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quarta-feira, 15 de junho de 2016

Revista Brasileira de Política Internacional - 1/2016 - artigos disponíveis

Instituto Brasileiro de Relações Internacionais-IBRI

Revista Brasileira de Política Internacional - RBPI

Recebo, e divulgo, informação recebida do Instituto Brasileiro de Relações Internacionais (IBRI), do qual fui diretor em algum momento do século passado, relativamente ao novo, último número da Revista Brasileira de Política Internacional (RBPI), da qual, ao que parece, editor-adjunto (ou seja, um aspone ajudante de revisões, pareceres, notas e trabalhos diversos, todos não remunerados, a não ser prazer intelectual), como segue:

RBPI – VOL. 59 – NO. 1/2016

Ler o material neste link: http://www.ibri-rbpi.org/?p=15154

Aproveito para repostar as ementas de minha lista de trabalhos relativos a uma nota e a um quadro analítico que eu havia feito pelos 60 anos do IBRI, em 2014, e que se apoiam, basicamente, em artigos da RBPI ao longo desse período que se estende por mais de meio século. Os links devem, em princípio levar aos arquivos originais. Qualquer problema, podem me pedir em comentário.

1156. “Nota liminar sobre o Instituto Brasileiro de Relações Internacionais”, Editorial, com Antônio Carlos Lessa, para introduzir o número 2/2014 da RBPI. Publicado como “Os sessenta anos do Instituto Brasileiro de Relações Internacionais: Editorial – RBPI 2/2014”, Revista Brasileira de Política Internacional (vol. 55, n. 2/2014, p. 5-7; links: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_issuetoc&pid=0034-732920140002&lng=en&nrm=iso e http://ibri-rbpi.org/2014/12/31/editorial-rbpi-22014-os-sessenta-anos-do-instituto-brasileiro-de-relacoes-internacionais/); disponibilizado em Academia.edu (https://www.academia.edu/10092375/1156_Nota_liminar_sobre_o_Instituto_Brasileiro_de_Rela%C3%A7%C3%B5es_Internacionais_2014_). Relação de Originais n. 2725.

1155. “O Instituto Brasileiro de Relações Internacionais e a Revista Brasileira de Política Internacional: contribuição intelectual, de 1954 a 2014”, Meridiano 47 (vol. 15, n. 146, novembro-dezembro 2014, p. 3-18; ISSN: 1518-1219; link: http://periodicos.unb.br/index.php/MED/article/download/12508/8881; boletim completo, link: http://periodicos.unb.br/index.php/MED/article/view/12698/8880); reproduzido inicialmente em Mundorama (n. 88, 31/12/2014; ISSN: 2175-2052; link para o boletim: http://mundorama.net/2014/12/31/boletim-mundorama-no-88-dezembro2014/; link para o artigo: http://mundorama.net/2014/12/23/o-instituto-brasileiro-de-relacoes-internacionais-e-a-revista-brasileira-de-politica-internacional-contribuicao-intelectual-1954-a-2014-por-paulo-roberto-de-almeida/). Relação de Originais n. 2724.

Paulo Roberto de Almeida 
Brasília, 15 de junho de 2016

quarta-feira, 18 de novembro de 2015

Uma entrevista sobre o liberalismo e o mundo realmente existente - Paulo Roberto de Almeida

Transcrevo novamente minha entrevista ao IBRI-RBPI, tal como recebida recentemente por um desses envios "sorpresisticos" (como diria alguma mente privilegiada) a partir do vigilante trabalho editorial.
Está neste link: http://ibri-rbpi.org/2015/09/30/transformacoes-da-ordem-economica-mundial-do-final-do-seculo-19-a-segunda-guerra-mundial-entrevista-com-paulo-roberto-de-almeida/
Paulo Roberto de Almeida





Transformações da ordem econômica mundial, do final do século 19 à Segunda Guerra Mundial – Entrevista com Paulo R. de Almeida

Entre o final do século XIX e a metade do século XX, a economia mundial foi estruturalmente modificada. O modelo capitalista consolidou-se e, posteriormente, evoluiu, ganhando feições modernas e fundando a sociedade de consumo de massa. As inovações tecnológicas, que chegavam a literalmente assustar, e as inovações organizacionais resultaram em um aumento inédito (e inimaginável) da produtividade. O padrão ouro, pilar da estabilidade da ordem econômica mundial do século XIX, foi definitivamente abandonado, o que produziu grande volatilidade e insegurança. Em 1944, no entanto, surgiu o sistema Bretton Woods, em reação àquela instabilidade estrutural. Assim, foram estabelecidas instituições que, até hoje, ajudam a moldar a ordem financeiro-comercial: o Fundo Monetário Internacional, o Banco Mundial e o Acordo Geral de Tarifa e Comércio (GATT, na sigla em inglês). Por fim, nesse período, os Estado Unidos se consolidaram como a maior economia do planeta, rompendo com séculos de predomínio europeu. Paradoxalmente, no entanto, muitas características da ordem econômica mundial não se alteraram.
Essas e outras mudanças e contradições são analisadas no artigo Transformações da ordem econômica mundial, do final do século 19 à Segunda Guerra Mundial, publicado na mais recente edição da Revista Brasileira de Relações Internacionais. O diplomata Paulo Roberto de Almeira, autor do artigo, concedeu entrevista a Daniel Costa Gomes, membro da equipe editorial da RBPI e mestrando em Relações Internacionais na Universidade de Brasília – UnB.
Paulo Roberto de Almeida é Doutor em Ciências Sociais pela Universidade de Bruxelas (1984), mestre em Planejamento Econômico e Economia Internacional pelo Colégio dos Países em Desenvolvimento da Universidade de Estado de Antuérpia (1976), formou-se em Ciências Sociais pela Universidade de Bruxelas (1974). Defendeu tese de história diplomática no Curso de Altos Estudos do Instituto Rio Branco do Ministério das Relações Exteriores (1997). Diplomata de carreira desde 1977, exerceu diversos cargos na Secretaria de Estado das Relações Exteriores e em embaixadas e delegações do Brasil no exterior. Desde 2004 é professor no Programa de Mestrado e Doutorado em Direito do Centro Universitário de Brasília (Uniceub). É autor de  mais de uma dezena de livros individuais, organizou diversas outras obras, participou de dezenas de livros coletivos e assinou centenas de artigos em revistas especializadas.

1) Como apontado no artigo, o liberalismo clássico não existe mais desde a década de 1930. O Estado ganhou papel mais ativo na sociedade, e as relações sociais passaram a ser amplamente regulamentadas. Apesar disso, movimentos políticos, como os libertários nos Estados Unidos, defendem a volta daquele modelo. O que você acha disso?
Paulo Roberto de Almeida: Sendo breve, eu diria que não existe a menor chance disso acontecer, ou seja, um volta ao “modelo” liberal, que não era modelo, e que de fato não existia. Mas cabe elaborar um pouco mais a esse respeito, recolocando esse suposto “modelo” em seu contexto histórico. Existem aqui duas questões de natureza diferente: o mundo real e o mundo das ideias. O primeiro tem a ver com processos e eventos concretos, fatos objetivos, ocorrendo no mundo das relações sociais efetivamente existentes: a produção, a comercialização, fluxos e estoques de poupança, de investimentos, moedas, etc. O segundo se refere a um conjunto de concepções sobre esse mundo, que podem ser aplicadas ex-ante “por engenheiros sociais”, ou seja, para planejar e mudar a forma como as comunidades humanas gostariam ou poderiam organizar aquelas relações, ou implementadas a posteriori, ou seja, o que e como fazer em face de eventos ou fatos objetivos que fogem ao processo normal de desenvolvimento das mesmas relações, e que exigem respostas da comunidade, tomadas com base em certas ideias, pequenas, modestas, ou grandiosas, verdadeiramente transformadoras. Quanto mais pretensiosas essas ideias, maiores os desastres que podem esperar seus propositores e suas vítimas.
O capitalismo, tal como conhecido historicamente, pertence, obviamente, bem mais ao mundo real do que ao mundo das ideias, mesmo quando ideólogos e filósofos sociais buscaram teorizar ou explicar o “sistema”, desde o Iluminismo até a atualidade. O fato é que nenhum cérebro genial “planejou” o capitalismo: ele foi sendo implantado aos poucos, como resultados de processos “naturais” de desenvolvimento econômico e social, sem qualquer central coordenadora de suas “boas” ou “más” variantes. Diferente é o status do socialismo e das concepções coletivistas e de dirigismo econômico, aplicadas tanto nos casos dos fascismos europeus do entre-guerras – como o fascismo mussoliniano ou o nazismo hitlerista – quanto na experiência mais longeva do socialismo de tipo soviético. O dirigismo também existiu na forma mais amena do planejamento indicativo de diversos países europeus na segunda metade do século 20. Aqui estamos falando de ideias que tentaram guiar o mundo real, sempre com falhas e limitações intrínsecas, ou mesmo produzindo alguns desastres incomensuráveis.
O liberalismo clássico, que na verdade nunca existiu, de fato, correspondeu, no campo do mundo real, ao chamado período do capitalismo laissez-faire, a Belle Époque, grosso modo do último terço do século 19 até a Primeira Guerra, e no campo das ideias, ao pensamento liberal de corte essencialmente britânico (escocês ou inglês), com umas poucas derivações continentais (Benjamin Constant ou Alexis de Tocqueville, na França, por exemplo, ou Wilhelm von Humboldt, na Prússia). Se ele de fato existiu, no terreno do mundo real e no das ideias, ele veio a termo bem antes de 1930, e pode ter sido “enterrado”, pelo menos temporariamente, pelos eventos momentosos da Grande Guerra e, depois, pelas crises do entre-guerras, sobretudo pela Grande Depressão. Termina aí um suposto liberalismo, muito pouco liberal, e muito menos clássico; foram apenas experimentos locais de liberalização política e de relativa liberdade econômica que correspondem ao triunfo temporário das concepções burguesas do mundo.
O neoliberalismo, que se ensaiou no terreno das ideias a partir das primeiras reuniões da Sociedade do Mont Pelérin (com Friedrich Hayek), no final dos anos 1940, só conseguiu ter um tênue ressurgimento muitos anos depois, quando da ascensão de líderes políticos conservadores, como Margaret Thatcher, no Reino Unido, em 1979, e Ronald Reagan, nos EUA, em 1980. Na periferia do sistema, nunca chegou a existir qualquer neoliberalismo consistente, embora tenham ocorrido, no México, no Chile, e alguns outros (poucos) países, tímidos processos de reformas econômicas tendentes a limitar os excessos do nacionalismo doentio e do estatismo esquizofrênico em uso e abuso nos anos da grande euforia keynesiana, do final dos anos 1940 ao final dos 70.
Mais recentemente, tomaram pequeno impulso grupos liberais ou libertários, e alguns “anarco-capitalistas”, que representam uma tentativa de “revival” de antigas ideias liberais, ou libertárias, mas que provavelmente não vão prevalecer, no momento presente, ou, provavelmente, em qualquer tempo do futuro previsível. Os fenômenos são quase inteiramente políticos, ou seja, de círculos intelectuais, e dispõem de pouco apoio dos verdadeiros capitalistas, estes sempre ocupados em obter algum tipo de entendimento com as burocracias governamentais, com a máquina estatal. Ou seja, os ideais liberais, ou libertários, se desenvolvem um pouco à margem dos processos reais de organização econômica e social.
Depois desta contextualização histórica sobre o itinerário das ideias e processos econômicos no último século, cabe responder à pergunta especificamente formulada sobre as chances que teria, historicamente ou praticamente, uma volta a um modelo liberal de capitalismo que teria existindo mais de um século atrás. Meu argumento, como já referido, é que esse liberalismo, na verdade, nunca existiu, de fato, ou seja, como expressão de tendências “naturais” do sistema capitalista nessa etapa de seu desenvolvimento histórico. Respondendo rapidamente à primeira pergunta, portanto, pode-se confirmar que o liberalismo “clássico”, se já não existia antes, não tem a mais mínima chance de retornar agora, e não tem qualquer perspectiva futura em termos de governança econômica ou de organização do Estado. Ele permanece uma ideia.
Não é que ele não tenha nenhuma chance teórica de voltar a conquistar corações e mentes de acadêmicos, ou mesmo de algumas (pequenas) frações da opinião pública, pois sempre existirão ideólogos liberais que conseguirão fazer passar a sua mensagem de liberdades econômicas a espectros mais amplos de algumas sociedades. É que a complexidade do mundo moderno, o agigantamento da burocracia, a dimensão já alcançada por um sem número de programas estatais, ou públicos, nos mais variados setores da vida social (e individual) tornam irrisórias essas chances de revival liberal no futuro previsível. Será muito difícil, senão impossível fazer o Estado recuar para as dimensões e a importância econômica que ele tinha um século atrás. Seria como se tivéssemos de colocar o gênio para dentro da garrafa outra vez, ou, como já afirmou uma mente privilegiada, de “enfiar a pasta para dentro do dentifrício novamente”.
O fato de que grupos liberais, libertários, façam campanha ou agitem bandeiras proclamando a necessidade de se reduzir o papel e o peso do Estado na vida não só econômica, mas simplesmente cotidiana, não significa que essa reversão seja factível ou sequer imaginável. Já nem se está falando dos anarco-capitalistas, dos libertários, que desejam uma ausência completa do Estado, pois eles são como os anarquistas do século 19: um punhado de sonhadores, um número muito reduzido de militantes utópicos. Os liberais verdadeiros, aqueles que desejam apenas medidas racionais para uma maior amplitude das liberdades econômicas na organização social contemporânea, não devem esperar qualquer avanço notável em favor ou no sentido de sua pregação bastante sensata e altamente razoável. O liberalismo não desapareceu, e não desaparecerá, mas suas chances de se tornar hegemônico – o que ele nunca foi – continuam e continuarão bastante reduzidas.
As razões podem ser resumidas assim: as sociedades contemporâneas dispondo de economias avançadas, com um grau razoável de prosperidade e de bem-estar para a maioria da população, ainda não enfrentaram crises fiscais verdadeiras para reverter a natureza ainda essencialmente keynesiana de suas políticas econômicas; tampouco elas conheceram rupturas severas de seus modelos previdenciários e assistencialistas, que as obrigassem a desenhar e implementar sistemas alternativos de seguridade social, que represente uma diminuição do tamanho e do custo do Estado benefactor. Os países e economias socialistas desapareceram praticamente por completo – e o que restou são apenas aberrações aguardando os taxidermistas – mas eles nunca foram modelo de nada, a não ser para mentes alucinadas das academias. Quanto aos países emergentes e nações em desenvolvimento, eles ainda estão construindo seus sistemas de assistência social e de seguridade inclusiva para desistir no meio do caminho. Nos dois casos, países desenvolvidos e em desenvolvimento, políticos demagogos, mandarins privilegiados, burocracias poderosas, excessivamente poderosas, impediriam qualquer reversão no processo de construção de um Estado babá, que aliás está em expansão contínua.
Voltando a ser breve, eu apenas apelo ao realismo ou ao bom senso: não se pode esperar a volta do liberalismo, nos Estados Unidos ou em qualquer outro lugar. Não há nenhum risco dessa coisa acontecer novamente, inclusive porque já não acontecia antes. O Estado sempre foi poderoso, desde os tempos do absolutismo; ele só tinha um papel econômico relativamente reduzido por razões próprias ao processo de construção das modernas sociedades urbanas e à organização do modo de produção capitalista. O gênio já tinha saído da garrafa, talvez antes mesmo da Primeira Guerra Mundial; depois, então, ele nunca mais deixou de se espalhar por cada poro da sociedade. Esse é o mundo real, mas também está nos corações e mentes, ou seja, o culto desmedido do Estado. Se olharmos o povo brasileiro, por exemplo, existe uma evidente comprovação dessa tese: por mais que ele sofra nas mãos do Estado – de um Estado semifascista como o que aqui existe – o povo brasileiro ama o Estado, quer mais Estado, suplica por políticas estatais, tanto quanto os capitalistas estão sempre pedindo “políticas setoriais” aos ministros e burocratas de Brasília. Portanto, não esperem nenhum recuo por enquanto.

