Temas de relações internacionais, de política externa e de diplomacia brasileira, com ênfase em políticas econômicas, em viagens, livros e cultura em geral. Um quilombo de resistência intelectual em defesa da racionalidade, da inteligência e das liberdades democráticas.
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sexta-feira, 2 de outubro de 2015
China: o castelo de areia das miragens economicas - Mises Institute
Yonathan Amselem
Mises Daily, OCTOBER 2, 2015
Last year, the world was stunned by an IMF report which found the Chinese economy larger and more productive than that of the United States, both in terms of raw GDP and purchasing power parity (PPP). The Chinese people created more goods and had more purchasing power with which to obtain them — a classic sign of prosperity. At the same time, the Shanghai Stock Exchange Composite more than doubled in value since October of 2014. This explosion in growth was accompanied by a post-recession construction boom that rivals anything the world has ever seen. In fact, in the three years from 2011 – 2013, the Chinese economy consumed more cement than the United States had in the entire twentieth century. Across the political spectrum, the narrative for the last fifteen years has been that of a rising Chinese hyperpower to rival American economic and cultural influence around the globe. China’s state-led “red capitalism” was a model to be admired and even emulated.
Yet, here we sit in 2015 watching the Chinese stock market fall apart despite the Chinese central bank’s desperate efforts to create liquidity through government-backed loans and bonds. Since mid-June, Chinese equities have fallen by more than 30 percent despite massive state purchases of small and mid-sized company shares by China’s Security Finance Corporation.
But this series of events should have surprised nobody. China’s colossal stock market boom was not the result of any increase in the real value or productivity of the underlying assets. Rather, the boom was fueled primarily by a cascade of debt pouring out of the Chinese central bank.
China’s Real Estate Bubble
Like the soaring Chinese stock exchange, the unprecedented construction boom was financed largely by artificially cheap credit offered by the Chinese central bank. New apartment buildings, roads, suburbs, irrigation and sewage systems, parks, and commercial centers were built not by private creditors and entrepreneurs marshaling limited resources in order to satisfy consumer demands. They were built by a cozy network of central bank officials, politicians, and well-connected private corporations.
Nearly seventy million luxury apartments remain empty. These projects created an epidemic of “ghost cities” in which cities built for millions are inhabited by a few thousand. At the turn of the century, the Chinese economy had outstanding debt of $1 trillion. Only fifteen years and several ghost cities later that debt has ballooned to an unbelievable $25 trillion. What we’re experiencing in the Chinese markets are the death throes of an economy that capital markets have realized is simply not productive enough to service that kind of debt.
GDP and Other Crude Economic Metrics are Misleading
GDP is meant to represent the collective value of all transactions within a certain boundary. This metric provides very little useful or accurate information about the actual quality of life in a country. GDP is artificially inflated by imputations such as the added “value” of a house owner not having to pay rent. GDP also includes government spending — such as when a government department purchases new computers. This transaction merely redirected labor and raw materials that would have otherwise been used to directly satisfy consumer demands with better or additional products. Government spending is not just “neutral,” it is actively destructive. Government purchases and sales do not operate with the same rules that other actors in the market are subject to. Thus when we look at GDP numbers from a country drunk on spending newly printed money on projects completely devoid of market signals, we should not place too much faith in them.
The IMF report and those who took it seriously relied heavily on GDP calculations when arriving at their astounding conclusions about China’s growth. To compare the Chinese and American economies using a crude metric like GDP is like trying to gauge the athleticism of an individual by how much sweat comes out of his pores. When one economy can produce companies like Google, Boeing, Costco, and General Electric while another builds empty homes, what meaningful information could an unsophisticated metric like GDP tell us? Much to the chagrin of Keynesians, not all spending is created equal.
Not long ago, we were haunted, not by the specter of this “red capitalism,” but by the communism of the Soviet Union. Some fifty years ago, mainstream economists blabbered tirelessly about the rising Soviet powerhouse. According to popular wisdom, the managed Soviet economy did not have the inefficiency and economic drag inherent in the “random” and “chaotic” American capitalist economy that sent some into mansions and others into bankruptcy. The widely-read Economics: An Introductory Analysis by Nobel-prize winning economist, Paul Samuelson predicted that Soviet GDP was nearly half that of the United States, but by 1984 (and surely by 1997), the strength of the Soviet economy would surpass that of the United States.
