O que é este blog?

Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.

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sexta-feira, 8 de julho de 2016

Aumento da delinquencia comum: grupos politicos estariam na origem? - General Fernando Sardenberg

Recebido hoje, 8/07/2016, como testemunho da preocupação do pessoal da comunidade de segurança e de informações, ou até de pessoas comuns, como as que leem este blog, em relação ao recrudescimento, ou crescimento linear, dos atos delinquenciais envolvendo roubo, saque, assalto, latrocínios, envolvendo patrimônio público e privado.
Não duvido nada, tendo em vista que, nos últimos treze anos e meio, o Brasil foi dirigido, comandado, senão dominado, por uma verdadeira organização criminosa, travestida de partido político, e que se dedicou, durante todo o período, a um assalto sistemático, metódico, completo, integral ao Estado e à extorsão de capitalistas e outros agentes econômicos.
Os chamados "movimentos sociais" são correias de transmissão dessa organização criminosa, e alguns deles estão muito próximos, senão totalmente imersos, na delinquência comum, como o MST por exemplo.
Paulo Roberto de Almeida

GENERAL DE BRIGADA AFIRMA:
COM O FIM DAS REGALIAS E DO DINHEIRO DO GOVERNO, GRUPOS DA ESQUERDA REVOLUCIONÁRIA PODEM ESTAR POR TRÁS DE VÁRIOS CRIMES COMETIDOS NO SUL E NO SUDESTE DO BRASIL.
Gen de Brigada Fernando Sardenberg
 
Movimentos Sociais, sindicatos e grupos de esquerda que perderam o financiamento ilegal que era repassado pelo PT, podem estar por trás de vários crimes bem orquestrados que segundo um General, usam técnicas, armamentos e táticas que levam à crer que não são amadores. A análise é do General de Brigada Fernando Sardenberg.
Em 2003, início do Governo Lula, trabalhei como analista no Órgão máximo da inteligência militar, o Departamento de Inteligência do Ministério da Defesa, responsável pelo assessoramento direto ao Ministro, em Assessoria Específica, sendo o responsável por tudo relativo ao Brasil.
De forma resumida, dentre dezenas de campos acompanhados, tínhamos: crime Organizações, Movimentos Sociais, fronteiras...

Projetos comuns dos Movimentos Sociais e do Partido no poder e decorrentes financiamentos públicos velados para essas ações; Foro de São Paulo; Pátria Grande... As conclusões, sob minha gestão, desagradavam o Ministro na época, José Viegas Filho e mais tarde José Alencar. Nós éramos exagerados, xenófobos e por aí vai. Ele não gostava de nós (lógico!).

Feita esta introdução vou ao ponto que me preocupa.
Todos têm acompanhado o incremento das ações criminosas e violentas, notadamente nas Regiões Sul e Sudeste. São roubos a carros fortes e invasões a pequenas cidades com ousadias notáveis. Para os leigos, certamente, ações do crime organizado, algo que não traria risco à ordem institucional.

Entretanto, com visão mais acurada, vejo armamento e equipamento especializado, técnicas e táticas de equipes não amadoras. Até a terminologia empregada e difundida em interceptação feita: "missão dada, missão cumprida" denota que é serviço de profissionais. Poderia me estender muito mais neste viés, porém, o objetivo é tão somente alertar o que está por trás deste acirramento da violência, bem como os riscos decorrentes.
Bem...
A época das vacas gordas, do dinheiro fácil, das propinas, dos financiamentos não ostensivos, pelo menos por enquanto, parece ter estancado.
Grupos radicais que antes eram beneficiados estão sentindo o risco próximo. Precisam de dinheiro, senão serão extintos. Alguns Movimentos Sociais chegaram a um estágio planejado das suas utopias que não podem se enfraquecer por falta de suporte financeiro. Se uma fonte secou, vamos retirar da burguesia. Existe ainda a Carta Capital onde no Foro de São Paulo foi comemorado os 50 anos da MIR (Movimento da Izquierda Revolucionária), e redigida o apoio a ELN (Exército da Libertação Nacional) pelo Partido Comunista Colombiano.
Se por ventura ocorrer o impeachment da Dilma e a possível prisão de Lula, pode ter certeza de que pontos vulneráveis e estratégicos de nossas fronteiras serão ocupados por esses Movimentos Sociais, como se pode ver no noticiário em CUBA, por sua atuação junto ao Instituto Cubano de Amistad con los Pueblos (ICAP). Quem tem mais de quarenta e poucos anos já viu este filme antes, até com nossa mandatária como artista-protagonista. Até o incêndio na estação de energia em Brasília, que suspendeu trabalhos no Senado, podem ter vínculo com este grupos terroristas.

Eles estão desesperados e a situação tende se agravar. Se não houver atuação firme dos Órgãos competentes, o que me reservo direito de duvidar, vamos ter de combater novamente brasileiros...Portanto pessoal, estejam atentos e quando virem ou lerem notícias do que foi comentado interpretem-nas com outra visão. Uma visão mais preocupada...
Gen de Brigada Fernando Sardenberg....

quarta-feira, 27 de agosto de 2014

A mafia, em todos os seus estados, e em seu estado habitual: mafioso - Jose Neumanne

Fantasma de Celso Daniel volta a assombrar a cúpula petista
Em artigo publicado no Estadão, o jornalista José Nêumanne afirma que, "se não alterar o calendário eleitoral", o espectro de Celso Daniel "abalará significativamente a imagem de vários figurões que disputam o posto mais poderoso de nossa velha e combalida República."

