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sábado, 8 de fevereiro de 2014

O ajuste compulsorio dos emergentes - Armando Castelar Pinheiro

A crise dos emergentes
Por Armando Castelar Pinheiro

Valor Econômico, 7/02/2014

Li a citação outro dia em um artigo: "o pânico não destrói capital; ele meramente revela a extensão em que ele foi previamente destruído pelo seu uso em atividades irremediavelmente improdutivas". A frase é de John Mills, um empresário britânico do século XIX, mas tem relevância para hoje, aqui, também.

Em especial, creio que o mesmo raciocínio se aplica ao aperto por que alguns países emergentes estão passando e à polêmica se isso resulta da mudança das condições externas ou da má qualidade da sua política econômica.

Para alguns analistas, o mau momento dos emergentes nada mais é do que um novo capítulo na crise financeira internacional iniciada em 2007. Essa também parece ser a visão do governo brasileiro. A origem da crise dos emergentes seria, nessa interpretação, a desaceleração do crescimento chinês - e da Ásia emergente como um todo - e o início do processo de normalização da política monetária americana.

O ajuste apenas vai deixar claras as perdas que já existiam, perdas causadas pela adoção da nova matriz econômica

A forte expansão da Ásia emergente entre 2009 e 2011 (8,2% ao ano) foi fundamental para impedir uma desaceleração mais forte da economia mundial após a quebra do Lehman Brothers. Nesse período, a região respondeu por 53% da expansão do PIB mundial, mais do que o dobro da sua participação nesse agregado. Isso puxou para cima o preço das commodities ex-petróleo, que aumentou 26% nesse quadriênio, facilitando a vida de países como o Brasil.

A partir de 2012, o crescimento da região desacelerou, para 6,4% ao ano, com o preço das commodities caindo 11%. A China, em especial, está crescendo menos, fazendo um ajuste que visa limitar a expansão do crédito e redirecionar a demanda doméstica para o consumo. Com isso, a expansão do investimento chinês caiu de uma média de 15% ao ano entre 2001-10 para 8,5% em 2011-13, prevendo-se nova queda, para cerca de 6% ao ano, no resto desta década.

Ainda que a China possa ter contribuído para a desaceleração latino americana, ela não explica o mau momento dos emergentes. Basta ver que países no olho do furacão, como Turquia e Ucrânia, não têm relação comercial relevante com a China.

Nesse sentido, a redução das emissões monetárias pelo banco central americano (Fed) parece uma explicação mais consistente. O Fed vinha imprimindo US$ 1 trilhão ao ano, dinheiro que, dadas as baixas taxas de retorno nos países desenvolvidos, correu atrás de ativos nos emergentes. A gradual redução dessas injeções de liquidez e a melhora nos retornos oferecidos em investimentos nos EUA e Europa, em função da aceleração do crescimento, estariam por trás da desvalorização dos ativos dos países emergentes.

Não obstante, ainda que China e EUA tenham afetado os emergentes, isso não explica porque alguns foram tão mais afetados do que outros. Assim, enquanto o CDS médio de África do Sul, Turquia, Indonésia e Brasil subiu 92 pontos base nos últimos 12 meses, para 2,22%, para Chile, México, Peru e Colômbia a alta média foi de 23 pontos, para 1,10%. É por isso que, na visão do FMI, não há uma crise generalizada de emergentes, mas uma crise em alguns emergentes, aqueles com fundamentos econômicos e políticos ruins. Os mercados financeiros estão "shorting" só alguns emergentes.

A preocupação com estes países transcende a apreensão com a sua capacidade de garantir financiamento externo. O que está em questão é se eles serão capazes de fazer os ajustes necessários, sem comprometer o balanço dos agentes privados ou gerar turbulências políticas, que limitariam o crescimento econômico por um período prolongado.

Tome-se o caso do Brasil. O país tem grandes reservas internacionais, mas há anos tem também uma inflação e um déficit externo elevados. Com a queda dos preços das exportações, a desvalorização cambial, e a alta dos juros longos, o país necessita reduzir a demanda doméstica. Isso passa por apertar as políticas monetária e fiscal, o que vai reduzir o crescimento e complicar a dinâmica da dívida pública, a menos que o ajuste fiscal seja muito forte.

Crescimento baixo e juros altos vão elevar a inadimplência, enfraquecer o balanço dos bancos públicos e exigir nova capitalização pelo Tesouro. Haverá perdas elevadas, mas, como observou Mills, o ajuste apenas vai deixar claras as perdas que já existiam, perdas causadas pela adoção da "nova matriz econômica".

Quão provável é que se adotem remédios suficientemente fortes nos países mais frágeis? Pouco, pois são medidas impopulares e inconsistentes com a visão dos seus governos sobre a economia. O mais provável é que se façam reformas marginais, que mitiguem o ritmo de deterioração econômica. É isso que ilustra o exemplo argentino.