2) Você menciona, no artigo, que o pós-Primeira Guerra foi caracterizado pelo forte intervencionismo estatal na economia. Após a Segunda Guerra Mundial, no entanto, o resultado foi completamente diverso, com a adoção do multilateralismo econômico. Como explicar resultados tão distintos, em tão curto espaço de tempo, em face de praticamente os mesmos países?
Paulo Roberto de Almeida: O forte intervencionismo estatal na economia começou no próprio bojo e em razão da Primeira Guerra, e não apenas na organização da produção industrial voltada para a guerra, mas também em função de todos os mecanismos financeiros e monetários que conduziram à uma quase completa subordinação da economia às razões da política até então conhecida na história da humanidade, processos que foram exacerbados nos casos dos fascismos europeus, e levados a um delírio extremo no caso do bolchevismo. Vozes liberais como as de Ludwig von Mises ou de Friedrich Hayek caíram num vazio “ensurdecedor”, ao mesmo tempo em que ascendiam as doutrinas econômicas de corte intervencionista, mesmo na versão mais moderada do keynesianismo aplicado.
O fato de que no segundo pós-guerra se tenha caminhado, no plano das relações econômicas internacionais, para a ordem multilateral simbolizada pelas instituições de Bretton Woods e pelo Gatt não quer dizer que se tenha abandonado o intervencionismo estatal na economia, que aliás não se opõe ao primeiro fenômeno, e que pode até ter sido o contrário do pretendido. Quase todos os países avançados aderiram, por certo, ao multilateralismo econômico e continuaram, ou aprofundaram, formas diversas de intervencionismo estatal, seja na forma mais light do contratualismo de inspiração rooseveltiana, seja na versão bem mais dirigista do socialismo europeu (com diversos países conduzindo processos extensivos de nacionalizações e de estatização, com experimentos de planejamento indicativo que traduziam a mesma intenção).
Os resultados, portanto, não são distintos, e não são contraditórios, pois o fato de se trabalhar num ambiente internacional mais aberto aos intercâmbios os mais diversos – comércio, investimentos, abertura econômica, de modo geral – não impediu governos de estenderem a regulação estatal a setores cada vez mais “privados” da vida social, em saúde, educação, planejamento familiar, sempre num sentido “redistributivo” – ou seja, para corrigir “desigualdades sociais” – e geralmente intrusivo na vida pessoal. Mesmo nos países que souberam proteger as liberdades individuais – afastando o temor do Big Brother orwelliano, que no entanto existia plenamente na União Soviética e na China comunista, por exemplo –, a atuação do Estado se fez mais visível e praticamente avassaladora, ainda que estando presente de uma forma não opressiva, como ocorria nos casos “clássicos” de ditaduras comunistas. Mas até mesmo esses regimes opressivos terminaram por aderir ao multilateralismo, embora nunca extirpassem os aspectos mais intrusivos do controle estatal sobre seus cidadãos. No caso ainda mais exemplar dos países em desenvolvimento, em princípio capitalistas e aderentes formais à ordem econômica de Bretton Woods, o papel do Estado foi igualmente determinante, quando não dominante, em quase todas as áreas relevantes de organização econômica. Continua a ser, de certo modo, inclusive porque vários deles, depois de breves e/ou tempestuosos ensaios com experimentos “neoliberais”, voltaram, pela via eleitoral, ao populismo estatizante e demagógico dos velhos tempos de keynesianismo improvisado.
A pequena reversão do estatismo exacerbado registrado nesses países no período recente e até os processos mais consistentes de desestatização e de maior abertura econômica – como aliás ocorre atualmente na China – não foram capazes de diminuir o peso do Estado na vida econômica, como aliás evidenciado nas estatísticas fiscais de todos os países no último meio século: basta observar a carga fiscal nos países da OCDE, para constatar o progresso constante do ogro estatal em praticamente todos os países, independentemente dos progressos do multilateralismo e da globalização desde os anos 1990. Em síntese, não cabe equacionar o multilateralismo da ordem de Bretton Woods com o fim do intervencionismo econômico – embora ele tenha eliminado os aspectos mais discriminatórios dos regimes comerciais precedentes, assim como dos sistemas de pagamentos – pois este continuou sob novas roupagens e em novas formas. O dirigismo rústico dos sistemas coletivistas do entre-guerras cedeu lugar ao Estado de bem-estar social, que logo estabeleceu outros requerimentos em termos de “extração fiscal” e de “redistribuição” pelo alto, não pela via dos mercados.

3) Antes da Grande Recessão, de 2008, muitos analistas apontavam que o fim da Guerra Fria levou à emergência de uma nova era liberal. Nesse sentido, a virada entre os séculos XX/XXI era comparada à virada entre os séculos XIX/XX. Você acredita que o paralelo é válido?
Paulo Roberto de Almeida: Analistas superficiais – como jornalistas econômicos, historiadores apressados e sociólogos mal preparados – adoram ver paralelos históricos ou analogias formais entre processos separados por décadas, ou por séculos inteiros. Daí imagens frequentemente invocadas de um “novo equilíbrio de poderes” – ao final da Guerra Fria, como se estivéssemos na belle Époque – ou as demandas por um “novo Bretton Woods”, em face da enorme desordem financeira trazida pelas crises da economia internacional, nos anos 1990 e a partir de 2008. A ideia de que houve uma “nova era liberal” no final da Guerra Fria não corresponde absolutamente aos processos históricos efetivamente havidos. A Guerra Fria não tem tanto a ver com a terceira onda de globalização – iniciada, por sinal, antes de seu término “oficial”, ainda nos anos 1980, quando a China se abre aos capitalistas estrangeiros – quanto a abertura econômica ocorrida no último quinto do século 20 tem a ver, fundamentalmente, com o esgotamento e a subsequente implosão prática do modo socialista de produção enquanto alternativa credível ao modo capitalista de organização econômica e social.
Esse “modo capitalista” – que certamente não é uno, unificado ou  uniforme, e que sequer é capitalista em toda a sua extensão, sendo mais exatamente um sistema de mercado baseado em certas regras comuns – não é necessariamente liberal (como prova o caso da China), ou tampouco menos intervencionista do que os modelos keynesianos exacerbados em vigora na maior parte da Europa continental, na América Latina e em vários outros cantos do planeta. O capitalismo é um processo “irracional”, incontrolado e incontrolável, assumindo formas diversas ao longo dos séculos, e que não depende da democracia liberal para frutificar e se consolidar; ele pode ocorrer sob os regimes políticos os mais diversos, inclusive ditaduras abertas. É certo, porém, como dizia Milton Friedman em Capitalism and Freedom (1962), que a liberdade de mercados é uma condição necessária – embora não suficiente – das democracias. O capitalismo facilita a vida das democracias, e certamente a aproxima do polo liberal de organização social e política, mas ele não pode, por suas próprias forças moldar todo um sistema, o que ultrapassa em muito a sua “missão histórica”: ele veio ao mundo para produzir mercadorias, não para distribuir bondades políticas, e menos ainda para corresponder a construções teóricas generosas e libertárias como podem ser os regimes liberais.
Não acredito em paralelos históricos ou em analogias superficiais, ainda que alguns processos possam ter similaridades formais, uma vez que os atores fundamentais – que são os Estados nacionais, que estão conosco há quatro séculos, e que prometem perdurar por vários séculos mais – permanecem os mesmos, e os mecanismos de ação – dissuasão, cooperação, intimidação, persuasão, dominação – também permanecem substancialmente os mesmos desde Westfália. O fato de existir essa grande coisa que se chama ONU – que De Gaulle chamava de “grand machin” – não muda muito nas equações de base do sistema internacional, que continua a ser interestatal e soberanista.
O que poderia haver de paralelo entre o final do século 19 e o início do 21? Pouca coisa, se alguma. Os Estados, num e noutro caso, continuam a ser decisivos na vida política e econômica do mundo, agora ainda mais do que antes, inclusive porque eles ganharam um poder absoluto de emissão irresponsável de moeda, provocando os mesmos males que já tinham provocado na Primeira Guerra Mundial e mais além, ou agravando outros: inflação, déficits orçamentários, desequilíbrios fiscais, regulação intrusiva, endividamento excessivo, movimentos cambiais erráticos e outros males que ainda estão por vir. Seria ilusão, contudo, acreditar que vamos retornar a um padrão ouro, a uma intervenção mínima dos Estados na vida econômica, ou às liberdades econômicas – livre fluxo de capitais e de pessoas, comércio relativamente desimpedido ou protecionismo moderado – que existiam antes da Primeira Guerra.
Sequer no plano político o cenário pode ser colocado em paralelo: a despeito de continuarem a existir, grosso modo, as mesmas grandes potências, a globalização atual se vê fragmentada em quase duas centenas de soberanias distintas e independentes. As guerras deixaram de ser globais, por certo, mas a mortandade continua numa escala ainda respeitável, ainda que espalhada por centenas de conflitos civis, étnicos, religiosos e no aumento da criminalidade transnacional e do terrorismo fundamentalista. O mundo é provavelmente melhor, no cômputo global, do que um século atrás – longevidade, níveis de bem estar, acesso a bens e serviços culturais, epidemias de fome que podem não ser tão mortíferas quanto no passado, etc. – mas ele continua tão excitante, ou tão perigoso, quanto antes…

