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segunda-feira, 10 de outubro de 2022

Guerra de agressão da Rússia contra a Ucrânia: Brasil do Bozo se abstém mais uma vez, na OEA

 Na OEA, Brasil não assina declaração contra invasão russa da Ucrânia


Na 52ª Assembleia Geral da organização, em Lima, país também se absteve em proposta de resolução que pretendia retirar credencial do representante do opositor venezuelano Juan Guaidó

Por AFP — Lima
06/10/2022 20h02  Atualizado 06/10

O Brasil, ao lado de países como México e Argentina, não assinou uma declaração de apoio à Ucrânia e condenação da invasão russa lida na Assembleia Geral da Organização dos Estados Americanos (OEA) que começou nesta quinta-feira em Lima, a capital peruana. A declaração, que não representa uma decisão da Assembleia, teve o apoio de 24 dos 34 países participantes, incluindo Peru, Chile, Colômbia, Equador, Uruguai e Estados Unidos.

Intitulado "Apoio contínuo ao fim da agressão russa na Ucrânia", o texto, apresentado pela Guatemala, declara a "condenação renovada e enérgica da invasão ilegal, injustificada e não provocada da Ucrânia". Além disso, ressalta a "imensa preocupação com a indiferença e desprezo por parte da Federação Russa às exortações da OEA para a retirada de suas forças militares da Ucrânia dentro de suas fronteiras reconhecidas internacionalmente".

— Reiteramos a urgência de acabar com essa invasão e buscar uma solução pacífica. Não podemos tolerar o intolerável, muito menos tolerar a guerra que tanto nos afetou — disse o ministro das Relações Exteriores da Guatemala, Mario Búcaro, ao apresentar o documento.

O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, saudou a aprovação da declaração no plenário:

— É crucial que estejamos unidos para condenar os referendos fraudulentos da Rússia como uma violação do direito internacional e rejeitar inequivocamente qualquer tentativa de anexar ilegalmente o território ucraniano — disse Blinken.

Na última sexta-feira, junto com China, Índia e Gabão, o Brasil, que atualmente ocupa uma cadeira não permanente no Conselho de Segurança da ONU, se absteve na votação de uma resolução que condenava a anexação de quatro províncias ucranianas, depois de referendos que foram considerados uma fraude por Kiev e seus aliados. A justificativa dada para o posicionamento brasileiro é que o texto não favorecia as negociações de paz entre as russos e ucranianos.

Em março, a OEA pediu o fim de possíveis "crimes de guerra" na Ucrânia e, em abril, suspendeu a Rússia como observador permanente do bloco, em uma votação na qual o Brasil se absteve. A assembleia anual da OEA começou nesta quarta-feira com um discurso em vídeo do presidente ucraniano Volodymyr Zelensky, que pediu aos países americanos que apoiassem seu país diante da invasão russa.

Caso venezuelano
Na reunião em Lima, um projeto de resolução para revogar as credenciais de Gustavo Tarre, indicado como representante da Venezuela pelo dirigente opositor Juan Guaidó, não conseguiu votos suficientes para entrar na agenda. A vaga foi entregue à oposição venezuelana em 2019, ano em que Guaidó, na época presidente da Assembleia Nacional, se autoproclamou "presidente interino" depois que a eleição de Nicolás Maduro para um segundo mandato não foi reconhecida por mais de 50 países.

O texto também pedia "considerar" que a Venezuela "deixou de ser membro da OEA em 27 de abril de 2019", prazo final para Caracas formalizar sua retirada da organização, notificada pelo governo de Maduro dois anos antes —o secretário-geral da OEA, Luis Almagro, disse na quarta-feira que o processo de saída não foi concluído por causa de dívidas de "alguns milhões de dólares" do país com a organização.

A iniciativa foi promovida por 11 países, liderados por Antígua e Barbuda, mas não conseguiu os 22 votos necessários para ser votada, correspondentes a dois terços dos participantes. Entre os 19 países que votaram a favor estavam Argentina, Bolívia, Colômbia, Chile, México, Honduras e a maioria das nações caribenhas. Quatro votaram contra — Canadá, Estados Unidos, Guatemala e Paraguai — e nove se abstiveram, incluindo o Brasil, apesar de o governo Bolsonaro ter reconhecido Guaidó como "presidente interino" e aceito as credenciais da embaixadora em Brasília nomeada por ele, María Teresa Belandria.

— Aqui hoje ninguém ganhou, a OEA perdeu. Perdeu sua credibilidade mais uma vez — disse o embaixador de Antígua e Barbuda, Ronald Sanders, afirmando que seu país no futuro não reconhecerá qualquer votação sobre qualquer questão que inclua um voto do representante de Guaidó.

Protestos da ultradireita
Do lado de fora do Centro de Convenções de Lima, onde ocorria a reunião, manifestantes da direita religiosa entoavam gritos contra o aborto e a "ideologia de gênero". "A OEA é ateia, quer você sem Deus e sem família", diziam os ativistas em rejeição a uma suposta "agenda progressista" da assembleia.

