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Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.

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quarta-feira, 11 de março de 2015

Brasil politica: protestos aumentam, em previsao do dia 15/03

Apenas transcrevendo:

Dilma é vaiada em SP e diz que crise no país é passageira
Daniela Lima e Natuza Nery – Folha de S. Paulo, quarta-feira, 11 de março de 2015

• Presidente foi recebida aos gritos de 'fora PT' em feira da construção civil
• Em discurso restrito a convidados do setor, ela voltou a pedir paciência e disse que problemas não são tão graves

SÃO PAULO, BRASÍLIA - A presidente Dilma Rousseff foi recebida com vaias e gritos de "fora Dilma" e "fora PT" na abertura do Salão Internacional da Construção Civil, nesta terça-feira (10), em São Paulo. Como chegou ao local antes da abertura da feira, a petista não foi hostilizada por visitantes, mas por expositores e pessoas que trabalhavam na montagem e na limpeza dos estandes.

Na segunda parte de sua agenda, em discurso só para convidados dos organizadores da feira, a presidente voltou a pedir paciência. "Não deixem que as incertezas conjunturais determinem sua visão de futuro do Brasil", disse. Mais da metade das cadeiras da plateia estava vazia.

Foi a segunda vez em menos de três dias que a petista foi hostilizada. No domingo (8), houve panelaço e gritaria em 12 capitais durante pronunciamento de Dilma na TV, em que ela pediu paciência e defendeu o ajuste fiscal que tenta implementar.

A combinação dos dois eventos deu ao Palácio do Planalto a certeza de que os protestos previstos para o próximo dia 15 terão força. Se há um mês integrantes do governo chamavam de "piada" a manifestação pelo impeachment, agora temem uma reunião massiva em alguns locais do país.

Um levantamento feito a pedido do PT mostra que 1,4 milhão de internautas espalhados por 24 cidades já confirmaram presença no ato do dia 15. Outros 64 municípios ainda podem ampliar a lista.

Nesta terça, numa tentativa de minimizar os riscos de um constrangimento em São Paulo, a equipe presidencial mudou duas vezes o posicionamento de cinegrafistas e fotógrafos que acompanhavam a agenda de Dilma para afastar a presidente dos pontos onde as pessoas se aglomeravam.

Mas as tentativas falharam. Recepcionada pelos organizadores do evento, Dilma tentou passear por alguns estandes. Quando as pessoas a viram, as vaias se intensificaram. "Eu vou voltar", disse, dando as costas para o ato.

Os trabalhadores, então, cercaram a área onde o carro de Dilma estava estacionado. "Ladra" e "vagabunda" foram alguns dos termos que ela pôde ouvir no caminho até o automóvel. Sem reagir, Dilma fechou a porta e partiu para a solenidade de abertura do salão, fechada apenas para convidados.

Houve nervosismo entre os assessores da presidente. Segundo pessoas que acompanharam o curto périplo da presidente, o ministro Thomas Traumann, chefe da Secretaria de Comunicação Social da Presidência, disse, irritado, que eles haviam caído em uma "armadilha".

Após as vaias, interlocutores da presidente afirmaram que ela "sentiu o golpe". A petista já havia se mostrado abatida com a dimensão do panelaço do último domingo. Dilma, então, se dirigiu para o auditório onde houve a solenidade de abertura do Salão, restrita a convidados.

Sem citar diretamente a Operação Lava Jato, que investiga corrupção na Petrobras, o presidente da Associação Brasileira da Indústria dos Materiais de Construção, Wilson Cover, disse, em seu discurso, que é preciso punir quem merece ser punido, mas também buscar uma solução "institucional" para não paralisar pequenas e médias empresas.

Cover afirmou ainda que o empresariado do setor apoia o ajuste de contas, mas também considera "absolutamente necessário" adotar medidas que aumentem a competitividade do Brasil.

A resposta de Dilma veio em um discurso de mais de 30 minutos, na qual a presidente disse ver a crise como temporária e destacou que tem "trabalhado permanentemente" para que a economia se recupere até o fim do ano.

A petista voltou a dizer que a crise não é tão grande quando pregam "alguns". "É verdade que o Brasil passa por um momento difícil, mas nem de longe vivemos uma crise das dimensões que alguns estão dizendo", avaliou, acrescentando que a economia tem "fundamentos fortes".

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Após panelaço, Dilma é vaiada e ouve gritos de 'fora' em SP
Tatiana Farah – O Globo, 11/03/2015

• Atos de sexta-feira deverão defender Petrobras, mas criticarão ajuste fiscal

SÃO PAULO e BRASÍLIA - Apenas dois dias após ser alvo de um panelaço e um buzinaço em diversas capitais, durante seu pronunciamento na TV, a presidente Dilma Rousseff foi recebida ontem com vaias e gritos de "fora!" ao visitar o Salão Internacional da Construção (Feicon), em São Paulo. As vaias começaram antes que ela chegasse ao evento e partiram de pessoas que trabalhavam no local. Os manifestantes disseram que começaram a vaiar porque, quando viram a movimentação da imprensa, pensaram que a presidente já estava no pavilhão. Quando Dilma chegou, as vaias se multiplicaram.

A reação constrangeu a presidente, a ponto de levá-la a desistir de visitar os estandes e de usar o carro para chegar ao auditório da abertura oficial da Feicon. No auditório, Dilma encontrou uma plateia formada por poucas dezenas de empresários e ainda teve de ouvir críticas do setor sobre a crise econômica.

Dirigentes do PT atribuíram o panelaço de domingo à mobilização de partidos de oposição e às classes mais abastadas. Porém, boa parte do protesto de ontem partiu de trabalhadores.

"Dilma perdeu a classe média", diz analista
Para o cientista político Antônio Azevedo, da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), é natural que o desgaste do governo se amplie para segmentos do eleitorado que também votaram em Dilma por haver três crises simultâneas em curso: econômica, política e ética.

- Dilma perdeu a classe média já no processo eleitoral. Neste momento, com o ajuste fiscal, também se afasta de sua base. O governo está totalmente isolado, porque perdeu ainda o controle do Congresso Nacional - lembrou.

Dilma não escondeu o incômodo com as vaias e a baixa presença de empresários no evento. Após ouvir pedidos de medidas protetivas para o setor de construção, Dilma pediu otimismo à plateia, mas admitiu que a situação é delicada:

- O Brasil passa por um momento difícil, mais difícil do que tivemos em anos recentes, mas, nem de longe, estamos vivendo uma crise das dimensões que alguns dizem que estamos vivendo - disse. -Não deixem que as incertezas conjunturais determinem sua visão de futuro do Brasil.

Dilma justificou os cortes previstos pelo ajuste fiscal: disse que o Orçamento da União absorveu "parte importante da crise", mas garantiu recursos para o Minha Casa Minha Vida e o Bolsa Família.

Dirigentes petistas ficaram irritados com a escolha de São Paulo como palco do primeiro compromisso de rua da presidente após o panelaço, por se tratar de cidade onde Dilma acumula alta rejeição e perdeu para o candidato tucano Aécio Neves, nas eleições do ano passado.

Na próxima sexta-feira, outros atos estão previstas no país, organizados por centrais sindicais e movimentos sociais que reivindicam direitos, defendem a Petrobras, a democracia e a realização de uma reforma política.

Esses atos foram pensados inicialmente como forma de se contrapor aos protestos do próximo domingo, que estão sendo organizados por movimentos contrários ao governo, alguns dos quais defendem o impeachment de Dilma. Porém, os atos de sexta-feira deverão criticar o ajuste econômico proposto pelo governo.

