Temas de relações internacionais, de política externa e de diplomacia brasileira, com ênfase em políticas econômicas, em viagens, livros e cultura em geral. Um quilombo de resistência intelectual em defesa da racionalidade, da inteligência e das liberdades democráticas.
O que é este blog?
Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.
quinta-feira, 4 de outubro de 2012
A cultura da transgressao como norma - ministro Celso Mello
quarta-feira, 30 de maio de 2012
Suprema Indecencia - Editorial Estadao
Paulo Roberto de Almeida
Suprema indecência
Gilmar, por sua vez, errou ao aceitar a reunião. Ministros da Suprema Corte, tendo numerosos compromissos derivados de sua condição, não raro se encontram com outras autoridades, políticos, empresários e figurões em geral. Nada haveria de repreensível se, numa dessas ocasiões, Lula o abordasse para lhe dizer o que, segundo Jobim, teria querido dizer. Mas se então ouvisse do ex-presidente as palavras que lhe foram atribuídas pela revista Veja na reunião de 26 de abril no escritório de Jobim, teria de se retirar imediatamente.
Afinal, mesmo que o seu ex-colega não lhe tivesse adiantado o assunto sobre o qual Lula queria conversar, o ministro tinha tudo para adivinhar que se trataria do julgamento do mensalão, previsto para começar em agosto. Em qualquer país, raros são os que recusam convites para um tête-à-tête com um ex-chefe de Estado. Mas, por todos os motivos concebíveis, Mendes deveria ter sido uma daquelas exceções. Depois, tendo sido como foi noticiado o diálogo entre eles, não se entende por que o ministro levou tanto tempo para fazer chegar a história à imprensa.
Se ficou perplexo "com o comportamento e as insinuações despropositadas" de Lula, como afirma, deveria dar-lhes sem demora a merecida resposta pública. Bastaria a enormidade do acontecido. Se o escândalo do mensalão não tem precedentes, tampouco se tem notícia de um ex-presidente da República procurar um membro do Supremo Tribunal para dizer-lhe que considera "inconveniente" o julgamento próximo de uma ação que o alcança politicamente. A inoportunidade - teria alegado Lula - viria da coincidência com a campanha para as eleições municipais deste ano.
Não podendo remeter às calendas o julgamento de um processo aberto há sete anos contra a cúpula do PT, além de outros companheiros e seus sócios na "organização criminosa" de que fala a denúncia do Ministério Público, Lula quer empurrar o desfecho para depois da aposentadoria de dois ministros, o atual presidente Carlos Ayres Britto e Cezar Peluso, que tenderiam a votar pela condenação dos réus mais notórios. Tivesse Lula ficado nisso, já teria superado as próprias façanhas em matéria de indecências políticas.
Mas, além disso, ele não só teria ofendido o relator Joaquim Barbosa, chamando-o de "complexado"; teria avisado que incumbiria o ex-ministro Sepúlveda Pertence de "cuidar" da ministra Carmem Lúcia para que ajude no adiamento; e contado que pediu ao ministro José Dias Toffoli que não se declarasse impedido por ter sido assessor jurídico da Casa Civil, ao tempo de José Dirceu; como praticamente chantageou o interlocutor, ao oferecer-lhe proteção na CPI do Cachoeira, que teria se gabado de controlar. Proteção, no caso, contra alguma tentativa de convocá-lo a explicar as suas relações com o senador Demóstenes Torres, parceiro do contraventor.
Quando Mendes disse que elas sempre se deram nos limites institucionais, Lula teria perguntado algo como: "E a viagem a Berlim?". Os dois, de fato estiveram na capital alemã, onde mora a filha do ministro, e a viagem teria sido paga por Cachoeira - o que Mendes negou veementemente, e batendo na perna de Lula desafiou: "Vá fundo na CPI!". A revelação do ultraje levou os ministros Marco Aurélio Mello e Celso de Mello a condenar o ex-presidente da República nos termos mais duros, compatíveis com o extremo a que levou o seu despudor - algo "inimaginável", estarreceu-se Marco Aurélio. O seu colega, decano da Corte, criticou o "grave desconhecimento (de Lula) das instituições republicanas". Se ele ainda fosse presidente, resumiu com exatidão, "esse comportamento seria passível de impeachment".
terça-feira, 29 de maio de 2012
A frase da semana: falta alguem em Nuremberg...
Chantagem de Lula sobre ministro do STF mostra que no caso do Mensalão ainda falta alguém em Nuremberg
Porto Alegre, 29 de maio de 2012
O editor passou boa parte do sábado e do domingo lendo e analisando atentamente cada linha da reportagem de seis páginas da revista Veja, que denuncia a chantagem que o ex-presidente Lula tentou fazer com o ministro Gilmar Mendes, ex-presidente do Supremo Tribunal Federal.
. Veja nem quis dar capa ao assunto, dada a gravidade da denúncia.
“Um ex-defende seu legado”, abriu o título da reportagem, antecedida por uma foto de um Lula devastado pela idade, pela doença e pelas poltronices. A foto de Felipe Danna, da Associated Press, tomada emprestada para a matéria, vale por si mesma.