Quem poderia imaginar que na quarta campanha presidencial posterior ao aparecimento do cadáver do prefeito de Santo André licenciado para coordenar o programa de governo da candidatura vitoriosa de Luiz Inácio da Silva, do PT, o fantasma de Celso Daniel deixaria o limbo para assombrar seus companheiros? E, pelo visto, o espírito vindo do além não se limitou a puxar o dedão do pé de uns e outros em sono solto, mas deixou-os a descoberto em pleno inverno. Para sorte deles, este inverno não tem sido tão gélido assim. Mas a alma é fria que só. E como é!
Sábado, em reportagem assinada por Andreza Matais, de Brasília, e Fausto Macedo, este jornal noticiou que a Polícia Federal (PF) apreendeu no escritório da contadora Meire Poza, que prestou serviços ao famigerado doleiro Alberto Youssef, contrato de empréstimo de R$ 6 milhões. O documento, assinado em outubro de 2004, reconhece dívida de tal valor, a ser paga em prestações em 2004 e 2005 pelas empresas Expresso Nova Santo André e Remar Agenciamento e Assessoria à credora, a 2S Participações Ltda. A primeira pertence a Ronan Maria Pinto, empresário do ABC e personagem do sequestro e morte de Celso Daniel, cujo cadáver foi encontrado no mato em Itapecerica da Serra em janeiro de 2002. A 2S pertencia ao publicitário mineiro Marcos Valério Fernandes de Souza, condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por formação de quadrilha, corrupção ativa, lavagem de dinheiro, peculato e evasão de divisas a pena de 37 anos, quatro meses e seis dias e multa de R$ 3,062 milhões.
O elo encontrado pelos federais entre o assassinato do principal assessor de Lula na campanha presidencial de 2002, o escândalo de corrupção do mensalão e as denúncias apuradas na Operação Lava Jato, protagonizadas pelo doleiro acusado de lavar R$ 10 bilhões de dinheiro sujo, estava numa pasta identificada como "Enivaldo" e "Confidencial". A PF supõe que este seja Enivaldo Quadrado, condenado no mensalão.
A investigação em que o juiz federal Sérgio Moro encontrou provas suficientes para mandar prender o ex-diretor da Petrobrás Paulo Roberto Costa, que substituiu Sérgio Gabrielli na presidência da empresa 24 vezes, apurou que a corretora Bônus Banval não era de Enivaldo Quadrado, mas, sim, de Alberto Youssef. Costa, que o ex-presidente Lula, conforme testemunhos citados no noticiário do escândalo, chamava de Paulinho e teria oferecido ajuda nas investigações em troca de alívio na pena (pelo visto, ele conta até com a eventual liberdade), tem sido motivo de aflição de gente poderosa na República, temendo que suas revelações cheguem a comprometer a realização das eleições gerais de outubro.
O que já se sabe sem sua ajuda é grave. E a entrada em cena do espectro de Celso Daniel - que não é Hamlet, mas já expôs parte considerável da podridão que reina nestes tristes trópicos -, se não alterar o calendário eleitoral, abalará significativamente a imagem de vários figurões que disputam o posto mais poderoso de nossa velha e combalida República.
Em depoimento ao Ministério Público (MP) em dezembro de 2012, também revelado pelo Estado, Valério, chamado pejorativamente de "carequinha" pelo delator Roberto Jefferson, seu colega no banco dos réus do mensalão, contou que dirigentes do PT lhe pediram R$ 6 milhões a serem destinados ao empresário Ronan Maria Pinto. Conforme o depoente, o dinheiro serviria para calar Ronan, que estaria chantageando Lula, o secretário da Presidência, Gilberto Carvalho, e o então chefe da Casa Civil de Lula, José Dirceu. Gilberto Carvalho, conforme se há de lembrar quem ainda não perdeu a memória, tinha sido secretário de Celso Daniel e foi acusado pelos irmãos deste de transportar malas com as propinas cobradas de empresários de ônibus em Santo André para Dirceu, à época presidente do PT.
De acordo com a reportagem do Estado no sábado, há 20 meses "o PT não se manifestou oficialmente, mas dirigentes declararam que ele não merecia crédito". Com a descoberta do documento, contudo, parte da versão de Valério - a que se refere à "dívida", embora não se possa afirmar o mesmo em relação ao motivo desta - deve ter passado a merecer crédito, se não do PT, ao menos da PF. Crédito similar, por exemplo, ao dado pelo partido no poder federal ao chamado "operador do mensalão" quando o mineirinho emergiu como o gênio do esquema de distribuição de dinheiro, que o relator do processo no STF, Joaquim Barbosa, desvendou de maneira lógica e implacável.
O documento assinado por Valério nos papéis da contadora do doleiro acaba com qualquer dúvida, se é que alguém isento e de boa-fé possa ter tido alguma, de que nada há a imputar de político ou fictício à condenação de Dirceu, Valério, José Genoino e outros petistas de escol a viverem parte de sua vida no presídio da Papuda, em Brasília. Isso bastaria para lhe garantir a condição de histórico no combate à corrupção. Mais valor terá se inspirar o MP estadual a exigir da Polícia Civil paulista uma investigação mais atenta e competente sobre a morte de Daniel.
Ao expor a conexão entre o assassinato do prefeito, a compra de apoio ao governo Lula e a roubalheira desavergonhada na Petrobrás, a dívida contraída por Ronan põe em xeque todos quantos, entre os quais ministros do Supremo, retiraram a "formação de quadrilha" da lista de crimes cometidos por vários réus do mensalão. Negar a prática continuada por mais de dez anos de um delito em bando formado pelos mesmos personagens conotaria cinismo e até cumplicidade.
A delação de Paulo Roberto merecerá um prêmio, sim, se ele for capaz de informar quem são os verdadeiros chefões nos três delitos. Acreditar que possam ser um menor da favela, um publicitário obscuro e um doleiro emergente seria como nomear Papai Noel ministro dos Transportes.

quarta-feira, 18 de junho de 2014

Heranca maldita dos companheiros: mais violencia, mais mortes, mais delinquencia

O Brasil caiu cinco pontos no ranking em relação a 2013, ocupando o 91º numa lista de 162 países. O governo petista é criminosamente omisso na questão da segurança pública, como disse o candidato oposicionista Aécio Neves:

O Índice Global da Paz divulgou nesta quarta-feira um novo levantamento sobre os países mais seguros do mundo. Com estatísticas que mesclam o impacto da violência na economia, e considerando ainda fatores como índices de democracia, transparência, educação e bem-estar material, além do nível de militarização e atividades criminosas ou terroristas, a organização constatou que a Islândia segue como o país mais seguro para se morar. Em contrapartida, a Síria apresentou uma drástica decaída em seus níveis de segurança e tomou a última colocação do ranking, ocupada anteriormente pelo Afeganistão. O Brasil caiu cinco posições no ranking em relação ao ano passado e ocupa a 91ª posição entre os 162 países analisados. No total, o índice é composto de 22 indicadores qualitativos e quantitativos.

