Temas de relações internacionais, de política externa e de diplomacia brasileira, com ênfase em políticas econômicas, em viagens, livros e cultura em geral. Um quilombo de resistência intelectual em defesa da racionalidade, da inteligência e das liberdades democráticas.
O que é este blog?
Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.
quarta-feira, 27 de maio de 2020
“Reunião mafiosa” e “governo de gângsters” - José Nêumanne (OESP)
Em reunião mafiosa, Bolsonaro avisa que armará bandos contra seus ‘inimigos’ eleitos
José Nêumanne
O Estado de S.Paulo, 27 de maio de 2020
Quando o vídeo da reunião do Conselho de Governo de 22 de abril teve o sigilo levantado, inocentes inúteis adotaram a definição do gabinete do ódio bolsonarista de que a bala de prata teria virado traque junino: “Ufa, a prova material da interferência política de Jair Bolsonaro na Polícia Federal, denunciada por Sergio Moro, não foi exibida!”.
Nenhum figurão da República deu importância a uma personagem relevante do inquérito, a deputada Carla Zambelli, que havia oferecido uma vaga no Supremo Tribunal Federal (STF) ao então ministro da Justiça. Antes de ser divulgado o vídeo, ela definiu: “Moro caiu porque é desarmamentista”. Nem sequer lhe foi dedicado um muxoxo de “tolinha”. Pois não é que a atual pomba-correio do presidente da República na Câmara dos Deputados e na Secretaria Especial de Cultura tinha razão? Meninos, eu vi. Basta ver e ouvir o que seu “mito” que mente disse.
Segue transcrição oficial: “Como é fácil impor uma ditadura no Brasil. Como é fácil. O povo tá dentro de casa. Por isso que eu quero, ministro da Justiça e ministro da Defesa, que o povo se arme! Que é a garantia que não vai ter um filho da puta aparecer pra impor uma ditadura aqui! Que é fácil impor uma ditadura”, esbravejou o chefão. E frisou: “Eu peço ao Fernando (Azevedo e Silva, ministro da Defesa) e ao Moro que, por favor, assine(m) essa portaria hoje”, disse o “senhor Constituição” na reunião em que, ao contrário do agendado, não se discutiu a reconstrução da economia pós-pandemia. A não ser por discursos “kaftianos” (apud Weintraub) do “posto Ipiranga” da economia. Tudo numa linguagem que não foi de prostíbulo de porto nem de botequim pé-sujo, mais respeitáveis, mas das reuniões da Máfia de Chicago, sob o taco de beisebol de Al Capone, durante a Lei Seca nos Estados Unidos.
O “capitão cloroquina” fez aí referências explícitas a dois ministros e sobre elas o advogado-geral da União, José Levi do Amaral Júnior, nem se importou em inventar a mentira deslavada do pito na segurança pessoal, assumida pelos generais palacianos, de que tratava, em linguagem de chulé, de crimes que o procurador-geral da República, Augusto Aras, nem sequer se quis dar ao luxo de ver e ouvir na sessão prévia para as partes. No dicionário limitado de um, União, que inclui o Legislativo e o Judiciário federais, é sinônimo exclusivo de “meu chefe” (que o chama de “meu advogado”). O que é algo de pouca relevância, de vez que este se diz dono da voz do povo. E o outro, ao que parece, não se esforça para investigar algum eventual crime do usuário da caneta BIC capaz de alçá-lo ao “pretório excelso”.
Em 23 de abril, um dia depois, a portaria que Bolsonaro cobrou, e para a qual Zambelli chamou a atenção, foi publicada. O volume autorizado, que era de 200 cartuchos por ano, passou a ser de até 300 unidades por mês, a depender do calibre do armamento. A nobre parlamentar deve estar bem informada sobre o assunto, pois é casada com o coronel da PM cearense Aginaldo de Oliveira, egresso da corporação que pode ter lembrado ao capitão de milícias seus tempos de terrorista condenado e depois absolvido pela Justiça Militar. Então, foi-lhe permitido pelo Exército alterar provas do atentado a bomba que preparava contra quartéis e a adutora do Rio Guandu em sua luta obsessiva para melhorar o próprio soldo. Isso levou o ex-presidente Ernesto Geisel a chamá-lo de “mau militar”. Por sinal, a simpatia do chefe da famiglia Bolsonaro pelo motim recente da corporação do marido da devota fã ficou patente.
É claro que também confessou crime de interferência política, que levou os generais palacianos e o advogado-geral da União a agirem de má-fé, os três primeiros em depoimento no inquérito aberto pelo procurador-geral da República com autorização do STF e o último na defesa oficial do chefe do Executivo nessa mesma investigação.