Na segunda-feira, em frente ao prédio do Congresso peruano, um caminhão estava estacionado com a placa "OEA: as mulheres são definidas pela biologia, não pela ideologia". A polêmica vem desde julho, quando o Congresso peruano, de maioria de direita, se recusou a aprovar a instalação de banheiros não binários (para os dois sexos) no local em que a Assembleia Geral seria realizada.

Há alguns anos, eram movimentos de esquerda que protestavam contra a OEA, acusando-a de ser um instrumento dos Estados Unidos, país que contribui com mais de 50% de seu orçamento anual.

quinta-feira, 9 de setembro de 2021

As MENTIRAS da Declaração presidencial - Jair Bolsonaro (ARGH!) e Paulo Roberto de Almeida

 Meus comentários a esse estrupício de Declaração. Não posso acreditar que o homem das mesóclises tenha sido o redator dessa carta. Não é possível: se foi ele, piorou muito.

Paulo Roberto de Almeida

 

Declaração à Nação

 

No instante em que o país se encontra dividido entre instituições é meu dever, como Presidente da República, vir a público para dizer:

1. Nunca tive nenhuma intenção de agredir quaisquer dos Poderes. A harmonia entre eles não é vontade minha, mas determinação constitucional que todos, sem exceção, devem respeitar. 

MENTIRA!

2. Sei que boa parte dessas divergências decorrem de conflitos de entendimento acerca das decisões adotadas pelo Ministro Alexandre de Moraes no âmbito do inquérito das fake news. 

O Ministro Moraes não tem nenhum problema de entendimento.

3. Mas na vida pública as pessoas que exercem o poder, não têm o direito de “esticar a corda”, a ponto de prejudicar a vida dos brasileiros e sua economia. 

QUEM ESTICOU A CORDA É QUEM ASSINA ESTA NOTA.

4. Por isso quero declarar que minhas palavras, por vezes contundentes, decorreram do calor do momento e dos embates que sempre visaram o bem comum. 

MENTIRA! NUNCA VISARAM O BEM COMUM, só o interesse do próprio.

5. Em que pesem suas qualidades como jurista e professor, existem naturais divergências em algumas decisões do Ministro Alexandre de Moraes. 

Não adianta elogiar agora; pode dizer quais são as “naturais divergências”.

6. Sendo assim, essas questões devem ser resolvidas por medidas judiciais que serão tomadas de forma a assegurar a observância dos direitos e garantias fundamentais previstos no Art. 5º da Constituição Federal. 

É o que faz o Ministro Moraes.

7. Reitero meu respeito pelas instituições da República, forças motoras que ajudam a governar o país. 

MENTIRA! Não tem respeito nenhum.

8. Democracia é isso: Executivo, Legislativo e Judiciário trabalhando juntos em favor do povo e todos respeitando a Constituição. Até agora o autor da Nota não o fez.

9. Sempre estive disposto a manter diálogo permanente com os demais Poderes pela manutenção da harmonia e independência entre eles. 

MENTIRA!

10. Finalmente, quero registrar e agradecer o extraordinário apoio do povo brasileiro, com quem alinho meus princípios e valores, e conduzo os destinos do nosso Brasil

Essa mensagem se destina à sua tropa!

DEUS, PÁTRIA, FAMÍLIA

Jair Bolsonaro

Presidente da República federativa do Brasil

 

 

terça-feira, 4 de julho de 2017

4th of July 1776: the Declaration of the Independence of the United States of America

As simple as that: 241 years ago, representatives of the 13 then "colonies"...
IN CONGRESS, JULY 4, 1776
The unanimous Declaration of the thirteen united States of America
 