The Soviet Union crumbled. When experts rely on crude metrics we should not be surprised when experts are wrong.
The US Federal Reserve orchestrated an artificial boom from 2001 to 2007 through artificially low interest rates and has resumed doing so once again. Entrepreneurs operating under faulty market signals created by the Federal Reserve malinvested hundreds of billions of dollars into capital intensive projects primarily in the housing sector. We paid for our boom with millions of destroyed jobs, wasted labor, and wasted resources. The Chinese Central Bank learned nothing from the Fed’s catastrophic experiment. They will reap the same rewards.
segunda-feira, 7 de setembro de 2015
Os brasileiros ficaram mais pobres com o PT - Luiz Fernando Rudge
Ou talvez sim: em dois anos o Brasil volta ao FMI, ou vai ser o primeiro membro do BRICS a usar do seu próprio Acordo Contingente de Reservas.
Não é um sucesso companheiro?
Paulo Roberto de Almeida
quinta-feira, 30 de julho de 2015
Crise economica no Brasil: vem mais aumento de impostos pela frente - Ribamar Oliveira (Valor)
Ribamar Oliveira
Valor Econômico, 30/07/2015
Não teve a repercussão que merecia o alerta feito na semana passada pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy, sobre o atual desequilíbrio entre o crescimento das despesas obrigatórias e o da receita da União. Levy disse que o desequilíbrio é "estrutural" e observou que ele precisa ser resolvido no futuro. A atenção da maioria das pessoas ficou presa ao tamanho da redução da meta fiscal deste e dos próximos anos e poucas se deram conta de que a mudança anunciada é apenas a ponta do iceberg.
Cauteloso, Levy fez apenas o diagnóstico do problema e não se atreveu a antecipar os remédios que terão que ser ingeridos pela sociedade em futuro próximo. O crescimento das despesas obrigatórias não cabe no Orçamento da União, que está sendo fechado todo ano com receitas atípicas ou extraordinárias cada vez maiores. É compreensível que o ministro da Fazenda não tenha dito que a sociedade deve aceitar reduzir o ritmo de aumento das despesas obrigatórias ou aumentar a carga tributária. É provável que, no ponto a que as finanças públicas brasileiras chegaram, as duas coisas terão que ser feitas.
Para entender o que está se passando, basta observar que o gasto total da União neste ano vai crescer em relação ao Produto Interno Bruto (PIB) e em termos reais, na comparação com o ano passado, que foi de grande gastança, mesmo com todos os cortes anunciados até agora pelo governo. De janeiro a maio deste ano, a despesa total da União cresceu 0,2% em termos reais, na comparação com 2014, segundo dados do Tesouro Nacional. Enquanto a receita total caiu 3,5% no mesmo período. Os dados de junho deverão ser divulgados hoje, mas não devem alterar essa realidade.
A explicação para isso é que as chamadas despesas obrigatórias não param de subir. De janeiro a maio, os gastos com benefícios previdenciários aumentaram 4,5% em termos reais, na comparação com o mesmo período de 2014. O aumento real das despesas com benefícios assistenciais (Loas e RMV) foi ainda maior, de 6,8%. O único gasto obrigatório que não cresce é o pagamento dos servidores ativos e inativos. No período considerado, esse gasto caiu 1,4% em termos reais na comparação com o ano passado. Deve-se incluir nessa relação as despesas com saúde e com educação, que aumentam por determinações constitucionais. Cerca de 90% de toda a despesa da União é obrigatória por algum tipo de determinação legal.
Para tentar equilibrar essa conta, o governo promoveu neste ano mudanças em algumas despesas obrigatórias, como o seguro-desemprego, o abono salarial, a pensão por morte, o auxílio-doença e o seguro ao pescador. Mesmo assim, o relativo controle que está sendo realizado nas contas da União resulta de um forte corte nos investimentos públicos. De janeiro a maio, de acordo com os dados do Tesouro, o governo reduziu os pagamentos dos investimentos feitos no âmbito do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) em 40% em termos reais, na comparação com o mesmo período de 2014. Os pagamentos do programa Minha Casa, Minha Vida caíram 33,6% em termos reais.
