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terça-feira, 6 de maio de 2014

Brics: crescendo, mas ainda muito distantes dos niveis de renda e de consumo dos desenvolvidos

Brics aumentam participação em PIB global, mas estão longe dos desenvolvidos, diz OCDE

Reunião dos Brics (AP)
Para OCDE os emergentes ainda 'tem um longo caminho' para atingir nível de renda dos países ricos
Um estudo da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), com base em dados do Banco Mundial, mostra que os países dos Brics aumentaram sua participação no PIB global, mas ainda estão longe de atingir o nível de renda por habitante das economias desenvolvidas.
"Os emergentes ainda têm um longo caminho a percorrer para atingir o nível de renda por habitante dos países ricos", disse à BBC Brasil Francette Koechlin, responsável da unidade de poder de compra da direção de estatísticas da OCDE.
O estudo leva em conta a paridade do poder de compra (PPP, na sigla em inglês) em nível mundial. Ela é considerada mais pertinente para fazer comparações internacionais da atividade econômica, segundo a OCDE, por excluir dos cálculos as taxas de câmbio, eliminando dessa forma as diferenças de preços entre os países.
"O tamanho da economia dos emergentes é cada vez maior em relação ao PIB mundial, mas quando levamos em conta a renda por habitante, baseada no poder de compra, vemos que há uma enorme diferença entre os países da OCDE (desenvolvidos) e os emergentes", diz Koechlin.
O PIB por habitante nos países da OCDE, levando-se em conta a paridade do poder de compra, representa duas vezes e meia a média mundial desse indicador.
Segundo os cálculos, que fixam a paridade do poder de compra igual a 100, o PIB por habitante nos países da OCDE atinge o índice de 266. Na China, segunda maior economia mundial, o índice de PIB por habitante é de apenas 75.
No Brasil, ele está levemente acima da média mundial, com 109 pontos. A Índia, com 35, a África do Sul (90) e a Indonésia (63), que também tiveram crescimento significativo de suas economias nos últimos anos, estão abaixo da média mundial em relação ao PIB por habitante.

Consumo por habitante

Outro indicador importante do estudo é o nível de "consumo individual efetivo", que segundo a OCDE representa uma melhor referência para comparações internacionais sobre o "bem-estar material" dos lares.
"Os dados sobre o consumo indicam se as pessoas têm um nível de vida razoável em relação ao PIB do país", ressalta Koechlin.
Também nesse critério, os emergentes continuam bem abaixo dos países ricos.
Nos Estados Unidos, primeira economia mundial, o índice de consumo individual efetivo por habitante é quatro vezes maior do que a média mundial.
Na China, segunda maior economia do planeta, esse índice de consumo individual representa apenas a metade da média mundial.
"O consumo individual efetivo por habitante nas grandes economias emergentes mostra variações importantes", afirma a OCDE.
Enquanto a China representa a metade e a Índia apenas cerca de um terço da média mundial de consumo, no Brasil e na Rússia os indicadores sobre o consumo efetivo por habitante estão ligeiramente acima da pontuação média.
Considerando-se a base de comparação igual a 100, o Brasil atinge 115 e, a Rússia, 175.
Na OCDE, o índice de consumo por habitante é de 295 e, nos Estados Unidos, de 432.

terça-feira, 3 de abril de 2012

O Brasil a caminho da... indefinicao? - Ferreira Gullar

De fato, como diz o poeta -- que se revela excelente analista político e econômico, o presidente Lula fez aquilo que em navegação se chama de "navegação à vista", ou "a olho", ou seja, vai levando o barco, sem nevoeiro, sem arrecifes, sem atol ou bancos de areia.
As condições tinham sido dadas pela política econômica anterior -- E DESAFIO QUALQUER COMPANHEIRO A ME PROVAR QUE LULA INOVOU QUALQUER COISA NA POLITICA ECONOMICA -- e o governo só fez piorar o quadro, no plano fiscal e na falta absoluta de qualquer planejamento de médio prazo.
O governo atual já está tendo de navegar entre escolhos e bancos de areia, e não sabe para onde levar o navio, apenas quer evitar algum desastre. Pior que o anterior, já não tem muita folga fiscal, e talvez o ambiente externo -- que ofereceu crescimento de graça ao governo anterior -- se deteriore sensivelmente nos próximos meses.
Paulo Roberto de Almeida

O alerta do poeta Ferreira Gullar

Em sua coluna na 'Folha de S. Paulo', Ferreira Gullar adverte que, em breve, a falta de um projeto estratégico para o país vai custar caro ao governo Dilma. Por Luiz Alberto Machado

2/04/2012 
Em sua coluna semanal ao jornal Folha de S. Paulo, o poeta Ferreira Gullar revela-se um grande analista econômico e um brilhante cientista político, alertando para o agravamento da situação brasileira que caminha, a passos mais largos do que a maior parte da população consegue perceber, para um quadro preocupante.
No plano econômico, Ferreira Gullar afirma que o sucesso do presidente Lula deveu-se, acima de tudo, pela manutenção da espinha dorsal da política econômica concebida nos governos de seus antecessores Itamar Franco e Fernando Henrique Cardoso. Foi graças a essas medidas que o Brasil se livrou da inflação crônica que inviabilizava o crescimento da produção e consumia o valor dos salários. A abertura da economia e a conquista da estabilidade, tantas vezes criticadas por Lula e pelo PT, somadas ao prolongado crescimento da economia mundial permitiram que Lula adotasse seus programas assistencialistas e concedesse aumentos salariais que beneficiaram o crescimento da população mais pobre. Isso foi feito, como bem observa o ex-presidente do Conselho Federal de Economia, Carlos Roberto de Castro, “sem que Lula tivesse um programa de governo nem muito menos um projeto estratégico para o país”.
No plano político, Ferreira Gullar observa que “desde que o petismo assumiu o governo, nenhuma medida foi tomada para atender às novas condições criadas pelo próprio crescimento da economia. De fato, o que se fez foi onerar os setores produtivos, ampliar a máquina estatal e aumentar as despesas públicas. O número de ministros subiu de 27 para 39 – ou 40, já nem sei – e, com eles o número de funcionários concursados e não concursados”.
A combinação da melhora do padrão de vida de ampla camada da população brasileira e o aumento considerável do consumo foi suficiente para que o país passasse sem grandes traumas pela crise financeira internacional. Isso, por sua vez, foi essencial para que Lula deixasse o governo com índices de aprovação jamais vistos na história da República e conseguisse eleger Dilma Rousseff para sucedê-lo na presidência.
Como adverte o poeta, o preço para conseguir isso, porém, foi alto, e a hora de pagar a fatura está chegando. Estará Dilma Rousseff preparada e, acima de tudo, disposta a pagar o preço?