- Essa mobilização não é em defesa nem contra o governo - disse o presidente da Central Única dos Trabalhadores de São Paulo (CUT-SP), Adi Santos Lima.

Governo preocupado também com ato da CUT
O governo pediu à CUT para que cancele as manifestações, segundo revelou um ministro próximo a Dilma. Segundo essa fonte, o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Miguel Rossetto, a pedido de Dilma, se reuniu com dirigentes da CUT e conversou por telefone pedindo a suspensão. A preocupação é evitar que os atos motivem mais manifestantes contra o governo no domingo Em nota, porém, Rosseto negou o pedido e disse que "a CUT é quem marca ou desmarca suas manifestações".

Teme-se o acirramento dos ânimos, que levem à violência e quebra-quebra, como nos protestos de 2013. Integrantes do governo monitoram redes sociais desde que os convites para as manifestações começaram a surgir na internet.

Dilma determinou uma força-tarefa de ministros para acompanhar os atos de sexta e de domingo. O Planalto orientou os ministros a não participar dos atos das centrais sindicais para evitar provocações. (Colaboraram Thiago Herdy, Julianna Grajeia, Fernanda Krakovics, Simone Iglesias e Luiza Damé) .

sábado, 28 de junho de 2014

Um companheiro das Arabias (do patropi mesmo)

A salada estilístico-ideológico-misteriosa do black bloc de saias
Rafael Lusvarghi, de kilt: acusado de associação criminosa - Avener Prado/Folhapress
Rafael Lusvarghi, de kilt: acusado de associação criminosa – Avener Prado/Folhapress
Por Mariana Barros, na VEJA.com:
Na última segunda (23), Rafael Marques Lusvarghi, 29 anos, foi preso pela polícia após participar de uma manifestação em São Paulo. Ele e o estudante Fabio Hideki Harano, 26 anos, foram acusados de associação criminosa e levados pelos policiais que acompanhavam o protesto. O secretário de Segurança Pública de São Paulo, Fernando Grella Vieira, apresentou a dupla à imprensa como “os primeiros black blocs presos” em flagrante na capital.

Quando foi detido, Lusvarghi usava uma saia kilt e tinha o que parecia ser uma cicatriz do lado esquerdo do rosto. Só parecia: o falso machucado foi feito no último dia 17, enquanto o Brasil jogava contra o México, em um estúdio de tatuagem em Jundiaí, na Grande São Paulo. A técnica é chamada de escarificação e consiste em criar na pele um corte milimetricamente desenhado na base do bisturi. Para fazê-lo, Lusvarghi inspirou-se nos games: ele é fã do jogo God of War e queria uma marca no rosto igual à do personagem Kratos, o fortão espartano que protagoniza a saga. Aos amigos, contou que nas diversas brigas que arranjou nunca conseguiu um machucado que marcasse seu rosto – apenas sinais no pulso e num dos dedos.
Aficionado pela história russa e pela cultura militar, Lusvarghi coleciona álbuns com retratos dos líderes da Revolução Russa e do período comunista. Fotos de exércitos, tanques e armas também estão no seu acervo. Obcecado por vikings, tem tatuada no braço a palavra Berserk, nome de um mangá, posteriormente transformado em anime, inspirado nos guerreiros da mitologia nórdica.
Lusvarghi e a falsa cicatriz, milimetricamente desenhada na base do bisturi - Reprodução/Facebook
Lusvarghi e a falsa cicatriz, milimetricamente desenhada na base do bisturi -Reprodução/Facebook
Lusvarghi nasceu em Jundiaí, numa família de classe média. A mãe é professora formada em Biologia e o pai, de quem ela é separada, gerencia uma pequena empresa em Minas. É o mais velho de quatro irmãos. Um deles conta que, desde pequeno, Lusvarghi sonhava alistar-se na Legião Estrangeira da França. Aos 18 anos, comprou uma passagem para aquele país, onde morou por três anos – como integrante da tropa, segundo disse a familiares. Quando regressou ao Brasil, prestou concurso para soldado da Polícia Militar em São Paulo e ficou na corporação entre março de 2006 e julho de 2007. O motivo de sua saída é desconhecido, mas em agosto ele já prestava um novo concurso, desta vez para ser PM no Pará. Aprovado, permaneceu na corporação até 2009 e, mais uma vez, saiu antes de concluir o curso de oficial.
Partiu, então, para a Rússia. Em 2010, mudou-se para Kursk, cidade onde ocorreu uma das mais importantes batalhas da Segunda Guerra Mundial. O que fez lá ninguém sabe. Segundo parentes, teria estudado administração e tentado alistar-se no exército russo. Como não conseguiu, regressou ao Brasil. Logo depois de chegar, em janeiro deste ano, iniciou uma viagem de um mês e meio entre Colômbia e Venezuela. Disse ao irmão ter “feito contato” com as Farc neste período – e não gostou da experiência. Na volta, instalou-se em Indaiatuba, no interior paulista, onde começou a trabalhar como professor de inglês e técnico de informática.
Lusvarghi é detido durante ato contra a Copa do Mundo na Avenida Paulista, em São Paulo - Fernando Donasci/Agência O Globo
Lusvarghi é detido durante ato contra a Copa do Mundo na Avenida Paulista, em São Paulo –Fernando Donasci/Agência O Globo
Além do fortão do videogame de quem copiou a cicatriz no rosto, Lusvarghi se diz admirador do presidente russo Vladimir Putin. Antes de ser detido nesta semana, ele fazia planos de ir para a Ucrânia “lutar pelas forças separatistas”. O que o kilt tem a ver com tudo isso segue sendo um mistério.

sábado, 5 de abril de 2014

Belgica: protesto contra austeridade acaba em batalha

Tsk, tsk, tsk, como se diz nas histórias em quadrinhos. Não precisava toda essa violência, que só deve se explicar porque os manifestantes estavam protestando CONTRA certas coisas.
Certamente seria mais pacífico se eles manifestassem a favor de outras coisas. Por exemplo:
"POR MAIS DEFICITS PUBLICOS"
"POR MAIS DIVIDA PUBLICA"
"POR MAIS INFLAÇÃO"
"POR MAIS DESVALORIZAÇÃO CAMBIAL"
"POR MAIS DINHEIRO CHINÊS, E ÁRABE"
"POR MAIS CARNAVAL"

Seria bem mais simples, e tranquilo...
Paulo Roberto de Almeida
Una multitudinaria manifestación de las principales centrales sindicales europeas contra la austeridad ha acabado este viernes en batalla campal a las puertas de las instituciones comunitarias en Bruselas. La extrema violencia con la que se han empleado unos 200 representantes de los estibadores de los puertos belgas y franceses ha dejado al menos nueve heridos y graves desperfectos en el mobiliario urbano y en los comercios del distrito europeo de la capital belga. Los convocantes de la marcha —entre los que se encuentran los dos principales sindicatos españoles, CC OO y UGT— se han desmarcado de estos actos, que han achacado a “grupúsculos ajenos” a la manifestación.
Varios testigos destacan la violencia extrema con la que han actuado este grupo de manifestantes, que han agredido a fotoperiodistas y policías. Los choques han comenzado a mitad del recorrido, cuando estas personas han empezado a lanzar adoquines y piedras a los policías que custodiaban la marcha y la han emprendido a puñetazos con un grupo de fotógrafos de agencias de prensa. “Sin mediar palabra, han empezado a pegarnos. Querían lincharnos”, relata uno de ellos, que ha recibido un fuerte golpe en la mandíbula. “Llevo 30 años de profesión y no había visto nunca tanta violencia en una manifestación”.
Al término de la marcha, los choques se han recrudecido. A los estibadores de los puertos de Amberes y Brujas se han sumado los de Dunkerque, Gante y Calais y juntos han iniciado una auténtica batalla campal contra la policía belga a apenas 50 metros del edificio de la Comisión Europea. El dispositivo policial se ha limitado a defenderse con cañones de agua y pelotas de goma mientras rodeaba el perímetro de las instituciones comunitarias. Los funcionarios europeos que abandonaban su puesto de trabajo a esa hora (las dos de la tarde) no salían de su incredulidad.
Los sindicatos convocantes se han apresurado a negar que los actos vandálicos tengan que ver con los sindicalistas. Según su versión, los choques se han limitado al tramo final del recorrido y han sido ocasionados por un grupo “ajeno” a la concentración. “Estos episodios violentos han sido muy aislados y en absoluto deslucen la manifestación, que ha sido una fiesta de los trabajadores”, señala un portavoz de la Confederación Europea de Sindicatos (CES) que, sin embargo, sí ha reconocido “problemas” en la organización del dispositivo de seguridad interno de la marcha. “No hemos conseguido que este grupo de alborotadores no se infiltrara”, resume.