When in the Course of human events it becomes necessary for one people to dissolve the political bands which have connected them with another and to assume among the powers of the earth, the separate and equal station to which the Laws of Nature and of Nature's God entitle them, a decent respect to the opinions of mankind requires that they should declare the causes which impel them to the separation.
We hold these truths to be self-evident, that all men are created equal, that they are endowed by their Creator with certain unalienable Rights, that among these are Life, Liberty and the pursuit of Happiness. — That to secure these rights, Governments are instituted among Men, deriving their just powers from the consent of the governed, — That whenever any Form of Government becomes destructive of these ends, it is the Right of the People to alter or to abolish it, and to institute new Government, laying its foundation on such principles and organizing its powers in such form, as to them shall seem most likely to effect their Safety and Happiness. Prudence, indeed, will dictate that Governments long established should not be changed for light and transient causes; and accordingly all experience hath shewn that mankind are more disposed to suffer, while evils are sufferable than to right themselves by abolishing the forms to which they are accustomed. But when a long train of abuses and usurpations, pursuing invariably the same Object evinces a design to reduce them under absolute Despotism, it is their right, it is their duty, to throw off such Government, and to provide new Guards for their future security. — Such has been the patient sufferance of these Colonies; and such is now the necessity which constrains them to alter their former Systems of Government. The history of the present King of Great Britain is a history of repeated injuries and usurpations, all having in direct object the establishment of an absolute Tyranny over these States. To prove this, let Facts be submitted to a candid world.
He has refused his Assent to Laws, the most wholesome and necessary for the public good.
He has forbidden his Governors to pass Laws of immediate and pressing importance, unless suspended in their operation till his Assent should be obtained; and when so suspended, he has utterly neglected to attend to them.
He has refused to pass other Laws for the accommodation of large districts of people, unless those people would relinquish the right of Representation in the Legislature, a right inestimable to them and formidable to tyrants only.
He has called together legislative bodies at places unusual, uncomfortable, and distant from the depository of their Public Records, for the sole purpose of fatiguing them into compliance with his measures.
He has dissolved Representative Houses repeatedly, for opposing with manly firmness his invasions on the rights of the people.
He has refused for a long time, after such dissolutions, to cause others to be elected, whereby the Legislative Powers, incapable of Annihilation, have returned to the People at large for their exercise; the State remaining in the mean time exposed to all the dangers of invasion from without, and convulsions within.
He has endeavoured to prevent the population of these States; for that purpose obstructing the Laws for Naturalization of Foreigners; refusing to pass others to encourage their migrations hither, and raising the conditions of new Appropriations of Lands.
He has obstructed the Administration of Justice by refusing his Assent to Laws for establishing Judiciary Powers.
He has made Judges dependent on his Will alone for the tenure of their offices, and the amount and payment of their salaries.
He has erected a multitude of New Offices, and sent hither swarms of Officers to harass our people and eat out their substance.
He has kept among us, in times of peace, Standing Armies without the Consent of our legislatures.
He has affected to render the Military independent of and superior to the Civil Power.
He has combined with others to subject us to a jurisdiction foreign to our constitution, and unacknowledged by our laws; giving his Assent to their Acts of pretended Legislation:
For quartering large bodies of armed troops among us:
For protecting them, by a mock Trial from punishment for any Murders which they should commit on the Inhabitants of these States:
For cutting off our Trade with all parts of the world:
For imposing Taxes on us without our Consent:
For depriving us in many cases, of the benefit of Trial by Jury:
For transporting us beyond Seas to be tried for pretended offences:
For abolishing the free System of English Laws in a neighbouring Province, establishing therein an Arbitrary government, and enlarging its Boundaries so as to render it at once an example and fit instrument for introducing the same absolute rule into these Colonies
For taking away our Charters, abolishing our most valuable Laws and altering fundamentally the Forms of our Governments:
For suspending our own Legislatures, and declaring themselves invested with power to legislate for us in all cases whatsoever.
He has abdicated Government here, by declaring us out of his Protection and waging War against us.
He has plundered our seas, ravaged our coasts, burnt our towns, and destroyed the lives of our people.
He is at this time transporting large Armies of foreign Mercenaries to compleat the works of death, desolation, and tyranny, already begun with circumstances of Cruelty & Perfidy scarcely paralleled in the most barbarous ages, and totally unworthy the Head of a civilized nation.
He has constrained our fellow Citizens taken Captive on the high Seas to bear Arms against their Country, to become the executioners of their friends and Brethren, or to fall themselves by their Hands.
He has excited domestic insurrections amongst us, and has endeavoured to bring on the inhabitants of our frontiers, the merciless Indian Savages whose known rule of warfare, is an undistinguished destruction of all ages, sexes and conditions.
In every stage of these Oppressions We have Petitioned for Redress in the most humble terms: Our repeated Petitions have been answered only by repeated injury. A Prince, whose character is thus marked by every act which may define a Tyrant, is unfit to be the ruler of a free people.
Nor have We been wanting in attentions to our British brethren. We have warned them from time to time of attempts by their legislature to extend an unwarrantable jurisdiction over us. We have reminded them of the circumstances of our emigration and settlement here. We have appealed to their native justice and magnanimity, and we have conjured them by the ties of our common kindred to disavow these usurpations, which would inevitably interrupt our connections and correspondence. They too have been deaf to the voice of justice and of consanguinity. We must, therefore, acquiesce in the necessity, which denounces our Separation, and hold them, as we hold the rest of mankind, Enemies in War, in Peace Friends.
We, therefore, the Representatives of the united States of America, in General Congress, Assembled, appealing to the Supreme Judge of the world for the rectitude of our intentions, do, in the Name, and by Authority of the good People of these Colonies, solemnly publish and declare, That these united Colonies are, and of Right ought to be Free and Independent States, that they are Absolved from all Allegiance to the British Crown, and that all political connection between them and the State of Great Britain, is and ought to be totally dissolved; and that as Free and Independent States, they have full Power to levy War, conclude Peace, contract Alliances, establish Commerce, and to do all other Acts and Things which Independent States may of right do. — And for the support of this Declaration, with a firm reliance on the protection of Divine Providence, we mutually pledge to each other our Lives, our Fortunes, and our sacred Honor.