de construção e desenvolvimento do Brasil".

domingo, 18 de maio de 2014

Copa do Mundo de Futebol 2014: quem a pariu, que a embale - Percival Puggina

QUEM PARIU A COPA QUE A EMBALE
Percival Puggina

De vez em quando me vem à lembrança a figura do Lula oferecendo o Brasil para sediar a Copa de 2014 com aquele ar de Moisés malandro levando o povo à terra prometida. Entre os anos de 2003 e 2007, o governo brasileiro suou o topete para alcançar o espetacular objetivo. Sempre fui contra.

          Antes da Copa da África do Sul, a propósito do "Let it be! (Pois que seja!)" com que o bispo Desmond Tutu respondeu aos jornalistas que lhe perguntaram se os estádios sul-africanos não se transformariam em elefantes brancos, eu escrevi: "A FIFA impõe aos países eleitos para acolher seu empreendimento exigências que só se cumprem despejando bilhões de dólares nos seus cofres, nas betoneiras das construtoras e nos altos fornos das siderúrgicas. Se fosse bom negócio, não faltariam empreendedores interessados em bancar a festa porque sobra no mundo dinheiro com tesão para o crescei e multiplicai-vos".

          Contudo, os delírios de grandeza e a notória imprudência do líder máximo do petismo nacional mobilizaram a opinião pública que aceitou a Copa como um dos símbolos do Brasil potência emergente. A maior parte do povo brasileiro, do mesmo modo como espera o último dia de qualquer prazo para fazer o que deve, esperou o último ano anterior ao evento para perceber o descompasso entre o oneroso Brasil da FIFA, para inglês ver, e o carente Brasil dos brasileiros. E aí, alguns pularam, irresponsavelmente, do oito para os oitocentos: "Não vai ter Copa!". Como não vai ter Copa? Vai ter, sim, e não serão alguns milhares de meliantes presunçosos que vão impedir a realização do evento. A estas alturas, com o pouco de vergonha que nos reste na cara, faremos a Copa.

          O que me traz novamente ao tema é o fato de que Lula quis fazer uma borboleta e produziu um morcego. Os espaços que nestes dias a mídia do resto do mundo dedica ao Brasil, em vez de exibir as maravilhas nacionais como sonhava o Lula, estão tomados por severas admoestações aos viajantes sobre os riscos de vir ao nosso país. Nosso cotidiano, descobrem, é assustador. A potência emergente foi tomada de assalto pelo crime organizado, tanto nos últimos andares do poder, no grande mundo, quanto no submundo. (Não por acaso, A Tomada do Brasil é o título do meu próximo livro). Basta-nos assistir os noticiosos do horário noturno para nos depararmos com cenas que ora lembram ocorrências de países em guerra, ora nos nivelam com as mais atrasadas republiquetas da África Subsaariana.

          Se Lula, se Dilma, se o petismo dominante pretenderam transformar a Copa numa excelente oportunidade para o marketing pessoal, político e - até mesmo - nacional, seus burros empacaram dentro d'água. Foi mal, para dizer como a gurizada destes tempos. A atualidade brasileira, a violência e a insegurança de nossas ruas fazem lembrar o que Eça de Queirós escreveu numa crônica de 1871 quando se falava, em Lisboa, sobre os turistas que viriam à terrinha com a construção de uma ferrovia ligando Portugal à Espanha. Escreveu então o mestre lusitano: "A companhia dos caminhos de ferro, com intenções amáveis e civilizadoras, nos coloca em embaraços terríveis: nós não estamos em condições de receber visitas".

          Não estamos, mesmo. Mas agora, quem pariu a Copa que a embale. Que apresente e justifique ao mundo, aos nossos visitantes, o Brasil real, a insegurança das nossas ruas, a violência do cotidiano nacional, nossa incapacidade de cumprir prazos, a limitação monoglota de nossos aeroportos, hotéis, restaurantes e taxis e as muitas tentativas de passar-lhes a perna a que estarão sujeitos. É o lamentável Brasil de 2014.