Contra la austeridad

La manifestación, a la que han asistido entre 25.500 personas, según la policía, y 55.000, según la CES, pretendía ser un “aviso serio” a la UE sobre el rumbo de salida de la crisis y abogaba por la aprobación de un plan de inversiones que movilice 260.000 millones —el 2% del PIB comunitario— en diez años. “La gente está bastante cabreada porque ve que las políticas de austeridad se extienden como una mancha de aceite”, ha señalado el secretario general de UGT, Cándido Méndez, al término de la marcha. “La mayor parte de manifestantes eran belgas, holandeses, franceses y alemanes. Es una prueba de que las políticas de austeridad también se dejan sentir en los países del norte de Europa”, ha apuntado el dirigente sindical. Su homólogo en CC OO y presidente de la CES, Ignacio Fernández Toxo, ha remarcado la importancia de esta jornada de movilización y ha reclamado a la UE y los Gobiernos europeos que emprendan un camino “diferente de la austeridad”. A su juicio, lo que Europa necesita en este momento de salida de la crisis económica es un “verdadero plan de inversiones, un Plan Marshall del siglo XXI”.
Los líderes de los dos principales sindicatos españoles han solicitado al presidente del Gobierno, Mariano Rajoy, una reunión en la que detallarán las líneas maestras del plan de acción acordado por unanimidad en el seno de la organización sindical europea. Su objetivo principal es, según los sindicatos, dinamizar la anémica actividad económica europea “anestesiada por años de austeridad e inmovilismo”. Tanto Toxo como Méndez han recordado que en Europa hay 26 millones de parados, 10 más que en 2008 cuando comenzó la crisis, y siete millones y medio de jóvenes europeos ni tienen trabajo ni estudian.

quarta-feira, 5 de março de 2014

Venezuela: marchas, protestos, bandeiras - vai ser dificil permanecer calado...

Estamos esperando mais uma nota, ou declaração, ou manifestação, qualquer coisa, de quem está no comando e responde pelo processo decisório.
Paulo Roberto de Almeida

Reinaldo Azevedo, 4/03/2014

Há exatamente um ano, no dia 5 de março de 2013, morria Hugo Chávez, o homem que só ascendeu ao poder, em 1999, em razão de uma grave crise política na Venezuela. Ele permaneceu no poder por 14 anos, boa parte do tempo como ditador, e criou um modelo de governo que conduziu o país ao colapso.
Nicolás Maduro, o psicopata que sucedeu o coronel liberticida, tentará nesta quarta-feira, mais uma vez, instituir o culto à memória do tirano. As milícias armadas do chavismo foram convocadas para grandes manifestações públicas. O risco de confronto é grande.
Nesta terça, milhares de venezuelanos (fotos) voltaram às ruas para protestar contra o governo. Os motivos vão se multiplicando: crise econômica, autoritarismo, violência, pedido para que se apurem as responsabilidades pelos 18 mortos nos protestos etc. Para o desespero de Maduro, a luta da população venezuelana começa a despertar a solidariedade internacional.

A Câmara dos Deputados dos Estados Unidos aprovou uma resolução em que “deplora os atos do governo que constituem uma afronta à vigência da lei, a indesculpável violência perpetrada contra os líderes da oposição e contra os manifestantes e os crescentes esforços para usar politicamente leis criminais para intimidar a oposição política do país”.
Também a Câmara do Chile teve uma atitude decente. Aprovou uma resolução, que deve ser examinada nesta quarta pelo Senado, que insta o presidente do país, Sebastián Piñera, a convocar o embaixador chileno em Caracas para expressar sua repulsa aos atos de violência.
Ex-presidentes de países latino-americanos cobraram o diálogo com a oposição em nome dos princípios da Carta Democrática Interamericana. Assinam a nota Oscar Arias Sánchez, da Costa Rica, também Prêmio Nobel da Paz; Ricardo Lagos, do Chile; Alejandro Toledo, do Peru, e Fernando Henrique Cardoso, do Brasil.

O governo Dilma, no entanto, este impávido colosso, segue mudo. Na verdade, pior do que isso. Marco Aurélio “Top Top”  Garcia, assessor da presidente para assuntos internacionais, deve estar presente hoje às festas oficiais em homenagem a Chávez. Não há como dizer de outra maneira: ao fazê-lo, o governo Dilma suja as mãos no sangue dos opositores venezuelanos.

sábado, 25 de janeiro de 2014

Brasil: nao 'a Copa do Mundo, num sabado de protestos quentes - Le Monde

Brésil : des manifestations samedi contre le Mondial de foot

Le Monde.fr avec AFP |  • Mis à jour le 
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Une première journée de protestations contre le Mondial 2014 est organisée samedi 25 janvier dans tout le Brésil par les activistes d'Anonymous, dont le degré de mobilisation servira de thermomètre social à cinq mois de la Coupe du monde de football.

Sous le mot d'ordre « Pas de Coupe du monde », le groupe Anonymous Rio, très actif dans les manifestations, a lancé l'appel en soulignant sur sa pageFacebook qu'il s'agit du « premier acte de l'année de rejet de la Coupe du monde ». D'après ce groupe, des mobilisations sont programmées dans 36 villes du pays, et notamment à Rio de Janeiro, Sao Paulo, Salvador de Bahia, Porto Alegre, Belo Horizonte, Curitiba et Brasilia.
A Rio, théâtre de nombreuses manifestations en juin dernier, l'acte principal est prévu sur la plage de Copacabana, devant un hôtel de luxe, le Copacabana Palace. A Sao Paulo, les manifestants devraient se rassembler à l'extérieur du Musée d'Art de Sao Paulo, sur la célèbre avenue Paulista.
« UN PAYS PLUS JUSTE »
Les organisateurs de ces manifestations reprennent les mots d'ordre de la fronde sociale de juin dernier contre le manque de services publics de qualité et les dépenses colossales investies dans l'organisation du Mondial, du 12 juin au 13 juillet dans douze villes hôtes du pays. « L'idée des protestations contre la Coupe 2014 est de lutter pour les intérêts du peuple et de quiconque veut un pays plus juste », précise l'appel à participer aux manifestations.
En juin, en pleine Coupe Fifa des confédérations, considérée comme un test pour le Mondial, plus d'un million de personnes étaient descendues dans les rues des grandes villes du Brésil pour protester contre les dépenses engagées dans la construction des stades plutôt que dans l'amélioration des services publics.

quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

Retrato de certa velha juventude: Old Black Bloc - Campos 51

OLD BLACK BLOC


- Filho, eu descobri essas coisas no seu armário…
- Qual é o problema de ter uma máscara do anônimos e um taco de beisebol?
- Você usa isso?
- Não… quer dizer, as vezes…
- É que que estou precisando. Será que você me empresta?
- Precisando? Pra quê?
- É que eu li as coisas que você andou escrevendo na internet…
- Você andou lendo o meu face?
- Qual é o problema? Não é público?
- É…mas…
- Pois é, eu li o que você escreveu e …
- Pai, eu sei que você não gostou do que eu escrevi lá , mas… eu não vou discutir, são as minhas ideias. Eu sou anarquista e…
- Não. Eu achei legal. Você me convenceu.
- Convenci? De quê?
- Tá tudo errado mesmo… eu li o que você escreveu e concordo. Agora eu sou anarquista também, que nem você…
- Você o quê? Pai… que história é essa?
- É, você fez a minha cabeça, tem que quebrar tudo mesmo! Agora eu sou
Old Black Bloc!
- Pai, você não pode… você é diretor de uma empresa enorme e…
- Não sou mais não. Larguei o meu emprego. Mandei o meu chefe tomar no... Mandei todo mundo lá tomar ...
- Pai, você não pode largar o seu emprego. Você está há 30 anos lá…
- Posso sim! Aliás tô juntando uma galera pra ir lá quebrar tudo.
- Quebrar tudo onde?
- No meu trabalho! Vamos quebrar tudo ! Abaixo a opressão! Abaixo tudo!
- Você não pode fazer isso, pai…
- Posso sim! É só você me emprestar a máscara e o taco de beisebol. E aí, você vem comigo?
- Não… acho melhor não…
- É melhor você vir porque agora que eu larguei tudo, a gente vai ter sair desse apartamento…
- Sair daqui? E a gente vai morar aonde?
- Sei lá! Vamos acampar em frente a uma empresa capitalista qualquer e exigir o fim do capitalismo!
- Pai, você não pode fazer isso ! Não pode abandonar tudo!
- Tô indo! Fui!
- Peraí, pai! Pai! Volta aqui! Volta aqui, pai!!! Voooltaaaaa!

domingo, 21 de julho de 2013

Deu no New York Times: o papa no Brasil, em tempos de protestos

Pope, in an Angered Brazil, to Focus on Social Justice


RIO DE JANEIRO — A month ago, hundreds of thousands of young people took to the streets of Brazil to protest corruption, wasteful government spending, bad schools and hospitals, police brutality, and other abuses of power. On Monday, Pope Francis, in his first venture abroad, will dive into the middle of that ferment when he begins a weeklong visit to the world’s largest Roman Catholic country.
“This is a crucial moment for the church, the nation, society and the people, heightened by the fact this is Francis’ first trip,” said Fernando Altemeyer Jr., a theologian and philosopher at the Pontifical Catholic University in São Paulo. “Brazil has changed and things are bubbling, but there is no clarity. Everything is new and unknown, in the country and the church, even for the bishops.”
Francis has endorsed the protests in general terms, and, according to European news reports, will do so again more emphatically and specifically this week. Church officials here declined to confirm those reports, but they said that two Brazilian cardinals, Cláudio Hummes and Raymundo Damasceno Assis, have been working closely with the Vatican to assure that Francis’ declarations on social justice here will convey sympathy both for the protest demands and those involved in the movement.
“The pope will certainly have words about the issues the young people have raised, their dissatisfaction or searches but also their great desire to participate in change,” Cardinal Odilo Pedro Scherer, the archbishop of São Paulo, said last week. “They can expect from Pope Francis words that will orient and aid them.”
The trip, whose nominal purpose is to have the pope meet with and speak to participants at the World Youth Day, a conference of Catholic youth here, was originally planned for Benedict XVI, Francis’ predecessor. Initially there was speculation that the new pope might cancel because of the scandals he is confronting at the Vatican. But the Argentine-born Francis seems to see a visit here as a way to direct attention on the gospel of social justice that he has said he wants to make the focus of his papacy.
“If he is to do what he wants to do, he needs to keep media attention focused on what he is doing and saying,” said John Thavis, author of “The Vatican Diaries” and a former Rome bureau chief for the Catholic News Service. “This puts him back in the world spotlight, and I suspect we are going to hear a lot not just about the Brazilian situation, but the world situation, the divide between the rich and poor and the church’s social teaching.”
Previous papal visits, by Pope John Paul II and Benedict, were marked by doctrinal disputes and veiled verbal skirmishes between advocates of the theology of liberation, which mixes the gospel and political activism on behalf of the poor and persecuted, and the Vatican hierarchy, which sees the movement as tainted by Marxism. As archbishop of Buenos Aires, Francis never showed much sympathy for liberation theology, but since he assumed the papacy, signs abound that a truce is now in effect, at least temporarily.
“These are different times, times that are not as obstinate or intransigent,” said the Rev. José Oscar Beozzo, a historian of the Catholic church in Latin America and a supporter of liberation theology. “The era of military dictatorships, of the pope wagging a finger at a priest in Nicaragua, those are over. We live now in times that permit one to see things with less ideological distortion.”
Barely a month after becoming pope, Francis took a symbolically important step that liberation theologians here and elsewhere in Latin America interpreted as a peace offering. The beatification of Bishop Óscar Romero, a Salvadoran who was killed by a right-wing death squad in 1980 and is considered a martyr by many disciples of liberation theology, had been frozen since 2005, the year Benedict assumed the papacy, but Francis almost immediately ordered it reopened.
Liberation theologians often critical of Vatican policies have responded in kind, led by Leonardo Boff, a former Franciscan priest who in 1985 was ordered not to write or speak publicly for a year because of his positions by the Congregation for the Doctrine of the Faith, headed at the time by Cardinal Joseph Ratzinger, the future Benedict. Now an emeritus professor of the philosophy of religion at the state university here in Rio, Mr. Boff just last week published a laudatory biography of the pope.
“It doesn’t matter that Pope Francis doesn’t use the expression ‘theology of liberation,’ ” Mr. Boff said recently. “What is important is that he speak and act on behalf of the liberation of the poor, the oppressed and those who have suffered injustice. And that is what he has done, with indubitable clarity.”
One of the principal complaints of the protests that have swept Brazil is excessive official spending in the face of pressing social needs, mainly the billions being spent on sporting events — but the $52 million the government is contributing to the youth conference and papal visit has also been sucked into the fray. Cardinal Scherer defended the expenditure, which accounts for about a third of the visit’s total cost, as good for Brazil.
“This money is being spent in Brazil, and as such it is welcome,” he said at a news conference in São Paulo. “These are not expenses paid to someone who is going to leave with the money. It’s generating taxes, jobs and so on. It is, without a doubt, an injection of blood in the economy.”
At Francis’ request, the original itinerary prepared for Benedict has been expanded to include a visit to Aparecida, site of Brazil’s biggest shrine to the Virgin Mary. It was also there, during a visit by Benedict in 2007, that Francis, then Cardinal Jorge Mario Bergoglio, scored a personal triumph by presiding over the writing of an important policy document that was presented to the pope on behalf of the Latin American Episcopal Conference.
The document emphasized social justice and evangelization, an issue that remains critical to the Brazilian church, even more than in the rest of Latin America. When John Paul made the first visit by a pope to Brazil, in 1980, nearly 90 percent of the population considered itself Catholic; by the 2010 census, that had fallen to under two-thirds, with the number of Brazilians calling themselves Protestants rising to 22 percent from 6 percent during the same period.
The situation here in Rio underscores the growing challenge to the Catholic church. According to census data, the growth of evangelical Protestantism, secularism and African-Brazilian faiths like candomblé has been so pronounced that Catholics no longer constitute a majority of the population in Rio de Janeiro State.
“No one in the Catholic leadership is going to say there is competition with the evangelicals, but that’s clearly a motivation for this event,” said Clemir Fernandes, a researcher at the Institute for the Study of Religion here. “The evangelicals have a lot of TV and radio exposure in Brazil, but a pope’s visit gets a lot of positive media coverage. That’s good for the church and, by strengthening belief among those already belonging to the faith, can perhaps help stem the erosion.”

quinta-feira, 11 de julho de 2013

Passou bem o seu 11 de Julho, caro leitor? O Brasil e os brasileiros passaram mal...

O Brasil já era um país sem lei, sem ordem, sem moral e sem ética, bem antes da atual onda de protestos.
Agora apenas foi oficializada a quebra da ordem institucionalizada, ou seja, sindicatos e outras máfias organizadas podem, se desejarem, paralisar o país e atrapalhar a vida de milhões de outros brasileiros honestos e trabalhadores, e isso com a colaboração ativa do próprio governo...
Um dia isso teria de ocorrer. Já está ocorrendo...
Mas não se preocupe, pois ainda não estamos na reta final dos protestos. Por enquanto tudo isso é esporádico, quase ameno. Vai ficar pior, tenha certeza...
Paulo Roberto de Almeida





Le 11 Juillet 2013 à 20h par Lucas Roxo



L'appel à la grève générale des syndicats a été entendu un peu partout au Brésil, ce jeudi après-midi. La mobilisation varie énormément d'une ville à l'autre, mais 18 Etats et plus de 80 autoroutes ont été paralysés. Le rassemblement recense toutefois, pour l'instant, moins de monde que les manifestations de juin.



Ce jeudi au Brésil, près de 18 Etats se sont réveillés avec leurs transports paralysés et leurs rues pleines de manifestants. La "Journée nationale de la lutte", organisée par les syndicats, a réussi son pari.
18 villes bloquées, 80 autoroutes paralysées
Les manifestations sont encore en cours, mais un premier bilan peut être dressé. Si le nombre de manifestants est moins important qu'au mois de juin, la mobilisation touche l'ensemble du pays et les moyens d'actions mis en oeuvre sont originaux. 
Sao Paulo, Rio de Janeiro, Manaus, Brasilia... Toutes les grandes villes ont été touchées. Les préfectures ont essayé de limiter les dégâts : à Sao Paulo, où les embouteillages sont un véritable fléau, les syndicats avaient promis de ne pas bloquer aux heures de pointe. 
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— OEM (@OEMenlinea) July 11, 2013