Atrás de Bolívia e Guiana, por exemplo, a economia brasileira sofreu um impacto de 117 bilhões de dólares causado pela violência, conforme dados do estudo. Segundo Steve Killiliea, presidente executivo do Global Peace Index (GPI), “na preparação para a Copa do Mundo, o Brasil viveu um aumento de manifestações violentas”. Mas ele ressalta que “apesar da queda de cinco lugares na classificação no índice, o Brasil continua a ser o melhor entre os países do BRICS”.

América do Sul – A pontuação média dos países da América do Sul está um pouco acima da média global, com melhoras mais significativas vindo da Argentina, Bolívia e Paraguai, aponta o estudo. Em contraste, o Uruguai, que mantém a posição de país mais pacífico da região, vê sua posição se deteriorar um pouco. Na Colômbia e na Venezuela, tensões internas garantiram as piores colocações entre os sul-americanos no ranking. “A Colômbia continua sofrendo com o aumento das populações deslocadas, que são o produto do conflito permanente com as Farc. Negociações de paz em curso com o governo, no entanto, oferecem alguma esperança de melhora”, acredita Killiliea.

“A Venezuela continua com sua escalada militar, principalmente comprando armas russas. A isso se acrescentam os muitos casos de agitação social e repressão do governo, particularmente após os protestos que eclodiram no início de 2014”, explica o presidente da GPI. A Venezuela ocupa a 129ª posição entre os 162 países no Índice Global da Paz, piorando uma posição em relação ao ranking do ano passado. “A queda na tranquilidade pode ser atribuída principalmente ao aumento nos níveis de terror político e maior instabilidade social”, afirma.

Outra função do ranking é a apontar países que podem sofrer com a falta de segurança no futuro. A organização acendeu o alerta neste ano para Zâmbia, Haiti, Argentina, Chade, Bósnia e Herzegovina, Nepal, Burundi, Geórgia, Libéria e Catar, sede da Copa do Mundo de 2022. "O potencial de um país para a manutenção da paz engloba instituições sólidas, um governo que funciona bem, baixos níveis de corrupção e um ambiente pró-empresas, o que chamamos de 'pilares da paz'. Fatores positivos da paz tendem a se alinhar em períodos mais longos de tempo com níveis reais de violência, possibilitando, portanto, uma precisão preditiva real", disse Killelea.

A análise deste ano constatou que o impacto econômico de conter e lidar com as consequências da violência em 2013 foi significativa, no valor de 9,8 trilhões de dólares (21,8 trilhões de reais). Em comparação com os resultados de 2012, houve um aumento de 3,8% nos custos de contenção da violência no mundo. “Enquanto alguns gastos na contenção da violência são realmente necessários em uma sociedade, pagar por guardas de segurança privada ou gastar com câmeras e sistemas eletrônicos de vigilância não são investimentos produtivos. Gastos excedentes e programas ineficientes podem ser prejudiciais para o crescimento econômico de um país. Gastos excessivos na contenção da violência restringem os recursos que podem ser alocados para outras áreas mais produtivas, como educação e saúde ou infraestrutura”, explica o especialista. (Continua).

domingo, 11 de maio de 2014

Copa do Mundo: mais uma heranca maldita dos companheiros - Der Spiegel

Capa da mais importante revista semanal da Alemanha:
Morte e Jogo: o Brasil antes da Copa do Mundo de Futebol

Chamada para a matéria especial:


"Justamente na Terra do Futebol, o Mundial poderá ser um fiasco. No ,lugar da festa, passeatas, greves e tiroteios. Os cidadãos estão enfurecidos com os estádios super-faturados e políticos corruptos - e ainda sofrem com uma economia em estagnação."

quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

A matematica elementar da criminalidade no Brasil: mata-se mais fora dodentro das cadeias - Reinaldo Azevedo

É, meus queridos. Antigamente, aconteciam coisas estarrecedoras no Brasil. Depois, a situação piorou um pouco. A manchete da Folha de hoje revela, sem dúvida, uma realidade vergonhosa no Brasil: “Cadeias no Brasil têm um preso morto a cada dois dias”. Em 2013, foram 218 ocorrências. É claro que é um absurdo e que algo precisa ser feito. Mas e se eu provar pra vocês que, em boa parte dos estados brasileiros, é mais perigoso viver fora da cadeia do que dentro?
Então vamos fazer as contas. Há, arredondando os números, 550 mil presos no Brasil. Se 218 foram assassinados no ano passado, isso corresponde a 39,63 assassinatos por 100 mil “habitantes dos presídios”. É claro que se trata de uma taxa escandalosa — sempre notando que as mortes são desigualmente distribuídas. No ano passado, só o Complexo de Pedrinhas, no Maranhão, respondeu por 28% do total.
Atenção, leitores! Abaixo, segue uma lista de Estados brasileiros que têm uma taxa de homicídios superior ou igual, com variante depois da vírgula, à dos presídios brasileiros. O número que aparece entre parênteses é o de mortos por 100 mil habitantes. Todos os dados são do Anuário Brasileiro de Segurança Pública e dizem respeito a 2012:
- Alagoas (61,8)
- Bahia (40,7)
- Ceará (42,5)
- Pará (44,6)
- Paraíba (39,3)
- Sergipe (40)