O risco é que em algum momento a situação piore a ponto de iniciar uma fuga de capitais domésticos, bem mais desestabilizadora que a saída de investidores estrangeiros. Então será preciso uma mudança política para restabelecer a credibilidade do governo, mas isso pode não se dar de forma suave. Pode ser um processo longo, tortuoso e talvez sem final feliz.

Armando Castelar Pinheiro é coordenador de Economia Aplicada do IBRE/FGV e professor do IE/UFRJ. Escreve mensalmente às sextas-feiras.

Leia mais em:
http://www.valor.com.br/opiniao/3422618/crise-dos-emergentes#ixzz2smERjFFr

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

Emergentes submergindo? - Moises Naim (El Pais)

La emergencia de los emergentes

Hace solo unos años los emergentes eran un pilar de la economía mundial; ahora son una amenaza

Moisés Naím
El País, 2 Febrero 2014

Según las agencias especializadas, Argentina y Venezuela, junto con Ucrania, tienen la peor gestión económica y el mayor riesgo financiero del mundo

Los países emergentes son como los adolescentes: propensos a los accidentes. Se caen, resbalan, los empujan, corren riesgos innecesarios… Por supuesto que, tal como nos demostraron hace poco EE UU y Europa, a veces las naciones maduras también se comportan de manera inmadura. Sus accidentes son menos frecuentes, pero cuando los tienen son enormes. El mundo aún está pagando con desempleo y pobreza las irresponsables audacias financieras de bancos, Gobiernos y consumidores de los países más ricos. Y ahora nos viene una crisis en los emergentes, esos países de menores ingresos cuyas economías y el bienestar de su gente venían expandiéndose a un ritmo sin precedentes.
Hay dos preguntas de cuyas respuestas depende el pronóstico de la economía mundial. Primera: ¿contagiarán las economías emergentes a las de los países desarrollados? Segunda: ¿diferenciarán los inversores a los países emergentes “buenos” de los “malos”? En otras palabras, ¿sacarán su dinero y dejarán de invertir por un tiempo en todos los países emergentes sin hacer distinciones o serán selectivos? Pero ¿qué significa “malo” o “bueno” en este caso? Un gobierno “malo” es aquel que sufre de necrofilia ideológica: un apasionado amor por ideas muertas; por enfoques que han sido probados y que han fracasado repetidamente, pero por los cuales los poderosos sienten una irresistible atracción. Un gobierno “bueno”, en cambio, aprende de los errores y tiende a adoptar políticas que dan resultados y son sostenibles en el tiempo.
El caso de Argentina y Chile es muy ilustrativo: la economía argentina es un desastre y el Gobierno de Cristina Fernández pasará a la historia como uno de los más catastróficos que ha tenido un país adicto a elegir gobernantes catastróficos. En contraste, Chile es un país cuyos Gobiernos han venido haciendo las cosas bien, y de manera sostenida, independientemente de la ideología de quien está en el poder. Así, la economía chilena va bien y es un ejemplo para el mundo, mientras que la Argentina va muy mal y también es un ejemplo para el mundo… de lo que no hay que hacer. Es muy racional entonces sacar el dinero de Argentina. Y eso están haciendo tanto argentinos como extranjeros. Las reservas internacionales han llegado a su nivel más bajo en siete años, a pesar de los controles y otras medidas punitivas que el Gobierno improvisa en repuesta a una crisis que lo desborda.
¿Cómo está capeando Chile esta crisis? Mucho mejor. Al igual que ocurre en todos los demás países emergentes, su moneda se ha devaluado en los últimos meses, pero de una manera mucho más ordenada y sin mayor trauma. Lo mismo está pasando con otras economías sólidas: Corea del Sur, México y Filipinas están sufriendo menos por esta crisis que Argentina, Ucrania o Venezuela, los tres países que, según las agencias especializadas, tienen la peor gestión económica y el mayor riesgo financiero del mundo. Esto significa que, por ahora, los inversores internacionales no ponen a todos los países emergentes en una misma canasta y diferencian en sus decisiones entre los que administran mal sus economías de aquellos que lo hacen mejor.
Pero, ¿qué les pasó? Cuando EE UU y Europa estaban en recesión, los emergentes eran un pilar de la economía mundial y ahora son una amenaza. “Estos países, sobre todo los latinoamericanos, son mucho mejores manejando las crisis económicas que manejando la prosperidad”, me dijo Luis Alberto Moreno, el presidente del Banco Interamericano de Desarrollo. “Venimos de una época de abundancia que, al atenuarse, revela las precariedades de los países emergentes que no han profundizado las reformas económicas que necesitan. Estas reformas los harían menos vulnerables a los impactos que periódicamente les vienen de afuera”, afirma Moreno.
Esta vez las economías emergentes están sufriendo una triple paliza: la caída de los precios de las materias primas que tanto exportan, el aumento de las tasas de interés internacionales y la resaca de años de abundancia vividos como si esta no fuera a acabar nunca. La primera se origina en China, la segunda en EE UU y la tercera es hecha en casa; un autogol que cada dispendioso Gobierno emergente le marcó a su país. La abundancia permitió vivir por encima de las posibilidades y, como dice Moreno, no hacer las reformas necesarias.
Volviendo a la primera pregunta: ¿contagiarán los emergentes a los países más ricos? Es aún temprano para saberlo. Pero si bien la crisis de los emergentes ya ha impactado en los más ricos (las Bolsas de EE UU, Europa y Japón tuvieron el peor enero desde 2010), el consenso de los expertos es que, por ahora, no hay signos de que el contagio vaya a ser grave. Ojalá.

quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

Os cinco emergentes frageis (Brasil incluido) - NYTimes





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Winnowing crops in India. Jayanta Dey/Reuters

The long-running boom in emerging markets came to be identified, if not propped up, by wide acceptance of the term BRICs, shorthand for the fast-growing countries Brazil, Russia, India and China. Recent turmoil in these and similar markets has produced a rival expression: the Fragile Five.
The new name, as coined by a little-known research analyst at Morgan Stanley last summer, identifies Turkey, Brazil, India, South Africa and Indonesia as economies that have become too dependent on skittish foreign investment to finance their growth ambitions.
The term has caught on in large degree because it highlights the strains that occur when countries place too much emphasis on stoking fast rates of economic growth. The new catchphrase also raises pressing questions about not just the BRICs but about emerging markets in general.
The Morgan Stanley report came out in August, when there were reports that the Federal Reserve would soon reduce its bond-buying program. The term that report coined became a quick and easy way for investors to give voice to fears of a broader emerging markets rout, propelled by runs on the Turkish lira, Brazilian real and South African rand.

Emerging Problems


2013
South Africa, Turkey, India, Indonesia and Brazil become
known as the Fragile Five because their economies are
too dependent on foreign investment, which is forecast
to decline this year.
Investment in
emerging markets
$1.2
trillion
Africa and The
Middle East
1.0
1997
2001
Asia
(except China)
After years of steady
growth, the Asian

currency crisis
slows investment in
emerging markets.
The fast-growing
economies of Brazil,
Russia, India and China
attract investors and
become known by the
acronym BRIC.
0.8
Europe
0.6
Latin
America
0.4
0.2
China
0
FORECAST
’90
’95
’00
’05
’10
’14

These fears were realized this week when Turkey, seen by most investors as the most fragile of the Fragile Five, raised interest rates 4.25 percentage points on Tuesday.
The sharper-than-expected increase by the country’s central bank — which previously took a fairly passive approach to defending its currency — was intended to persuade foreign investors, as well as corporate and household savers, to hold on to their lira instead of exchanging them for dollars.
As with other members of the Fragile Five, Turkey relies heavily on fickle short-term investment from foreigners to finance gaping current account deficits — the result of which has been a currency that many investors say is overvalued.
Investment analysts love to come up with catchy names that simplify their views and, ideally, capture the market spirit of the moment. During the early period of the euro crisis, PIGS, unkindly, came to describe Portugal, Ireland, Greece and Spain. And when the focus turned to Greece and its future in the euro zone, Grexit became the term of art.
Not all of them catch on. In September, Deutsche Bank analysts came up with Biits, which covers the same countries as the Fragile Five, but it graced hardly any analysts’ reports.
The countries in the Asian financial crisis of 1997 never got saddled with a nickname. As in that and other emerging market blowups, foreign investors and lenders pulled their money out because of broader concerns about political and economic uncertainty.
And while there have been sharp outflows from Turkey and some of the other members of the Fragile Five, broadly speaking, foreign investors have retreated from the asset class as a whole.
None of which surprises Jim O’Neill, who, as an economist at Goldman Sachs in late 2001, came up with the phrase BRICs as a way to highlight the long-term growth potential of large emerging market economies.


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A miner in Indonesia. Mercury is used to process ore from small-scale mines, which carries risks to the miners and the environment. Yusuf Ahmad/Reuters