4) Entre o final do século XIX e meados do século XX, houve um intenso processo de tentativa e erro. Nesses processos, várias alternativas políticas e econômicas foram testadas. Para você, quais são as principais lições desse período de grandes ensaios?
Paulo Roberto de Almeida: Excelente pergunta, mas que não pode ser respondida de modo simplista, ou de forma ideológica. Aqui também é preciso estabelecer as distinções necessárias entre, de um lado, processos reais no bojo de um itinerário “natural” da história econômica do sistema capitalista, e, de outro, as ideias e as concepções que justamente estiveram por trás dos grandes experimentos de “engenharia social”, que foram todos de natureza política. Por exemplo, a noção de uma sucessão de “grandes ensaios”, de processos de “tentativa e erro”, não pertence ao reino das possibilidades históricas previsíveis, pois ela pressupõe a conformação de uma formação social submetida à ação voluntária de atores sociais determinados a implementar esses experimentos, o que geralmente não é o caso, pelo menos não no ambiente natural das democracias de mercado, que são as experiências mais permanentes na história humana dos últimos cinco séculos. É certo que grandes revoluções sociais – a francesa do século 18, a bolchevique e a maoísta do século 20, não esquecendo as convulsões sociais que levaram aos fascismos do entre-guerras – não foram planejadas, mas as mudanças impostas à economia e à vida social e econômica na sequência de cada uma delas foram planejadas e implementadas sem que os “erros” fossem esperados: estes resultaram da “lei” das consequências involuntárias.
Regimes absolutistas, ditaduras abertas, tiranias comunistas e fascistas surgiram e desapareceram enquanto experimentos de “ensaio e erro”, uma vez que violavam certas “leis econômicas” da organização social, ou contrariavam a aspiração natural dos seres humanos a maior autonomia, à liberdade individual, à iniciativa privada e à defesa da propriedade. O fato de a democracia inglesa ter se mostrado durável desde 1688, ou de a grande nação americana ter preservado até a atualidade os traços fundamentais estabelecidos um século depois pelos “pais fundadores” deve-se provavelmente ao fato de não terem essas duas formações políticas embarcado em processos tentativos de “ensaio e erro”, e sim respeitado algumas regras simples do jogo democrático e da ordem econômica.
Todas as “grandes” experiências contemporâneas nessa vertente – os fascismos europeus do entre-guerras e suas derivações periféricas, a escravidão bolchevique e o monstruoso delírio maoísta, com seus milhões de mortos – foram todas legítimos empreendimentos de “engenharia social”, o que não ocorreu com as democracias de mercado, independentemente de suas crises econômicas e de seus problemas sociais. No pós-guerra, as inflações latino-americanas, as sucessivas trocas de moedas, no bojo de catastróficos programas de “engenharia econômica” tentativamente de estabilização, as crises intermitentes derrubando presidentes e trocando ditadores também pertencem ao mesmo universo dos ensaios de “tentativas e erros”, sobretudo no campo econômico.
O itinerário da União Soviética é exemplar nesse sentido: socialismo de guerra e seu cortejo de fome e miséria; Nova Política Econômica, e sua pequena janela de liberdade para pequenos mercados capitalistas; estatização extensiva e lançamento dos planos quinquenais; coletivização da agricultura, seguido de nova onda de fome e de uma enorme mortandade provocada; socialismo num só país e industrialização à base de trabalho “escravo”; estatização completa da economia e consolidação de uma divisão entre a produção civil e a militar; esgotamento do planejamento centralizado e ensaios parciais de mecanismos de mercado; esgotamento completo do “modo socialista de produção” e implosão final do sistema. O itinerário maoísta é ainda mais pavoroso, com milhões de mortos sacrificados nos diversos experimentos de engenharia social no espaço de uma única geração: repressão contra capitalistas e grandes agricultores, seguida de uma coletivização antinatural para os padrões sociais chineses; grande salto para a frente, com fome e canibalismo e milhões de mortos; revolução cultural, com outros milhares de mortos e a destruição completa do sistema educacional; no total, dezenas de milhões de sacrificados aos grandes ensaios maoístas, com o rebaixamento completo da economia chinesa ao longo desse processo.
Especificamente no período limitado à primeira metade do século 20, é verdade que ocorreram outros tantos “ensaios”, ou “alternativas de políticas econômicas”, mas as que corresponderam mais exatamente a “tentativas e erros” foram quase todas, se não todas elas, experimentos de engenharia social conduzidas por regimes autoritários. As democracias de mercado que atravessaram diferentes políticas econômicas ao longo do período, geralmente não o fizeram como tentativa e erro, a não ser involuntariamente. O que elas fizeram, na maior parte dos casos, foi tentar adaptar-se às novas circunstâncias criadas pelos processos econômicos, pelas dinâmicas dos ciclos de negócios, quando não pelos cataclismos políticos representados pelos enfrentamentos com as potências militarizadas e agressivas.
A maior parte dos mecanismos de intervenção estatal na vida econômica foi introduzida quando da Grande Guerra, e apenas parcialmente revertida na sequência, o que certamente criou uma primeira “cultura intervencionista” que ressurgiria em outras circunstâncias. As medidas econômicas, corretas ou equivocadas, adotadas por sua vez no entre-guerras, em especial no seguimento da crise de 1929 e da Grande Depressão iniciada em 1931 – protecionismo, manipulações cambiais, desvalorizações maciças, controles de capitais, bilateralismo comercial, intercâmbios recíprocos de compensação –, também corresponderam mais a respostas (ainda que improvisadas) do que a supostos “grandes ensaios” de economia política alternativa. Estes ficaram inteiramente no terreno das ideias, geralmente com consequências catastróficas.
O grande experimento “capitalista” que entra na categoria da história das ideias foi certamente o conjunto de prescrições de políticas econômica mais tarde enfeixadas sob o rótulo de keynesianismo, mas muitas dessas medidas estavam sendo seguidas ou implementadas de modo instintivo, antes mesmo que elas se convertessem numa espécie de corpo teórico de “receitas” de política econômica a partir da publicação da Teoria Geral (1936). Não é seguro que o mundo capitalista tenha sido “salvo” pelo keynesianismo aplicado, assim como não é seguro que ele tenha construído as bases das três décadas de prosperidade e de grande crescimento econômico do segundo pós-guerra, embora certa historiografia econômica aprecie preservar esse mito.
É certo, no entanto, que as faculdades de economia aderiram rapidamente às novas tábuas da lei, e passaram a cultivar o receituário keynesiano (inclusive de forma passavelmente acrítica), mas isso se deu, provavelmente, mais por preguiça conceitual do que por suas supostas virtudes no terreno da prática econômica efetiva. Governos, como se sabe, costumam se guiar mais pela fria realidade das contas nacionais e dos orçamentos, do emprego e das reservas monetárias, do que por doutrinas econômicas produzidas nos gabinetes universitários. Eles também são geralmente infensos (ainda bem) aos ideólogos da academia, mesmo se os líderes políticos sempre tenham presente, em suas mentes e na formulação dos discursos, as ideias de algum economista morto, como dizia o próprio Keynes.
Em todo caso, o keynesianismo foi acumulando o seu pequeno (ou grande) lote de contradições teóricas e de impasses práticos, até literalmente implodir na famosa estagflação dos anos 1970, quando suas bases foram sendo minadas tanto pelos fracassos registrados quanto pelos avanços teóricos e práticos do neoliberalismo de corte austríaco. Este, no entanto, nunca foi dominante, ou ideologicamente hegemônico, pois, a despeito de ter conquistado alguns (poucos) corações e mentes no cenário político e em algumas (poucas) academias, ele jamais conseguiu estabelecer sólidas bases no campo teórico ou conquistar grandes espaços para si nas políticas públicas, permanecendo sempre marginal e relativamente incompleto na panóplia de políticas públicas efetivamente aplicadas (que sempre estiveram inevitavelmente congeladas no universo teórico e prático do keynesianismo).
Quais as lições, finalmente, que podem ser extraídas das grandes turbulências econômicas da primeira metade do século 20, com seu cortejo de desastres políticos e militares, seu desfilar de milhões de mortos e suas enormes transformações nas políticas econômicas de quase todos os países? Elas são muitas, mas foi preciso aguardar a “saída da servidão”, que foi a implosão final da grande alternativa ao capitalismo, representada pelos experimentos coletivistas, para realmente confirmar o maior ensinamento prático que se pode extrair do espetáculo de “aprendizes de feiticeiro” que constituíram esses experimentos no espaço de três gerações. Esse ensinamento diz que mercados, em geral, costumam ser mais “inteligentes” do que burocratas governamentais para criar renda e riquezas sociais, sendo também mais efetivos na distribuição racional dessas mesmas riquezas do que governos bem intencionados. O grande erro do socialismo, como já ensinava Mises desde 1919, não foi, finalmente, ter construído um regime de opressão, de escravidão econômica, de fraudes políticas e de degenerescência moral; foi o fato de ter ignorado os mecanismos de mercado, e a sinalização da raridade relativa pela ação livre dos preços, como requerimentos básicos de um sistema sustentável, e racional, de produção e de distribuição de bens e serviços.
Esta é, sem dúvida, a maior lição do período, que aliás tinha sido consolidada no magnum opus de Friedrich Hayek, O Caminho da Servidão (1944). O ensinamento, contudo, não parece ter sido absorvido pelas duas gerações seguintes, sequer pela atual, pois a maior parte dos líderes políticos e dos responsáveis econômicos continua a seguir a trilha do dirigismo econômico, do intervencionismo estatal na vida econômica, da manipulação de moedas e orçamentos, provocando o espocar constante e regular de desequilíbrios fiscais e de crises financeiras. Aqui não estamos mais no itinerário “natural” do capitalismo, mas no desenvolvimento pouco natural das doutrinas políticas e das concepções econômicas, com certa atração distributivista dos políticos e a adesão inconsciente das massas às aparentes facilidades do Estado-babá.
De modo geral, todas as experiências coletivistas – fascistas ou socialistas – foram um fracasso completo, algumas com um custo humano inacreditável, ademais do custo mais permanente que se manifestou de modo indireto nas orientações dirigistas das políticas econômicas, estas parcialmente compatíveis com a dominação ideológica keynesianismo aplicado. O socialismo pode ter sido derrotado, mais na prática do que na teoria – que continuou seu pequeno caminho de irracionalidades nas academias, indiferentes ao mundo real – mas o capitalismo de Estado segue seu itinerário de realizações – na China, por exemplo – e de contradições – na maior parte da periferia capitalista, dentro da qual os países da América Latina. Ele não parece perto de ser aposentado, ou de ser compulsoriamente enviado ao museu dos dinossauros econômicos, e pode ainda dispor de um belo futuro pela frente.
Volto, portanto, ao meu argumento inicial: a despeito de terem sido superados os experimentos mais nefastos de dirigismo econômico e de “engenharia social”, em vigor na primeira metade do século 20, não parece haver nenhum risco de volta triunfal do liberalismo, ou sequer de um retorno parcial de suas prescrições de maior liberdade econômica e de completa liberdade individual. Por outro lado, e como constatação final, uma outra grande lição não parece ter sido aprendida ou absorvida de modo completo: a de que qualquer medida de distribuição social dos benefícios do crescimento econômico necessita começar pelo reforço dos processos de produção e de inovação tecnológica, sem os quais o distributivismo passa a incidir bem mais sobre os estoques de riqueza já criada ou acumulada do que sobre os novos fluxos de criação de renda e riqueza por meio do estímulo à atividade produtiva. Em conclusão, o liberalismo ainda tem uma longa batalha a travar contra o socialismo, mesmo nas formas amenas deste último. Como diriam alguns, a luta continua…

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Paulo Roberto de Almeida, Ministério das Relações Exteriores, Brasília, DF, Brasil (pralmeida@me.com)
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ALMEIDA, Paulo Roberto de. Transformações da ordem econômica mundial, do final do século 19 à Segunda Guerra Mundial. Rev. bras. polít. int. [online]. 2015, vol.58, n.1 [cited  2015-10-02], pp. 127-141 . Available from: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-73292015000100127&lng=en&nrm=iso&gt;. ISSN 1983-3121.  http://dx.doi.org/10.1590/0034-7329201500107.

quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

RBPI 2-2014: Nota Editorial - Antonio Carlos Lessa e Paulo Roberto de Almeida


Editorial – RBPI 2/2014 – Os sessenta anos do Instituto Brasileiro de Relações Internacionais
Antonio Carlos Lessa e Paulo Roberto de Almeida
Talvez – e aqui vai um pouco de imaginação – o punhado de intelectuais, de acadêmicos, de burocratas de alto coturno (entre eles vários diplomatas e magistrados), de vários outros mandarins públicos e privados da República de 1946, que se reuniu no velho Palácio do Itamaraty, no Rio de Janeiro, no final do mês de janeiro de 1954, para fundar o Instituto Brasileiro de Relações Internacionais (IBRI), talvez esse pequeno grupo de desbravadores de um terreno ainda inexplorado no Brasil estivesse pensando no modelo do Council on Foreign Relations, dos Estados Unidos, como uma fonte de inspiração para a fundação, o estabelecimento oficial e o funcionamento prático da nova instituição que então surgia de forma inédita no país, no governo constitucional de Getúlio Vargas.
Pode ser. É legítimo supor que aquelas personalidades bem informadas, todas elas cosmopolitas, abertas aos ares do mundo, conhecessem o trabalho do Conselho de Nova York, provavelmente pela existência de seu principal instrumento de análise, de reflexões e de prescrições sobre a política internacional e para a diplomacia americana, a Foreign Affairs, sobretudo porque a revista havia completado seu primeiro quarto de século pouco tempo antes, e seu editor havia feito um Reader comemorativo na ocasião. Ela já era intensamente lida nesses meios conectados às realidades da política mundial na era da Guerra Fria, e o volume especial, reunindo os textos mais significativos dos 25 anos anteriores, tinha sido publicado justamente quando certo Mr. X, o diplomata George Kennan, ainda baseado em Moscou, havia publicado um artigo intrigante sobre as fontes do poder soviético, que constituiria não só a base conceitual, mas também a legitimação política para a doutrina do containment, que seria rigorosa e religiosamente aplicada pelos EUA no meio século seguinte, até praticamente a derrocada da União Soviética.
Talvez. Não sabemos, de fato, qual era o pensamento dominante entre aqueles visionários, que queriam colocar o Brasil no mapa da análise, da reflexão, e da ação em temas de política internacional, conceito que acabou sendo impresso no título da revista que surgiria pouco mais de quatro anos depois, período extremamente movimentado sob qualquer critério que se examine no contexto de nossa história republicana: suicídio do presidente incumbente – do qual, aliás, vários dos fundadores do IBRI eram assessores diretos –, seguido da sucessão tumultuada de três outros presidentes, de golpes e contragolpes, com a participação de militares, de uma campanha eleitoral e da posse de um presidente contestada como inconstitucional pelo principal líder da oposição – e que depois seria um dos mentores do golpe de 1964 –, de todo um clima de efervescência geral no país, de otimismo pela promessa dos “cinquenta anos em cinco”, mas também um período permeado por mais tentativas de sublevações militares, marcado por um rebrote preocupante da inflação, bastante empurrada pela construção de Brasília e pelas primeiras diatribes contra o FMI, então demonizado politicamente como um “obstrutor” do desenvolvimento brasileiro. Foi nesse ambiente febril que surgiu a Revista Brasileira de Política Internacional, que em breve também comemorará os seus 60 anos.
O Reader da Foreign Affairs, volume especial publicado pelo Council em 1947, já estava integrado à Biblioteca do Itamaraty, e seu artigo inaugural [de 1922] tinha sido assinado pelo então decano da diplomacia americana, Elihu Root, que tinha estado no Rio de Janeiro em 1906, para uma das conferências das repúblicas americanas, acolhida por Rio Branco, sob recomendação de Joaquim Nabuco, mas cujas posições pró-império já eram contestadas por um competidor de ambos, o historiador Oliveira Lima. Pode ser, ainda assim, que os “pais fundadores” do IBRI se inspirassem no modelo do Council, e da Foreign Affairs, e tomassem inspiração nas figuras de Rio Branco e de Elihu Root para impulsionar um projeto que não só sobreviveu às intempéries políticas que soem se abater sobre um país em estado de recriação permanente como é o Brasil. Mas é um fato que esse empreendimento desafiador foi mantido por mais de duas gerações, em duas capitais da República, por cosmopolitas dedicados, que têm a intenção de fazê-lo chegar ao seu primeiro centenário, da mesma forma como o fará, dentro de pouco mais de sete anos, o Council e a própria Foreign Affairs.
É certo que o IBRI não se converteu, nem poderia, num êmulo do Council, que pôde dispor, desde sua origem, dos enormes recursos da aristocracia endinheirada da costa leste dos Estados Unidos, do prestígio associado ao establishment acadêmico da região atlântica e do próprio cadinho cultural e cosmopolita de Nova York, a mais internacionalizada das metrópoles daquele país, até mesmo mais do que Washington, uma vez que a ONU, os bancos de Wall Street, os milhões de turistas estrangeiros e de imigrantes, antigos e recentes, fazem daquela cidade uma aglomeração multinacional por excelência. O IBRI, na verdade, sequer dispunha de locais apropriados, abrigado de favor aqui e ali, até se instalar, nos últimos anos, na Fundação Getúlio Vargas do Rio de Janeiro, de onde foram trasladados alguns poucos arquivos quando de sua transferência, na verdade a sua recriação em Brasília, em 1993. Ele nunca dispôs de uma conta em banco que fosse minimamente capaz, como fazia o Council, de manter staff próprio, pesquisadores contratados, bolsistas convidados, e empreender projetos de certa magnitude. Os livros de sua pequena biblioteca – cedida para a FGV quando da despedida do Rio – foram obtidos em doações de seus associados, em intercâmbio com instituições estrangeiras e nacionais, ou adquiridos com os recursos de seus próprios membros.
A figura de Cleantho de Paiva Leite, depois do presidente inaugural do IBRI, Oswaldo Trigueiro, do diplomata Henrique Valle e do historiador José Honório Rodrigues, na RBPI, merece aqui uma menção especial, e uma reverência obrigatória, pois foi ele o animador principal, o editor “eterno” e o financiador pessoal do Instituto e de sua revista, que permanece como a realização principal, quase única, do IBRI. Escrevendo, no volume 35, n. 139-140 (julho-dezembro de 1992), ainda sob o impacto da morte de Cleantho, o Embaixador Sérgio Bath, um dos recriadores do IBRI e da RBPI em Brasília, disse que em todas as atividades em que ele se engajou,

Cleantho marcou sua presença pelo otimismo, a disposição para o trabalho, o espirito criativo; a seriedade de propósitos temperada por perene bom humor. Em toda parte, em muitos países fez numerosos amigos; no Itamaraty, no DASP, no BID, no BNDE, era uma figura carinhosamente respeitada. Conheceu bem a sua geração, e quando falava sobre o passado reconstruía com riqueza de pormenores e acentos pessoais a trama de muitas vidas, comentando-as com sorriso ameno, a percepção aguda de humor e empatia. Realista, compreendia e aceitava os defeitos alheios, que coloria com benevolência; mantinha-se conciliado com o mundo, acentuando sempre o melhor, em todos e em tudo. Cultivava intensa dedicação aos amigos, que fazia questão de servir. Nada o agradava mais do que receber a encomenda de um livro recém-publicado, dar um conselho, uma indicação útil. A amizade era para ele uma arte, que praticava com prazer.