A confissão de querer armar bandos contra o Estado de Direito foi adicionada à de interferir na polícia judiciária para ajudar o filho 01 e um amigo (Fabrício Queiroz) e à da existência de um serviço clandestino de informação pessoal. Os atos lembram os fasci di combattimento (grupos de combate) do fascismo do italiano Benito Mussolini. Mas pela linguagem usada e pelo passado de quem os comete têm mais que ver com as milícias da periferia do Rio, com as quais o idealizador do armamentismo cobrado de Moro se identifica. Ele saudou o tenente Adriano da Nóbrega, do Escritório do Crime, como herói do Bope, quando este já tinha sido condenado por homicídio. E mandou o filho 01 condecorá-lo com a medalha mais importante do Legislativo fluminense. A esse respeito comentou o citado ministro da Defesa, em abril de 2019: “A milícia começou numa intenção de proteger as comunidades. Na boa intenção. Começou com uma intenção de ajudar, mas desvirtuou. Desvirtuou e são bandos armados”. Que flor de ingenuidade!
Mas mais grave do que isso é que nossos falsos pais da Pátria passam ao largo de óbvias ameaças ao Estado de Direito. Incluindo-se aí as vítimas da milícia chavista de direita: João Doria, Wilson Witzel e Bruno Covas, ungidos da mesma consagração pelo voto popular em que se justifica o capo di tutti capi.
JORNALISTA, POETA E ESCRITOR
quarta-feira, 27 de agosto de 2014
A mafia, em todos os seus estados, e em seu estado habitual: mafioso - Jose Neumanne
quarta-feira, 15 de janeiro de 2014
O reino podre do Guia Genial dos Povos e as falcatruas do partido totalitario - Jose Neumanne
quarta-feira, 17 de julho de 2013
Que tal se os ministros ministrassem? - Jose Neumanne
quarta-feira, 26 de setembro de 2012
Os reus morais do Mensalao - Jose Neumanne (OESP)
E por falar na carta-suicído de 1954, aliás aventada pelos companheiros, será que eles estão esperando o mesmo, em face do mar de lama que atingirá, fatalmente, o capo supremo?
Paulo Roberto de Almeida
Os réus morais do mensalão
José Nêumanne
O Estado de S.Paulo, 26/09/2012
quarta-feira, 12 de outubro de 2011
Sciences Po vs Jose Neumanne: interessante confrontacao...
Mas isso não é nenhum elogio, pelo que vem revelado nesta entrevista, que traz informações biográficas do Lula pouco lembradas, embora públicas.
O livro, como explicita José Nêumanne, não se chama TUDO O que eu sei de Lula, mas apenas O que eu sei de Lula, e ele sabe muito mais coisas, que infelizmente não contou.
Vejam, se vocês ainda não viram, esta entrevista:
quarta-feira, 4 de agosto de 2010
Diplomacia de bar (vai uma pro santo?)
Não, obviamente, o mesmo incômodo que a infeliz iraniana possa estar causando num regime pelo qual nosso guia tem especial carinho, mas um outro tipo de incômodo, talvez aquele que faz a gente enjoar e, para os mais sensíveis, ter até sensação de vomitar. De fato, certas coisas causam náuseas, talvez até mais do que isso, mas não pretendo entrar aqui em conceitos duros, em linguagem forte, que algumas almas sensíveis podem achar estranho num blog mantido, como direi, por alguém que deveria exibir certa subserviência aos poderes constituídos. Pois é, tem gente que decepciona, como esse jornalista, por exemplo: em lugar de se ocupar de seu menu habitual, que é do que entende, vai se meter em política externa. Vai saber por que...
Paulo Roberto de Almeida
Diplomacia da mesa do bar de Tia Rosa
José Nêumanne
O Estado de S.Paulo, 4 de agosto de 2010
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e seus lugar-tenentes - o ministro oficial Celso Amorim e o chanceler oficioso Marco Aurélio Garcia - têm surpreendido o mundo com um tipo de política externa pouco respeitado, pelo menos entre Estados democráticos de Direito no Ocidente: a diplomacia da conveniência. Trata-se de uma leitura heterodoxa da ética da conveniência de Max Weber. E esse aparente pragmatismo a toda custa se traduz no slogan que o ministro de Relações Exteriores brasileiro cunhou para explicar a súbita adesão do chefe de governo brasileiro ao pleito de Teodoro Obiang Nguema Mbasogo, tirano da Guiné Equatorial, país de colonização espanhola e francesa, de entrar na comunidade lusófona: "Negócio é negócio."