E a realidade pode ser, acreditem, bem pior. Por quê? A população carcerária tem necessariamente mais de 18 anos — vale para quem mata e para quem morre. Se, cá fora, formos verificar a taxa de homicídios excluindo-se as pessoas abaixo dessa faixa etária, a base ficaria reduzida a mais ou menos 65%. Logo, a taxa de homicídios por 100 mil cresceria bastante.
Inclusive a brasileira. Segundo o anuário, em 2012, a taxa de homicídios no Brasil foi de 25,8 por 100 mil — tendo por base uma população estimada em 194 milhões. Se formos excluir a população abaixo de 18 anos, esses 194 milhões ficariam reduzidos a pouco mais de 126 milhões. Aí, meus caros, a taxa brasileira subiria de 25,8 por 100 mil para 39,7 — ligeiramente superior à dos presídios.
Mas esperem! Praticamente 100% dos mortos nos presídios são homens. Se formos excluir as mulheres da base de dados da população brasileira, aí a coisa assume proporção escandalosa. Fantasio? Não mesmo! Consultem o anuário. A taxa de homicídios por 100 mil de jovens na faixa entre 15 e 19 anos é de 45,7; entre 20 a 24, de 63,7; entre 25 a 29, de 54; entre 30 a 34,de 43,7 — todas elas superiores à taxa nos presídios. Reitero: a esmagadora maioria dos mortos é formada por homens, e a conta dos 100 mil habitantes inclui também as mulheres, o que acaba mascarando os números.
Assim, ainda que os presídios brasileiros sejam verdadeiras pocilgas; ainda que a vida por lá seja um inferno; ainda que se assista permanentemente a um show de horrores, a verdade é que os fatos, à luz da matemática, estão a nos dizer que, em muitos lugares do Brasil, é mais perigoso estar fora da cadeia do que dentro.
Nem poderia ser diferente. Em 2012, houve no Brasil 50.108 homicídios. É claro que a desgraça dos presídios deve nos constranger a todos; é claro que devemos cobrar uma resposta das autoridades. Mas é preciso deixar claro que, em certas faixas etárias, especialmente na população masculina, há um inferno ainda mais rigoroso fora das cadeias.
A campanha eleitoral está chegando. Quem vai se interessar pelo assunto? Daqui a pouco, começa aquela espetáculo virtual de amanhãs sorridentes na propaganda política.
A cada dois dias, morre assassinado um preso no Brasil. A cada dia, morrem assassinados 137 brasileiros fora das cadeias. E o que se houve é apenas o silêncio cúmplice. O tema nem sequer está na agenda dos políticos.