Aus Brasilien: os protestos brasileiros no Der Spiegel

Corruption and Graft: Brazil Rushes Headlong into Popular Revolt

By Matthias Matussek in Rio de Janeiro
Photo Gallery: Marching towards Democracy in BrazilPhotos
Felipe Dana / AP / DPA
Brazil has experienced an economic awakening in recent years, but democracy has had to race to catch up. With political corruption widespread, protests have spread across the country, exposing an enraged middle class.
The Brazilian democracy was born in the days when Brazilian football was dying. It makes for a tempting lead, but it's only half true. The Seleção, Brazil's national team, actually played better than expected in the Confederation Cup, a dress rehearsal for the World Cup. But Brazilian football also has an easier time of it than democracy. It has rules it has to comply with, and the results are clear. Democracy, on the other hand, is an endless series of trial-and-error, and the rules are constantly changing.
One rule stands out above all others at the moment in Leblon-Ipanema, the most expensive piece of real estate in Rio de Janeiro if not in all of Brazil. Protesters have set up their tents in front of the governor's mansion and they are being asked to stick to the allotted speaking time, a Brazilian version of the Occupy movement. Three minutes, says Bruno, who runs the stopwatch. But then he promptly ignores it.
Over the cliffs, at the end of the bay, the lights of Favela Vidigal are scattered like stardust and a soft breeze is blowing in from the sea. The pungent smell of churrasco wafts over from a food stand. But in front of the tents, people are deeply engaged in heated debates -- just as they are across the country. Brazil has awakened, and the people are demanding to be heard.
In this particular case, the people consist of a few art students, a handful of housewives and some retirees. Luiza, for example, is a jazz singer who lives in the nouveau-riche Barra neighborhood, Bárbara writes poetry and her parents are professors, and Jair, a Rasta from Bahia, swears he will "die for the cause." Everyone applauds enthusiastically, and yet no one knows yet what exactly they are demanding. Formulating those demands is the objective of this group, which they call "Aquárius."
Everyone is given a chance. Young fireman Álvaro, for example, was confined for a few days during the protests, which began in earnest in mid-June, to the Bangu 1 maximum-security prison along with 13 other firefighters. He is demanding to be rehired. He also wants better pay and training for the military police.
'You Can't Educate All of Humanity'
What? The others are astonished. Álvaro explains his remark, saying that better education makes for better people.
"But you can't educate all of humanity. That would take years," Sylvia, a housewife, interjects.
There is a heated argument before the group continues to the next item. Rodrigo says that something ought to be done about the recurring floods in the interior. Lúcio wants the homeless to be allowed to return to the empty buildings from which they were expelled. Retiree Rentao is mainly interested in eating bananas and takes a third while old Lourdes from Vidigal wants her house to be repaired, because the neighbor damaged an exterior wall during a renovation project.
Most of all, though, they want the governor to finally explain why the government is spending so much money to renovate Maracanã Stadium. Officials had initially promised that not a single real of taxpayer money would be spent. By now, though, the government has pumped hundreds of millions into the project.
As the grievances add up, one thing becomes exceedingly clear: Democracy is difficult. But the people gathered do agree on one thing: Football is the opium of the people, a sign of immaturity. "If the Seleção stops by in their bus, don't allow yourselves to be distracted," says Bruno sarcastically.
It is not without irony that the popular uprising is taking advantage of a Brazilian football festival. Certainly it also has something to do with the arrogance of FIFA officials, who enjoy themselves around the shimmering pool at the Copacabana Palace. It is enough to remind one of everything that is bad about football: corruption, waste and cynicism.
Vast and Angry
But spending billions for stadiums that no one needs, just to make Brazil look good? Equally questionable is the construction of a stadium in Manaus, deep in the Amazon rain forest, a city without a first-division football club and a place where it is so hot that asphalt melts. The administration of former President Luiz Inácio Lula da Silva decided that almost every Brazilian state should have its own stadium, and the government provided generous funding for the effort -- instead of spending the money on schools, roads and hospitals.
The protests this summer, vast and angry, is the Brazilian parallel to the 2011 Arab spring. It is a leaderless movement organized through social networks, which is its strength. It may not be able to shape politics, but it can certainly exert pressure. It can mobilize the street.
It began in São Paulo on June 6 with a march of only 500 people protesting against an increase in bus fares. Since then, however, it has grown into a conflagration of discontent. On June 17, 200,000 people protested in Rio de Janeiro, Belém and about 20 other cities, and by June 20 some 1.4 million protesters had taken to the streets in more than 120 cities. Protesters danced on the roof of the congress building in the capital Brasília, creating images that have since been broadcast around the world. They are the tour dates of a popular uprising that newspapers are presenting as proudly as they do the victories of the Seleção. The people are agitated, and the political world is afraid.
President Dilma Rousseff has felt that ire directly; she was booed during the opening of the Confed Cup in mid-June and her approval rating has plunged by 27 percentage points. In a hastily arranged televised address, she promised reforms and held out the prospect of a referendum. The bus fare increases were reversed, as was a scandalous draft law that would have given corrupt lawmakers immunity from prosecution. Some €19 billion ($26 billion) in new funding for public transportation was suddenly approved. And now the first corrupt lawmaker, who had managed to delay his trial by three years, has been arrested. The government has been literally tripping over itself recently in its hurry to answer to the people.
Out of Touch
On the other hand, almost 200 members of the National Congress are under investigation. One lawmaker, who is accused of murder, allegedly dismembered his political rival with a chainsaw. Another moved $10 million earmarked for a road construction project to an overseas bank account. A third politician is thought to have ordered the abduction of three priests who had campaigned on behalf of the landless.
Today the Congress is probably the most despised institution in Brazil. The magazine Veja depicts it perched on the edge of a cliff, with lawmakers who look like rats falling into the abyss while demonstrators force their way into the building from the other side. "Brazil has perhaps never before been under the command of people who were quite as arrogant as Lula, Dilma Rousseff and the barons of the PT," writes Veja, in reference to Rousseff's party, the Partido dos Trabalhadores, or "Workers' Party."
In fact, the PT seems to be completely out of touch with reality. The bloated government bureaucracy, with its 39 ministries, consumes €100 billion a year. Rousseff spends €214 each time she visits the hairdresser. Why, people want to know? Has her hair turned to gold since she became president?
At a posh dinner party in the hills of the Jardim Botânico, constitutional law expert Carlos Bolonha bends over his crystal glass and explains how unfeasible the referendum announced by Rousseff is -- and how it would be tantamount to a top-down coup d'état. Venezuela's former left-wing populist president, Hugo Chavez, often used referendums to solidify his power.
These are hard times for the PT. It is in a glass house and cannot be throwing stones. Although the left, the traditional voice of the people, is in power, this traditional alliance has been shattered and trust gambled away since the Lula administration was involved in a bribery scandal. And trust was always its greatest asset.
Part 2: Returning to Real Life
Now people in the streets are saying that everyone in government is a thief, regardless of his or her party affiliation. Brazilians today are faced with a fundamental breach of trust. A new civil society is defending itself against the very principle of politics, against representation by political parties. They are trying to protect themselves against institutional corruption.
The country's traditional amusements -- football, Samba and Carneval -- are too frivolous for this summer's mood. The dinner-party hostess, a professor, is calling for a modern-day storming of the Bastille. A young businessman is talking about high taxes and the few services that the government provides in return. They all agree that Brazil, a giant and powerful economic engine, has gained momentum in recent years, but that the tracks are rotten, the signal towers are outdated and the personnel is from the era of feudalism.
And it is true. In the gridlocked downtown areas of Rio or São Paulo, cars travel at the speed of horse-drawn carriages, about 18 kilometers per hour (11 mph). Perhaps the country is not going through a revolution, but rather a crisis of modernization.
A doctor with a white beard quotes a saying he saw at a demonstration: "A truly developed country is not one in which the poor have cars, but one in which everyone can use public transportation." As it happens, the overcrowded buses on the torn-up streets of Rio feel like prisoner transports.
The view of the sea from the heights of the coastal road Avenida Niemeyer is achingly beautiful. Volleyball teams are playing on Ipanema Beach below, in front of the Occupy camp. Marcus at the kiosk up here on the avenue is playing the classic song "País Tropical," while an old woman sings along. Is this Brazil disappearing? Is this Brazil suddenly wrong?
Sick to Death of Their Clichés
No. It's just that the patronizing grins that accompanied this aspect of Brazilian folklore in the past have disappeared. Nowadays Brazilians are sick to death of their own clichés.
In Favela Vidigal, a few curves down the road, just across from the Sheraton Hotel where the Seleção is staying, visitors are greeted by an adage, in black on turquoise-colored tiles: "All people are naturally inclined to seek the path to goodness. Everyone is naturally endowed with the same rights." The author is identified as Aristotle.
Pathos and idealism are as much a part of Brazil's sentimental propaganda as its cynical politicians. Such rhetoric is supposed to provide encouragement to those in the slums. There may not be a decent wastewater system, but pure morals -- so goes the message -- are more important.
For several years, however, there has been a different antidote to the misery. The UPP, or neighborhood police. They are responsible for security on what was once one of the most violent hills in Rio. Since the elite troops of the BOPE ended the reign of "Comando Vermelho" and drove out the drug bosses, the hill has become appealing to the middle class. Speculators are buying up property in an area where the views are simply irresistible.
Some graffiti from the old days can still be seen on a wall, depicting one of the drug bosses as a capitalist with a cigar. Now the boss is in prison -- and the boys playing with a couple of fighting dog puppies on the walled football pitch have a low opinion of the police officers who patrol the area with their assault rifles.
The Culture of Jeitinho
"Maybe it's become safer for the tourists and the speculators, but nothing has changed for us," says Felipe, who is dabbing at a bloody nose one of the dogs just gave him. The bosses are gone, says Felipe, but it's still easier to get drugs than bread. Okay, he says, it has become quieter. In the past, snitches were burned to death using car tires. But aside from that?
UPP police officers are frequently rotated so as to avoid corruption. But Felipe doesn't believe the strategy works. Everything will go back to the way it was after the World Cup, he says. Theft isn't just a fact of life at the Congress in Brasília. Everyone takes part in "jeitinho," or the culture of official corruption, and everyone takes his cut.
Marco Túlio Zanini, a young man with a business degree, took a closer look at the BOPE units. In a highly regarded study, he concluded that the special forces troops, -- heavily armed soldiers with a crest consisting of pistols crossed in front of a skull -- are inspired by ideals. "They don't do their jobs for money, they see themselves as missionaries," he says. Devotion, self-sacrifice, esprit de corps. Perhaps it's the only government institution of which that can be said -- yet another indication as to just how far the situation in Brazil has deteriorated.
Still, BOPE has cleaned up in the city under the leadership of Rio's security chief José Mariano Beltrame, an outsider who owed nothing to nobody. Beltrame is clean, and so are his men, says Zanini.
Zanini focuses on the subject of trust, in both business and politics. The last article he published was called "Leadership through Values." But he believes that values have been compromised in recent years as everybody has tried to benefit from the country's economic upturn. And he believes that Lula's leftist party of economic miracles, PT, is to blame.
Exercises in Democratic Awareness
"One can only hope that the protests will continue, because they are an expression of civil society," says Zanini -- important exercises in democratic awareness.
The demonstrations are continuing. Some 6,000 military police gathered to provide security for the Confed Cup final in front of the Maracanã Stadium in early July. There was concern that a few militants would be among the protesters. But the middle class, in particular, has been showing, with its largely peaceful protests, that it wants more than refrigerators and cars. Instead, it wants the rights of a civil society, which include public services in return for taxes paid: a decent healthcare system, roads, public transportation and schools.
Ironically, it was the governing Workers' Party that believed stimulating consumption would be enough. But now the economic miracle is waning. According to the daily newspaper O Globo, government debt is higher than it's been in 18 years, Petrobas, the largely state-owned oil company, is practically bankrupt, and inflation is rising. The people are afraid.
But nothing has moved the public in recent years as much as the "Mensalão" scandal, a criminal operation that, together with the governing PT and government-owned businesses, had bribed several lawmakers to push large, lucrative projects through the Congress.
In a fiery speech, Joaquim Barbosa, appointed to the country's highest court by Lula, demanded that it was time to clean out the pigsty. Barbosa has been celebrated as a hero since then, as someone who stands for the values of democracy. People are saying that he would be elected immediately if he ran for office. By now, 74 percent of Brazilians want those behind the bribery scandal go to prison immediately.
Who Wins?
No one from the Occupy tents in Ipanema watched as the Seleção ran onto the pitch in Maracanã Stadium for the finale. Only Jair, the Rasta who wanted to die for his cause, suddenly defected.
There are only two kiosks with TV sets on the Copacabana. At the "Sindicato," on the other hand, a churrascaria on the esplanade, a few dozen fans have gathered. They have hardly had a chance to sit down when Fred, the country's newest football hero, pushes his way into the Spanish team's penalty area and scores an unlikely goal while lying on the grass. Neymar's second goal is spectacular, and the cheering gets louder. The Brazilians are playing well, a lean, imaginative and fast game. They have put the football world on notice that they are back. Once the 3:0 win is complete, the audience is on its feet, cheering frenetically. Football still works in Brazil.
But real life returned as soon as the game has ended.
This is especially true of the endless process of Brazilian democracy. The country's labor unions, which include most PT members, organized yet another day of strikes and marches on Thursday. Brazil's Workers' Party is mobilizing against itself at the moment, so as to resume its position of leadership.
All that remains is to see who wins.
Translated from the German by Christopher Sultan