Os cortes nos investimentos e as medidas de controle dos gastos obrigatórios não serão suficientes para equilibrar as contas da União neste ano. O governo projeta uma receita atípica ou extraordinária neste ano que será recorde histórico. Apenas a Receita Federal estima obter uma receita extraordinária de R$ 51,6 bilhões nos tributos que administra de julho a dezembro. Se forem incluídos os R$ 4,6 bilhões já obtidos em fevereiro, o valor ultrapassará R$ 56 bilhões. Além disso, o governo conta com arrecadação com concessões de serviços públicos de R$ 18,2 bilhões.
Mesmo esse recorde de receitas extraordinárias, se vier a se concretizar, não será suficiente para garantir o equilíbrio das contas da União neste ano. Por isso, o governo reduziu a meta de superávit primário de 1,13% do PIB para 0,15% do PIB. Na verdade, ele fixou uma "banda informal" para a meta fiscal, pois o resultado poderá ser um déficit primário e ainda assim a meta será cumprida.
Como já foi informado nesta coluna, o governo está cada vez mais dependente das receitas extraordinárias ou não recorrentes, como preferem os economistas, para fechar as contas. Assim, não é possível, como imaginam alguns, alcançar, apenas com receitas recorrentes, um superávit primário que mantenha estável a relação entre a dívida pública bruta e o PIB. Não na situação atual, em que as despesas obrigatórias crescem muito em termos reais e as receitas tributárias da União não aumentam no mesmo ritmo.
Assim, a meta de superávit primário de 2% do PIB anunciada pelo governo para 2018 é mais ambiciosa do que pode parecer à primeira vista. Esse objetivo só será alcançado se o governo conseguir reduzir o ritmo de crescimento das despesas obrigatórias e continuar obtendo receitas extraordinárias em grande monta. O ingrediente que coloca mais dramaticidade na situação é que, segundo alguns economistas, o superávit primário anual necessário para estabilizar a dívida bruta em proporção do PIB é da ordem de 2,5% do PIB. Ou seja, o esforço fiscal precisa ser maior.
Para conter o crescimento do gasto obrigatório, o governo precisa propor ao Congresso medidas que são politicamente difíceis de aprovar. A regra para o aumento anual do salário mínimo, por exemplo, terá que ser modificada, provavelmente com a adoção do aumento real equivalente à variação do PIB per capita. A nova regra reduziria as despesas da Previdência e da assistência social.
É imprescindível também que o governo encaminhe ao Congresso uma proposta de reforma do Regime Geral de Previdência Social (RGPS), definindo uma idade mínima para a requisição da aposentadoria. Além de garantir, é claro, a aprovação do projeto de lei que reverte a desoneração da folha de pagamento das empresas.
Mesmo essas medidas podem não ser suficientes. Por isso, devem vir acompanhadas de propostas para aumentar a carga tributária. A medida mais provável, pois conta com apoio no Congresso e de governadores, é a recriação da CMPF, o imposto dos cheques. Há informações também sobre estudos oficiais para a tributação mais pesada de heranças e doações e de grandes fortunas.
quarta-feira, 8 de abril de 2015
Ajuste economico: cortes nos investimentos, quase nada em custeio - Mansueto Almeida
Paulo Roberto de Almeida
O que os dados mostram? a valores de março de 2015, o investimento público da União (exclui estatais) passou de R$ 22,3 bilhões no primeiro trimestre de 2014 para R$ 15,6 bilhões no primeiro trimestre de 2015. Uma queda real de R$ 6,7 bilhões ou de 30%!