O IBRI, em sua fase de Brasília, empreendeu diversos convênios, realizou muitos seminários – vários deles internacionais, em cooperação com universidades e instituições congêneres do exterior – e editou muitos livros, que hoje integram qualquer lista de referência na literatura especializada na área que é a sua, desde a origem. A RBPI constitui, sem qualquer sombra de dúvida, o mais belo fruto deste instituto, que nunca foi um impávido colosso, como seu êmulo de Nova York, mas que não deixa de ser a moldura institucional indispensável para que o projeto inaugurado em 1954 possa evoluir para etapas ainda mais brilhantes de um itinerário modestamente exemplar.
A RBPI, decana das revistas especializadas em Relações Internacionais no Brasil, e uma das mais tradicionais da América Latina, realmente desponta como o projeto mais constante do IBRI. A transferência para Brasília, juntamente com o IBRI em 1993, foi o mais importante passo da já longa trajetória da Revista, porque lhe permitiu a confirmação da sua identidade científica, a partir de então mantida e velada consistentemente por professores de Relações Internacionais da Universidade de Brasília.
O IBRI agora se prepara para celebrar também, em 2017, o sexagésimo aniversário da publicação do primeiro volume da Revista. Ao longo da sua história brasiliense, o IBRI e os professores e diplomatas que animam a instituição, não pouparam energias e recursos para manter a Revista como o seu grande empreendimento intelectual, que a essas alturas, já é um patrimônio de toda a comunidade brasileira de Relações Internacionais.

Referências bibliográficas
BATH, Sérgio. Cleantho de Paiva Leite (1921-1992). Revista Brasileira de Política Internacional, Vol. 35, No. 139-140, 1992.

Antônio Carlos Lessa, professor do Instituto de Relações Internacionais da Universidade de Brasília, é editor-geral da Revista Brasileira de Política Internacional – RBPI;
Paulo Roberto de Almeida , diplomata de carreira, é editor-adjunto da Revista Brasileira de Política Internacional – RBPI;



terça-feira, 30 de dezembro de 2014

Boletim Meridiano 47, ultimo de 2014

Não exatamente o último; apenas o mais recente. 
Meu artigo sobre o IBRI e a RBPI é reproduzido neste número. O professor Antonio Carlos Lessa também discorre sobre a RBPI, da qual é Editor (com direito a prêmio e distinção pelo magnífico trabalho acumulado).
Paulo Roberto de Almeida

Boletim Meridiano 47 has just published its latest issue (Vol. 15 - No. 146
- november-december/2014)  at
http://periodicos.unb.br/index.php/MED/issue/view/1025
We invite you to review the Table of Contents here and then visit our web
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Editoria Meridiano 47
Instituto Brasileiro de Relações Internacionais
Meridiano47@ibri-rbpi.org

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Boletim Meridiano 47
Vol 15, No 146 (2014): Novembro-Dezembro
Table of Contents
http://periodicos.unb.br/index.php/MED/issue/view/1025

Articles
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O Instituto Brasileiro de Relações Internacionais e a Revista Brasileira
de Política Internacional: contribuição intelectual (1954 a 2014) (3-18)
   Paulo Roberto de Almeida
Cultura Nacional e Geopolítica Brasileira: O Pensamento Social na
Geopolítica Nacional (19-26)
   José Alexandre Altahyde Hage
A participação brasileira na construção da paz em Guiné-Bissau (27-34)
   Clélia Virgínia Santos Piragibe
Os desafios da publicação em acesso aberto na área de humanidades no
Brasil: as estratégias de adaptação da Revista Brasileira de Política
Internacional - RBPI (35-45)
   Antônio Carlos Lessa
Da África do Norte para a África Subsaariana – Grupos radicais
islâmicos no Mali e na Nigéria (46-52)
   Pio Penna Filho

Reviews of Books
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A Conferência de Viena (53-54)
   Emerson Maione de Souza
Child Migration and Human Rights in a Global Age (55-56)
   Patrícia Nabuco Martuscelli

Complete Issue
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v. 15, n. 146 (2014): Novembro-Dezembro (1-56)

terça-feira, 23 de dezembro de 2014

O IBRI e a RBPI: contribuição intelectual (1954 a 2014) - Paulo Roberto de Almeida (Mundorama)

O texto é muito grande, e ainda assim esta é a versão resumida, que no original tinha mais de 45 páginas. Cortei aqui e acolá, retirei três colunas da tabela final, deixando só a produção acadêmica e os artigos da RBPI sintetizados no quadro, e ainda assim ficou um pouco extenso.
Quem tiver disposição, ao final tem o link para o quadro completo da relações internacionais, cenário regional, diplomacia brasileira e produção intelectual, em arquivo do Academia.edu.
No mais, este artigo também faz parte das comemorações pelo 60. aniversário do IBRI, do qual já fui presidente, depois do Professor Aleixo, hoje presidente honorário.
Vai ser publicado no boletim Meridiano 47, mas antes preciso corrigir dois ou três pequenos errinhos de digitação, que sempre passam impunes.
Paulo Roberto de Almeida

Nova publicação em Boletim Mundorama
O IBRI e a RBPI: contribuição intelectual (1954 a 2014) 
Paulo Roberto de Almeida

Em 27 de janeiro de 1954, um pequeno grupo de intelectuais, de funcionários públicos e de profissionais liberais se reuniu no Palácio Itamaraty do Rio de Janeiro, sede do Ministério das Relações Exteriores desde o início da República, e tomou a decisão de criar a primeira instituição brasileira especificamente dedicada ao estudo da política internacional e de questões atinentes às relações exteriores do Brasil: o Instituto Brasileiro de Relações Internacionais (IBRI). Ele foi definido, nos seus estatutos, como uma sociedade civil com finalidades culturais, com o objetivo de “realizar, promover e incentivar estudos sobre problemas internacionais, especialmente os de interesse para o Brasil”. Condizente com a sede que abrigava o conclave, o IBRI congregaria, ao longo de sua existência continuada, vários diplomatas engajados em suas atividades, assim como devotaria parte de seus esforços analíticos e das iniciativas empreendidas nos anos e décadas seguintes ao registro, à exposição, para um público mais vasto, e à discussão dos mais diversos temas vinculados às relações internacionais, em especial ao pensamento e à ação da diplomacia brasileira.

Uma primeira grande iniciativa concretizou-se quatro anos depois, sob a forma de um periódico, a Revista Brasileira de Política Internacional (RBPI), o mais antigo e o mais prestigioso dos veículos especializados em temas internacionais no Brasil (ver o n. 1 neste link: http://cafemundorama.files.wordpress.com/2013/10/rbpi_1958_1.pdf). Ambos, o IBRI e a RBPI, passaram por diferentes etapas em seus itinerários respectivos de mais de meio século, em duas fases bem caracterizadas: a do Rio de Janeiro, de 1954-58 até 1992, e a de Brasília, a partir de 1993 aos nossos dias. Um pouco de sua história, ao completar o IBRI meio século de vida, foi recapitulada por este autor na nota comemorativa “Instituto Brasileiro de Relações Internacionais: 50 anos de um grande empreendimento intelectual” (Revista Brasileira de Política Internacional, vol. 47, n. 2, 2004, p. 223-226; link: http://www.scielo.br/pdf/rbpi/v47n2/v47n2a08.pdf).

Este pequeno texto não tem a intenção de refazer a história da instituição e a de seu principal veículo de divulgação nas mais de seis décadas decorridas desde as iniciativas pioneiras, mas buscará, tão somente, oferecer um panorama, embora seletivo, da produção intelectual em temas das relações internacionais e de política externa do Brasil nesse período. Um sobrevoo geral permite constatar certas constâncias, ou seja, a recorrência das mesmas questões ao longo desse itinerário, mas também muitas transformações, como parece inevitável, tanto no plano propriamente doméstico, quanto no da política internacional e da economia mundial. O Brasil e a região não parecem ter mudado significativamente de posição no contexto dos cenários geopolíticos que se sucederam desde 1954: Guerra Fria, distensão global, crises e derrocada do comunismo, emergência de novos equilíbrios nos planos regional e mundial, etc. A despeito dessas grandes alterações da ordem mundial, o Brasil e a América Latina talvez não tenham um peso maior, atualmente, do que aquele que tinham no início do período.

Não obstante, algumas estruturas econômicas e as formas de participação do país e da região nos assuntos da política mundial podem ter sido substancialmente alteradas, em alguns casos para um melhor posicionamento, em outros casos apenas confirmando o papel excêntrico, relativamente secundário, para não dizer marginal, assumido pelo Brasil e pela região no contexto mais vasto das relações internacionais e, sobretudo, no quadro dos grandes equilíbrios geopolíticos entre os atores determinantes da politica e da economia mundiais. Em termos claros, o Brasil e a América Latina contam pouco nos cenários decisivos da paz e da segurança internacionais, mas também no das grandes dinâmicas econômicas – tecnológicas e financeiras, sobretudo – que movimentam a interdependência global; na verdade, eles podem até ter perdido terreno para a Ásia nessa segunda área, já sendo pouco influente na primeira.

Esta última afirmação pode parecer depreciativa do papel ou da importância que se costuma emprestar – no mais da vezes auto-atribuída – ao Brasil nesses contextos, uma vez que tanto as elites políticas, quanto o establishment diplomático e a corporação militar têm por hábito ressaltar a relevância da participação do Brasil nesses cenários de variada significação para os grandes objetivos multilaterais da preservação da paz e da segurança internacionais, e para a promoção dos objetivos ainda mais decisivos relativos ao desenvolvimento econômico e ao progresso social dos povos e dos Estados membros da comunidade internacional. Se formos compulsar, porém, a obra mais recente que trata justamente dos grandes equilíbrios mundiais e dos problemas remanescentes para a consolidação de uma ordem internacional estável, pacífica e promotora dos direitos humanos, da segurança e da paz, escrita por um especialista reconhecido, teremos exatamente a confirmação do argumento defendido neste ensaio.

Com efeito, Henry Kissinger, em seu livro mais recente, World Order (New York: Penguin Press, 2014), não devota nem mesmo um capítulo, sequer uma mísera seção, à América Latina ou ao Brasil, nas dez grandes unidades da obra, todas elas dedicadas aos grandes atores ou aos problemas percebidos como relevantes para o estabelecimento ou a preservação de uma ordem que de fato não existe. Para ser mais preciso, a América Latina não aparece sequer no índice remissivo do livro, embora nele exista uma entrada para western hemisphere. O Brasil é mencionado duas vezes, ambas en passant e de maneira irrelevante: a primeira para falar sobre o impacto mundial das revoluções europeias de 1848, a segunda na companhia da Índia (que recebe tratamento mais amplo nos capítulos asiáticos da obra) como exemplo de nações emergentes. Tal tipo de abordagem, registrando apenas os atores que contam nos equilíbrios mundiais das relações internacionais nos últimos cinco séculos, parece realista, a despeito de negativa para a autoestima de alguns. Não obstante a marginalidade relativa do Brasil e do continente para a ordem mundial na concepção de Kissinger, cabe reconhecer que o Brasil aumentou sua presença nos cenários econômico e político mundiais desde 1954, reforçando sua posição relativa no sistema internacional nas seis décadas decorridas desde então, tal como refletido na produção acadêmica acumulada no período.

Em todo caso, uma história intelectual das relações exteriores e da diplomacia brasileira nas últimas seis décadas seria incompleta se deixasse de mencionar o papel relevante desempenhado pelo IBRI, desde sua fundação, e sobretudo pela RBPI, a partir de 1958. Uma distinção quanto à natureza dessa influência ao longo do tempo deve ser feita no que respeita o IBRI e no tocante à revista. A associação de muitos diplomatas lotados no Rio de Janeiro, em meados dos anos 1950, à fundação e funcionamento do IBRI nos primeiros anos permite estabelecer uma clara vinculação conceitual entre os temas discutidos nas reuniões do IBRI e transplantados para a revista desde seu aparecimento e publicação trimestral e a agenda do Itamaraty nos anos imediatamente anteriores ao regime militar. Pode-se dizer, sem hesitação, que os membros civis e os diplomatas ativos no IBRI, e os focos de discussão e análise na RBPI exibem uma espécie de osmose intelectual com os grandes temas da política externa brasileira e seu tratamento pelo Itamaraty e pela própria presidência da República.

Esses grandes temas referem-se ao relacionamento bilateral Brasil-Estados Unidos, no contexto da Guerra Fria, aos primeiros passos da integração regional, o lançamento da Operação Pan-Americana pelo governo Kubitschek, a criação do BID e da Alalc, o problema de Cuba e seu encaminhamento na OEA, a emergência e afirmação da chamada “política externa independente” – presente, implicitamente, desde o início na revista, antes mesmo de se tornar explícita nos governos Jânio e Goulart – e a mobilização ativa do Brasil e dos países em desenvolvimento em torno da problemática do desenvolvimento, primeiro tratada no âmbito da Cepal, depois transplantada – inclusive porque o diretor, Raul Prebisch, era o mesmo – no quadro da Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento, cujo primeiro encontro se deu, aliás, ao mesmo momento em que caia o governo Goulart e tinha início o governo militar. Todas essas questões figuram nas páginas da revista, como uma consulta sumária aos índices dos números relativos a esses anos iniciais pode revelar (ver a coleção completa neste link: http://mundorama.net/category/2-biblioteca/rbpi/).

Qualquer pesquisa sobre a diplomacia brasileira no período não pode, assim, dispensar esse recurso, muitas vezes até como fonte primária. Numa época em que o Itamaraty publicava, se tanto, burocráticos relatórios anuais de suas atividades – e estes não eram tão detalhados, mas ao contrário, eram bem menos copiosos do que os antigos relatórios da Secretaria de Estado dos Negócios Estrangeiros, no Império – e algumas poucas publicações avulsas, a seção documental da RBPI invariavelmente fazia a transcrição dos principais expedientes da diplomacia oficial: discursos, documentos de posição, atas de reuniões, textos de tratados e de outros atos internacionais, geralmente traduzidos pelos próprios diplomatas que colaboravam com a revista. No início do governo militar, por sinal, os relatórios de atividades do Ministério se rarefizeram, o que tornam ainda mais úteis esses números trimestrais da RBPI, a despeito do eventual retraimento de alguns diplomatas ante a nova situação política e suas orientações mais alinhadas à diplomacia tradicional da era da Guerra Fria.

Embora tenham ocorrido poucos episódios de enquadramento da corporação ao novo Zeitgeist, e até algumas baixas entre os opositores identificados – foi o caso, por exemplo, do embaixador Jayme Rodrigues, segundo na delegação brasileira à Unctad –, a revista continuou a dar ênfase aos seus temas habituais. O novo editor, o historiador e ex-professor do Instituto Rio Branco José Honório Rodrigues – que deu início a uma revista “concorrente”, a Política Externa Independente, que sobreviveu a três corajosos números entre 1964 e 1966 – preparou números temáticos sobre os temas econômicos do momento, a dependência do Brasil das exportações de commodities e a reforma do sistema multilateral de comércio; as questões da política nuclear, do direito do mar e vários outros que estavam ativamente presentes na agenda de trabalho da diplomacia brasileira também comparecem nas páginas da RBPI com muita frequência (ver o número especial sobre os 40 anos da revista, em 1998, bem como o editorial assinado por Antônio Carlos Lessa e Paulo Roberto de Almeida, no vol. 47-1, junho de 2004, por ocasião dos cinquenta anos do Instituto, ambos disponíveis na plataforma Scielo).

É provavelmente esse espírito da revista, e do próprio Instituto, que explica a relativamente rápida retomada das posições da “política externa independente” já no segundo governo do regime militar, a despeito das limitações políticas da época e de alguns cânones ideológicos identificados com o espírito de caserna dos dirigentes. A sua influência foi, no entanto, sendo progressivamente diminuída depois que o ministério e todo o corpo diplomático presente no Rio de Janeiro tiveram de operar a mudança para a nova capital, no início dos anos 1970, o que culminou com a transferência do próprio Instituto Rio Branco, em 1975. O IBRI e a RBPI foram perdendo realce e prestígio nos meios que eles mais influenciavam: a própria corporação profissional do Itamaraty, o corpo diplomático e os muitos acadêmicos e altos funcionários que sempre gravitaram em torno desse antigo empreendimento na capital cultural do país. Seguiu-se uma trajetória de declínio, quando o IBRI já era praticamente virtual e a revista continuava a ser mantida – financiada, editada e distribuída – graças aos esforços solitários de Cleantho de Paiva Leite, seu grande promotor e animador nas duas décadas restantes de sua fase carioca. Sua morte, em outubro de 1992, sinalizou o fim de uma época e o início de outra, tanto para o IBRI quanto para a RBPI, que se tornaram menos policy-oriented, e mais deliberadamente voltados para o mundo acadêmico.

Essa orientação, adotada a partir da transferência – de fato a recriação, tanto no que concerne o IBRI, fundado novamente, quanto a revista – para Brasília representou na verdade uma dinamização e uma potencialização das possibilidades intelectuais e de disseminação para um público mais vasto de ambos instrumentos. O IBRI passou a organizar seminários e outros eventos tipicamente acadêmicos, firmou convênios com outras instituições, a começar com a Fundação Alexandre de Gusmão, do Itamaraty, publicou muitos livros – geralmente em coedição com editoras comerciais ou da área acadêmica e diplomática – e adquiriu um novo prestígio, graças à sua íntima associação com o Instituto de Relações Internacionais da Universidade de Brasília, que fornece a quase totalidade dos recursos humanos, e muitos dos recursos materiais, necessários às suas atividades. O Professor José Carlos Brandi Aleixo, seu primeiro diretor na fase de Brasília, permanece como presidente de honra, em vista de seu trabalho meritório nos primeiros esforços de soerguimento da antiga instituição inaugurada em 1954.

Quanto à revista, ela não apenas recuperou suas excelentes qualidades analíticas dos anos do Rio de Janeiro, quanto cresceu exponencialmente em prestígio e audiência internacionais, o que é confirmado pela ampla gama de instrumentos de citação e de indexação de âmbito mundial. Dois nomes foram essenciais para essa feliz evolução institucional e intelectual: o professor emérito Amado Luiz Cervo, seu primeiro editor durante os primeiros dez anos da fase de Brasília, e desde 2004 o professor Antônio Carlos Lessa, que imprimiu notável modernização editorial e gráfica à revista, bem como atuou de forma decisiva para inculcar-lhe os mais rigorosos padrões de qualidade propriamente acadêmica (ver a coleção: http://ibri-rbpi.org/category/edicoes-da-rbpi/).

Ela é parte de um esforço mais amplo que também vem acompanhado de outros veículos e instrumentos de pesquisa e publicação, como a antiga plataforma Relnet e, desde muitos anos, a plataforma Mundorama. Por iniciativa do prof. Lessa, em 2000, foi criado o Boletim Meridiano 47, cujo significado foi explicado em seu primeiro número nestes termos: “Meridiano 47 é uma homenagem que o IBRI faz a Brasília (cidade cortada por aquela linha), onde está funcionando desde 1993, com o que renova o seu compromisso permanente com a análise de alto nível na área de relações internacionais, há muito firmado com a publicação ininterrupta da Revista Brasileira de Política Internacional - RBPI, que desde 1958 é testemunha e muitas vezes veículo preferencial  dos movimentos intelectuais e políticos que renovaram a ação internacional do Brasil, assumindo desde logo um papel de relevo na cultura política e acadêmica do país.” (n. 1 do boletim, neste link: http://periodicos.unb.br/index.php/MED/article/view/4774/4007)

O quadro analítico ao final deste ensaio tenta seguir esse longo itinerário a partir de uma compilação seletiva da produção intelectual em relações internacionais e sobre a política externa do Brasil, tal como repercutida em obras de acadêmicos, de diplomatas profissionais e de alguns poucos analistas estrangeiros, obras que foram consideradas relevantes para enquadrar essa rica evolução intelectual e prática do pensamento e da própria ação da diplomacia brasileira. Ele fornece um rápido instrumento de consulta sobre os trabalhos mais importantes publicados no Brasil nas últimas seis décadas, com destaque para a própria RBPI, ademais de uma seleção dos livros já integrados à literatura desses campos, e que marcaram cada um desses anos de aprofundamento analítico e de crescimento intelectual. O IBRI e a RBPI são peças destacadas, e certamente meritórias, desse cenário de realizações intelectuais, como tais destinados a perdurar no futuro previsível, num ambiente certamente mais competitivo do que o das primeiras décadas, e por isso mesmo mais estimulante em termos de rigor analítico e de preservação dos padrões de qualidade que sempre foram os seus.

Compilação seletiva da produção acadêmica e profissional em relações internacionais e em política externa do Brasil, de 1954 a 2014

1954    Fundação do Instituto Brasileiro de Relações Internacionais, no Palácio Itamaraty, RJ;
Cassiano Ricardo: O Tratado de Petrópolis; Lygia Azevedo e José S. da Gama e Silva: Evolução do Ministério das Relações Exteriores;

Lançamento do Boletim da ADESG (em 1968: Segurança e Desenvolvimento).

1955    Afonso Arinos: Um Estadista da República: Afrânio de Melo Franco e seu tempo; Álvaro Teixeira Soares: Diplomacia do Império no Rio da Prata.
1956    Revista do Clube Militar: Delgado de Carvalho e Therezinha de Castro: A Questão da Antártica.
1957    A. J. Bezerra de Menezes: O Brasil e o mundo ásio-africano; João Neves da Fontoura: Depoimentos de um ex-ministro.
1958    Lançamento da Revista Brasileira de Política Internacional - RBPI; no Rio de Janeiro de1958 a 1992; ano I, n. 1: Raul Fernandes: O malogro da segurança pela união das nações e a liderança americana; Hermes Lima: A conferência econômica da Organização dos Estados Americanos; ano I, n. 2: Oswaldo Aranha: Relações diplomáticas com a União Soviética; José Garrido Torres: Por que um mercado regional latino-americano?; ano I, n. 4: O. A. Dias Carneiro: Interesses políticos e econômicos dos Estados Unidos na América Latina;
Hélio Jaguaribe: O Nacionalismo na Atualidade Brasileira; Hélio Vianna: História diplomática do Brasil; Caio de Freitas: George Canning e o Brasil; Gilberto Freyre: Sugestões em torno de uma nova orientação para as relações internacionais do Brasil; Hélio Vianna: História Diplomática do Brasil.

1959    Carlos Delgado de Carvalho: História diplomática do Brasil; Luís Vianna Filho: A vida do Barão do Rio Branco;
RBPI: ano II, n. 5: Barreto Leite Filho: OPA, primeiro ano de discussões e negociações; ano II, n. 6: Cleantho Leite: Banco Interamericano de Desenvolvimento; Georges D. Landau: Política internacional e assistência técnica; ano II, n. 7: João Carlos Muniz: Significado da Operação Pan-Americana; ano II, n. 8: Roberto de Oliveira Campos: Relações Estados Unidos-América Latina: uma interpretação; Luís Bastian Pinto: A política exterior do Brasil na América Latina;

1960    Carlos de Meira Mattos: Projeção Mundial do Brasil; Licurgo Costa: Uma nova política para as Américas: Doutrina Kubitschek e OPA; Delgado de Carvalho e Therezinha de Castro: Atlas de Relações Internacionais;
RBPI: ano III, n. 9: Celso A. de Souza e Silva: Operação Pan-Americana: antecedentes e perspectivas; ano III, n. 10: Cleantho de Paiva Leite: Associação Internacional de Desenvolvimento; Garrido Torres: Operação Pan-Americana: uma política a formular; ano III, n. 11: Oliver Ónody: Relações comerciais do Brasil com o Bloco Soviético;

1961    José Honório Rodrigues: Brasil e África: outro horizonte; A. J. Bezerra de Menezes: Ásia, África e a política independente do Brasil;
Foreign Affairs: Jânio Quadros: Brazil’s new foreign policy;

RBPI: ano IV, n. 13: Alceu Amoroso Lima: Os Estados Unidos e a América Latina; ano IV, n. 14: Josué de Castro: Uma política de combate à fome na América Latina; ano IV, n. 15: Roberto de Oliveira Campos: Sobre o conceito de neutralismo; Lincoln Gordon: Relações dos Estados Unidos com a América Latina, especialmente o Brasil; ano IV, n. 16: Glycon de Paiva: Problemática mineral brasileira.

1962    San Tiago Dantas: Política externa independente;
Revista Tempo Brasileiro: Cândido Mendes de Almeida: Política externa e nação em progresso;

Revista de História: Virgílio Corrêa Filho: O chanceler imortal: o Barão do Rio Branco; International Affairs (Londres): José Honório Rodrigues: The Foundations of Brazil’s Foreign Policy;

RBPI: ano V, n. 17: Alceu Amoroso Lima: A posição do Brasil em Punta del Este; ano V, n. 18: Barbosa Lima Sobrinho: O Brasil e a encampação de concessionárias estrangeiras; José Honório Rodrigues: O presente e o futuro das relações africano-brasileiras; ano V, n. 19: Otávio Dias Carneiro: O comércio internacional de produtos de base.

1963    Candido Mendes de Almeida: Nacionalismo e Desenvolvimento; J. A. Soares de Souza: A Missão Bellegarde ao Paraguai, 1849-1852; José Honório Rodrigues: Aspirações Nacionais; Sérgio Macedo: De Tordesilhas à OPA: um resumo da história diplomática do Brasil; Arnaldo Vieira de Melo: Bolívar, o Brasil e nossos vizinhos do Prata: da questão de Chiquitos à Guerra da Cisplatina; Vamireh Chacon: Qual a política externa conveniente ao Brasil?
RBPI: ano VI, n. 21: Henrique Valle: O Brasil e a ALALC; ano VI, n. 22: José Maria Gouveia Vieira: A economia internacional do século XX.

1964    Antônio Olinto: Brasileiros na África; M. Franchini Netto: Diplomacia, instrumento da ordem internacional: história, transformação, atualidade; Sylvio Monteiro: A Ideologia do Imperialismo;
RBPI: ano VII, n. 25: Octávio A. Dias Carneiro: Problemas de comércio internacional de produtos de base; ano VII, n. 26: Relatório de Raul Prebisch para a Unctad: Uma Nova Política Comercial para o Desenvolvimento; ano VII, n. 27: especial Sobre Santiago Dantas: Estudos, conferências e discursos; ano VII, n. 28: Ata Final da primeira Unctad;

1965    Pinto Ferreira: Capitais Estrangeiros e Dívida Externa do Brasil; Edmar Morel: O Golpe começou em Washington;
Lançamento da revista Política Externa Independente (3 números);

PEI: José Honório Rodrigues: Por uma política externa própria e independente; Maria Y. L. Linhares: Desenvolvimento e política internacional;

RBPI: ano VIII, n. 30: especial sobre a encampação das concessionárias estrangeiras-I; ano VIII, n. 31-32: especial sobre a encampação das concessionárias estrangeiras-II.

1966    Celso Furtado: Desenvolvimento e estagnação na América Latina; Mário Pedrosa: A Opção Imperialista; José Honório Rodrigues: Interesse Nacional e Política Externa;
RBPI: ano VIII, n. 33-34: Acordo de Garantia de Investimentos entre Brasil e Estados Unidos I; ano IX, n. 35-36: Acordo de Garantia de Investimentos entre Brasil e Estados Unidos, II.

1967    F. H. Cardoso e Enzo Faletto: Dependência e desenvolvimento na América Latina; J. O. Meira Penna: Política externa: segurança e desenvolvimento;
RBPI: ano X, n. 37-38: Especial: Política Nuclear Brasileira; ano X, n. 39-40: Otávio Dias Carneiro: Estruturas econômica nacionais e relações internacionais; Jayme Magrassi de Sá: O BNDE e os financiamentos externos; Celso Lafer: Uma interpretação do sistema de relações internacionais do Brasil.

1968    J. R. Amaral Lapa: A Bahia e a carreira da Índia; Darcy Ribeiro: As Américas e a Civilização;
RBPI: ano XI, n. 41-42: Especial: Amazônia; Arthur Cézar Ferreira Reis: Porque a Amazônia deve ser brasileira; Robert Panero: Um sistema sul-americano de Grandes Lagos; Herman Kahn & Robert Panero: Novo enfoque sobre a Amazônia; General Frederico Rondon: Diretrizes de uma planificação para o desenvolvimento regional da Amazônia; ano XI, n. 43-44: Especial: II UNCTAD.

1969    Revista de História: Pedro Moacyr Campos: As relações do Brasil com a Alemanha durante o Segundo Reinado;
RBPI: ano XII, n. 45-46: Especial Bacia do Prata; Clovis Ramalhete: Novos problemas jurídicos do Prata; Oscar Camilión: Relações entre Brasil e Argentina no mundo atual; ano XII, n. 47-48: Especial sobre Direito do Mar.

1970    Juracy Magalhães: Minha experiência diplomática; Delgado de Carvalho: Civilização Contemporânea;
RBPI: ano XIII, n. 49-50: Emb. J. A. Araújo Castro: Fundamentos da paz internacional: balança de poder ou segurança coletiva e As Nações Unidas e a política do poder; Mario Gibson Barboza: Política Brasileira de Comércio Exterior; Mozart Gurgel Valente: Relações comerciais entre Brasil e EUA; ano XIII, n. 51-52: Especial Produtos de Base.

1971    Delgado de Carvalho: Relações Internacionais; A. Teixeira Soares: Um Grande Desafio Diplomático no Século Passado: navegação e limites na Amazônia; G. E. Nascimento e Silva: A Missão Diplomática;
RBPI: ano XIV, n. 53-54: Emb. Araújo Castro: Continente americano dentro da problemática mundial; General Rodrigo Otávio Jordão Ramos: As Forças Armadas e a integração da Amazônia; Miguel Osório de Almeida: Desenvolvimento econômico e preservação do meio ambiente; ano XIV, n. 55-56: Glycon de Paiva: Estágios do desenvolvimento econômico.

1972    Frank McCann: The Brazilian-American Alliance, 1937-1945;
Revista Brasileira de Estudos Políticos: Emb. Araújo Castro: O congelamento do poder mundial;

RBPI, ano XV, n. 57-58: Especial sobre o Brasil na III UNCTAD; Amaury Bier: Negociações comerciais multilaterais no âmbito do GATT à luz dos resultados da III UNCTAD; ano XV, n. 59-60: Guilherme Arroio: Sistema Geral de Preferências: Análise dos principais aspectos do Sistema Geral de Preferências Tarifárias, um dos resultados mais concretos da Unctad.