domingo, 11 de agosto de 2013

O Brasil e' a terra da violencia? Parece - New York Review of Books

In the Violent Favelas of Brazil

Suketu Metha
The New York Review of Books, August 5, 2013
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Favela da Rocinha, Rio de Janeiro, December 2011
My Brazilian friend Marina and I were picking up a visiting friend from New York, who heads an NGO, in her hotel lobby near Paulista, the most prestigious avenue in São Paulo. It was 7:30 on a busy Friday night last October.
We walked up to a taxi outside the hotel. I sat in the front to let the two women chat in the back. Marina asked me to Google the restaurant menu. I was doing so when I saw a teenage boy run up to the taxi and gesticulate through my open window. I thought he was a beggar, asking for money. Then I saw the gun, going from my head to the cell phone.
“Just give him the phone,” Marina said from the back seat.
I gave him the phone. He didn’t go away.
Dinheiro, dinheiro!
I didn’t want to give him my wallet. The boy was shouting obscenities. “Dinheiro, dinheiro!
The boy’s body suddenly jerked back, as a man’s arm around his neck pulled him off his feet. The man, dressed in a black shirt, was shouting; he had jumped the boy from behind. He started hitting the boy. The taxi driver sitting next to me was stoic. He said that this had never happened to him before, but he couldn’t have been more blasé.
The next thing I saw was the boy and another teenager, probably his accomplice, running away fast up the street. The man in the black shirt chased them a bit, then came back panting to the taxi. “Did the bastard get anything?” our savior, whom we later nicknamed Batman, asked. He wasn’t a plainclothes cop, as I’d originally thought; he was just an ordinary citizen who was tired of the criminals.
“A phone,” Marina responded.
“Sons of whores. These motherfuckers—they always come in twos. Cowards.”
The taxi driver drove us to the nearest police station. Two lethargic cops were the only people there. “We get ten of these a day, just in this precinct,” said one of them.
The other cop went over to check in his register. “Three before you today.” There are 319 armed robberies a day in São Paulo.
Everyone in this country has a story. Priscilla, whom I met the next day, has been robbed ten times. Once a kid held a piece of glass from a broken bottle to her neck. Another time she was in a home invaded by gunmen, and one of them held a gun to her head for forty minutes.
I had gotten off lightly—just my phone taken. I still had my wallet, thanks to Batman, and I wasn’t beaten or killed or kidnapped.
The cities of Brazil are some of the most violent places in the world today. More people are murdered in Brazil than in almost any other country. In 2010, there were 40,974 murders there—21 per 100,000 inhabitants, according to the United Nations Office on Drugs and Crime (UNODC), compared to the global rate of 6.9. The highest number of murders was in India, at 41,726. But India has a population six times bigger than Brazil’s, so its murder rate is only 3.4 per 100,000 inhabitants. (Italy, by comparison, had 529 murders that year, at a rate of 0.9.) Four Brazilian cities had a murder rate of over 100 per 100,000 residents. Between 5 percent to 8 percent of Brazilian homicides are solved—as compared to 65 percent of US murders and 90 percent of British murders. Most of the victims are male and poor, between fifteen and just shy of thirty. The homicide rate has shaved seven years off the life expectancy in the Rio favelas (slums).
And this year another form of violence started making the headlines, with several high-profile cases of rape in Rio, including that of an American woman in a moving public bus. Rapes in the city increased 24 percent last year, to 1,972 reported cases. Sociologists and police officials are at a loss to explain this trend in a country where women are free to dress as they please, whose laws are often held up as a model for combatting gender violence, and whose president, Dilma Rousseff, is a woman.
The violence done to humans parallels the violence visited on the environment. In the great swath of greenery that makes up a large part of the country, fires, logging, and ambitious agribusiness schemes continue to devastate the rainforest, in spite of—or perhaps because of—Rousseff’s changes in the forestry code first formulated in 1965. According to government figures, deforestation, which had declined by 84 percent in the eight years before August 2012, has shown a 35 percent increase since then.
The violence hasn’t prevented Brazil from emerging on the world stage as the preeminent country in Latin America. Next year, it will host the World Cup; two years after that, the Olympics. Between 2003 and 2011, Luiz Inácio Lula da Silva—“Lula”—Brazil’s remarkable president, brought about one reform after another that improved the country’s economy. Rousseff, his successor, was until the protests of this June favored to win a second term next year. Both she and Lula are from the center-left Workers’ Party. Now, while not growing as fast as it did in the days before the crisis of 2008, the economy is still the world’s seventh largest. Brazil in the 1950s was 85 percent rural and 15 percent urban. Today the figures are reversed: the country is 87 percent urban. It’s the fastest urbanization of any country in recent times.
Brazil is also a model for other developing countries looking to help the poorest of their citizens. “Bolsa Família” (family allowance), introduced by Lula in 2003, is a startlingly successful program in which the government pays small amounts of cash directly to poor families. Some of the benefits are tied to certain conditions that the recipients must meet, such as making sure their children attend school. It covers a quarter of all Brazilians, 50 million people. This has led to a 20 percent drop in income inequality in Brazil since 2001, when it was one of the most unequal countries on the planet. Thanks to Bolsa Família, Brazil’s middle class grew from 40 million to 105 million in the last ten years. This has created the world’s biggest lower-middle class.
Revolutions generally begin with the formation of a middle class, as recent events demonstrate. In June, protests in São Paulo over a ten-cent increase in bus fares swelled into the largest demonstrations since the fall of the dictatorship, drawing millions of people into the streets of all the major cities. They were protesting the lavish outlays on the World Cup and other sporting events at the expense of basic facilities for transport and education; endemic corruption in the Workers’ Party; the slowdown in the economy; and the high levels of violence in Brazilian society. Most of the protesters were young, college-educated, and unaffiliated with any political party.
The government tried hard to respond to the demonstrators’ wide-ranging grievances. The mayors of São Paulo and Rio rolled back the bus fares. Dilma Rousseff promised a referendum on a package of reforms including a shift from proportional representation to voting by district, which could mean more responsive governance in the favelas. The demonstrators, some of whom seek an outright cancellation of the World Cup, do not so far seem to be satisfied. Rousseff’s approval rating plunged from 57 percent in early June to 30 percent a month later.
The anger of the demonstrators arose partly from injustices that have persisted throughout Brazil’s history. Bolsa Família has done much to solve the problem of inequality, but not race. Half of the country is black, but blacks make up 70 percent of the poorest Brazilians. According to studies based on the 2000 census, an eighteen-year-old white Brazilian boy has, on the average, 2.3 years more education than an eighteen-year-old black boy. The father of a white boy also had 2.3 years more education than the father of a black boy. Sixty years ago, the grandfather of a white boy had 2.4 years more education. Practically everything else in the country has changed, but the educational disparity between white and black has remained stubbornly constant over three generations.
Brazilians like to think of themselves as a multiracial society, but a walk around the favelas of the cities demolishes this myth. Most of the residents are dark-complexioned, much darker than most of the rich who live by the water or in the suburbs, and darker than most of the young people who have recently been protesting in the streets. Over the last year and a half, I have been visiting São Paulo and, especially, Rio de Janeiro, observing the process of “pacification,” by which the government attempts to peacefully enter and reestablish state control over the most violent enclaves of the city, those dominated by drug gangs calledtraficantes, or by syndicates of corrupt police called militias. Until 2008, when the pacification program started, the traficantes controlled roughly half of the favelas, and the militias the other half. Both still hold power in most favelas. The ultimate aim of the state government of Rio’s plan, called the Unidade de Polícia Pacificadora (UPP), or Police Pacification Unit, is to drive both of these groups out and replace them by the state.