* Percival Puggina (69) é arquiteto, empresário, escritor, titular do site www.puggina.org, colunista de Zero Hora e de dezenas de jornais e sites no país, autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia e Pombas e Gaviões, integrante do grupo Pensar+ e membro da Academia Rio-Grandense de Letras. 

sexta-feira, 16 de maio de 2014

Pausa para clipe oficial da Copa do Mundo (para quem gosta): tem ate brasileiro (Veja.com)

16/05/2014
 às 16:15 \ Copa do Mundo de 2014

Clipe oficial da Copa tem até brasileiro. Acredita?

Achei bacana artistas e figurantes brasileiros serem convidados para participar do clipe oficialde rap americano da Copa do Mundo de 2014 dos EUA. O pessoal da produção foi muito simpático em deixar umas bandeirinhas verde-amarelas à mostra no meio do vídeo e até nossos músicos fazerem uma batucadinha de fundo para as mulatas conseguirem sambar. Com educação e elegância, sem ofuscar o brilho das estrelas principais, o Brasil se saiu muito bem no papel de coadjuvante da Copa e finalmente esclareceu aos gringos que nossa língua é mesmo o espanhol. Quem quiser comprar passagem para Miami para assistir aos jogos desta grande festa de imigrantes latinos no Tio Sam, vale a pena. Parece que lá os estádios já estão prontos.
Felipe Moura Brasil

Terrorismo na Copa? Paranoia ou possibilidade? - Adolfo Sachsida

Pode ser que ele exagere, e seja apenas um desses profetas de catástrofes sempre anunciadas e nunca ocorridas.
Mas, e se acontecer alguma coisa?
Fica a advertência...
Paulo Roberto de Almeida

Blog: adolfo sachsida - Opiniões

Um blog dedicado à liberdade

QUINTA-FEIRA, 15 DE MAIO DE 2014

Terrorismo: Estamos Prontos?

Em menos de 1 mês começa a Copa do Mundo, existem infindáveis problemas, e tudo leva a crer que a Copa será um péssimo marketing para a imagem do Brasil no exterior. Contudo, um problema maior me preocupa: a questão terrorista.

Sim, é verdade que existirão diversas manifestações de rua. A essa altura parece pouco provável que as mesmas sejam não-violentas. Teremos o tradicional quebra-quebra, e a culpa será, como sempre acontece, posta na conta da polícia militar. O governo já deixou claro que pouco importa o que aconteça a culpa será da pobre polícia. Agindo bem ou mal os policiais já são o bode expiatório escolhido pelo governo. Aliás, essa declaração de Gilberto de Carvalho já deixa tudo claro: Carvalho diz que governo vai conter violência da PM nos protestos durante a Copa.

Mas o que me assusta mesmo é a possibilidade de um ataque terrorista durante a Copa do Mundo. Algumas autoridades parecem cometer um erro assustador: comparam a segurança durante a Copa com a segurança durante o Pan Americano do Rio de 2007. Durante o Pan do Rio, todas as atividades e delegações estavam no Rio de Janeiro. Isso facilitou em muito o trabalho do exército. Durante a Copa do Mundo serão 12 cidades-sedes e, para piorar, algumas delegações ficarão instaladas fora dessas cidades. Resumindo: são muitas cidades para patrulhar, não temos efetivos suficientes para tamanha dispersão geográfica.

Conter atentados terroristas é uma tarefa difícil, vide o exemplo do que ocorreu durante a Maratona de Boston ano passado. Mas parece que as autoridades brasileiras sequer se preocupam com essa possibilidade. A recente medida do Itamaraty, de liberar o visto de entrada para o Brasil para países com tradição de suporte a movimentos terroristas, é algo no mínimo imprudente.

Esse é apenas mais um dos motivos para eu ser contra as manifestações de rua que deverão ocorrer durante a Copa. Simplesmente não há como garantir a segurança dos envolvidos. O risco de um atentado terrorista é alto, e as consequências podem ser terríveis para todos.