1973    Celso Lafer e Felix Peña: Argentina e Brasil no sistema de relações internacionais; Moniz Bandeira: Presença dos Estados Unidos no Brasil: dois séculos de história;
RBPI: ano XVI, n. 61-62: Ronaldo Costa: Participação dos países em desenvolvimento no comércio internacional; ano XVI, n. 63-64: General Carlos de Meira Mattos: O poder militar e a política internacional.

1974    O. Ianni: Imperialismo na América Latina; Wayne Selcher: The Afro-Asian dimension of Brazilian foreign policy, 1956-1972;
RBPI: ano XVII, n. 65-68: Ramiro S. Guerreiro: Organismos internacionais: conceitos e funcionamento; Eduardo Pinto: Brasil: os difíceis caminhos da energia nuclear;

1975    Stanley Hilton: Brazil and the great powers, 1930-1939: the politics of trade rivalry; Carlos E. Martins: Brasil-Estados Unidos: dos anos 60 aos 70; José Honório Rodrigues: Independência: Revolução e contra-revolução, a política internacional;
RBPI: ano XVIII, n. 69-72: Especial: Nova Ordem Mundial: aspectos políticos, econômicos, tecnológicos; Celso Lafer: Evolução da política externa brasileira;

Cadernos CEBRAP: Carlos Estevam Martins: A evolução da política externa brasileira na década 1964-74.

1976    Terezinha de Castro: Rumo à Antártica; William Perry: Contemporary Brazilian Foreign Policy: the international strategy of an emerging power; Luciano Martins: Pouvoir et Développement Économique: formation et évolution des structures politiques au Brésil;
RBPI: ano XIX, n. 73-76: CPI das Multinacionais (1ª parte).

1977    Pedro Malan et ali: Política econômica externa e industrialização do Brasil (1939-52); Celso Lafer: Comércio e relações internacionais; Ronald Schneider: Brazil: Foreign Policy of a Future World Power; Roberto Gambini: O Duplo Jogo de Getúlio Vargas; Carlos Meira Mattos: A geopolítica e as projeções do poder;
RBPI: ano XX, n. 77-80: CPI das Multinacionais (2ª parte).

1978    Luis Alberto Bahia: Soberania. Guerra e Paz;
RBPI: ano XXI, n. 81-84: Clóvis Brigagão: Cancelamento do Acordo Militar Brasil-EUA;

Lançamento em Brasília da revista Relações Internacionais: Amado Cervo: Os primeiros passos da diplomacia brasileira;

1979    Celso Lafer: O convênio do café de 1972: da reciprocidade no direito internacional econômico; A.A. Cançado Trindade: O Estado e as Relações Internacionais; Ana Célia Castro: As empresas estrangeiras no Brasil, 1860-1913;
RBPI: ano XXII, n. 85-88: Especial: A Crise Energética Mundial: Amaury Porto de Oliveira: A natureza política do preço do petróleo; Adilson de Oliveira, João L. R. H. Araújo e Luiz Pinguelli Rosa: Impasse atual e perspectivas a longo prazo da política energética no Brasil;

Relações Internacionais: Celso Lafer: Política exterior brasileira: balanço e perspectivas

1980    Gerson Moura: Autonomia na Dependência: 1935-1942; Jobson Arruda: O Brasil no comércio colonial;
RBPI: ano XXIII, n. 89-92: Hélio Jaguaribe: O Informe Willy Brandt e suas implicações políticas; Roberto Abdenur e Ronaldo Sardenberg: Notas sobre as relações norte-sul e o relatório Brandt; Stanley Hilton: Brasil-Argentina;

Relações Internacionais: H. Jaguaribe: Autonomia Periférica e Hegemonia Cêntrica; R. Sardenberg: O pensamento de Araújo Castro.

1981    Amado L. Cervo, O Parlamento Brasileiro e as Relações Exteriores, 1826-1889; Golbery do Couto e Silva: Conjuntura política nacional; Heitor Lyra: Minha Vida Diplomática;
RBPI: ano XXIV, n. 93-96, Especial sobre relações Brasil-Argentina;

1982    Celso Lafer: Paradoxos e possibilidades: Estudos sobre a Ordem Mundial e sobre a Política Exterior do Brasil num Sistema Internacional em Transformação; R. Amado (org.): Araújo Castro; Maurício Nabuco: Reflexões e reminiscências;
RBPI: ano XXV, n. 97-100; Henry Kissinger, Hélio Jaguaribe, Albert Fishlow: Relações Brasil-EUA; Pedro Sampaio Malan: Sistema econômico internacional: lições da História;

Revista Dados: M.R.S.de Lima e G. Moura: A trajetória do pragmatismo: uma análise da política externa brasileira.

1983    M. R. Soares de Lima e Z. Cheibub: Relações internacionais e política externa brasileira: debate intelectual e produção acadêmica;
RBPI: ano XXVI, n. 101-104; Geraldo Eulálio Nascimento Silva: Terrorismo na política internacional; J. Carlos Brandi Aleixo: Brasil e América Central; Wayne Selcher: O Brasil no Mundo; Amaury Porto de Oliveira: Óleo para as lâmpadas das ‘Majors’

Lançamento em São Paulo da revista Política e Estratégia (PeE); Wayne Selcher: O Brasil no sistema mundial de poder

1984    Celso Lafer: O Brasil e a crise mundial: Paz, Poder e Política Externa; A. A. Cançado Trindade: Repertório da Prática Brasileira do Direito Internacional Público (6 volumes até 1988, cobrindo de 1889 até 1981);
RBPI: ano XXVII, n. 105-108; Renato Archer: Santiago Dantas e a formulação da Política Exterior Independente; Geraldo L. Cavagnari: Brasil: introdução ao estudo de uma potência média; Amaury Porto de Oliveira: Reestruturação da indústria internacional de petróleo; Santiago Fernandes: A ilegitimidade da dívida externa; Teixeira Soares: Getúlio Vargas: verso e reverso de um estadista.

1985    Hélio Jaguaribe: Reflexões sobre o Atlântico Sul; Moniz Bandeira: O expansionismo brasileiro e a formação dos Estados no Prata; Ricardo A. S. Seitenfus: O Brasil de Getúlio Vargas e a Formação dos Blocos: 1930-1942; Alexandre Barros: El estudio de las relaciones internacionales en Brasil; Mônica Hirst (org.), Brasil-Estados Unidos na transição democrática;
Lançamento da revista Contexto Internacional (IRI/PUC-RJ);

RBPI: ano XXVIII, n. 109-110: Gerson Moura: As razões do alinhamento: a política externa brasileira no após guerra (1945-1950); Comissão de Relações Exteriores da CD (1984): Tancredo Neves; Celso Lafer; Hélio Jaguaribe; Marcílio Marques Moreira;

Política e Estratégia: Celso Lafer: A diplomacia brasileira e a nova república;

1986    Hélio Jaguaribe: O novo cenário internacional; A. L. Cervo e C. Bueno: A Política Externa Brasileira, 1822-1985; G. Moura: Tio Sam chega ao Brasil: a penetração cultural americana;
RBPI: ano XXIX, n. 113-114: Paulo Nogueira Batista: Dívidas externas dos Estados; Stanley Hilton: Afrânio de Melo Franco e a diplomacia brasileira, 1917-1943; ano XXIX, n. 115-116: Rubens Ricupero: O Brasil e o Mundo no século XXI; Paulo R. Almeida: Relações exteriores e Constituição; Moniz Bandeira: Continuidade e mudança na política externa brasileira.

1987    Moniz Bandeira O Eixo Argentina-Brasil: o processo de integração da América Latina; René A. Dreifuss: A internacional capitalista;
RBPI: ano XXX, n. 117-118; Celso Souza e Silva: Proliferação Nuclear e o Tratado de Não Proliferação; Rômulo Almeida: Reflexão sobre a integração latino-americana; Hélio Jaguaribe: Integração Argentina-Brasil; Rex Nazareth Alves: Programa Nuclear Brasileiro; ano XXX, n. 119-120: especial 30 anos da RBPI: reproduções de artigos já publicados.

1988    Sonia de Camargo e José Maria Vasquez: Autoritarismo e democracia na Argentina e no Brasil: uma década de política exterior; Jacob Dolinger: A Dívida Externa Brasileira: solução pela via arbitral; Winston Fritsch: External constraints on economic policy in Brazil, 1889-1930;
RBPI: ano XXXI, n. 121-122;  Rubens Ricupero: O Brasil e o futuro do comércio internacional; Amaury Porto de Oliveira: Nas interfaces do futuro chinês; ano XXXI, n. 123-124; Hélio Jaguaribe: América Latina no contexto mundial; Oscar Lorenzo Fernandez: O desenvolvimento tecnológico do Brasil e a cooperação internacional; Paulo R. Almeida: Retorno ao futuro: a ordem internacional no horizonte 2000.

1989    Moniz Bandeira: Brasil-Estados Unidos: A Rivalidade Emergente, 1950-1988; Gelson Fonseca Jr. e Valdemar Carneiro Leão (orgs.): Temas de Política Externa Brasileira I; João H. P. de Araújo, M. Azambuja e Rubens Ricupero: Três Ensaios sobre Diplomacia Brasileira; João Pandiá Calógeras: A Política Exterior do Império (3 vols. ed. fac-similar);
Revista Lua Nova: especial: Relações internacionais e o Brasil (Marcílio M. Moreira, Celso Lafer, R. Seitenfus, Tullo Vigevani);

RBPI: ano XXXII, n. 125-126; Sérgio Bath: Rui na Haia: um precursor; ano XXXII, n. 127-128; Paulo Nogueira Batista: Mudanças estruturais e desequilíbrio na economia mundial; José Octávio de Arruda Mello: Historiografia e história das relações internacionais: de José Honório ao IBRI.

1990    José L. Werneck da Silva: As duas faces da moeda: a política externa do Brasil monárquico; Mônica Hirst: O pragmatismo impossível: a política externa do segundo governo Vargas (1951-1954); Gerson Moura: O Alinhamento sem Recompensa: a política externa do Governo Dutra; Tullo Vigevani: Terceiro Mundo: conceito e história;
RBPI: ano XXXIII, n. 129-130; Celso Furtado: As duas vertentes da visão centro-periferia; Paulo Tarso Flecha de Lima: O Brasil no panorama internacional: desafios e controvérsias; ano XXXIII, n. 131-132; Hélio Jaguaribe: Brasil, no advento do século XXI; José Vicente Lessa: Da previsibilidade histórica; Paulo R. Almeida: Retorno ao futuro, parte II;

Contexto Internacional: Celso Lafer: Reflexões sobre a inserção do Brasil no contexto internacional

1991    G. Moura: Sucessos e Ilusões: relações internacionais do Brasil durante e após a Segunda Guerra Mundial; Rubens A. Barbosa: América Latina em perspectiva; José Guilherme Merquior: Liberalism, Old and New;
RBPI: ano XXXIV, n. 133-134; Celso de Souza e Silva: A posição relativa do Brasil no quadro estratégico mundial; Rubens A. Barbosa: A importância da integração e da cooperação regional e internacional para o desenvolvimento latino-americano; ano XXXIV, n. 135-136: Paulo R. Almeida: 1492 e o nascimento da moderna diplomacia;

Contexto Internacional: P. R. Almeida: Relações internacionais do Brasil: introdução metodológica.

1992    A. L. Cervo e C. Bueno: História da Política Exterior do Brasil; Helder Gordim da Silveira: Integração latino-americana: projetos e realidades;
Lançamento da revista Política Externa (SP: Ed. Paz e Terra-NUPRI/USP);

Lançamento dos cadernos Premissas (NEE/Unicamp);

RBPI: ano XXXV, n. 137-138; Celso Amorim: Quem tem medo de Stefan Zweig? ou os caminhos da autonomia tecnológica; Paulo R. Almeida: Retorno ao Futuro, Parte III: agonia e queda do socialismo real; ano XXXV, n. 139-140: Sérgio Bath: Cleantho de Paiva Leite; Emb. Ramiro Saraiva Guerreiro: Repercussões das mudanças da estrutura mundial do Direito Internacional; [Último número da RBPI no Rio de Janeiro]

Contexto Internacional: P. R. Almeida: Os partidos políticos nas relações internacionais, 1930-1990.

1993    IBRI-RBPI: Constituição do IBRI em sua fase de Brasília, com eleição do primeiro presidente, Professor José Carlos Brandi Aleixo, ulteriormente presidente de honra;
Moniz Bandeira, Estado Nacional e Política Internacional na América Latina: O Continente nas relações Argentina-Brasil (1930/1992); P. R. Almeida: O Mercosul no contexto regional e internacional;

1º número da série de Brasília da RBPI, vol. 36, n. 1: Paulo R. de Almeida: Estudos de relações internacionais do Brasil: produção historiográfica, 1927-92; vol. 36, n. 2; Stanley Hilton: Brasil e Argentina: da rivalidade à entente; Clodoaldo Bueno: A diplomacia brasileira e a formação do Mercado Comum Europeu; Flavio M. De Oliveira Castro: As relações oficiais russo-soviéticas com o Brasil (1808-1961);

Política Externa: Celso Lafer, P. N. Batista: A política externa brasileira do governo Collor.

1994    J. A. Lindgren Alves: Os direitos humanos como tema global: Gelson Fonseca Júnior, Sérgio Henrique Nabuco de Castro (orgs.): Temas de Política Externa II; Amado L. Cervo (org.): O Desafio Internacional: a política exterior do Brasil de 1930 a nossos dias; Roberto Campos: A Lanterna na Popa; Vasco Leitão da Cunha: Diplomacia em Alto Mar; Ricardo Seitenfus: Para uma Nova Política Externa Brasileira;
RBPI: vol. 37, n. 1; Eugênio V. Garcia: A candidatura do Brasil a um assento permanente na Liga das Nações; Thomaz G. da Costa: Política de defesa: uma discussão conceitual e o caso do Brasil; vol. 37, n. 2: Eiiti Sato: Do GATT à Organização Mundial do Comércio: as transformações da Ordem Internacional e a harmonização de políticas comerciais; Moniz Bandeira: O nacionalismo latino-americano no contexto da Guerra Fria; Francisco Doratioto: Há 130 anos o Tratado da Tríplice Aliança;

Política Externa: Paulo Nogueira Batista: Cláusula social e comércio internacional;

Contexto Internacional, vol. 16, n. 2: P. R. Almeida: O Fim de Bretton-Woods?: a longa marcha da OMC.

1995    José H. Rodrigues e Ricardo Seitenfus: Uma História Diplomática do Brasil); MRE: A Palavra do Brasil nas Nações Unidas: 1946-1995; Moniz Bandeira: O Expansionismo Brasileiro e a formação dos Estados na Bacia do Prata; R. Ricupero: Visões do Brasil; C. Bueno: A República e sua Política Exterior; P. Vizentini: Relações internacionais e desenvolvimento; C. Brigagão: Margens do Brasil; S. Miyamoto: Geopolítica e Poder no Brasil; . Luiz Felipe de Seixas Corrêa: A Palavra do Brasil nas  Nações Unidas: 1946-1995;
RBPI: vol. 38, n. 1; M. Hirst e L. Pinheiro: A política externa do Brasil em dois tempos; Antônio Carlos Lessa: A estratégia de diversificação de parcerias no contexto do Nacional-desenvolvimentismo (1974-1979);

Premissas: S. Miyamoto & W. Gonçalves: A política externa brasileira e o regime militar;

Política Externa: Celso Amorim: O Brasil e o Conselho de Segurança da ONU.