“I still believe these are the best investment opportunities in the world,” said Mr. O’Neill, who acknowledges being irritated at having to defend his thesis every time there is an emerging market wobble.
Mr. O’Neill, who recently left Goldman and now works independently, has just come up with yet another, similarly dynamic club. This one, of populous countries with high growth potential, he calls MINTs, for Mexico, Indonesia, Nigeria and Turkey.
When Mr. O’Neill coined the BRICs phrase, foreign capital inflows into emerging markets were about $190 billion a year, according to data from the Institute of International Finance, the trade group for international banks.
His timing could not have been better: The Federal Reserve was moving to a policy of very low interest rates and China’s growth engine was revving up, driving what would become a long-running commodity boom.
Yield-starved investors began pouring into Mr. O’Neill’s markets and their economies. Since 2010, annual net inflows into these markets have averaged a little over $1 trillion a year.
As a result, Mr. O’Neill became quite the global man about town. He has been celebrated by investors and the BRIC nations themselves, which even formed a BRIC-development bank.
All this changed last summer, when the Fed’s announcement that it would eventually reverse its bond-buying program panicked giddy emerging-market investors. Other concerns, like a slowdown of growth in China, political uncertainty in Russia and Turkey and most crucially, vulnerable currencies in Brazil and South Africa, spurred concerns over the possibility of a broader market panic.
So in early August, when James K. Lord, a fairly junior currency analyst at Morgan Stanley sent out a research note warning of the risks within the “fragile five,” the name spread quickly, especially among investors already nervous about their emerging-market holdings.


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Food shopping in São Paulo, Brazil. Nacho Doce/Reuters

Turkey, more than any of the others, has been the primary target. Since May, foreign investors have sold, in net terms, $3.9 billion worth of lira-denominated bonds, according to data from the Institute of International Finance, a substantial amount for such a short period.
Although Mr. O’Neill, while at Goldman, aggressively marketed his BRICs notion, Mr. Lord and his team at Morgan Stanley have been more circumspect, avoiding for the most part public statements in the news media.
In response to questions about his Fragile Five thesis, Mr. Lord, who this year was promoted from vice president to a more senior position, asked that he be quoted playing down his original thesis.
“We have been using the term less and less in our research,” he said, explaining that responses by policy makers in these countries have to some extent addressed the issues he raised.
That is not surprising. Banks are always wary of promoting critical investment calls, especially when important, fee-generating nations like Brazil and Turkey are concerned.
But more skeptical investors remain less inclined to view currency-stabilizing steps taken by Turkey and other Fragile Five members in such a sanguine light.
“People made mistakes investing in these markets just because of the headline G.D.P. and demographics,” said Stephen L. Jen, a former economist for the International Monetary Fund who now manages a hedge fund based in London. Important issues like corruption and governance, not to mention excessive lending in urban areas that favored the political and economic elites, have been ignored, he pointed out.
“Istanbul does not need 100 malls,” he said. “There is a reason these people are poor.”
Mr. Jen did make a stab at crafting his own catchphrase and considered adding Russia to transform the Fragile Five into the Sorry Six, before ditching the notion.
Better to keep it simple, he said, and steer clear of currencies with four letters: the Mexican peso, the South African rand, the Brazilian real and, of course, the Turkish lira.

sábado, 23 de novembro de 2013

Economic growth in emerging countries is likely to fall - Anders Aslund

Enviado por meu amigo Mauricio David:

Why Growth in Emerging Economies Is Likely to Fall - Anders Åslund 
(Por que o crescimento nas economias emergentes tende a cair)

O paper do Anders Aslund aponta as muitas razões pelas quais o crescimento das economias emergentes tende a cair no futuro próximo : muito do catch-up potencial já foi utilizado e os booms extraordinários do crédito e das commodities ficaram para trás, por exemplo. As economias emergentes são, por outro lado, frágeis financeiramente. A convergência econômica não chegou ao seu fim, mas provavelmente chegou a um hiato que pode se prolongar por muitos anos.
 PIIE / wp / Anders Åslund : Why Growth in Emerging Economies Is Likely to Fall

Abstract
Emerging-market growth from 2000 to 2012 was untypically high. This paper highlights the many reasons why emerging-economy growth is likely to be lower going forward. Much of the catch-up potential has already been used up. The extraordinary credit and commodity booms are over, and many large emerging economies are financially fragile. 
They have major governance problems, so they need to carry out major structural reforms to be able to proceed with a decent growth rate, but many policymakers are still in a state of hubris and not very inclined to opt for reforms.They are caught up in state and crony capitalism. Rather than providing free markets for all, the West might limit its endeavors to its own benefit. Economicconvergence has hardly come to an end, but it has probably reached a hiatus that is likely to last many years. The emerging economies need to improve their quality of governance and other economic policies substantially to truly catch up. For a decade or so, the West could take the global economic lead once again as in the 1980s.

Íntegra do working paper :
http://piie.com/publications/wp/wp13-10.pdf

sábado, 28 de setembro de 2013

Comparacoes economicas internacionais - Carlos Alberto Sardenberg

CARLOS ALBERTO SARDENBERG
Globo, 26/09/2013

Tudo somado e subtraído, aqui e lá fora, o Brasil hoje consegue crescer entre 2% e 2,5% ao ano, com inflação ao consumidor no ritmo anual de 6% e taxa de desemprego de 5,6% em julho último. Está bom ou ruim? Depende da comparação, não é mesmo? Espanha, Grécia e Portugal, por exemplo, quase não têm inflação, mas sofrem com recessão e desemprego acima dos 25%. Por outro lado, China, Coréia do Sul e Chile crescem mais, com menos inflação e menos desemprego. O México tem crescimento um pouco menor que o Brasil, mas também com inflação e desemprego menores.