. Onde está a chantagem ? Está nesta curta conversa, registrada no sábado pelo site www.polibiobraga.com.br, que copiou Veja, que começava a circular:
Lula - É inconveniente julgar esse processo agora. Zé Dirceu está desesperado.
Gilmar Mendes - Isto é despropositado.
Lula - E a viagem a Berlim?
Gilmar Mendes - O que tem? Vou sempre a Berlim. Lá mora minha filha e lá fiz doutorado.
. A chantagem é claríssima – tão clara como uma cena de cinema, como diria a psólica Luciana Genro.
. Lula deixou claro nas entrelinhas que poderia usar o caso da viagem. A denúncia poderia sair na CPi do Cachoeira.
. A reunião ocorreu no escritório do ex-ministro Nelson Jobim, que ao desmentir o conteúdo da conversa, “atrapalhou-se” de tal modo que tudo o que disse ficou não valendo nada.
. Além disto, na palavra de quem uma pessoa de bem pode tomar como a mais próxima da verdade ? Ora, todos conhecem a má formação de Lula.
. As reações dos chamados líderes dos Partidos e da chamada sociedade civil organizada, foram muito modestas diante da soberba chantagista do verdadeiro chefe do Mensalão. Sobre o julgamento, aliás, pode-se dizer o mesmo que Davi Nasser disse sobre Felinto Muller, ou seja, ainda falta alguém em Nuremberg.
CLIQUE AQUI para entender a denúncia de que falta alguém no julgamento de Nuremberg.
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egunda-feira, 28 de maio de 2012Gilmar Mendes na Zero Hora: "Lula entrava várias vezes no assunto da CPI, falando do controle".
O ministro do Supremo Tribunal federal (STF) Gilmar Mendes passou o dia tentando evitar falar da polêmica causada com a matéria da revista Veja na qual ele contou a pressão que sofreu do ex-presidente Lula para adiar o julgamento do mensalão. Fervoroso defensor do julgamento, Mendes não queria polemizar com o ex-ministro Nelson Jobim, que depois da divulgação da matéria negou que a conversa tivesse sido no sentido de interferir no julgamento a ser feito pelo STF. O encontro entre Mendes e Lula ocorreu no escritório de Jobim, em 26 de abril, em Brasília.
Ao conceder entrevista ao jornal Zero Hora no começo da tarde, Mendes demonstrou preocupação com o atraso para o início do julgamento e disse que o Supremo está sofrendo pressão em um momento delicado, em que está fragilizado pela proximidade de aposentadoria de dois dos seus 11 membros.Confira abaixo alguns trechos da entrevista concedida por Gilmar Mendes, para a jornalista Adriana Irion, de Zero Hora: Zero Hora — Quando o senhor foi ao encontro do ex-presidente Lula não imaginou que poderia sofrer pressão envolvendo o mensalão? Ministro Gilmar Mendes — Não. Tratava-se de uma conversa normal e inicialmente foi, de repassar assuntos. E eu me sentia devedor porque há algum tempo tentara visitá-lo e não conseguia. Em relação a minha jurisprudência em matéria criminal, pode fazer levantamento. Ninguém precisa me pedir para ser cuidadoso. Eu sou um dos mais rigorosos com essa matéria no Supremo. Eu não admito populismo judicial. ZH — Sua viagem a Berlim tem motivado uma série de boatos. O senhor encontrou o senador Demóstenes Torres lá? Mendes — Nos encontramos em Praga, eu tinha compromisso acadêmico em Granada, está no site do Tribunal. No fundo, isto é uma rede de intrigas, de fofoca e as pessoas ficam se alimentando disso. É esse modelo de estado policial. Dá-se para a polícia um poder enorme, ficam vazando coisas que escutam e não fazem o dever elementar de casa. ZH — Como foi essa conversa (com Lula)? Mendes — Foi uma conversa repassando assuntos variados. Ele manifestou preocupação com a história do mensalão e eu disse da dificuldade do Tribunal de não julgar o mensalão este ano, porque vão sair dois, vão ter vários problemas dessa índole. Mas ele (Lula) entrava várias vezes no assunto da CPI, falando do controle, como não me diz respeito, não estou preocupado com a CPI. ZH — Como ele demonstrou preocupação com o mensalão, o que falou? Mendes — Lula falou que não era adequado julgar este ano, que haveria politização. E eu disse a ele que não tinha como não julgar este ano. ZH— Ele disse que o José Dirceu está desesperado? Mendes — Acho que fez comentário desse tipo. CLIQUE na imagem acima para ver a entrevista completa. Lula confirma encontro com Gilmar Mendes, mas nega interferência
O ex-presidente Lula confirmou nesta segunda-feira, por meio de nota, o encontro com o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes, mas rebate a versão da revista Veja e nega tentativa de interferir nas decisões da Corte. De acordo com reportagem desta semana, o ex-presidente teria proposto uma blindagem a Mendes na CPI do Cachoeira em troca do adiamento do julgamento do mensalão.