1996    J. A. Guilhon de Albuquerque (org.): Sessenta anos de política externa (vols. 1 e 2); Renato Baumann (org.): O Brasil e a Economia Global; Antônio S. Brandão e Lia V. Pereira (orgs.). Mercosul: perspectivas da integração; Sérgio Florêncio e Ernesto Araújo: Mercosul Hoje; Gonçalo Mello Mourão, A Revolução de 1817 e a História do Brasil: um estudo de história diplomática;
Lançamento da revista Parcerias Estratégicas (CEE-SAE; em 2001: CGEE);

RBPI: vol. 39, n. 1: Samuel Pinheiro Guimarães: Aspectos econômicos do Mercosul; Paulo R. Almeida: A economia da política externa: a ordem internacional e o progresso da Nação; vol. 39, n. 2: Alcides G. R. Prates: O Brasil e a coordenação entre os países de porte continental na perspectiva atual; Paulo R. Almeida: O legado do Barão: Rio Branco e a moderna diplomacia brasileira.

1997    Flavio S. Saraiva (org.), A. L. Cervo, W. Döpcke e Paulo R. de Almeida. Relações internacionais contemporâneas: 1815 a nossos dias; Ricardo Seitenfus: Manual das Organizações Internacionais; Odete M. de Oliveira (coord.): Relações Internacionais & globalização; Demétrio Magnoli, O Corpo da Pátria: imaginação geográfica e política externa no Brasil (1808-1912); José Manoel Cardoso de Oliveira: Atos Diplomáticos do Brasil: tratados do período colonial e vários documentos desde 1492;
RBPI: vol. 40, n. 1: Eugenio V. Garcia: O pensamento dos militares em política internacional (1961-1989); Everton V. Vargas: Átomos na integração : a aproximação Brasil-Argentina no campo nuclear e a construção do Mercosul; vol. 40, n. 2: Paulo R. de Almeida: A democratização da sociedade internacional e o Brasil: ensaio sobre uma mutação histórica de longo prazo (1815-1997).

1998    Celso Lafer: A OMC e a regulamentação do comércio internacional; Gelson Fonseca Jr.: A Legitimidade Internacional; Paulo R. de Almeida: Relações internacionais e política externa do Brasil e Mercosul: fundamentos e perspectivas; Paulo Vizentini: A política externa do regime militar brasileiro; Irineu Strenger: Relações internacionais; Moniz Bandeira: De Marti a Fidel: a revolução cubana e a América Latina; Amado L. Cervo e Mario Rapoport (orgs.): História do Cone Sul; Carlos Delgado de Carvalho: História Diplomática do Brasil (ed. fac-similar);
RBPI, número especial, 40 anos, 1958-1998: Paulo R. de Almeida: RBPI: a continuidade de um empreendimento exemplar; Eiiti Sato: 40 anos de política externa brasileira, 1958-1998: três inflexões; Antonio Carlos Lessa: A diplomacia universalista do Brasil: a construção do sistema contemporâneo de relações bilaterais; Antônio J. R. Rocha: O tratamento de temas multilaterais na RBPI: 1958-1998.

1999    Sérgio Danese: Diplomacia presidencial; Paulo R. de Almeida: O Brasil e o multilateralismo econômico; PRA: O Estudo das Relações Internacionais do Brasil; Samuel Pinheiro Guimarães: Quinhentos anos de periferia; Yves Chaloult e Paulo Roberto de Almeida (orgs.): Mercosul, Nafta e Alca: a dimensão social; Rafael Duarte Villa: Da crise do realismo à segurança global multidimensional; Marcelo de Paiva Abreu: O Brasil e a economia mundial, 1930-1945; Paulo Roberto Campos Tarrisse da Fontoura: O Brasil e as operações de manutenção da paz das Nações Unidas; Celso Lafer: Comércio, desarmamento, direitos humanos; Luiz Felipe Lampreia: Diplomacia brasileira: palavras, contextos e razões;
RBPI: vol. 42, n. 1; Luiz Felipe de Seixas Corrêa: O Brasil e o mundo no limiar do novo século: diplomacia e desenvolvimento; vol. 42, n. 2: Raúl Bernal-Meza: Políticas exteriores comparadas de Argentina e Brasil rumo ao Mercosul; Pio Penna Filho: A pesquisa histórica no Itamaraty.

2000    Criação do boletim Meridiano 47 por iniciativa do prof. Antônio Carlos Lessa (Irel-UnB);
Eugenio Vargas Garcia: O Brasil e a Liga das Nações (1919-1926); Paulo R. Almeida: Le Mercosud: un marché commun pour l’Amérique du Sud; Valerio Mazzuoli: Direitos humanos e relações internacionais; Rubens Ricupero: Rio Branco: o Brasil no Mundo; Gelson Fonseca-Sérgio Nabuco (orgs.): Temas de política externa brasileira II; Samuel Pinheiro Guimarães (org.): Argentina: visões brasileiras; Paulo A. Pereira Pinto: A China e o Sudeste Asiático; Marcos C. Lima e Marcelo Medeiros (orgs.): O Mercosul no limiar do século XXI.

RBPI: vol. 43, n. 1: Mario Rapoport e Rubén Laufer: Os Estados Unidos diante do Brasil e da Argentina: os golpes militares da década de 1960; João Fábio Bertonha: A questão da Internacional Fascista no mundo das relações internacionais: a extrema direita entre solidariedade ideológica e rivalidade nacionalista; Shiguenoli Miyamoto: O Brasil e as negociações multilaterais; Eiiti Sato: A agenda internacional depois da Guerra Fria: novos temas e novas percepções; vol. 43, n. 2: Francisco Doratioto: A política platina do Barão de Rio Branco; Frederico Lamego de Teixeira Soares: Análise econômica da parceria Brasil - Alemanha no contexto das relações entre o Mercosul e a União Europeia.

2001    IBRI livros: José Flávio Sombra Saraiva (org.): CPLP – Comunidade dos Países de Língua Portuguesa: solidariedade e ação política; José Flávio Sombra Saraiva (org.): Relações Internacionais – dois séculos de história. Vol. I: Entre a preponderância europeia e a emergência americano-soviética (1815-1947); idem: Relações Internacionais – dois séculos de história. Vol. II: entre a ordem bipolar e o policentrismo (1947 a nossos dias); José Augusto Lindgren Alves: Relações internacionais e temas sociais: a década das conferências; Amado Luiz Cervo: As Relações Internacionais da América Latina – velhos e novos paradigmas;
Paulo R. de Almeida: Formação da Diplomacia Econômica no Brasil; Fernando Mello Barreto: Os Sucessores do Barão: relações exteriores do Brasil, 1912-1964; Alberto da Costa e Silva (org.): O Itamaraty na cultura brasileira; José Augusto Guilhon de Albuquerque (org.): Sessenta anos de Política Externa Brasileira (1930-1990), vols. 3 e 4; Marcílio Marques Moreira: Diplomacia, Política e Finanças; Rubens Ricupero: O Brasil e o Dilema da Globalização; Funag: Revista Americana (1909-1919) (edição fac-similar).

RBPI: vol. 44, n. 1: Fernando Henrique Cardoso: A política externa do Brasil no início de um novo século; Paulo R. de Almeida: A economia internacional no século XX; um ensaio de síntese; vol. 44, n. 2: Antônio Carlos Lessa e Frederico Arana Meira: O Brasil e os atentados de 11 de setembro de 2001.

2002    IBRI livros: Alcides Costa Vaz: Cooperação, integração e processo negociador: A construção do Mercosul; Estevão Chaves de Rezende Martins: Relações internacionais – cultura e poder; Carlos Pio: Relações Internacionais: economia política e globalização; Antônio Jorge Ramalho da Rocha: Relações Internacionais: teorias e agendas;
Paulo Roberto de Almeida: Os primeiros anos do século XXI: o Brasil e as relações internacionais contemporâneas; Amado Cervo e Clodoaldo Bueno: História da Política Exterior do Brasil (2ª ed.); Francisco Doratioto: Maldita guerra: nova história da Guerra do Paraguai; Rubens A. Barbosa Marshall Eakin e Paulo R. Almeida (orgs.): O Brasil dos Brasilianistas: um guia dos estudos sobre o Brasil nos Estados Unidos, 1945-2000; Carlos Henrique Cardim e João Almino (orgs.): Rio Branco, a América do Sul e a Modernização do Brasil; Welber Barral: O Brasil e a OMC; Luis Claudio V. G. Santos: O Império e as repúblicas do Pacífico; Reinaldo Gonçalves: Vagão descarrilhado: o Brasil e o futuro da economia global; Raul M. da Silva e Clovis Brigagão (orgs.): História das Relações Internacionais do Brasil.

RBPI: vol. 45, n. 1: Amado L. Cervo: Relações internacionais do Brasil: um balanço da era Cardoso; vol. 45, n. 2: Norma Breda dos Santos: A dimensão multilateral da política externa brasileira: perfil da produção bibliográfica; Paulo R. Almeida: A Política Externa do novo Governo do Presidente Luís Inácio Lula da Silva: retrospecto histórico e avaliação programática;

Contexto Internacional: Mônica Herz: O Crescimento da Área de Relações Internacionais no Brasil.

2003    IBRI livros: Estevão Chaves de Rezende Martins (org.): Relações Internacionais: visões do Brasil e da América Latina; Antônio Carlos Lessa: A Construção da Europa: a última utopia das relações internacionais; José Flávio Sombra Saraiva (org.): Foreign Policy and Political Regimes; Gabriel O. Alvarez (org.): Indústrias culturais no Mercosul;
Clodoaldo Bueno: Política externa da Primeira República: os anos de apogeu; Paulo Vizentini: Relações internacionais do Brasil: de Vargas a Lula; Luiz Augusto Souto Maior: O Brasil em um mundo em transição; Tullo Vigevani e Marcelo Passini Mariano: Alca: o gigante e os anões; Moniz Bandeira: Conflito e integração na América do Sul: Brasil, Argentina e Estados Unidos (Da Tríplice Aliança ao Mercosul 1870-2003); Valerio Mazzuoli e Roberto Luiz Silva (orgs.): O Brasil e os acordos econômicos internacionais; Ricardo Seitenfus: O Brasil vai à Guerra: o Processo do Envolvimento;

RBPI: vol. 46, n. 1: Luiz A. P. Souto Maior: Desafios de uma política externa assertiva; vol. 46, n. 2: João Paulo Soares Alsina Jr.: A síntese imperfeita: articulação entre política externa e política de defesa na era Cardoso; Eiiti Sato: Conflito e cooperação nas relações internacionais: as organizações internacionais no século XXI.

2004    IBRI livros: José Flávio S. Saraiva & Pedro Motta Pinto Coelho (orgs.): Fórum Brasil-África: Política, Cooperação e Comércio;
Paulo R. de Almeida: Relações internacionais e política externa do Brasil (2ª ed.); Francisco Carlos Teixeira da Silva (org.): Enciclopédia de Guerras e Revoluções do Século XX; Clovis Brigagão: Relações internacionais no Brasil: instituições, programas, cursos e redes; Mônica Herz e Andrea Hoffman: Organizações Internacionais: histórias e práticas; Heloisa C. Machado da Silva: Da Substituição de Importações à Substituição de Exportações: a política de comércio exterior brasileira de 1945 a 1979; Moniz Bandeira: As relações perigosas: Brasil-Estados Unidos (de Collor a Lula, 1990-2004); Luís Claudio V. Gomes Santos: O Brasil entre a América e a Europa: o Império e o interamericanismo (do Congresso do Panamá à Conferência de Washington; Demétrio Magnoli: Relações Internacionais: teoria e história;

RBPI: vol. 47, n. 1: Uma política externa engajada: a diplomacia do governo Lula: Paulo R. de Almeida; vol. 47, n. 2: Eduardo Viola & Hector Ricardo Leis: Unipolaridade, governabilidade global e intervenção unilateral anglo-americana no Iraque; Luiz A. P. Souto Maior: A crise do multilateralismo econômico e o Brasil; Paulo R. Almeida: Instituto Brasileiro de Relações Internacionais: 50 anos de um grande empreendimento intelectual.

2005    IBRI livros: José Flávio Sombra Saraiva & Amado Cervo (orgs.): O crescimento das Relações Internacionais no Brasil;
Eugênio Vargas Garcia: Cronologia das relações internacionais do Brasil; Paulo R. de Almeida: Formação da Diplomacia Econômica no Brasil (2ª ed.) e Relações Brasil-Estados Unidos: assimetrias e convergências (coeditado com Rubens A. Barbosa); Mônica Hirst: The United States and Brazil: a long road of unmet expectations; Moniz Bandeira: A formação do Império Americano; Henrique Altemani Oliveira: Política Externa Brasileira; Ricardo Seitenfus: Manual das Organizações Internacionais; Williams Gonçalves e Guilherme Silva: Dicionário de Relações Internacionais; Gilberto Sarfati: Teorias de Relações Internacionais; Eduardo Felipe P. Matias: A Humanidade e suas Fronteiras: do Estado soberano à sociedade global; José Augusto Lindgren Alves: Os direitos humanos na pós-modernidade;

RBPI: vol. 48, n. 1: Maria Regina Soares de Lima: A política externa brasileira e os desafios da cooperação Sul-Sul; Alessandro Candeas: Relações Brasil-Argentina: uma análise dos avanços e recuos; vol. 48, n. 2: Henrique Altemani de Oliveira e Gilmar Masiero: Estudos Asiáticos no Brasil: contexto e desafios; Marcelo Fernandes de Oliveira: Alianças e coalizões internacionais do governo Lula: o Ibas e o G-20; Hélio Franchini Neto: A Política Externa Independente em ação: a Conferência de Punta del Este de 1962; Luís Claudio Villafañe G. Santos: A América do Sul no discurso diplomático brasileiro.

2006    IBRI livros: Henrique Altemani de Oliveira e Antônio Carlos Lessa (orgs.): Relações internacionais do Brasil: temas e agendas (vols. 1 e 2);
Amado Cervo e Clodoaldo Bueno: História da Política Exterior do Brasil (3ª ed.); Francisco Doratioto: Maldita guerra: nova história da Guerra do Paraguai (2ª ed.); Eugênio Vargas Garcia: Entre América e Europa: a política externa brasileira na década de 1920; Samuel Pinheiro Guimarães: Desafios brasileiros na era dos gigantes; Fernando Mello Barreto: Os Sucessores do Barão: relações exteriores do Brasil, 1964-1985; Paulo R. de Almeida: O Estudo das Relações Internacionais do Brasil (2ª ed.); Marcelo Raffaelli: A Monarquia e a República: Aspectos das relações entre Brasil e Estados Unidos durante o Império; Henrique Altemani de Oliveira e Antônio Carlos Lessa: Política Internacional Contemporânea: mundo em transformação; Vasco Mariz (org.): Brasil-França: relações históricas no período colonial; Leonardo Carneiro Enge: A Convergência Macroeconômica Brasil-Argentina; João Clemente Baena Soares: Sem medo da diplomacia: depoimento ao Cpdoc;  José Oswaldo de Meira Penna: Polemos: Uma análise crítica do darwinismo;

RBPI: vol. 49, n. 1; Paulo R. Almeida: Uma nova ‘arquitetura’ diplomática?: Interpretações divergentes sobre a política externa do Governo Lula (2003-2006);

Registro da Associação Brasileira de Relações Internacionais (ABRI), criada em 2005: primeiro encontro nacional em Brasília (julho de 2007).