Today, of Rio’s 6.3 million people, 1.4 million live in the favelas. There are some 630 of them, containing more than a thousand “communities.” The state government aims to “pacify” forty of these favelas by the time of the World Cup next year—a kind of demonstration effect that will get attention from visitors. Since the program started in 2008, thirty of the largest have been pacified—that is, they are under the control of the official police forces, not the drug dealers or the militias. In the past, the police would raid individual favelas, capture or kill the biggest drug dealers, and leave. They would soon be replaced by other dealers, and the violence would continue. “The new strategy is not to target individual drug dealers. It is to take back territory,” a high police official told me.
Under the UPP program, elite police units—and in some cases troops from the army and even the navy—invade the favelas and stay for up to three months. Then they are replaced by the regular police and squads of UPP civil servants. The UPPestablishes schools and garbage collection, brings in public and private companies to provide utilities such as electricity and television, and hands out legal documents such as employment and residency certificates. In the areas under its control, the UPP has set up community security councils, which attempt to mediate conflicts between local hotheads before they spread. The message is: the state is here to stay. So far, the program has generally been seen as a success, and was a major factor in the reelection of Sérgio Cabral in 2010 as the state governor backed by the Workers’ Party.
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baile funk, or street party, in the favela of Complexo da Maré, Rio de Janeiro, June 2011
One night in Rio, Walter Mesquita, a street photographer, took me to a baile funk, a street party organized by the drug dealers, in the unpacified favela of Arará. It was an extraordinary scene: at midnight, the traficantes had cordoned off many blocks, turning the favela into a giant open-air nightclub. One end of the street was a giant wall of dozens of loudspeakers, booming songs and stories about cop-killing and underage sex. Teenagers walked around carrying AK-47s; prepubescent girls inhaled drugs and danced. On some corners, cocaine was being sold out of large plastic bags. Everybody danced: grandmothers danced, children danced, I danced. It went on until eight in the morning.
Although such parties are officially prohibited in the pacified favelas because of their multiple breaches of the law, ranging from noise violations to exhortations to murder—even the music played there is called baile funk proibidão—the state and its forces were nowhere to be seen. The rival gangs were a bigger threat than the police. The three gangs that control much of Rio have remained more or less stable for the last couple of decades: the Red Command, the Third Command, and Friends of Friends. According to a top police official I spoke to, in a city of just over six million there are some thirty to forty thousand people in the gangs.
The day after the baile funk, I was flying in a police helicopter over Rio. It took us over Ipanema, a beach for the well-to-do, and the newly pacified favela of Rocinha. I asked if we could fly over Arará. The pilot pointed it out in the distance, and said he could not fly directly over it. He was concerned about getting shot down. A couple of years ago, the traficantes had brought down a police helicopter with antiaircraft guns. So the police cannot safely enter a large part of Rio by land or by air. This, too, is the future of many megacities in the developing world, from Nairobi to Caracas. There is a de facto sharing of power between the legitimate organs of the state and the gangs, the militias. Many people will die as the exact contours of this power-sharing are negotiated.
My friend Luiz Eduardo Soares told me a story about power in the favelas. He is an anthropologist who was the national secretary for public security in 2003. He also wrote the book Elite da Tropa (Elite Squad), a study of police brutality and corruption that was made into the most popular film in the history of Brazilian cinema. He made many enemies among corrupt politicians and police. In 2000, security forces found detailed plans to kill Luiz and his daughters—there were notes on when and where they would be going to school, and at what times. The planners were corrupt police officers. Luiz had to flee with his family, first to the US, and then when he returned to Brazil, to a state in the south of the country.
One night Luiz had a call from a man named Lulu, one of the top traficantes in Rio. Lulu was now old for the drug trade—in his thirties. He wanted to surrender; he wanted to give up the gangs and live to see his children grow up.
Luiz said that if Lulu came to see him he’d have to arrest him. Then he would be put away in a jail like Carandiru, where after a 1992 riot the police opened the gates and sprayed the inmates with gunfire, massacring 111 of them. Luiz hoped for the best for Lulu, but his prospects did not seem good. He was wanted both by the police and by rival gangs.
A little later, Luiz was in the far north of the country, in a traditional temple where they worship old gods, the ones who were here before the Portuguese. Luiz was praying when he felt a tap on his shoulder. He turned around and saw Lulu smiling at him.
“What are you doing here?” Luiz asked.
“I’m here to see my mother. I got away.”
Soon after that meeting, the Rio police found Lulu. It was stupid of him: the first place a wanted man runs to is his mother. Men came up in a jeep and, without arresting him, took him back to Rio, to his favela, to the police station.
According to Luiz, the chief of the local police appealed to Lulu: “We want you back. It’s been hell since you left. You kept the peace among the gangs. And besides, I need your money for my political campaigns. You have to get back to work, or else.”
So Lulu went back to work, selling coke and meth to the rich kids in the nightclubs of Copacabana and Ipanema. But he had tried to break away; the boys on the corner didn’t trust him, didn’t respect him as they used to. He couldn’t make the 300,000 reais the cops demanded each week.
So one day they came again for Lulu. The cops, Luiz told me, sat him down in a stone chair in an open area of the slum and, with the whole favela watching, shot him in the head. He was useful to the police only when he had power to share. Powerless, he was dead.
Mário Sérgio Duarte is the high police official who led the invasion of Alemão, one of the largest and most dangerous favelas in Rio. In an eight-day operation in 2010, the police found more than five hundred guns: 106 carbines, rocket launchers, bazookas, thirty-nine Browning antiaircraft guns.
“Pacification started with me,” he tells me in the bar at the top of my hotel. Duarte’s mother was a seamstress; his father was murdered in 1972 over a “personal dispute.” Duarte studied physics in college, but chose to join the police force. His T-shirt says, “Listen as your day unfolds.”
In the 1980s, cocaine started coming into the favelas from Colombia and Bolivia, accompanied by Eastern European AK-47s from Paraguay. A carbine, such as anAK-47 or M-15, now costs around fifteen or twenty thousand reais—$7,500 to $10,000. The traficantes have rocket launchers now, says Duarte, “better weapons than the police,” who have .38s and 9-millimeter revolvers. Each year, some fifty cops and around 1,500 traffickers are killed. Last year, over a hundred police in São Paulo were murdered by the drug dealers, and police promised to kill five “bad guys” for every cop killed.
The drug trade in just one favela, Rocinha, Duarte tells me, runs to around a million reais per week. But it’s not just drugs. The dealers run a parallel economy in pirated cable TV, phones, and moto taxis, and have their own systems of justice.
“We don’t expect drugs to be stopped, just the violence with the drugs,” Duarte says. The drugs these days are ecstasy, PCP, and crystal meth, coming in from Europe. He points to Santa Marta as an example of a pacified favela where drugs are still traded, but there are no visible weapons, “no king of the hill.”