Essa retórica de fazer corar o mais pétreo dos especuladores do mercado de capitais passou por cima de graves acusações de violação de direitos humanos. E, pior ainda, do fato de o ditador ter sido considerado o oitavo governante mais rico do planeta pela revista Forbes, apesar de (ou seria et pour cause?) o país por ele governado ser um dos mais pobres do paupérrimo continente africano. Mas esta não foi a primeira nem a única vez que Sua Excelência, do alto de sua respeitável biografia de herói da democracia construída sobre os escombros do regime autoritário tecnocrático-militar no Brasil, fez pouco-caso da vida humana em benefício das próprias conveniências, que ele e seus áulicos confundem com as da Pátria. Mais chocante que o relógio de ouro e diamantes exibido pelo mandachuva há 31 anos em seu país, o mais antigo presidente da África inteira, foi a gargalhada flagrada pelos fotógrafos quando Lula conversava com Raúl Castro, o irmão mais novo de Fidel, no instante em que o cubano era informado da morte do prisioneiro dissidente em greve de fome Orlando Zapata. O escárnio do líder de um partido que se diz de trabalhadores pobres, ao manifestar tal descaso pelo sacrifício do preso negro, pedreiro e mártir de uma ditadura ainda mais longeva que a de Nguema, assustou, mais do que surpreendeu, as boas almas do mundo que devotam genuína admiração ao self made man que ascendeu da mais baixa à mais alta escala social, tornando-se o mais poderoso e popular governante do Brasil desde o desembarque do português Tomé de Souza em praias da Bahia. E o susto foi tão legítimo como a admiração.
Engana-se, contudo, redondamente quem imaginar que essa gargalhada tenha sido o ápice das desastradas intervenções brasileiras no episódio dos dissidentes cubanos. Lula comparou-os com bandidos comuns em prisões brasileiras. E Marco Aurélio Garcia tentou ficar com o crédito pela libertação esporádica de um grupo deles, dizendo que os espanhóis, que participaram efetivamente do acordo que os soltou, só fizeram o gol numa jogada armada pelo Itamaraty.
A diplomacia lulista não precisou sair do Caribe para armar mais uma confusão causada por essa mistura de arrogância e ignorância que o professor Roberto Campos chamava de "arrognância". Num lance de grosseria explícita, Sua Excelência resolveu ignorar a presença de Álvaro Uribe na presidência da Colômbia, menosprezando a soberania do vizinho amigo e democrático para beneficiar o compadre venezuelano Hugo Chávez. O desrespeito se assemelha a negar pedido de extradição do criminoso Cesare Battisti pela Itália, soberana e democrática, que lhe teria negado pleno direito de defesa.
A presidência da Colômbia, entre um vizinho arruaceiro e outro grosseiro, emitiu nota oficial na qual resumiu em poucas linhas a mentalidade que comanda a política externa brasileira nos últimos sete anos e sete meses: Lula tem dificuldade de distinguir o pessoal do institucional. Hábil negociador sindical, confunde a negociação em fóruns internacionais com as noitadas no bar de Tia Rosa, em São Bernardo, onde decidia os passos dos metalúrgicos nas greves no fim dos anos 1970. Para retaliar Uribe ele se dirigiu diretamente a Juan Manuel Santos, o eleito que tomará posse na presidência colombiana sábado, adotando atitude idêntica à assumida no mesmo dia pelas Farc.
Há uma semana, o jeito peculiar do lulismo de tratar da soberania dos povos produziu outra pérola da insensibilidade diplomática, quando o presidente brasileiro se recusou publicamente, como havia feito com os dissidentes cubanos, a pedir a comutação da pena de apedrejamento de uma mulher iraniana a seu "amigo" Mahmoud Ahmadinejad. "As pessoas têm leis. Se começarem a desobedecer às leis deles para atender ao pedido de presidentes, daqui a pouco vira uma avacalhação", justificou seu desinteresse pela vida de Sakineh Mohammadi Ashtiani, viúva acusada de adultério.
Mas Lula, o insensível, virou Lula, o magnânimo, em seu palco preferido, o palanque de sua candidata à própria sucessão, Dilma Rousseff, em Curitiba, sábado passado. Ali, na certa convencido de que lhes seria mais conveniente apelar pela vítima do que apoiar o carrasco, candidatou-se, com uma frase infeliz, a herói mundial pela comutação da pena capital da mãe de dois filhos condenada por adultério, que, em países democráticos, caso do Brasil, nem é mais passível de pena como crime ou sequer contravenção. "Se vale minha amizade e o carinho que tenho pelo presidente do Irã e pelo povo iraniano, se esta mulher está causando incômodo, nós a recebemos no Brasil", disse ele.
O recuo de Lula, mesmo não sendo atendido pelo destinatário, deve ser relevado em nome da boa causa. Elogiável será o efeito da metamorfose ambulante do presidente brasileiro pelo resultado que pode produzir. Mas não é exagerado lembrar que vidas humanas estão acima de interesses negociais e que a amizade pessoal nunca deve prevalecer sobre a liberdade individual. É bom que a diplomacia de conveniência do governo lulista tenha abraçado uma causa justa, mas tal mudança só produzirá efeitos positivos se vier com a consciência de que em diplomacia a conveniência não pode abrir mão do respeito.
