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quarta-feira, 10 de julho de 2013

Cenário economico mundial preocupante; para o Brasil "desesperante"? - Editorial Estadao

Cenário ruim, Brasil pior

10 de julho de 2013 | 2h 09
Editorial O Estado de S.Paulo
O Brasil deixou de ser um gigante adormecido e tornou-se um gigante emperrado, impedido de crescer mais rapidamente pela qualidade baixa de sua política econômica. O contraste cada vez mais sensível entre a economia brasileira e a de outros países emergentes foi ressaltado mais uma vez na revisão das projeções globais do Fundo Monetário Internacional (FMI). A economia mundial deverá crescer 3,1% neste ano e 3,8% no próximo - 3,3% e 4% no panorama divulgado há três meses. De novo o mundo será rebocado principalmente pelos países emergentes e em desenvolvimento, embora a expansão deste grupo (5% em 2013 e 5,4% em 2014) deva ser menor do que a projetada há três meses. A piora nas previsões para o Brasil foi bem mais acentuada, de 3% para 2,5% e de 4% para 3,2%.
Os números ainda são pouco maiores que os coletados na semana passada pelo Banco Central (BC) em consulta a cerca de uma centena de instituições financeiras e consultorias: 2,34% e 2,8%. O próprio BC já diminuiu de 3,1% para 2,7% o crescimento estimado por seus economistas para este ano.
Todos os grupos de países terão, segundo as novas contas, desempenho pior que o previsto no Panorama da Economia Mundial divulgado em abril, na reunião de primavera do FMI. Os emergentes da Ásia, incluídos China e Índia, também deverão crescer pouco menos do que se calculava. Agora se prevê para a China, a locomotiva mais dinâmica de um mundo em crise, um crescimento igual ao do ano passado, de 7,8%. A pior perspectiva continua sendo a da zona do euro: mais um ano de recessão. Agora se estima para 2013 uma contração de 0,6%, pouco menor que a do ano passado, quando o produto bruto do bloco encolheu 0,8%.
A melhor novidade no mundo rico é a recuperação, lenta, mas aparentemente firme, da economia americana, com expansão prevista de 1,7% neste ano e de 2,7% em 2014. Os dados de emprego e de investimento têm alimentado algum otimismo em relação aos Estados Unidos, apesar do aperto fiscal. Uma política mais expansionista poderia ser adotada, se governo e oposição chegassem a um acordo sobre o ritmo de ajuste da economia e sobre os critérios de cortes de gastos.
De toda forma, novos números positivos deverão funcionar como senha para o Fed, o banco central americano, iniciar a redução dos estímulos monetários ao crescimento. Nesse caso, todos terão de se ajustar a um ambiente financeiro internacional menos favorável, com menor oferta de recursos. A mera perspectiva de mudança na política do Fed já causou agitação nos mercados cambiais, com valorização do dólar e sinais de maior dificuldade para o financiamento das economias emergentes.
O Brasil já foi afetado por essas alterações no cenário financeiro. Também tem sido prejudicado, como todos os demais países, pela estagnação econômica no mundo rico e, de modo especial, pela desaceleração da economia chinesa. Mas a maior parte dos problemas do Brasil é de fabricação própria, embora o discurso oficial tenda a culpar o resto do mundo, principalmente os países ricos, pelos infortúnios brasileiros. Essa conversa, nesta altura, só pode convencer pessoas excepcionalmente mal informadas.
O Brasil, comentou nessa terça-feira o economista-chefe do FMI, Olivier Blanchard, deve estar muito próximo de seu limite de potencial de crescimento. Nenhum número foi citado, mas vários estudiosos, tanto brasileiros quanto estrangeiros, têm apontado um limite próximo de 3%.
A economia até poderá crescer mais que isso, mas o esforço acabará resultando em desajustes mais graves - maior inflação, maior déficit nas finanças públicas e maior buraco nas contas externas. Não se evitará essa armadilha com mais estímulos ao consumo, mas com mais controle fiscal e mais investimentos - na infraestrutura e na formação de mão de obra, exemplificou Blanchard. Ele repetiu uma recomendação bem conhecida e até agora desprezada pelo governo. O custo dessa teimosia deve ser evidente para todos.

sábado, 18 de maio de 2013

Deutsche Bank analisa as perspectivas economicas globais (2013)

Um excelente relatório analítico de conjuntura, e também de exame das crises financeiras em perspectiva global, comparada e histórica, por parte de economistas do Deutsche Bank.
Agradeço ao meu amigo André Eiras ter me chamado a atenção para este relatório.
Paulo Roberto de Almeida


Deutsche Bank Markets Research
Global Economics
Date: 15 May 2013
Global Economic Perspectives: Financial Crises: Past and Present 
Responsáveis:

Peter Hooper, Chief Economist
Michael Spencer, Chief Economist
Torsten Slok, Chief Economist
Thomas Mayer, Advisor


Sumário:

Financial crises seem to be as old as fractional reserve banking. They are different from pure asset price bubbles in that credit plays a major role. The costs of a financial crisis appear in two forms: (1) directly, in the form of costs for the government to fund the recapitalization or resolution of banks; and (2) indirectly, in the form of output losses.
„ The history of financial crises is long and not all events may have been properly recorded. However, reviews in the economic literature point to the credit cycle as the underlying cause of financial crises since the Middle Ages. Recent estimates of the costs of financial crises point to large output losses associated with these crises, reinforcing the view that policies should be directed towards avoiding credit booms and busts. The empirical evidence suggests that while output losses are larger in advanced economies, the direct fiscal costs of banking crises are lower than in
emerging economies.
„ Apart from Basle 3, the official response to the latest financial crises is reflected in the various plans advanced by Paul Volcker in the US, John Vickers in the UK, and Erki Liikanen in the euro area. All these plans have in common that they seek to separate the "risky" parts of the banking business from its "safe" parts. Proprietary trading (in fact, all trading) and investment banking activities are seen as "risky", while credit extension and deposit taking--the so-called traditional banking activities--are presumed to be relatively safe. However, as it should be clear from our historical review of financial crises, this is a grave error. The (admittedly porous) dividing line between more or less risky banking activities does not run vertically through financial institutions, separating capital markets related (presumably risky) from traditional (presumably safe) banking activities, but horizontally through banking activities according to the leverage employed in these activities.

Ler a íntegra neste link: