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Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.

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segunda-feira, 13 de maio de 2024

Arnaldo Godoy homenageou Ronaldo Poletti

 EM HOMENAGEM A RONALDO POLETTI

 

Arnaldo Sampaio de Moraes Godoy

 

Faleceu em Brasília o Dr. Ronaldo Poletti. Humanista, homem de letras, jurista, professor, historiador, Poletti foi um polímata, um homem de conhecimento múltiplo e profundo. Na Universidade de Brasília lecionou Direito Romano, Introdução ao Estudo do Direito e Filosofia do Direito. Deixou-nos, entre outros, um de nossos primeiros estudos de controle de constitucionalidade das leis. É de sua autoria o volume sobre a Constituição de 1934, editado pelo Senado Federal. 

De agosto de 1984 a março de 1985, Ronaldo Poletti conduziu a advocacia consultiva federal, na qualidade de consultor geral da República. Poletti alçou esse altíssimo cargo, na continuidade de intensa vida pública. Essa experiência, temperada por superlativo preparo cultural, justificou a indicação, em época particularmente difícil da vida política brasileira, que então vivenciava a transição pacífica para a ordem civil. Poletti participou intensamente da formulação dos arranjos institucionais que sobreviriam. Deixou marcas na construção do novo direito brasileiro.

Poletti veio de São Paulo para Brasília, no início da década de 1970, já com registro intenso de atuação pública. Formado em Direito pela Universidade do Largo de São Francisco, em 1966, Poletti advogou no foro de São Paulo até 1969. À época, chefiou o departamento jurídico da Associação Brasileira de Revendedores Autorizados de Veículos (Abrave).

Ainda em 1969, muito jovem, com 27 anos, Poletti foi nomeado promotor em São Paulo, após aprovação em concurso público. Poletti fora aprovado em segundo lugar. Como membro do Ministério Público do Estado de São Paulo, Poletti, atuou em Penápolis, Bilac, bem como na capital do estado.

Em Brasília, Poletti atuou no Ministério da Justiça, onde, entre outros, foi consultor jurídico, de 1972 a 1979. Ao longo da década de 1970, Poletti representou o Brasil em conferência sobre repressão aos entorpecentes, em Buenos Aires; presidiu grupo de trabalho interministerial sobre ocupação de áreas rurais; presidiu comissão interministerial que tratou de legislação sobre concessão de títulos de utilidade pública a entidades de direito privado; coordenou grupo de trabalho que elaborou anteprojeto de lei complementar relativa à criação do estado do Mato Grosso do Sul; participou ativamente de comissão que elaborou anteprojeto de lei sobre desapropriações. Em 1983, Poletti foi nomeado Diretor-Geral de Secretaria do Supremo Tribunal Federal.

À frente da Consultoria-Geral da República, Poletti tratou de vários assuntos de muita importância. Estudou a acumulação de emprego de médico do antigo Inamps com o de médico do trabalho. Nesse parecer, Poletti revelou-se como um realista, afirmando, por exemplo, que “a compatibilidade de horário deve ser examinada pela Administração, em cada caso, de maneira rigorosa; ela não deve ser meramente formal; em relação a isto devem também ser observadas as normas relativas à medicina e à segurança do trabalho, bem como aquelas atinentes aos direitos dos trabalhadores”.

Poletti opinou também sobre reajustamento de preços em contratos de obra, a propósito de decisões presidenciais pendentes, e que deviam aguardar pronunciamento das respectivas autoridades ministeriais. Nesse parecer, Poletti estudou profundamente o instituto da avocação, que trata com muito equilíbrio, sobremodo no contexto dos tempos em que vivíamos.

A propósito da estruturação jurídica de fundação mantenedora de estabelecimento de ensino superior, especialmente no que se referia a submissão de estatutos a aprovação governamental, Poletti explicitou a natureza jurídica das fundações. Trata-se de parecer seminal no contexto de uma história das ideias no direito administrativo brasileiro. Datado de 10 de dezembro de 1984 o referido parecer cuidava também da atuação do Conselho Federal de Educação, no sentido de que este “há de velar para que as atuações das entidades mantenedoras não repercutam negativamente no campo do ensino”.

Romanista, historiador do Direito, dissertou sobre a vertente romanista da dicotomia entre direito público e privado quando, no mestrado, foi orientado pelo Professor Inocêncio Mártires Coelho. Ronaldo Poletti doutorou-se também pela Faculdade de Direito da Universidade de Brasília, onde lecionou por muitos anos. No dia 14 de dezembro de 2011 Poletti proferiu palestra em tema de Reflexões sobre a Justiça, tratando da democracia social, da igualdade, da liberdade, da fraternidade e da jurisdição. 

Atencioso, gentil, afável, acessível, lhano, Poletti faz parte de uma linhagem intelectual que metaforicamente diríamos que remonta aos alunos da academia de Platão. 