Pode parecer paranoia minha, mas durante a Copa o Brasil poderá se juntar aos países vítimas de ataques terroristas. Então pergunto: o que o Brasil fez nesses últimos 7 anos para se preparar para essa cruel eventualidade? Por acaso o Brasil se deu ao trabalho de coordenar informações com órgãos internacionais? Por acaso pedimos a ajuda de países com mais experiência em lidar com essa ameaça? Por acaso treinamos equipes em número suficiente para tais eventualidades? Aliás, caso ocorra um ataque terrorista, quais serão as contramedidas? Será que ao menos tais contramedidas existem? Algum hospital, ou alguma equipe médica, ou alguma equipe policial, foi treinada para um eventual ataque com antraz?

São muitas as possibilidades e os riscos de um ataque terrorista. Acaso as autoridades brasileiras estão preparadas para tal desafio? Por isso reforço meu pedido: nada de manifestações durante a Copa, deixemos para nos manifestar nas urnas em outubro. Durante a Copa deixemos a polícia, e as forças armadas, se preocuparem com um eventual ataque terrorista. Que aliás já é um trabalho gigantesco e dificílimo.

quinta-feira, 15 de maio de 2014

A Copa do Vexame - Ricardo Noblat

A Copa do vexame, por Ricardo Noblat

- Da presidente Dilma Rousseff, hoje:
- Tenho certeza também que nós podemos dizer que o legado da Copa é nosso. Ninguém que vem aqui leva consigo na sua mala aeroporto, porto, obras de mobilidade urbana e estádios. Eles podem levar na mala a garantia de que esse é um povo alegre e hospitaleiro. É isso que é a questão central dessa Copa.
Discordo.
A questão central é outra: o país não estava preparado para sediar uma Copa do Mundo. Passaria muito bem sem ela, tais ainda são as carências que enfrentamos.
A “Copa das Copas” começará com estádios inacabados, com aeroportos inacabados, e com as obras que beneficiariam as cidades-sedes dos jogos inacabadas ou ainda no papel.
O Brasil corre o risco de protagonizar um vexame planetário.
Tomara que não.

Tatu-bola, o mascote da Copa das Copas
O Globo, 14/05/2914

domingo, 11 de maio de 2014

Copa do Mundo: mais uma heranca maldita dos companheiros - Der Spiegel

Capa da mais importante revista semanal da Alemanha:
Morte e Jogo: o Brasil antes da Copa do Mundo de Futebol

Chamada para a matéria especial:


"Justamente na Terra do Futebol, o Mundial poderá ser um fiasco. No ,lugar da festa, passeatas, greves e tiroteios. Os cidadãos estão enfurecidos com os estádios super-faturados e políticos corruptos - e ainda sofrem com uma economia em estagnação."

sábado, 1 de fevereiro de 2014

11 anos de equivocos, esperando a Copa do Mundo de 2014

Como o Brasil não se preparou para a Copa em 11 anos

Opinião: TIM VICKERY

BBC Brasil, 31/01/2014


"Estádios são coisas relativamente simples de se construir", disse a presidente DilmaRousseff em visita à Suíça na semana passada. Isso de fato nos leva a uma pergunta óbvia: então por que tantos estádios para a Copa do Mundo estão tão atrasados?

A alta procura por ingressos e pacotes de hospitalidade ajudam a explicar a falta de paciência da Fifa com os prazos assumidos e não cumpridos - e não importa o que se pense sobre o relacionamento entre a Fifa e o governo brasileiro, a Copa do Mundo foi um negócio em que o Brasil entrou (e que o Brasil aceitou) voluntariamente.

Mas uma hora as máscaras caem, como quando o presidente da Fifa, Joseph Blatter, comentou recentemente que, em todos os anos que esteve no comando da entidade, nunca viu uma Copa do Mundo com tantos atrasos. Ele ainda acrescentou que o Brasil foi definido como país-sede da Copa de 2014 em 2007 e, portanto, acabou se beneficiando de um ano extra para se preparar - sete, em vez dos tradicionais seis.
E aqui ele não está sendo generoso. Porque a realidade é que o Brasil não teve sete anos para se preparar. Teve 11.