The state government has increased the armed police force in Rio from 36,000 to 42,000, toward a target of 50,000. (Another 10,000 are in the “civilian police,” who don’t wear uniforms and don’t carry official weapons.) Their salaries start at 1,500 reais per month, and in six years go up to 1,900 reais. A policeman stationed in a pacified area gets another five hundred a month to help him fight the temptation to take bribes or join one of the violent syndicates—the militias—run by corrupt police.
Duarte calls the militias “the rotten product of the official order.” There are a couple thousand policemen in the militias, he estimates, along with firefighters and ex-soldiers. They started…
“…from 2006!” a waiter from Rocinha who has been listening while getting our drinks chimes in.
The militias don’t allow drug dealing by the traficantes, but they make money in protection, cable TV, transportation, loan sharking. “A trafficker is hell, a militia is purgatory,” Duarte says. The militias create unwritten, though widely obeyed, rules for neighborhoods: you can’t leave your home after a certain time; if you rape women, you’ll be killed publicly in a ceremony. Your radio can’t be too loud. The punishment is often torture or the death penalty. The militias sell arms to traffickers; they deal drugs when necessary; they employ guards who are former traffickers expelled from gangs.
The enemies of the militias are the elite police squad, the BOPE, created during the dictatorship to fight Marxists but then retrained for pacification. (BOPE stands for Batalhão de Operações Policiais Especiais, or Special Police Operation Battalion—the unit featured in Soares’s book Elite Squad.) Duarte, who led theBOPE for a time, had to try to convince the government that there was a distinctive kind of conflict in Rio: “not ethnic, not religious, not Marxist.” He likes to quote Plato and Hegel in casual conversation. When I later mentioned to aBOPE sergeant that I’d met Duarte, he said, with a mocking laugh, “Ah, the philosopher.”
Along with Marina, I went to meet some “bad guys” in the Parque União subdivision of the Maré favela complex by the port. Two of them meet us in an open-air bar, a twenty-one-year-old ex-traficante and a handsome young man of the same age who sings in a nightclub and acts as the master of ceremonies there. The drug dealer has a tattoo on his right forearm that reads “Emilly.” “Minha filha,” he explains—his daughter. She is seven years old, and he doesn’t want her to go to the baile funk where he picks up his women. “I would like my daughter to escape the statistics.”
When he was active in the gang, he killed people in gunfights, and doesn’t feel bad about it. “At that moment, I can’t afford to think, he might be a father just like me. I’d rather have his mother’s tears falling on his grave than my mother’s on mine.” He’s also been involved in robberies in the rich parts of Rio. After the robberies, he and his gang hijack a series of cars until they get safely back to the favela. He never robs in the favela. Only someone who’s on crack will rob here. This explains why I feel safer here than I did the previous night on the beach in Ipanema.
When the favela wants to have a baile, people steal two buses from the yard across Avenida Brasil and block off the street with them. At the baile they may hear about someone who will be killed by the end of the evening—someone who’s insulted the “owner of the favela”—the top traficante.
The two young men insist on escorting us to our van on the highway. At one point, there are three white metal bollards implanted into the road, turning it effectively into a pedestrian zone. “That’s for BOPE,” the trafficker explains. The police cars will find a surprise when they try to invade.
Their favela, they say, is to be pacified by the end of the week. It’s not that the young traffickers lack alternatives for employment, such as in Rio’s booming tourist industry. It’s that they won’t have the same level of luxury: “a gold chain as broad as a baby’s arm.”
The BOPE did invade the Maré complex—but not as part of the UPP process. During the June protests, robbers from the favela started looting shops along the Avenida Brasil. The BOPE was called in, and a sergeant chasing the robbers into the favela was shot dead. His colleagues erupted. By the time the smoke died down, eight residents of the favela—some of them young traficantes just like the one I had recently interviewed, others merely innocent bystanders—had been killed.
What is happening in the favelas of Rio is not so much pacification as legalization. The dictatorship that ruled from 1964 to 1985 was brought down after many years and great sacrifices. Everyone who was not connected to the junta was its victim. People rushed to spend their pay as soon as they got it in their hands, because by the afternoon it would be worth much less. When democracy came, everybody—the rich in Leblon and the poor in Rocinha—felt they should benefit from it, and in Brazil, for a time, most people did.
But in the favelas there was no democracy. The traffickers continued with their own dictatorship; the people of the favela still had great trouble getting access to the courts or casting a vote. Pacification is an attempt to interrupt a despotic process. It is, for the construction workers and ladies who sell feijoada—a black bean stew—in the slum, the final fall of the dictatorship.
During the last twenty years, the drug dealers took informal control of much of life in the favelas, including, most importantly, music, the cultural lifeblood of Brazil. “Our challenge is what will happen after the pacification,” I was told by Ricardo Henriques, who was until last year the head of the Instituto Pereira Passos, the government’s urban think tank that formulates policy for the UPP.
As Henriques rather optimistically sees it, the takeover of the favelas will happen in three phases. The first consists of the police moving in and denying the drug dealers the ability to do what they want, legally and culturally. The second: “It’s a little bit boring, the police are here.” The third phase consists of the state substituting for the prohibited culture an officially sanctioned culture, or at least culture that doesn’t continue to glorify rape and murder. “You do it in a creative manner,” explained Henriques. “No guns. Less erotic, but really creative. The music is not proibidão.”
For decades, the favelas have existed in a parallel system to the rest of Brazil. “The idea of the state is to stay there for the long, long term,” Henriques said. He wants to reduce the inequality between the favela and the rest of the city. “Our challenge is to integrate those areas into the city.”
If this schematic-sounding vision of pacification works—and the ongoing protests throughout the country are putting it in doubt—what would come after it? One night I went to a jazz club in the favela of Tavares Bastos, which had been pacified for a year, right below the headquarters of the BOPE. The rooms of the club were packed with sweaty bodies and heavy with marijuana smoke. If theBOPE wanted to find drugs it wouldn’t have to go far. But it will never come here, because these are people from the rich, white areas of Ipanema and Leblon. The only black people I could see were the saxophonist and my guide, the street photographer, who lived here.
“The people from the favelas can’t imagine themselves here,” said the photographer. The music was bebop and bossa nova, an American idea of the jazz that Brazilians listen to. No samba here, much less funk.
The club was opened five years ago. A beautiful white economist who works for a bank, wearing an expensive dress, told me she was already bored. “Two years ago there used to be more interesting people. Now I only see all the people I would see near the beaches.”
It costs fifty reais to get in; a beer is fifteen reais. On the way to the club, I passed a number of small cafés. In some, neighbors were enjoying beers that cost a third as much. In one, pleasantly overweight couples were dancing close together to samba. All the lights in the houses of the favela were out; it was after midnight. But the white patrons on their way to the jazz club were raucous, laughing, energized by the thrill of the expedition to this clandestine destination.
In Tavares Bastos, and in favelas like Cantagalo, with its easy access to the rich southern zone of Rio and increased security after the pacification, the residents are being forced out, not by violence, which they can live with, but by high rents, which will make living there impossible. Their right to live there was protected as long as it was illegal. After pacification, the biggest threat to longtime residents of the Rio favelas will come not from drug dealers, but from property dealers.
—July 11, 2013