À frente do Instituto Histórico e Geográfico do Distrito Federal Poletti foi um gestor incansável. Um homem de fibra, um líder, uma permanente inspiração, uma voz de comando, que nos deixa saudosos.


quarta-feira, 10 de março de 2021

Chamada para artigos: Revista do IHG-DF - Ronaldo Poletti, presidente; Paulo Roberto de Almeida, diretor de publicações

Chamada para artigos: Revista do IHG-DF 

 

O presidente do IHG-DF e o seu diretor de publicações convidam todos os membros do Instituto, assim como potenciais autores não membros a submeter artigos ou resenhas para a preparação de mais uma edição de sua Revista, preferencialmente voltados para a temática brasiliense ou a brasileira em geral. No ano da pandemia, reuniões e trabalhos acadêmicos foram em parte obstaculizados pelas circunstâncias do distanciamento social, inclusive o lançamento da obra Enciclopédia dos 60 anos de Brasília, de nosso confrade Adirson Vasconcelos, mas logrou-se publicar o número 10, que trouxe um artigo do atual vice-presidente Eugênio Giovenardi sobre os 60 anos da capital federal.

No novo número preservaremos a tradição do foco sobre Brasília, mas também já começamos a pensar no bicentenário da independência do Brasil, em 2022, evento que recordará que a ideia da mudança da capital já figurava na agenda política (e geopolítica) dos “pais fundadores” da nação, nomeadamente José Bonifácio, assim como do fundador da imprensa brasileira independente, Hipólito da Costa e o seu Correio Braziliense

Revista deve entrar num processo de modernização editorial, caminhando no sentido de sua edição digital – para ampliar seu alcance e diminuir os custos da impressão física de muitos exemplares –, o que não impedirá a confecção de edição física. Cabe seguir uma tendência já adotada por uma grande maioria de revistas científicas, assim como se cogita de preparar edições eletrônicas de números precedentes, como aliás já feito pela revista do IHGB, sólida no seu mais de um século e meio de existência. 

Aguardamos as colaborações no nosso e-mail: ihgdfederal@gmail.com.

Cordialmente, 

 

Ronaldo Poletti                               Paulo Roberto de Almeida 

presidente                                           diretor de publicações



quarta-feira, 22 de abril de 2020

Brasilia, 60 anos - Ronaldo Poletti, presidente do IHG-DF

Por ocasião do 60. aniversário de Brasília, agora uma senhora sexagenária – exposta, portanto, aos perigos do Covid-19, pois já entrada no grupo de risco –, o presidente do Instituto Histórico e Geográfico, Ronaldo Poletti, escreve uma mensagem, para preencher o espaço de uma reunião agora dispensada, dadas as agruras do momento, sobre o significado da data.
Um dos membros envia seu poema em homenagem à cidade.
Paulo Roberto de Almeida

BRASÍLIA, 60 ANOS!

O Instituto Histórico e Geográfico do Distrito Federal celebra o aniversário de Brasília, e lembra seu patrono Juscelino Kubitschek, o fundador da cidade. E registra a memória dos que criaram a entidade em 1964, pensada desde 1960. Muitos membros do IHGDF foram pioneiros na epopeia da construção da cidade pelo povo vindo de todos os rincões da Pátria. 
Brasília será sempre a expressão da unidade brasileira e o centro da política decorrente de todas as regiões do nosso imenso território, na realização de nosso destino.
No dia de hoje, as circunstâncias impedem a cerimônia que havíamos programado. Porém, todos os sócios acadêmicos estão reunidos, espiritualmente, para a comemoração da efeméride, e cumprimentam todos os habitantes de Brasília, os quais têm sabido continuar a realização do sonho iniciado há 60 anos.
Parabéns a Brasília e a todos nós.
Ronaldo Poletti
Presidente

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Aos Prezados Companheiros do Instituto Histórico e Geográfico do Distrito Federal

Tenho motivos de sobra para celebrar os Sessenta 
Anos desta cidade.
Cheguei com meus pais 
em Brasília, no dia 19 de outubro de 1959. 
Nasci no Espirito Santo mas aqui vivi mais de 4/5 da minha vida e 
acompanho a sua História desde então.
Meu pai é Cidadão Honorário de  Brasília.
Todas as minhas 
filhas nasceram aqui.
É o meu mundo. É a minha cidade.

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Adonias Santiago,  21 de abril de 2020.  

 BRASÍLIA, MEU TESOURO, MEU LUGAR

Brasília. Minha maravilhosa cidade
Tem especial beleza, valor e energia.
Aqui, no coração do Brasil, é realidade
Que me enche de orgulho a cada dia.

Brasília é feita de gente que trabalha,
Que luta pela vida e se sustenta
Com honestidade e brio que se espalha
Em qualquer lugar que se apresenta

Brasília, marca e símbolo da humanidade,
É a meta de quem busca um novo tempo.
Cidade para quem quer ter oportunidade
De crescer e dar à existência novo alento.

Por isso, ao completar sessenta anos
Vamos todos, de coração alegre celebrar
Esta data especial da cidade que amamos,
Que é Brasília, Meu Tesouro, Meu Lugar.

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