JORNALISTA E ESCRITOR, É EDITORIALISTA DO "JORNAL DA TARDE"
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O troco de Teerã a Lula
Editorial - O Estado de S.Paulo
04 de agosto de 2010
O governo iraniano rejeitou ontem, em termos ríspidos, a oferta do presidente Lula de dar asilo à viúva Sakineh Mohammadi Ashtiani, condenada à morte por apedrejamento por um suposto crime de adultério - caso que mobilizou as organizações de defesa dos direitos humanos em muitos países e deu origem, no Brasil, ao movimento "Fala Lula", difundido pela internet. "O presidente da Silva tem uma personalidade muito emotiva e humana", disse o porta-voz do Ministério do Exterior do Irã, Ramin Mehmanparast, "mas provavelmente não tem informação suficiente sobre o assunto."
Portanto, aos olhos do regime do presidente Mahmoud Ahmadinejad, de quem ele se considera amigo e por quem diz sentir carinho, Lula é um exaltado que não sabe do que está falando. Na véspera, uma agência de notícias arquiconservadora ligada à Guarda Revolucionária, que age como uma espécie de polícia de costumes da teocracia, acusou o brasileiro de interferir em questões internas do Irã, "sob influência da mídia estrangeira". O que não se esperava era a canelada do próprio governo que tem em Lula o seu único aliado respeitável no Ocidente.
O regime teocrático iraniano é o que é e Ahmadinejad representa a linha-dura dos aiatolás no poder civil, mas Lula, efetivamente, tem demonstrado fartamente que "não tem informação suficiente sobre o assunto", como diria o porta-voz da chancelaria iraniana. Não tendo, quem sabe imaginasse que, depois de tudo que fez por Ahmadinejad no contencioso sobre o programa nuclear de seu país, teria direito a uma recompensa que o projetaria como salvador de uma vida a ser extinta por um dos meios mais bárbaros já inventados. Isso atenuaria o que ele disse no ano passado da brutal repressão aos dissidentes iranianos - "apenas uma coisa entre flamenguistas e vascaínos". E talvez apagasse a lembrança da sua manifestação inicial sobre a tragédia de Sakineh, a mãe de 2 filhos presa desde 2006, já punida com 99 chibatadas por alegado "relacionamento ilícito", e que, se não for afinal apedrejada, poderá morrer na forca aos 43 anos. Há uma semana, coerente com a sua folha corrida em matéria de direitos humanos - que o digam os prisioneiros políticos cubanos que comparou a "bandidos presos em São Paulo" -, Lula recusou-se a interceder pela iraniana com este desastrado argumento: "Se (as pessoas) começarem a desobedecer as leis deles para atender o pedido de presidentes, daqui a pouco vira uma avacalhação", declarou, no mais castiço lulês.
No círculo íntimo presidencial, alguém há de ter levado as mãos à cabeça e chamado a atenção do chefe para o provável custo eleitoral da enormidade que proferira, logo ele que escolheu uma mulher para lhe suceder. É a explicação mais plausível para a reviravolta que se seguiu, a menos que se acredite na versão de um assessor, segundo o qual "Lula ouviu a voz da consciência". O fato é que, na primeira ocasião apropriada - um comício em Curitiba, no sábado, ao lado da candidata Dilma Rousseff -, ele fez a sua oferta, com a promessa de ligar para Ahmadinejad.
Se ligou, não se sabe. Mas, à parte o áspero troco iraniano, o episódio é um exemplo dos improvisos e desencontros do governo na execução de sua desastrada política externa. A crer no chanceler Celso Amorim, ele havia pedido ao seu colega iraniano Manouchehr Mottaki que Teerã perdoasse Sakineh. Amorim disse ter feito o apelo, que o seu interlocutor ouviu em silêncio, há duas semanas - antes, portanto, de seu guia falar em "avacalhação". Além disso, o ministro deixou implícito que Lula deu o dito pelo não dito sem combinar com o Itamaraty. Dois dias depois da guinada, o chanceler comentou que ainda precisaria conversar com o presidente sobre a melhor maneira de formalizar a sua proposta de asilo.
Tudo isso não empana o mérito de Lula. Apesar da confusão e do atraso - e quaisquer que tenham sido os seus motivos -, ele fez a coisa certa ao sair em defesa da iraniana. As provações de Sakineh Mohammadi Ashtiani e a monstruosa ameaça que paira sobre ela ofendem o mais elementar senso de decência humana.
Vamos esperar que, mais bem informado, agora, sobre a essência totalitária do regime iraniano, Lula modere o apoio que lhe dá.