Um pouco de história: Blatter tentou levar a Copa do Mundo de 2006 para a África do Sul, mas ele perdeu uma votação controversa no Comitê Executivo da Fifa. Por razões políticas, ele não poderia fracassar de novo quatro anos depois. Por isso, junto com Danny Jordaan (presidente da Confederação Sul-Africana de Futebol), ele sugeriu a ideia de revezar o torneio entre os cinco continentes. Em 2010, ele conseguiu decretar: seria a vez da África. Problema resolvido.

E para onde a Copa do Mundo iria depois? A América do Sul, que não recebia o Mundial desde 1978, era o candidato óvio. Então, em março de 2003, Joseph Blatter anunciou que em 2014 seria a vez do subcontinente. O torneio havia dobrado de tamanho desde a Copa da Argentina, em 1978. Quantos países no continente seriam capazes de sediar um Mundial com os 32 times que jogam atualmente? Na realidade, havia apenas um - e assim, alguns dias após o anúncio de Blatter, a Conmebol (Confederação Sul-Americana de Futebol) declarou que o Brasil era o seu único candidato.

(É verdade que a Colômbia rapidamente rompeu com a Confederação e até lançou uma candidatura separada, mas nunca chegou a alimentar sérias esperanças. Ela estava apenas se protegendo contra a vizinha e rival Venezuela, que estava investindo pesado em estádios à época para sediar a Copa América de 2007. O real objetivo da Colômbia —que foi alcançado— era superar a Venezuela na disputa para sediar o Mundial Sub-20 de 2011).

Mas não dá para escapar da verdade: o Brasil sabia que iria sediar a Copa do Mundo de 2014 desde março de 2003. Não havia nenhuma tensão dramática quando, quatro anos e meio depois, a palavra "Brazil" saiu do envelope. Isso simplesmente confirmou o que todos já sabiam. Então por que outubro de 2007 foi tratado, não apenas pela mídia brasileira, como o ponto de partida?

Se tivesse havido uma disputa competitiva pela Copa de 2014, os países candidatos teriam que apresentar propostas. Uma das primeiras coisas que eles teriam quem fazer seria identificar as cidades-sede. Seria um princípio básico, necessário apenas para entrar na briga.

Mas nenhum outro país estava na briga com o Brasil. A disciplina da competição, então, acabou não existindo e abriu espaço para alguns velhos vícios brasileiros; muita politicagem nos bastidores, muita esperteza e pouco progresso. De fato, a consequência da experiência brasileira foi o fim da ideia de revezamento de continentes para sediar a Copa do Mundo.

Nenhuma decisão definitiva sobre as cidades-sede foi tomada até o fim de maio de 2009. Anos foram jogados fora. E uma vez que você fica atrás do relógio, os princípios básicos começam a valer; o custo do que você pode fazer aumenta. A escala do que você pode fazer diminui. E muitos estádios estão atrasados, com o orçamento estourado, enquanto inúmeros projetos de mobilidade urbana, a principal área que iria beneficiar realmente a sociedade, ainda não saíram do papel ou sequer têm chances de ficarem prontas a tempo.

Os estádios são bastante impressionantes. Ainda em 2007, o medo era que eles se tornassem Engenhões, versões maiores do estádio construído no Rio de Janeiro para os Jogos Pan-Americanos de 2007 que custou caro e nasceu obsoleto. Em vez disso, deixando de lado por um minuto a questão dos preços dos ingressos, os estádios são grandiosamente modernos. Eu não voltei lá depois da Copa das Confederações, mas achei a Fonte Nova, em Salvador, um lugar maravilhoso para se apreciar o futebol.

Em termos políticos, porém, o fato de os estádios serem impressionantes cria um problema. Isso ficou implícito - e em muitas vezes explícito - na mensagem dos protestos que estouraram em junho e julho do ano passado; se os estados brasileiros foram capazes de construir essas arenas, então por que seriam incapazes de entregar os serviços públicos no chamado "padrão Fifa"?

O pentacampeão em 2002, Rivaldo, disse outro dia que "o Brasil vai passar vergonha na Copa". Não vejo exatamente assim, embora imagino que haverá problemas e que já ficou claro que o evento não vai cumprir seu potencial para a sociedade brasileira.