A comparação, entretanto, não deve ficar ao gosto do freguês. Falando francamente, não tem cabimento comparar com os países europeus afetados por uma difícil combinação de crises financeira, fiscal e de contas externas.
O mais correto é olhar para países parecidos, emergentes de expressão e que têm capacidade de se tornarem ricos em um horizonte razoável. E neste caso, o Brasil está com o pé trocado.
Neste momento, alguns desses países estão reduzindo suas taxas de juros para combater a desaceleração do crescimento, que é geral no mundo emergente. Também estão acomodando a desvalorização de suas moedas, outro fenômeno global, aproveitando para turbinar as exportações.
Já por aqui, o Banco Central está subindo os juros e segurando o dólar, porque foi apanhado nesta mudança da conjuntura internacional com a inflação perigosamente elevada. E tem que subir os juros mesmo com o baixo volume de investimentos.
O que nos leva a outra comparação, a mais importante, do Brasil de fato com o Brasil que poderia ser. O país poderia estar melhor ─ e não está por equívocos internos de política econômica.
Talvez o principal ponto fraco esteja na falta de investimentos públicos e privados em infraestrutura. E a culpa por isso é inteiramente do governo, que nem consegue turbinar suas obras, nem criar condições favoráveis ao capital privado que está disponível aqui e no exterior. E bobeou com a inflação.
Eis o resumo da ópera: o Brasil está perdendo oportunidade de deslanchar. Não está bom.
15 mil homens
Esta história me foi contada por um engenheiro-aquicultor da Costa Rica que, nos anos 80, integrou uma equipe de especialistas em cultivo de camarões, enviada à China. Missão: instalar as fazendas e ensinar o pessoal local. Coisa grande.
Os especialistas disseram que dava para fazer, mas com maquinário pesado. Isso incluía uma bateria de tratores bulldozer, operando 24 horas, para escavar e remover enormes volumes de terras.
Não temos esses tratores, disseram os chineses. E perguntaram quantos trabalhadores substituiriam os bulldozers. Uns 15 mil, foi a resposta, recebida com naturalidade pelos responsáveis chineses.
Já os aquicultores estrangeiros ficaram estupefatos quando, na data combinada, encontraram pronto o acampamento para 15 mil homens, que se apresentaram para o serviço uniformizados e armados com pás e picaretas. Assim foram instaladas as primeiras fazendas.
Na década de 90, a produção chinesa de camarões apareceu nas estatísticas globais. Nos primeiros anos deste século, a China já integrava, com Tailândia, Malásia e Vietnã, o grupo de países responsáveis por 70% das exportações mundiais de camarões.
E não apenas já utiliza máquinas pesadas, como fabrica aqueles bulldozers que faltavam nos anos 80.
Olhando por esse lado, não se pode negar que é um bom exemplo de uma história bem sucedida. O que os chineses tinham? Um país em ruínas por causa da revolução cultural de Mao, um monte de gente sem trabalho, sem renda e , ao milhões, sem comida.
Foi quando Deng Xiao Ping introduziu as reformas que abriram o país aos capitais privados estrangeiros e às iniciativas empreendedoras dos próprios chineses. Numa palavra: um modo capitalista de crescer, ao lado de um Estado forte e dominante em grande parte da economia.
Comparando hoje com a China dos anos 80, parece claro que a coisa deu certo.
Já olhando só para o presente, não faltam problemas, a começar pela enorme poluição ─ ao mesmo tempo crônica e aguda ─ incluindo as degradações ambientais causadas pelas fazendas de camarões. A corrupção no governo e no Partido Comunista é outro problema de grande proporção. O domínio estatal levou a investimentos ineficientes, exagerados e caros em diversos setores de infraestrutura. Os salários e o nível de vida continuam baixos, embora já tenha sido formada uma classe média consumidora. A desigualdade de renda aumentou. E não tem democracia.

Eles fazem e comem camarões, alguns, mas a que custo. Comparações?

domingo, 1 de setembro de 2013

Fim de festa nos emergentes - Alejandro Rebossio (El Pais)

Se acabó la fiesta de los emergentes
Se acabó la fiesta de los mercados emergentes. Las economías de los países en desarrollo se han ralentizado tras la espectacular recuperación de la crisis mundial de 2008/2009 y ya crecen por debajo de lo previsto a principios de año. Muchas de ellas han sufrido fuertes devaluaciones de sus divisas en los últimos tres meses y sus mercados de valores están cayendo con fuerza.

