Medicina de Cuba é cheia de exemplos a não ser seguidos
Revista Veja, 7/09/2013
Do remédio feito com veneno de escorpião-azul, que serve para todo tipo de câncer mas não cura nenhum, aos abortos em série, a saúde pública em Cuba é uma tragédia
O escorpião-azul (em espanhol, alacrán) é um animal peçonhento só encontrado em Cuba. Desde 1995, cientistas da ilha estudam o seu veneno e garantem que é eficaz no tratamento de vários tipos de câncer. A partir dele, fabricam e comercializam os remédios Escozul e Vidatox. Outra espécie endêmica na ilha é a medicina avessa às evidências. Submeter os estudos a uma publicação científica é considerado traição à pátria comunista, submissão ao imperialismo americano. Não há nenhuma comprovação de que o veneno funciona.
No Pubmed, a maior base de dados científica sobre saúde no mundo, não há um registro sequer sobre o tal remédio. Sua suposta eficácia é um dos muitos mitos sobre a medicina cubana criados e perpetuados pelos irmãos ditadores Fidel e Raúl Castro para enganar governos incautos como o do Brasil, que pretende contratar 4 000 médicos cubanos até o fim do ano (os primeiros 400 chegaram há duas semanas).
A mentira – e não apenas na medicina – é a principal política de estado na ilha dos irmãos Castro. A atual epidemia de cólera, por exemplo, que as autoridades não conseguem mais esconder, é controlada com um remédio homeopático. “Dar cinco gotas via oral de uma droga homeopática sem eficácia comprovada em um país onde não há tratamento adequado da água e onde a falta de higiene é regra parece uma piada de mau gosto”, diz o médico cubano Eloy González, exilado nos Estados Unidos.
Para se ter uma ideia de como Cuba está atrasada, a cólera foi erradicada no século XIX em vários países com o saneamento básico. Propagandear a obsoleta medicina cubana como avançada e pioneira é indispensável para a ditadura, que depende da exportação de mão de obra do setor de saúde para se sustentar. Os missionários de jaleco são atualmente a principal fonte de divisas do regime. Em dezesseis escolas de medicina, Cuba formou neste ano mais de 10 000 doutores e outros 20 000 profissionais de outras carreiras de saúde, como enfermagem e nutrição.
Seria uma notícia boa em 1959, quando a Faculdade de Medicina de Havana era uma das dez melhores do mundo. Hoje o curso é uma vergonha e está em 68º lugar no ranking de qualidade da América Latina.
Com as missões no exterior, pouquíssimos médicos ficam na ilha, o que levou ao fechamento de 54 hospitais nos últimos três anos. “Antes era preciso levar lençóis, lâmpadas, comida e seringas para o hospital para ser atendido. Daqui a pouco será preciso levar também o médico e a enfermeira”, diz por telefone um morador de Havana, que preferiu não ser identificado. Não é incomum ser atendido por um jamaicano ou um estudante chinês, que falam o espanhol com dificuldade.
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El plan de Brasil de contratar médicos extranjeros preocupa a países vecinos
El gigante sudamericano acepta a profesionales procedentes de países con grave déficit de médicos como Perú o El Salvador, si éstos ejercen en un tercer país con buenas tasas.
El plan del Gobierno brasileño para contratar médicos extranjeros ha generado preocupación en algunos países vecinos, donde se teme que pueda agudizar el déficit de doctores en zonas rurales y fronterizas, un problema común en toda América Latina.
El programa "Más Médicos", que prevé incentivos para llevar a profesionales de la salud a zonas remotas del país, atrajo en su primera convocatoria a 282 extranjeros, en su mayoría procedentes de España, Argentina, Portugal y Uruguay, y ya ha iniciado una segunda leva, a la que se han inscrito 1.165 facultativos de 65 países.
Para no fomentar la emigración de países con problemas más graves de recursos humanos, el Gobierno de la presidenta Dilma Rousseff exige que el profesional proceda de un Estado que tenga más médicos per cápita que Brasil, donde esa tasa está en 1,8 doctores por cada mil habitantes.También se han ofertado plazas a brasileños y, de forma paralela, se ha incluido en el plan la contratación directa de 4.000 médicos cubanos, a través de acuerdos de cooperación que ambos gobiernos mantienen en el marco de la Organización Panamericana de la Salud (OPS).
Los únicos países latinoamericanos que cumplen este requisito son Cuba (6,7), Uruguay (3,7) Argentina (3,2), México (2) y Venezuela (1,9), según cifras de la Organización Mundial de la Salud (OMS).