Os surdos e os cegos, mas nao mudos, apenas incoerentes - Luciano Trigo, Reynaldo Rocha, Antonio Machado de Carvalho

LUCIANO TRIGO
Globo, 11/07/2013

A crise que o país atravessa desde a eclosão dos primeiros protestos contra o aumento das passagens de ônibus tem três componentes articulados: 1 ─ A sociedade quer transporte, saúde e educação de qualidade, pois ela paga caro por isso, por meio dos impostos, e não recebe em troca serviços públicos à altura. Simples assim. A sociedade não pediu nas ruas reforma política, nem plebiscito para eliminar suplente de senador.

2 ─ A sociedade quer o fim da impunidade, pois está cansada de ver corruptos soltos debochando de quem é honesto, mesmo depois de condenados.
Acrescentar o adjetivo hediondo à corrupção de pouco adianta se deputados e ministros continuam usando aviões da FAB para passear e se criminosos estão soltos, alguns até ocupando cargos de liderança ou participando de comissões no Congresso.
3 ─ A sociedade quer estabilidade econômica: para a percepção do cidadão comum, os 20 centavos pesaram como mais um sinal de que a economia está saindo do controle. A percepção do aumento da inflação é crescente em todas as classes sociais; em última análise, este será o fator determinante dos rumos da crise a médio prazo, já que não há discurso ou propaganda que camufle a corrosão do poder de compra das pessoas, sobretudo daquelas recentemente incorporadas à economia formal.
Esses problemas não são de agora, nem responsabilidade exclusiva dos últimos governos. Mas o que se espera de quem está no poder é que compreenda que a melhor maneira de reconquistar o apoio perdido é dar respostas concretas e rápidas às demandas feitas nas ruas (e não a demandas que ninguém fez). Não é isso que vem acontecendo: todas as ações da classe política parecem movidas pela tentativa de tirar proveito da situação e desenhadas para que tudo continue como está.
É bom que se diga que não são somente os políticos que espantam pela surdez diante dos gritos coletivos de irritação e impaciência, dos protestos que não têm dono nem liderança. A julgar pelo que se viu em algumas mesas da Flip, muitos intelectuais também se entregam com facilidade à tentação leviana e arrogante de transformar a crise não em oportunidade para um debate consequente, mas em pretexto para oportunistas e demagógicas tentativas de embutir suas próprias agendas secretas e pautas obscuras nas bandeiras das manifestações populares: a tal “crise de representação”, por exemplo, se transformou em escudo para as propostas mais escalafobéticas, envolvendo extinção dos partidos e uma suposta “democracia direta”.
Essa crise não será resolvida por palavras mágicas como “plebiscito” ou “reforma”, nem por manobras da velha política que fazem pouco caso da inteligência das pessoas, nem pela demonização da mídia, nem por espertezas toscas de bastidores, nem por tentativas de cooptação e de controle do movimento social, nem por frases de efeito.
As verdadeiras bandeiras da população que foi às ruas não têm nada a ver com guinadas à esquerda ou à direita, nem com palavras de ordem radicais ou fascistas, nem com a paranoia do golpismo. As verdadeiras bandeiras do grosso da população que foi às ruas têm a ver, isto sim, com um anseio urgente e definitivo por eficiência e ética na atuação de todos os políticos, de todos os partidos, de todos os poderes, de todas as esferas do poder. Aliás, todos são pagos para isso, com o nosso dinheiro.

Por que isso é tão difícil de entender?
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REYNALDO ROCHA, 11/07/2013

O Brasil é uma peça de Ionesco. Estamos vendo uma encenação política de A Cantora Careca. É o teatro do absurdo. Os personagens pouco dizem de lógico. O absurdo é o centro da trama. Assim é o Brasil lulopetista.

Não ouvem. Quando acreditam ter ouvido, confundem o português com o búlgaro clássico. E respondem em mandarim.
A plateia  fica abismada com o que ouve e não entende. Seria o teatro do absurdo elevado à enésima potência, se os autores ao menos soubessem escrever.
Queremos o fim da corrupção? Eles respondem com uma proposta de constituinte chavista.
Exigimos melhor educação? Eles propõem um plebiscito para financiarmos as campanhas de Collor e Renan. Nada mais didático.
Exigimos saúde? Eles criam o serviço civil obrigatório para que ministérios petistas aparelhados possam negociar para qual cidade mandar o médico em formação, a partir de módicas contribuições partidárias derivadas dos melhores locais. Se houver recusa, não há diploma! Assim como pilotos da FAB são obrigados a transportar renans a casamentos e esperar até de madrugada pelo fim da festa, agora serão os médicos que deverão ─ por dois anos ─ atender onde os petistocratas definirem o local.
A inconstância partidária dos políticos de aluguel nos agride? Eles propõem que deixemos com eles ─ pela lista fechada ─ a escolha de quem deve nos representar.
É ou não um absurdo? Teatro, sabemos que é.
Ionesco não era surdo. Era iconoclasta e revolucionário.
Os petistas também não são surdos. São hipócritas e desonestos.
O absurdo não os une. Um era arte, outro é somente delírio ditatorial.
Dilma sequer é personagem cômica. É algo indefinível. Tenta ser amável humilhando a todos. Acredita ser simpática portando-se como guarda de presídio nazista. Tem a simpatia das hienas. O carisma da personagem que entra muda em cena e sai calada. A subserviência ao dono que nem mesmo os romanos tinham com os imperadores.
Lula é um personagem à procura de um autor. Só tem a fixação de ser menor ─ sempre ─ em relação a quem mais admira. E tem a certeza que tudo o que fizer será perdoado, como um ébrio em peça de Nelson Rodrigues.
O teatro tem palco e plateia fiel. Um tipo de espectador diferente: o que não paga para ver a peça. Recebe para bater palmas.
Nesse aspecto, mais parece plateia de desfile na Alemanha hitlerista. Só que movida a tubaína, sanduíche e algum dinheiro vivo.
Os mais importantes não recebem o ajutório dentro do ônibus contratado para levar o coro dos felizes para a plateia do show. Já receberam na boca do caixa oficial.
É ou não é um absurdo? Sem nada de teatral.
Nesta quinta-feira, dia 11 de julho, veremos esta plateia pronta para aplaudir qualquer absurdo que venha a ser encenado.
E não será teatro.
É a distância do Brasil real do picadeiro barato que o lulopetismo imaginou ter transformado o Brasil. Onde além do palco, existem palhaços na plateia.
De novo, estão errados.
Ionesco era um gênio.
Lula e Dilma testam até onde vai a ignorância humana.