Menos crecimiento y más inflación no es precisamente la combinación ideal para unos países con unas clases medias aún en proceso de consolidación y en los que la pobreza todavía afecta a centenares de millones de personas. Tampoco son buenas noticias para las empresas españolas, que en los últimos años han cosechado grandes beneficios en América Latina y que ahora verán cómo sus filiales ganan menos euros ante la depreciación de las monedas locales.
Aunque el fin de fiesta no significa necesariamente el inicio de un entierro, el hecho es que el panorama se ha deteriorado. El cercano fin de los estímulos monetarios de EE UU, la desaceleración de China, India y Brasil y un eventual agravamiento de la guerra siria lo han enturbiado todo.
En Latinoamérica, la principal economía y la que más capital extranjero ha atraído en lo que va de siglo, Brasil, ha visto cómo el dólar ha subido un 15% desde principios de año. Una depreciación similar padece el peso argentino en el mercado oficial, que está restringido a exportadores e importadores. Pero en la plaza ilegal, adonde concurren los ahorradores que quieren hacerse con divisas, la moneda norteamericana cuesta hasta un 70% más cara que en la legal.
En Asia, el dólar solo ha caído frente al yuan chino un 1,8%. Pero varios países están sufriendo devaluaciones. La moneda estadounidense se ha apreciado el 22% frente a la rupia india y el 15% ante la rupia indonesia. Las depreciaciones también se extienden a Rusia (el dólar subió el 8,9% frente al rublo), Turquía (14,1% contra la lira) y Sudáfrica (22,5% ante el rand).
Lo que sucede es que los capitales especulativos están saliendo de los mercados emergentes y regresando a EE UU, en concreto a los bonos del Tesoro a 10 años, que han mejorado notablemente su rendimiento. ¿Motivo? La Reserva Federal lleva semanas dando señales de que acabará con su política de relajación monetaria —la llamada flexibilización cuantitativa— porque considera que la economía de EE UU está recuperándose y que se acerca la hora de retirar los estímulos. Incluso podría llegar a subir los tipos de interés a finales de año, con lo que se acabaría el dólar barato de los últimos cinco años.
Las devaluaciones de las divisas han llevado a varios bancos centrales a subir en la última semana sus tipos de interés de referencia, entre ellos, los de Brasil e Indonesia, con lo que también se acaba el ciclo de dinero barato en esos países. La presidenta brasileña, Dilma Rousseff, ha dicho que su país cuenta con “munición” para frenar la depreciación del real, en alusión a los 60.000 millones de dólares de los que dispone el Banco Central para ese fin.
Claro que algunos analistas consideran que la Fed debería pensárselo mejor antes de retirar los estímulos. Solo la insinuación de que está dispuesta a hacerlo ya está afectando a unos mercados emergentes que con el tiempo se han convertido en casi la mitad de la economía mundial y cuyo desempeño también impacta en las exportaciones de EE UU. La era del dinero barato ha impulsado el crecimiento de los países en desarrollo y ha atraído hacia ellos capitales especulativos que huían de los bajos rendimientos en EE UU y buscaban mayores beneficios. Además, Gobiernos y empresas de países emergentes se han financiado durante años a tipos de interés muy bajos y en dólares estadounidenses.
Los ciclos de dólar barato suelen coincidir con los de materias primas caras. Los productos básicos, principales exportaciones de Sudamérica, cotizan en moneda estadounidense y suelen encarecerse cuando esta se abarata. Además, en lo que va de siglo han subido de precio por la creciente demanda de China. Las altas cotizaciones de las materias primas, que batieron marcas históricas en el caso de los minerales y se recuperaron de niveles bajos en el de los alimentos, beneficiaron a Sudamérica, Rusia o Sudáfrica. El cambio de política monetaria de EE UU, que también lleva a que los capitales especulativos abandonen los mercados de productos básicos, pero sobre todo la desaceleración de la economía china, están provocando bajadas de precios. La excepción es el petróleo, cuya cotización ha subido ante la posibilidad de que EE UU ataque Siria y agrave la situación en Oriente Próximo.
En lo que va de 2013 han caído la mayoría de los índices bursátiles del mundo emergente, como los de China (-7,6% en lo que va de 2013), India (-5,3%), Indonesia (-4,9%), Corea del Sur (-4,5%), Rusia (-14,8%), Brasil (-18,1%), Chile (-18,7%) y México (-10,4%). Estos retrocesos reflejan también la salida de capitales de los mercados emergentes por el posible cambio de política monetaria de EE UU. Además, influyen unos crecimientos económicos menores a lo esperado, así como las protestas sociales en Brasil o Turquía.
En Latinoamérica, la economía brasileña ya venía desacelerándose, con una expansión de solo el 0,9% en 2012. En marzo pasado, bancos y consultoras preveían un crecimiento del 3,1% para 2013, pero ahora calculan un 2,2%, según la media que recoge la firma Consensus Economics. De todos modos, Brasil, que se ha desviado un poco de la heterodoxia económica con medidas para bajar el precio de la energía y proteger a la industria, sorprendió con un alza del 2,5% del PIB en el segundo trimestre de este año. En cambio, México, que había vuelto a aparecer en la prensa mundial como modelo económico ortodoxo, decreció en el mismo periodo el 0,7% por una caída de la obra pública. Después de expandirse el 3,8% en 2012, los expertos consultados por Consensus Economics esperan que este año México crezca un 2,5%, pero a finales de agosto el propio Banco Central ha rebajado su expectativa al 1,8%. Algunos analistas destacan que las reformas que impulsa el presidente Enrique Peña Nieto, como la energética y la de telecomunicaciones, explican por qué el peso mexicano se ha depreciado menos que otras monedas, pero otros consideran que este país, a diferencia de Brasil, no había recibido tantos capitales golondrina en los últimos años y por eso ahora tampoco está padeciendo tanto su partida.