. “A reunião existiu, mas a versão da Veja sobre o teor da conversa é inverídica. ‘Meu sentimento é de indignação’”, disse o ex-presidente por meio de nota. No encontro, segundo a revista, Lula teria comentado com Mendes sobre um encontro que ele teria tido com o senador Demóstenes Torres (sem partido-GO) em Berlim, o que o ex-presidente nega. Demóstenes é alvo de um processo no Conselho de Ética no Senado que pode resultar em sua cassação. . Lula disse ainda que sempre respeitou a autonomia e a independência do Judiciário e do Ministério Público e que mantém o mesmo comportamento fora da Presidência. O ex-presidente afirma que indicou “oito ministros do Supremo e nenhum deles pode registrar qualquer pressão ou injunção minha em favor de quem quer que seja”. CLIQUE na imagem acima para ler a íntegra da nota. |
domingo, 11 de dezembro de 2011
A (NAO) banalidade do mal (petista) - editorial de Veja
Antes de transcrever, meus comentários.
Não reconheço, como fazem muitos analistas, NENHUM mérito no fato de o ex-presidente ter preservado políticas que NÃO ERAM SUAS, pois ele não fez nada além de sua obrigação, que é a de perseverar no que está sendo feito de correto em termos de estabilização macroeconômica e de fundamentos mínimos da governança econômica. Não reconheço, porque ele preservou mal, manteve porcamente essa estabilidade, aproveitando tudo o que tinha sido feito de bom, antes dele, para se aproveitar, desavergonhadamente do clima propício ao crescimento que tinha sido garantido ANTES que chegasse ao governo, mentiu descaradamente cada vez que tinha de defender políticas QUE ATACAVA ANTES, se apropriou de todas as medidas que funcionavam corretamente e continuou a mentir de forma vergonhosa com seu mote do "nunca antes".
Pois é, NUNCA ANTES em nossa história, UM PRESIDENTE MENTIU TANTO, e fez tanta propaganda de si mesmo (com o NOSSO DINHEIRO, claro), até se transformar num mito da história brasileira, graças à ignorância da maioria e à baixa educação política da maior parte dos eleitores. Trata-se simplesmente de uma FRAUDE, e é preciso que se diga.
Eu, pelo menos, por mais que seja funcionário de Estado, não hesito em reconhecer uma FRAUDE quando a vejo, e não hesito em denunciar mentirosos e desonestos quando os vejo.
Pois então fica registrado que não reconheço NENHUM mérito no governo que ainda não acabou de terminar.
O que ocorreu, nos oito anos que se passaram sob a tutela do fraudador, foi a mais gigantesca operação mentirosa da história brasileira, o mais formidável desmantelamento das instituições a que já assistimos desde a instalação da república, a mais completa putrefação das mentalidades e a consagração da imoralidade política.
Era o que tinha a dizer. Fiquem com o editorial.
Paulo Roberto de Almeida
Editorial de VEJA (9/12/2011)
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Nota PRA:
Promovendo um comentário de leitor ao corpo deste post:
quarta-feira, 19 de outubro de 2011
Anatomia da CORRUPCAO no Brasil: inacreditavel
Se o Brasil fosse um país normal, esse pequeno escândalo, apenas um numa cadeia infinita de roubalheiras, falcatruas, patifarias permitiria iniciar uma operação séria de correção dessa corrupção endêmica que corre pelas ONGGs do Brasil, todas em contubérnio com o governo, este e o anterior, com a benção do capo dei cappi.
Paulo Roberto de Almeida
O ministro tem de sair
Editorial O Estado de S.Paulo, 18/10/2011
quarta-feira, 12 de outubro de 2011
Sciences Po vs Jose Neumanne: interessante confrontacao...
Mas isso não é nenhum elogio, pelo que vem revelado nesta entrevista, que traz informações biográficas do Lula pouco lembradas, embora públicas.
O livro, como explicita José Nêumanne, não se chama TUDO O que eu sei de Lula, mas apenas O que eu sei de Lula, e ele sabe muito mais coisas, que infelizmente não contou.
Vejam, se vocês ainda não viram, esta entrevista:
domingo, 11 de setembro de 2011
Quando a verdade vai prevalecer? dificil na atual conjuntura
O principal personagem diz que "nunca soube de nada".
Quando é que os brasileiros vão parar de serem chamados de idiotas?
Quando é que os cidadãos vão se revoltar contra a mentira deslavada?
Leio isto na imprensa:
"[Marcos] Valério já confidenciou a pessoas próximas que guarda documentos que mostrariam [o condicional é habitual na imprensa, como o tal de "suposto"; deve-se ler no sentido positivo, afirmativo] o envolvimento direto dele com o ex-presidente" [Lula].
Termina assim a matéria: "Resta saber se Lula e o PT pagarão para ver."
Pois é: quando é que vai terminar a ingenuidade da Justiça (que vai liberar quase todo mundo graúdo, podem registrar) e quando é que vai terminar a tolerância da sociedade.
O Brasil, por vezes, chega a me dar nojo...
Paulo Roberto de Almeida
sexta-feira, 9 de setembro de 2011
Wikileaks Brasil-EUA:mas que injustica com a "Justica" brasileira...
Paulo Roberto de Almeida