quarta-feira, 29 de maio de 2013

Venezuela = Iraque? - zona de guerra para o Departamento de Estado

A notícia certamente não é uma surpresa, mas talvez ajude a convencer burocratas em vários serviços diplomáticos do mundo a conceder um adicional de risco, e proteção ampliada, para quem trabalha em Caracas, ou na Venezuela, de maneira geral.
Paulo Roberto de Almeida


Two U.S. embassy personnel were wounded by gunfire outside a Caracas night spot early Tuesday morning, according to the State Department. The details of the incident are unclear, but it draws attention to the Venezuelan capital's high crime rate . (Washington Post)

State Dept. report for Caracas personnel: Crime level ‘critical’

A Venezuelan soldier stands during a patrol at the slum of Petare in Caracas May 23, 2013. Venezuelan President Nicolas Maduro sent some 3,000 troops into the streets of the capital of Caracas to crack down on rampant crime that has made the OPEC nation one of the most dangerous in the world. The "Secure Fatherland" plan is a new effort to lower violent crime following close to 20 similar attempts during the 14-year rule of late socialist leader Hugo Chavez. REUTERS/Jorge Silva
A Venezuelan soldier patrols the Petare slum in Caracas on May 23, 2013. (REUTERS/Jorge Silva)
Two U.S. embassy personnel were wounded by gunfire outside a Caracas night spotearly Tuesday morning, according to the State Department. The details of the incident are unclear, but it draws attention to the Venezuelan capital’s high crime rate .
According to the AP and State Department spokesman William Ostick, the two embassy workers were injured at ”some sort of social spot” — a nightclub, according to several reports in the American press, and a popular strip club called Angelus, according to local journalists. Wherever they were, they received non-life-threatening injuries and are expected to recover. Ostick would not specify the injuries. According to AP, a police spokesman said one was wounded in the leg and abdomen, and the other in the abdomen.
Caracas retains the dubious distinction of being “the world’s murder capital” —Reuters reports that its murder rate, at upwards of 55.2 per 100,000 inhabitants, is one of the highest in the world. There are more than 15 million illegal weapons in the country, according to a 2011 State Department report. Crime has gotten so bad, in fact, that President Nicholas Maduro sent 3,000 soldiers into the streets to establish checkpoints earlier this month, and promised to wage war on TV shows that promote a “cult of weapons.
Violence has bled from Caracas’s slums — where the State Department bans embassy employees from so much as driving, unless they’re on a highway — into its more affluent neighborhoods, like the upper-middle-class residential district where the embassy employees were injured Tuesday morning.
That neighborhood, Chacao, is home to a mall and a number of government employees, both Venezuelan and American. (A 2011 report by the State Department’s Bureau of Diplomatic Security says the majority of embassy personnel live in Chacao, Baruta or El Hatillo.) But even in those areas, the bureau warns, “armed robberies continue to occur regularly, day or night,” and other crimes against foreigners, such as kidnaps for ransom, have become more common.
The neighborhood falls in what the U.S. Embassy in Caracas calls “the orange zone,” or an area where direct-hire personnel are discouraged from travelling after 8 p.m. and before 6 a.m.
The bureau further warns diplomatic personnel not to wear valuables, use international credit cards or take public transportation in Caracas, especially to or from the airport:
Embassy employees and visitors have been robbed at gunpoint while walking on the street and while driving. The high volume of vehicular traffic, combined with the poor conditions of roads, has created major traffic problems within Caracas. Armed bandits patrolling the streets on motorcycles prey on potential victims waiting at traffic lights or stuck in heavy traffic.
To sum up the State Deparment’s most recent assessment for employees, “the criminal threat level for Caracas is CRITICAL.”
Of course, until the State Department or a local police agency releases a more detailed statement, it’s impossible to know what happened Tuesday morning.


domingo, 26 de maio de 2013

Venezuela: luta de vida ou morte entre os herdeiros do caos

As armas não são exatamente para defender nenhuma soberania e menos ainda uma revolução que ameaça virar luta de foice entre os sucessores presumidos. São para salvar a própria pele do irresponsável que ainda vai contribuir para o aumento da violência, da delinquência, do banditismo, pois milícias desorganizados são um convite para o aumento do caos em que já vive o país.
Paulo Roberto de Almeida

Maduro anuncia que irá armar operários na Venezuela

  • Em ato oficial, presidente venezuelano anunciou a criação das Milícias Operárias Bolivarianas
  • Oposição qualificou o gesto de irresponsável e intimidador
O Globo, 25/05/2013

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CARACAS — O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, ordenou às Forças Armadas que armem a classe operária para reforçar a defesa da soberania nacional e garantir a “estabilidade da Revolução Bolivariana”. Em um ato oficial televisionado na noite de quarta-feira, o governante anunciou que entregará até dois milhões de armas para operários e reiterou que o país deve articular força suficiente para “se fazer respeitar”. A oposição pediu que o presidente explique qual a verdadeira finalidade da medida e qualificou o gesto de irresponsável e intimidador.

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- A classe operária será cada vez mais respeitada uma vez que esteja mais consciente e produtiva - disse Maduro na noite de quarta-feira, anunciando que as Milícias Operárias Bolivarianas farão parte das milícias bolivarianas, um corpo criado por Hugo Chávez em 2005. - Seremos ainda mais respeitados se as milícias tiveram 300 mil, 500 mil, um milhão, dois milhões de operários e operárias uniformizados, armados e preparados para a defesa da soberania da Pátria, da estabilidade da Revolução Bolivariana.
Ainda segundo Maduro, a medida deverá armar trabalhadores e estabelecer laços entre associações de profissionais e as Forças Armadas. O presidente também ordenou ao ministro da Defesa, Diego Molero, a avançar o mais rápido possível no estabelecimento e organização da milícia. Mas não deu quaisquer detalhes sobre prazos, números ou sequer se as milícias serão, de fato, armadas. Hoje, estima-se que cerca de 120 mil voluntários façam parte dessa força.
A oposição - que contesta na Justiça o resultado das eleições de 14 de abril e sequer reconhece a legitimidade da Presidência - protestou. Para os críticos do chavismo, essas milícias serão usadas para perpetuar o regime bolivariano.
Nesta sexta-feira, o secretário-executivo da Mesa da Unidade Democrática (MUD), Ramón Guillermo Aveledo, disse que as declarações fazem parte de uma retórica intimidatória que evidencia a incapacidade administrativa do governo. Segundo ele, a ordem ainda contradiz a lei de desarmamento que tramita no Parlamento - e que o governo chavista diz apoiar.
- Que ele pare de dizer esse tipo de besteiras que, em vez de ameaçar, refletem irresponsabilidade - acusou.
O deputado opositor Ismael Garcia, que na semana passada revelou uma gravação de conversas comprometedoras do presidente da Assembleia Nacional, atacou:
- Isso é uma mostra de debilidade; cai mal nos setores que esperam que reine a harmonia e a paz, as empresas, que possam produzir em paz.
A presidente da ONG Controle Cidadão, Rocío San Miguel, também criticou a criação de novas milícias:
- Ele poderia estar interessado em retomar o caminho de uma sociedade obediente e subordinada, porque os membros da milícia não teriam liberdade de reivindicar questões trabalhistas, por estarem sujeitos à disciplina militar.
O anúncio polêmico aconteceu no Teatro Municipal de Caracas, onde Maduro entregou diplomas para a primeira turma da Universidade dos Trabalhadores, composta por 522 profissionais.


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