É mesmo um absurdo!
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ANTÔNIO MACHADO DE CARVALHO
O Tempo, 10/07/2013

Dona Dilma entrou em delírio. Incapaz de perceber que seu governo acabou, quer nos fazer crer que ainda mantém a iniciativa na condução política da nação. Ao se ler o teor de suas manifestações tem-se a impressão que ela acabou de ser eleita, que está assumindo agora a presidência da república. Teses as mais mirabolantes até são aceitáveis quando se está no início de mandato. Não agora, faltando pouco mais de 15 meses para as próximas eleições. Dizendo uma coisa hoje para abandoná-la amanhã; propondo encaminhamentos inconstitucionais rebatidos, de pronto, pelos Tribunais, pelo Congresso e pelos especialistas no assunto; correndo dentro do seu palácio igual barata tonta, para dar ares de comprometimento com as múltiplas e variadas demandas brotadas nas ruas, Dilma, enfim, está mais perdida que cachorro que caiu da mudança.

Se a história pretérita é interpretada a partir dos fatos presentes, tornam-se claras as razões que explicam a falência da lojinha de produtos de R$1,99 que ela abriu e gerenciou alguns anos atrás. O discernimento precário e a truculência no trato com as pessoas estão, certamente, na raiz dos resultados que ela colheu àquela época, e que se repetem nos dias de hoje.
Mas se não fez prosperar a lojinha de quinquilharias, dona Dilma se mostra muito sagaz no manejo de dinheiro público. Tanto é que pretende superar a invenção feita por seu criador, o co-presidente Lula, impondo ao Congresso Nacional mais que o mensalão: o super-mensalão! A tanto se resume sua ideia de jerico a respeito da reforma política, num suposto financiamento público das eleições.
Super-mensalão é querer que o dinheiro dos impostos seja repassado aos políticos para que banquem suas campanhas. Isso, na realidade, já ocorre há muito tempo. Basta ver os horários eleitorais gratuitos no período que antecede as eleições, bem como os repasses do Fundo Partidário. Sem falar, é claro, dos vultosos recursos que os sindicatos recebem e que são aplicados nas campanhas políticas, notadamente do PT, pela sua central sindical ─ a CUT; sem esquecer a contribuição cobrada pelos cargos ocupados da vibrante companheirada e, igualmente, do pedágio arrancado pelo MST de camponeses miseráveis, clientes da vasta cornucópia governamental, via Pronaf.
Dilma, no entanto, não está satisfeita. Dilma quer mais. Ela pensa em centenas de milhões de reais transferidos para figuras como Genoino, Delúbio, Dirceu, Maluf, Sarney, Calheiros e outros da mesma estirpe fazerem seu carnaval particular. Essa gente nem precisará mais se dar ao trabalho de desviar recursos públicos para financiar suas campanhas. Tudo já virá de maneira legal e organizada sob os olhos perplexos da nação. O super-mensalão vai se destinar, sobretudo, à gatunagem petista, dona da maior bancada na Câmara dos Deputados.

Não foi para isso que o povo brasileiro foi às ruas neste inesquecível mês de junho de 2013.”

domingo, 30 de junho de 2013

Tom Friedman on manifestations (NYT)

OP-ED COLUMNIST

Takin’ It to the Streets



THE former C.I.A. analyst Paul R. Pillar asked this question in a recent essay in The National Interest: Why are we seeing so many popular street revolts in democracies? Speaking specifically of Turkey and Brazil, but posing a question that could be applied to Egypt, Israel, Russia, Chile and the United States, Pillar asks: “The governments being protested against were freely and democratically elected. With the ballot box available, why should there be recourse to the street?”
It is an important question, and the answer, I believe, is the convergence of three phenomena. The first is the rise and proliferation of illiberal “majoritarian” democracies. In Russia, Turkey and today’s Egypt, we have seen mass demonstrations to protest “majoritarianism” — ruling parties that were democratically elected (or “sort of” in Russia’s case) but interpret their elections as a writ to do whatever they want once in office, including ignoring the opposition, choking the news media and otherwise behaving in imperious or corrupt ways, as if democracy is only about the right to vote, not rights in general and especially minority rights.
What the protesters in Turkey, Russia and Egypt all have in common is a powerful sense of “theft,” a sense that the people who got elected are stealing something more than money: the people’s voice and right to participate in governance. Nothing can make a new democrat, someone who just earned the right to vote, angrier.
Here is what the satirist Bassem Youssef, the Jon Stewart of Egypt, wrote in the Egyptian daily Al Shorouk last week, on the first anniversary of the election of President Mohamed Morsi of the Muslim Brotherhood’s party: “We have a president who promised that a balanced constituent assembly would work on a constitution that everyone agrees on. We have a president who promised to be representative, but placed members of his Muslim Brotherhood in every position of power. We have a president and a party that broke all their promises, so the people have no choice but to take to the streets.”
A second factor is the way middle-class workers are being squeezed between a shrinking welfare state and a much more demanding job market. For so many years, workers were told that if you just work hard and play by the rules you’ll be in the middle class. That is just not true anymore. In this age of rapid globalization and automation, you have to work harder, work smarter, bring more innovation to whatever job you do, retool yourself more often — and then you can be in the middle class. There is just so much more stress on people in, or aspiring to be in, the middle class, and many more young people wondering how they’ll ever do better than their parents.
Too few leaders are leveling with their people about this shift, let alone helping them navigate it. And too many big political parties today are just vehicles for different coalitions to defend themselves against change rather than to lead their societies in adapting to it. Normally, this would create opportunities for the opposition parties, but in places like Turkey, Brazil, Russia and Egypt the formal opposition is feckless. So people take to the streets, forming their own opposition.
In America, the Tea Party began as a protest against Republicans for being soft on deficits, and Occupy Wall Street as a protest against Democrats for being soft on bankers. In Brazil, a 9 cent increase in bus fares set off mass protests, in part because it seemed so out of balance when the government was spending some $30 billion on stadiums for the Olympics and the World Cup. Writing in The American Interest, William Waack, an anchorman on Brazil’s Globo, probably spoke for many when he observed: “Brazilians don’t feel like their elected representatives at any level actually represent them, especially at a time when most leaders fear the stigma of making actual decisions (otherwise known as leading). ... It’s not about the 9 cents.”
China is not a democracy, but this story is a sign of the times: In a factory outside Beijing, an American businessman, Chip Starnes, president of the Florida-based Specialty Medical Supplies, was held captive for nearly a week by about 100 workers “who were demanding severance packages identical to those offered to 30 recently laid-off employees,” according to Reuters. The workers feared they would be next as the company moved some production from China to India to reduce costs. (He was released in a deal on Thursday.)
Finally, thanks to the proliferation of smartphones, tablets, Twitter, Facebook and blogging, aggrieved individuals now have much more power to engage in, and require their leaders to engage in, two-way conversations — and they have much greater ability to link up with others who share their views to hold flash protests. As Leon Aron, the Russian historian at the American Enterprise Institute, put it, “the turnaround time” between sense of grievance and action in today’s world is lightning fast and getting faster.
The net result is this: Autocracy is less sustainable than ever. Democracies are more prevalent than ever — but they will also be more volatile than ever. Look for more people in the streets more often over more issues with more independent means to tell their stories at ever-louder decibels.