Argentina desaceleró su crecimiento el año pasado hasta el 1,9%, según sus polémicas estadísticas gubernamentales, que los analistas privados recortan a la mitad. Para 2013, el mercado prevé una expansión del PIB oficial del 3,3%. Su desafío continúa siendo la inflación, que asciende al 23%, según las agencias provinciales de estadística. Pero más problemas de precios atosigan a Venezuela, que este año devaluó el bolívar y con frecuencia afronta escasez de ciertos productos, como la harina de trigo o los repuestos de motos. La inflación venezolana asciende al 42% y le ha costado el puesto a la anterior gobernadora del Banco Central, Edmée Betancourt, que duró cuatro meses hasta que a mediados de agosto fue reemplazada por Eudomar Tovar.
Colombia, que el año pasado creció el 4%, este año se expandiría un 3,9%, según Consensus Economics. En cambio, otras economías más dependientes del precio de los minerales están desacelerándose en mayor medida. Chile, que en 2012 se expandió el 5,6%, pasaría al 4,2%, mientras que Perú rebajaría del 6,3% al 5,6% de un año al otro. El presidente peruano, Ollanta Humala, que también ha enfrentado manifestaciones callejeras, ha reconocido que la crisis internacional ha llegado a su país y el Banco Central ha reaccionado a la mayor depreciación del sol en dos años con fuertes ventas de reservas en dólares.
En Asia, China, que se desaceleró en 2012 con una expansión del 7,8%, crecería esta vez al 7,5%. Precisamente, en el segundo semestre de 2013 la segunda economía mundial sorprendió con una tasa del 7,5%, que demuestra que las rebajas impositivas a las pequeñas empresas y el plan de infraestructuras están dando resultados a la hora de reorientar el motor del crecimiento del sector exportador, dependiente de EE UU y Europa, al mercado interno.
India, que el año pasado redujo su crecimiento al 5%, en 2013 crecería un 5,5%, según bancos y consultoras. Pero el ministro de Hacienda, Palaniappan Chidambaram, admite que su país debe crecer al 8% para crear los empleos necesarios para los jóvenes que ingresan al mercado laboral cada año.
Otros países asiáticos disminuirán también su ritmo de crecimiento entre 2012 y 2013: Indonesia (del 6,2% al 5,8%), que aparecía como la nueva estrella de los mercados hasta las recientes turbulencias monetarias; Malasia (del 5,6% al 4,8%), Filipinas (del 6,8% al 6,7%) y Tailandia (6,5% al 4,3%). Se trata de economías proveedoras de componentes industriales para las fábricas exportadoras de China. En cambio, dos economías asiáticas productoras de bienes finales de alta tecnología tal vez saquen provecho del giro chino hacia un mayor consumo interno: Corea del Sur, que elevaría su crecimiento del 2% en 2012 al 2,7% en 2013, y Taiwán, del 1,3% al 2,5%.
En otra de las potencias emergentes, el Ministerio de Economía rebajó el pasado lunes sus expectativas de crecimiento para 2013 por segunda vez en el año. Se trata de Rusia, que ahora espera un 1,8%, en lugar del 2,4% anterior, por la debilidad de las exportaciones y el consumo. En el segundo trimestre de 2013, Turquía creció a un ritmo del 3,5%, y Sudáfrica, afectada por huelgas de mineros y operarios de las fábricas de coches, el 3,3%.
“Siempre tuve la visión de que el muy rápido crecimiento de los países emergentes en los últimos años era transitorio e insostenible”, opina Dani Rodrik, economista turco y profesor del Instituto de Estudios Avanzados de Princeton (EE UU). “En muchos casos, estaba basado en el dinero barato y los altos precios de las materias primas, y no en una dinámica interna sólida que apoyase el crecimiento sostenido. Pero igualmente no debemos hacer una sobrecorrección y pensar que los mercados emergentes se van por el sumidero”, aclara Rodrik. En su opinión, Latinoamérica puede mantener un crecimiento de alrededor del 4% y África, del 5%, siempre y cuando continúen manejando su macroeconomía razonablemente bien. “Asia lo puede hacer mejor”, confía Rodrik, que destaca este continente cuando se le pregunta si puede haber excepciones en la turbulencia actual. El economista turco explica que Asia siempre ha crecido más que Latinoamérica porque “aún tiene más espacio para el cambio estructural, es decir, llevar a campesinos pobres a trabajar por salarios mayores a fábricas y servicios”. No obstante, Rodrik alerta de que en la economía china se han cimentado algunos desequilibrios severos que pueden afectar a toda Asia.
Otro economista, el norteamericano Jan Kregel, del Levy Economics Institute de Bard College, recuerda que el periodo del dinero barato trajo capitales a los mercados emergentes, pero también condujo a una excesiva apreciación de sus monedas, como había ocurrido en Brasil, con el consiguiente perjuicio para la competitividad de su industria. De hecho, el ministro de Hacienda colombiano, Mauricio Cárdenas, dio la bienvenida a la depreciación del peso, y lo mismo ha sucedido con el gobernador del Banco Central de Turquía, Erdem Basci, que descartó subir los tipos para apreciar la lira. “Ahora caen el comercio, la inversión, la actividad interna y los precios de las materias primas, suben los tipos y la inflación, pero esto puede tener algo bueno”, opina. “El énfasis en una economía exportadora de productos básicos no es muy beneficioso para el desarrollo a largo plazo porque tienen precios extremadamente volátiles”.
“Si China cambia su modelo de crecimiento, Latinoamérica también tendrá que hacerlo”, advierte Kregel. Si el gigante asiático crece menos y reduce su orientación exportadora, demandará menos minerales. Quizá el consumo de alimentos no se desacelere, pero el profesor estadounidense señala que el régimen de Pekín está liberalizando su sector agrícola para que cooperativas pequeñas sean reemplazadas por grandes empresas, con el fin de elevar la productividad. “No es un proceso que demorará un año, pero China irá reduciendo su necesidad de importar materias primas”, opina Kregel.
En este siglo, las economías latinoamericanas han conseguido divisas con la exportación de productos básicos y así han estimulado el mercado interno. Aunque pocos se atreven a pronosticar el final de los altos precios de las materias primas, y muchos solo hablan de moderación en los valores, Kregel observa que los países sudamericanos deberán adoptar medidas para estimular la inversión y el consumo domésticos. “Las devaluaciones harán más competitivas las manufacturas, ¿pero a quién las venderán? ¿A China? ¿A Europa, que no crece? ¿A EE UU, que no crece más del 2%? El motor del crecimiento deberá cambiar”, insiste Kregel.