Mas a "vergonha" é de quem? Do frentista ou da recepcionista que moram na periferia de uma grande cidade, acordando às 4 da manhã todo dia para chegar ao trabalho? Por que eles deveriam se sentir envergonhados? Eles não tiveram qualquer participação no processo. Não houve nenhum debate público no Brasil sobre os objetivos da Copa do Mundo, sobre quanto a sociedade estava disposta a gastar e o que queria em troca. Por anos, não havia sequer um lugar no Comitê Organizador Local para representantes eleitores pela sociedade (o que, por sinal, é um contraste gritante com a Copa da África do Sul, onde havia um envolvimento generalizado no governo). As pessoas não são porta-vozes das suas nações ou responsáveis por ações da classe dominante.

Infelizmente, todos os atrasos que afetaram a Copa do Mundo de 2014 eram previsíveis. O que não era nem um pouco previsível foi a reação do povo durante a Copa das Confederações, saindo às ruas em centenas, milhares, desafiando a noção que os brasileiros tinham - tinham, no passado - deles mesmos de ser um povo tão passivo a ponto de ser idiota.

O país estava mudando bem em frente aos nossos olhos. O Brasil que existia até maio de 2013 se foi para sempre. Ainda não está claro aonde isso vai nos levar em julho de 2014. Mas aqueles envolvidos na luta positiva para formar uma nova nação não estão passando vergonha. Estão passando para o mundo a visão de um Brasil alternativo, um Brasil mais justo e mais competente.

sábado, 25 de janeiro de 2014

Brasil: nao 'a Copa do Mundo, num sabado de protestos quentes - Le Monde

Brésil : des manifestations samedi contre le Mondial de foot

Le Monde.fr avec AFP |  • Mis à jour le 
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Une première journée de protestations contre le Mondial 2014 est organisée samedi 25 janvier dans tout le Brésil par les activistes d'Anonymous, dont le degré de mobilisation servira de thermomètre social à cinq mois de la Coupe du monde de football.

Sous le mot d'ordre « Pas de Coupe du monde », le groupe Anonymous Rio, très actif dans les manifestations, a lancé l'appel en soulignant sur sa pageFacebook qu'il s'agit du « premier acte de l'année de rejet de la Coupe du monde ». D'après ce groupe, des mobilisations sont programmées dans 36 villes du pays, et notamment à Rio de Janeiro, Sao Paulo, Salvador de Bahia, Porto Alegre, Belo Horizonte, Curitiba et Brasilia.
A Rio, théâtre de nombreuses manifestations en juin dernier, l'acte principal est prévu sur la plage de Copacabana, devant un hôtel de luxe, le Copacabana Palace. A Sao Paulo, les manifestants devraient se rassembler à l'extérieur du Musée d'Art de Sao Paulo, sur la célèbre avenue Paulista.
« UN PAYS PLUS JUSTE »
Les organisateurs de ces manifestations reprennent les mots d'ordre de la fronde sociale de juin dernier contre le manque de services publics de qualité et les dépenses colossales investies dans l'organisation du Mondial, du 12 juin au 13 juillet dans douze villes hôtes du pays. « L'idée des protestations contre la Coupe 2014 est de lutter pour les intérêts du peuple et de quiconque veut un pays plus juste », précise l'appel à participer aux manifestations.
En juin, en pleine Coupe Fifa des confédérations, considérée comme un test pour le Mondial, plus d'un million de personnes étaient descendues dans les rues des grandes villes du Brésil pour protester contre les dépenses engagées dans la construction des stades plutôt que dans l'amélioration des services publics.

sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

Gabolice, mentiras e fraudes repetidas na Copa dos companheiros - Augusto Nunes

Augusto Nunes
!6/01/2014

Em 30 de outubro de 2007, assim que a Fifa anunciou oficialmente a escolha do anfitrião da Copa de 2014, o presidente Lula resolveu animar a festança em Zurique com mais uma discurseira triunfalista. “Vocês verão coisas lindas da natureza e nossa capacidade de construir bons estádios”, vangloriou-se com sete anos de antecedência o camelô de bazófias e gabolices. “Os investimentos em infraestrutura deixarão um legado de melhoria nas condições de vida do nosso povo.Vamos fazer uma Copa para argentino nenhum botar defeito”.
A menos de um semestre do início da competição, muitas arenas padrão Fifa nem foram concluídas e já estão condenadas a agonizar como elefantes brancos no minuto seguinte ao último apito. Os monumentos à modernidade que fariam do País do Futebol um campeão da mobilidade urbana encalharam na garganta de Lula ou dormem na imaginação de Dilma Rousseff. O trem-bala e o terceiro aeroporto de São Paulo, por exemplo, jazem no cemitério das fantasias eleitoreiras que o padrinho criou e a afilhada não para de ampliar. E boa parte do mundaréu de obras prometidas pelos fundadores da potência emergente sucumbiu ao raquitismo congênito.
Nesta quarta-feira, um editorial da Folha reiterou que o “legado da Copa” é só a vigarice mais recente (e uma das mais perdulárias forjadas pelos vendedores de vento. Dos 56 projetos divulgados com pompas e fitas em 2010, sobraram 39. O volume de investimentos baixou de 15,4 bilhões para 7,9 bilhões. Conjugadas, a a falta de dinheiro e incompetência de sobra adiaram para quando Deus quiser novas linhas de metrô, monotrilhos, estradas, avenidas, trens metropolitanos, reparos nas malhas viárias, reformas em aeroportos ou corredores de ônibus, fora o resto. Como preveniu o comentário de 1 minuto para o site de VEJA, o legado da Copa pode acabar resumido à apresentadora Fernanda Lima, .
Não foi por falta de aviso que o fiasco se materializou. Em julho de 2010, por exemplo, um repórter quis saber de Jerôme Valcke como andavam os preparativos para a Copa do Brasil. “Falta tudo”, resumiu o secretário-geral da Fifa. “Tudo”, repetiu, com cara de quem acabou de descobrir que lidara havia três anos com tratantes e ineptos. Surpreendido pelo pontapé na canela, Lula tentou um carrinho por trás. ”Terminou uma Copa do Mundo na África do Sul agora e já começam aqueles a dizer: ‘Cadê os aeroportos brasileiros? Cadê os estádios brasileiros? Cadê os corredores de trem brasileiros? Cadê os metrôs brasileiros?’ Como se nós fôssemos um bando de idiotas que não soubéssemos fazer as coisas e não soubéssemos definir as nossas prioridades”.
O troco desmoralizante viria em março de 2012, quando Valcke afirmou que os organizadores da Copa mereciam um chute no traseiro: talvez assim começassem a trabalhar direito. O descompromisso do supercartola com as boas maneiras escancarou o descompromisso da turma no poder com a verdade ─ e comprovou que os governos lulopetistas não sabem mesmo “fazer as coisas”  nem “definir as nossas prioridades”. As perguntas desdenhadas pelo palanque ambulante na réplica a Valcke continuavam (e continuam) implorando por respostas. (Como imploram por investigações os incontáveis casos de polícia envolvendo negociatas bilionárias, contratos superfaturados e procissões de propinas).
Inauguradas no Dia da Criação, só escaparam do atraso irresponsável “as coisas lindas da natureza”. Mas o arquivamento dos projetos vinculados a três cartões postais do Rio sugere que não serão vistas tão facilmente as maravilhas evocadas por Lula na Suiça. O Corcovado está onde sempre esteve. Só que a modernização do trenzinho foi adiada para 2015. O tempo de espera na fila do bondinho do Pão de Açúcar não será inferior ao de viagens aéreas intercontinentais. E convém contemplar de longe a baía de Guanabara devastada pela poluição.