E quem são os grandes perdedores? Olhem na tabela abaixo: (1) Min da Defesa: – R$ 1,8 bilhões; (2) Min do Desenvolvimento Agrário: – R$ 1,2 bilhão; (3) Min da Educação: – R$ 1,2 bilhão; (4) Min dos Transportes: – R$ 1,1 bilhão e (5) Min da Saúde: – R$ 941,8 milhões. Sinto informar que as áreas de educação e saúde tiveram cortes. Por enquanto, não se nota corte no Minha Casa Minha Vida (ver Ministério das Cidades) mas isso é questão de tempo. A propósito, eu espero um corte de investimento de, no mínimo, uns R$ 30 bilhões este ano. Em três meses governo já cortou quase R$ 7 bilhões de investimento e nada do custeio.
Investimento público da União (exclui estatais) – 1o TRIM de 2014 vs 1o TRIM de 2015 – R$ milhões de março de 2015
Fonte: Tesouro Nacional e SIAFI. Elaboração: Mansueto Almeida
OBS: inclui o Minha Casa Minha Vida no Ministério das Cidades.
terça-feira, 3 de fevereiro de 2015
Russia: para conter a crise, Putin baixa o preco da Vodka (boa medida...)
Russia’s economy is so bad it has cut vodka prices
The move seems designed to appease average Russians who have seen their wages hurt by the country's sanctions and oil-related economic turmoil and who, on the whole, consume a large amount of vodka. According to one study of global drinking habits, Russians consumed almost 14 liters of vodka per person in 2012 — more than seven times the amount consumed by Americans.
It's worth considering why Russia has a minimum price for vodka anyway. A law imposing a minimum price for vodka was implemented in 2009, part of a broader plan to deal with Russian binge drinking. Russia's relationship with alcohol is notorious, of course, but it's no joke: Studies have shown that it contributes to a "extraordinarily high mortality rate" among Russian men (Russian women tend to drink far less).
As the Moscow Times notes, the minimum price for vodka was hiked twice in 2014, almost tripling in the process. Some studies have shown that the price increases have had a positive effect. Yet the higher prices seem to have had an unfortunate side-effect: An increase in the sales of "bootleg" alcohol. Just last year, one Russian politician recently argued that the illegally produced alcohol now has 55 percent of market share, and there are calls for greater transparency about what actually constitutes "vodka" in Russia.
Production of Russian vodka has fallen dramatically in the last year, leading many to speculate that illicit alcohol is taking its place. "The overshoot of vodka prices leads only to increasing consumption of bootleg [spirits]," Russian President Vladimir Putin told a meeting of government officials and regional governors in December. Vadim Drobiz, head of the independent Center for Federal and Regional Alcohol Market Studies, has estimated that consumption of illegal alcohol has grown "as much as 65 percent" since 2009.
By increasing sales of (legal) vodka, Moscow likely hopes to increase tax revenues that will help the economy. But there is also a more humanitarian concern here -- illicit alcohol isn't made with safety standards in mind and can cause serious health problems, even death.
Putin had once hoped to cut alcohol consumption in half and uproot the market for illegal liquor by 2020. It now looks like sanctions and oil prices are making that plan look more and more distant.
domingo, 9 de novembro de 2014
Economia brasileira: companheiros neoliberais provocam desemprego,inflaçao e juros altos, baixo crescimento, cortam subsidios, o diabo...
Um grupo de mais de 700 economistas assinou um manifesto online criticando a ideia de que a austeridade fiscal e monetária seja o único meio para resolver os problemas brasileiros. "Esperamos contribuir para que os meios de comunicação não sejam o veículo da campanha pela austeridade sob coação e estejam, ao contrário, abertos para o pluralismo do debate econômico em nossa democracia", diz o texto.
segunda-feira, 14 de julho de 2014
Economia brasileira: a crise industrial se aprofunda
Parece que no brejo já caímos.
Só o agronegócio nos impede de nos precipitarmos no precipício, com perdão da redundância...
Paulo Roberto de Almeida
Economia
Setor industrial tem déficit recorde nas exportações
sexta-feira, 27 de junho de 2014
Portugal em crise e as solucoes inovadores - livro de Jack Soifer et alii
Independentemente dessa dúvida, crises tem de ser resolvidas com soluções inovadoras e de fato cabe explorar novos caminhos para a retomada do crescimento e do emprego.
Leiam a matéria de O Jornal Econômico, de Portugal.
Paulo Roberto de Almeida