2007    IBRI livros: Amado Luiz Cervo: Relações internacionais da América Latina: velhos e novos paradigmas (2a. ed.); Estevão Chaves de Rezende Martins: Cultura e Poder;
Luís Valente de Oliveira e Rubens Ricupero (organizadores): A Abertura dos Portos; Carlos Henrique Cardim: A Raiz das Coisas: Rui Barbosa, o Brasil no Mundo; Carlos Alberto Leite Barbosa: Desafio Inacabado: a política externa de Jânio Quadros; João Alfredo dos Anjos: José Bonifácio, o primeiro Chanceler do Brasil; Alexandre Guido Lopes Parola: A Ordem Injusta; Everton Vieira Vargas: O Legado do Discurso: Brasilidade e Hispanidade no Pensamento Social Brasileiro e Latino-Americano; Marcelo Böhlke: Integração Regional e Autonomia do seu Ordenamento Jurídico;

RBPI: vol. 50, n. 1: Domício Proença Júnior & Érico Esteves Duarte: Os estudos estratégicos como base reflexiva da defesa nacional; Dawisson Belém Lopes: A ONU tem autoridade? Um exercício de contabilidade política (1945-2006; Leandro Freitas Couto: O horizonte regional do Brasil e a construção da América do Sul; Rogério de Souza Farias: Relações internacionais do Brasil em um mundo em transição; vol. 50, n. 2: Antônio Carlos Lessa: RBPI: cinquenta anos; Paulo R. de Almeida: As relações econômicas internacionais do Brasil dos anos 1950 aos 80.

2008    Amado Luiz Cervo: Inserção Internacional: formação dos conceitos brasileiros; Sérgio Corrêa da Costa: Le nazisme en Amérique du Sud: Chronique d’une guerre secrete 1930-1950; Vasco Mariz: Temas da política internacional: ensaios, palestras e recordações diplomáticas; Eugênio Vargas Garcia (org.): Diplomacia Brasileira e Política Externa: Documentos Históricos 1493-2008;
RBPI: vol. 51, n. 1: Tullo Vigevani et alii: O papel da integração regional para o Brasil: universalismo, soberania e percepção das elites; Andrés Rivarola Puntigliano: Going Global: an organizational study of Brazilian foreign policy; Suzeley Mathias et alii: Aspectos da integração regional em defesa no Cone Sul; vol. 51, n. 2: Antônio Carlos Lessa: Há cinquenta anos a Operação Pan-Americana; Amado Luiz Cervo: Conceitos em Relações Internacionais; Gilmar Masiero & Heloisa Lopes: Etanol e biodiesel como recursos energéticos alternativos: perspectivas da América Latina e da Ásia; Raul Bernal-Meza: Argentina y Brasil en la Política Internacional: regionalismo y Mercosur (estrategia, cooperación y factores de tensión).

2009    Manoel de Oliveira Lima: Nos Estados Unidos, Impressões políticas e sociais; Flavio Mendes de Oliveira Castro e Francisco Mendes de Oliveira Castro: Dois séculos de história da organização do Itamaraty; 1: 1808-1979; 2: 1979-2008; Gonçalo de Barros Carvalho e Mello Mourão: A Revolução de 1817 e a História do Brasil: um estudo de história diplomática;  Luiz Felipe de Seixas Corrêa: O Barão do Rio Branco: Missão em Berlim – 1901/1902;
RBPI: vol. 52, n. 1: Patricia L. Kegel & Mohamed Amal: Instituições, Direito e soberania: a efetividade jurídica nos processos de integração regional nos exemplos da União Europeia e do Mercosul; Antônio Carlos Lessa, Leandro F. Couto; Rogério S. Farias: Política externa planejada: os planos plurianuais e a ação internacional do Brasil, de Cardoso a Lula (1995-2008); vol. 52, n. 2: Marcelo Dias Varella: Efetividade do Órgão de Solução de Controvérsias da Organização Mundial do Comércio: uma análise sobre os seus doze primeiros anos de existência e das propostas para seu aperfeiçoamento; Shiguenoli Miyamoto: O Brasil e a comunidade dos países de língua portuguesa (CPLP); Pio Penna Filho: O Itamaraty nos anos de chumbo: o Centro de Informações do Exterior (CIEX) e a repressão no Cone Sul (1966-1979); João Paulo S. Alsina: O poder militar como instrumento da política externa brasileira contemporânea.

2010    Paulo R. de Almeida, Rubens A. Barbosa e Francisco Rogido (orgs.): Guia dos Arquivos Americanos sobre o Brasil: Coleções documentais sobre o Brasil nos Estados Unidos; Denis Rolland; Antônio Carlos Lessa (coord.): Relations Internationales du Brésil: Les Chemins de la Puissance; Oscar S. Lorenzo Fernandez: Três Séculos e uma Geração; Carlos Augusto de Proença Rosa: História da Ciência (3 vols.); Luís Cláudio Villafañe G. Santos: O Dia em que Adiaram o Carnaval: Política Externa e a Construção do Brasil; Fernando Cacciatore de Garcia: Fronteira Iluminada: História do Povoamento, Conquista e Limites do Rio Grande do Sul, a partir do Tratado de Tordesilhas (1420-1920);
RBPI: vol. 53, Special issue: Amado Luiz Cervo & Antônio Carlos Lessa: Emerging Brazil under Lula: an assessment on International Relations (2003-2010); Renato Baumann: Brazilian external sector so far in the 21st century; Antônio Carlos Lessa: Brazil's strategic partnerships: an assessment of the Lula era (2003-2010); vol. 53, n. 1: Gunther Rudzit & Oto Nogami: Segurança e Defesa Nacionais: conceitos básicos para uma análise; Matias Spektor: Ideias de ativismo regional: a transformação das leituras brasileiras da região; vol. 53, n. 2: Ariane Figueira: Rupturas e continuidades no padrão organizacional e decisório do Ministério das Relações Exteriores; João Fabio Bertonha: Brazil: an emerging military power? The problem of the use of force in Brazilian international relations in the 21st century; Marcos Aurélio Guedes de Oliveira: Sources of Brazil's Counter-Hegemony.

2011    Paulo Roberto de Almeida: Globalizando, ensaios sobre a globalização e a antiglobalização; Luiz Fernando Ligièro: A Autonomia na Politica Externa Brasileira - a Política Externa Independente e o Pragmatismo Responsável: momentos diferentes, políticas semelhantes?; San Tiago Dantas: Política Externa Independente (edição atualizada); Alberto da Costa e Silva (coord.): História do Brasil Nação: 1808-2010; vol. 1: Crise Colonial e Independência: 1808-1830; Eugenio Vargas Garcia: O Sexto Membro Permanente: o Brasil e a criação da ONU; Gelson Fonseca: Diplomacia e Academia; Maria Theresa Diniz Forster: Oliveira Lima e as Relações Exteriores do Brasil; Sarquis José Buainain Sarquis: Comércio Internacional e Crescimento Econômico no Brasil; Ademar Seabra da Cruz Junior: Diplomacia, desenvolvimento e sistemas nacionais de inovação; Celso Amorim: Conversas com Jovens Diplomatas; Rubens Barbosa: O Dissenso de Washington: Notas de um observador privilegiado sobre as relações Brasil-Estados Unidos; Sidnei J. Munhoz e Francisco Carlos Teixeira da Silva (orgs.), Relações Brasil-Estados Unidos: séculos XX e XXI; Edgard Telles Ribeiro: Diplomacia Cultural: seu papel na diplomacia brasileira (2a. ed.); Fernando Guimarães Reis: Caçadores de Nuvens: Em busca da Diplomacia;
RBPI: vol. 54, n 1: Eugenio V. Garcia: De como o Brasil quase se tornou membro permanente do Conselho de Segurança da ONU em 1945; vol. 54, n. 2: Rogério de Souza Farias & Raphael Coutinho da Cunha: As relações econômicas internacionais do governo Geisel (1974-1979).

2012    Manoel Gomes Pereira (editor), José Maria Paranhos da Silva Jr.: Obras do Barão do Rio Branco (12 vols.); Manuel Antônio da Fonseca Couto Gomes Pereira (org.): Barão do Rio Branco: 100 Anos de Memória; Luís Cláudio Villafañe Gomes Santos (curador): Rio Branco: 100 anos de memória; Paulo Roberto de Almeida: Relações internacionais e política externa do Brasil: a diplomacia brasileira no contexto da globalização; Rubens Antônio Barbosa: Interesse Nacional & Visão de Futuro; Luiz Felipe de Seixas Corrêa (org.): O Brasil nas Nações Unidas, 1946-2011 (3a. ed.); Francisco Doratioto: Relações Brasil-Paraguai: afastamento, tensões e reaproximação (1889-1954); Luís Cláudio Villafañe G. Santos: Duarte da Ponte Ribeiro: pionero de la diplomacia y amistad entre Brasil y Perú; Vasco Mariz: Depois da Glória: ensaios históricos sobre personalidades e episódios controvertidos da história do Brasil e de Portugal; Fernando de Mello Barreto: A Politica Externa Após a Redemocratização )2 vols.); Luís Cláudio Villafañe G. Santos: O evangelho do Barão: Rio Branco e a identidade brasileira; Antônio Augusto Cançado Trindade: Repertório da Prática Brasileira do Direito Internacional Público (nova ed.); André Heráclio do Rêgo: Os Sertões e os Desertos: o combate à desertificação e a política externa brasileira; Maria Feliciana Nunes Ortigão de Sampaio: O Tratado de Proibição Completa dos Testes Nucleares (CTBT);
RBPI: vol. 55, 1: Eiiti Sato & Susan E. M. Cesar: A Rodada Doha, as mudanças no regime do comércio internacional e a política comercial brasileira; vol. 55, 2: Clodoaldo Bueno: O Barão do Rio Branco no Itamaraty (1902-1912); vol. 55, Special issue: Environment: Eduardo Viola & Antônio Carlos Lessa: Global climate governance and transition to a low-carbon economy; Eduardo Viola, Matias Franchini & Thaís Lemos: Climate governance in an international system under conservative hegemony: the role of major powers.

2013    José Vicente Pimentel (org.): Pensamento Diplomático Brasileiro, 1750-1964 (3 vols.); Paulo Roberto de Almeida: Integração Regional: uma introdução; Paulo Estivallet de Mesquita: A Organização Mundial do Comércio; Vasco Mariz: Nos bastidores da diplomacia: memórias diplomáticas; Rogério de Souza Farias: A palavra do Brasil no sistema multilateral de comércio (1946-1994); Guilherme Frazão Conduru: O Museu Histórico e Diplomático do Itamaraty: história e revitalização; Fernando Guimarães Reis: Por uma academia renovada: formação do diplomata brasileiro; João Augusto Costa Vargas: Um mundo que também é nosso : o pensamento e a trajetória diplomática de Araujo; Eugênio V. Garcia: Conselho de Segurança das Nações Unidas; Carlos Márcio B. Cozendey: Instituições de Bretton Woods; Renato Mendonça: História da Política Exterior do Brasil: do período colonial ao reconhecimento do Império (1500-1825); Elias Luna Almeida Santos: Investidores soberanos, política internacional e interesses brasileiros; Celso Amorim: Breves Narrativas Diplomáticas; Antônio Augusto Cançado Trindade: Os tribunais internacionais contemporâneos; Ronaldo Mota Sardenberg: O Brasil e as Nações Unidas; Synesio Sampaio Goes Filho: As Fronteiras do Brasil; André Amado: Por Dentro do Itamaraty: impressões de um diplomata;
RBPI: vol. 56, 1: Carlos S. Milani & João M. Tude: A Política Externa Brasileira em relação ao Fundo Monetário Internacional durante o Governo Lula; vol. 56, 2: João Fábio Bertonha: A Estratégia Nacional de Defesa do Brasil e a dos outros BRICs em perspectiva comparada.

2014    Paulo Roberto de Almeida: Nunca Antes na Diplomacia...: a política externa brasileira em tempos não convencionais; Francisco Doratioto: O Brasil no Rio da Prata (1822-1994); Luiz Felipe Lampreia: Aposta em Teerã: o acordo nuclear entre o Brasil, Turquia e Irã; Lauro Escorel: Introdução ao Pensamento Político de Maquiavel (3a. ed.); Fernando Cacciatore de Garcia: Como Escrever a História do Brasil: Miséria e Grandeza;
RBPI: Special issue: China; Henrique Altemani de Oliveira & Antônio Carlos Lessa: China rising: strategies and tactics of China's growing presence in the world; Jose León-Manríquez; Luis F. Alvarez: Mao's steps in Monroe's backyard: towards a United States-China hegemonic struggle in Latin America?; José Augusto Guilhon de Albuquerque: Brazil, China, US: a triangular relation?; RBPI, vol. 57, n. 1: Andrea Q. Steiner et alii: From Tegucigalpa to Teheran: Brazil's diplomacy as an emerging Western country.

Fontes: Elaboração de Paulo Roberto de Almeida, com base nos arquivos do IBRI/RBPI (http://ibri-rbpi.org/), do boletim Meridiano 47 (http://periodicos.unb.br/index.php/MED/issue/archive) e do Scielo (http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_serial&pid=0034-7329&lng=en&nrm=iso); 02/12/2014.


Nota 1: Versão completa deste quadro analítico, sob o título “Política internacional, contexto regional e diplomacia brasileira, acompanhada de listagem seletiva da produção acadêmica em relações internacionais e em política externa do Brasil, de 1954 a 2014”, encontra-se disponível na plataforma Academia.edu, sob o seguinte link: https://www.academia.edu/9617558/2723_Produ%C3%A7%C3%A3o_intelectual_sobre_rela%C3%A7%C3%B5es_internacionais_e_pol%C3%ADtica_externa_do_Brasil_1954-2-14_.

Nota 2: Este artigo será publicado na edição No. 146 do Boletim Meridiano 47.

Paulo Roberto de Almeida, diplomata brasileiro, foi Diretor-Geral do Instituto Brasileiro de Relações Internacionais - IBRI, é professor do Centro Universitário de Brasília – Uniceub e editor-adjunto da Revista Brasileira de Política Internacional – RBPI.

Coordenação | 23/12/2014 às 10:00 am | Categorias: Brasil, Política Externa, Política Internacional | URL: http://wp.me/p79nz-3WI

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http://mundorama.net/2014/12/23/o-instituto-brasileiro-de-relacoes-internacionais-e-a-revista-brasileira-de-politica-internacional-contribuicao-intelectual-1954-a-2014-por-paulo-roberto-de-almeida/