É compreensível que Lula, Dilma, Aldo Rebelo, Ricardo Teixeira e outros festeiros de 2007 não tenham dado as caras na cerimônia de entrega do troféu Bola de Ouro, em Paris, durante a qual a Fifa homenageou o anfitrião do próximo Mundial. A cinco meses do jogo de abertura, a turma do carnaval temporão em Zurique sabe o que é sabido até pela grama do Maracanã: a Copa que faria meia Argentina morrer de inveja pode matar de vergonha e indignação o Brasil que presta.

quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

Heranca Maldita dos Companheiros: o legado nefasto da Copa - Editorial Estadao

O verdadeiro legado da Copa

15 de janeiro de 2014 | 2h 06
Editorial O Estado de S.Paulo
Dos gastos bilionários de recursos públicos para a realização da Copa do Mundo restarão para a população contas a acertar, monumentos à gastança sem utilidade pública e algumas obras que poderão melhorar sua vida. Para justificar esses gastos, as autoridades federais sempre invocaram o chamado legado da Copa, especialmente o que decorreria das obras de mobilidade urbana planejadas para facilitar o acesso aos estádios e que posteriormente beneficiariam toda a população. O legado será bem menor do que o anunciado, o custo dos estádios será bem maior do que o previsto e o País terá perdido uma oportunidade para investir com mais racionalidade e critério em áreas essenciais para a vida da população.
De 2010 a 2013, o governo federal repassou para os Estados onde haverá jogos da Copa muito mais dinheiro para a construção de estádios do que, por exemplo, para melhorar a educação. Os cerca de R$ 7 bilhões gastos na construção dos estádios teriam sido muito mais úteis para a população se tivessem sido aplicados em escolas, em obras na área de saúde pública ou mesmo em estradas, portos, ferrovias, por exemplo.
Da matriz de responsabilidade - criada em 2010 para que a população se convencesse da necessidade das obras de infraestrutura nas 12 cidades que sediarão jogos da Copa do Mundo e pudesse acompanhar seu andamento - foram excluídos muitos projetos viários e de transporte urbano de massa, justamente os que mais ajudariam a melhorar as condições de vida nessas cidades. Brasília, por exemplo, não ganhou um sistema de Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) para o transporte de passageiros. Das obras que foram mantidas, a grande maioria estava com sua execução atrasada no fim do ano passado.
Já os estádios, todos foram contratados, foram ou estão sendo concluídos a tempo, mas sempre a um custo maior do que o previsto. Deles, boa parte não terá praticamente nenhum uso depois de encerrada a Copa. Mas sua manutenção, cara, continuará impondo custos aos contribuintes.
Com base em dados da Controladoria-Geral da União, a Agência Pública - organização que investiga questões que considera de interesse público - constatou que, desde 2010, quando foi anunciada a matriz de responsabilidade da Copa, 9 das 12 cidades-sede receberam mais financiamentos federais para a construção de estádios do que repasses da União para educação. As exceções são Brasília (o governo do Distrito Federal arcou sozinho com as obras do Estádio Mané Garrinha, que custaram R$ 1,2 bilhão), Rio de Janeiro (o governo fluminense se responsabilizou pela reforma do Maracanã) e São Paulo (o Itaquerão está sendo construído pela iniciativa privada, com financiamento de R$ 400 milhões do BNDES).
Enquanto as obras dos estádios exigirão investimentos ou financiamentos públicos de R$ 7,5 bilhões, os investimentos públicos em obras que comporão o legado da Copa (mobilidade urbana, aeroportos e portos) estão estimados em R$ 6,5 bilhões.
A concentração de recursos financeiros e técnicos - para o planejamento e acompanhamento das obras - nos estádios certamente reduziu a disponibilidade desses recursos para outras áreas, que exigem maior atenção do poder público. No caso do governo federal, sua conhecida dificuldade para executar planos e programas, que anuncia com grande facilidade, tornou-se ainda mais aguda com o acúmulo de responsabilidades assumidas para a realização da Copa do Mundo.
Em algumas das cidades-sede, como São Paulo e Rio de Janeiro, a Copa poderá resultar em agravamento temporário de problemas crônicos, como os congestionamentos, mas, encerrada a competição, dificilmente elas terão alguma compensação ou direito a algum legado. Suas carências continuarão as mesmas, se não tiverem piorado.
Tinham razão os que saíram às ruas no ano passado para protestar contra os gastos com a Copa do Mundo e exigir das autoridades o uso mais responsável do dinheiro público, sobretudo para a melhoria em áreas essenciais para o País, como educação, saúde e segurança.