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Pierre Salama: Les économies émergentes latino-américaines: entre cigales et fourmis (livre)


Pierre Salama:
Les économies émergentes latino-américaines: entre cigales et fourmis
Paris: Armand Colin, 2012, collection U.
ISBN : 978-2-200-28132-8

Pierre Salama, professor emérito da Université de Paris XIII, é um grande amigo e conhecedor do Brasil. Sob a sua direção, centenas de professores e economistas brasileiros e franceses, junto a estudantes de pós-graduação de todo o mundo, prepararam as suas dissertações de doutorado na França. Salama foi assistente de Celso Furtado na Universidade de Paris. Tem vários dos seus livros anteriores publicados aqui no Brasil e em outros países da América Latina.

SOMMAIRE
Introduction générale
Chapitre I : Bref retour sur l’histoire économique
Chapitre II : Une globalisation commerciale accompagnée d’une redistribution des cartes
Chapitre III : Globalisation commerciale : désindustrialisation « précoce » en Amérique latine, industrialisation en Asie
Chapitre IV : Globalisation financiere
Chapitre V : Inégalités des revenus et croissance
Chapitre VI : Une pauvreté en régression
Chapitre VII : Politique sociale et pauvreté
Chapitre VIII : Inéluctable, la violence ?
Conclusion générale

Introduction générale
Pays semi-industrialisés avant-hier, nouveaux pays industrialisés hier, économies émergentes aujourd’hui, ces changements de qualicatifs traduisent à la fois les transformations que connaissent ces pays et un déplacement du centre de gravité du monde.
Avant-hier, dans les années 1960 à 1970, on les appelait des économies semi-industrialisées. Elles n’étaient pas nombreuses : Argentine, Brésil, Mexique, peut être Colombie et déjà apparaissant à l’horizon ce que l’on a nommé les « dragons » en Asie, la Corée du sud, Taïwan, Singapour  et Hong-Kong. Elles étaient industrialisées mais leur industrie, héritière d’un mode de développement économique « tiré de l’intérieur » dès les années 1940, était en quelle que sorte tronquée, c'est-à-dire incomplète. Leur poids dans l économie mondiale était alors négligeable. Certes elles exportaient des produits manufacturés au lieu des produits primaires, mais elles étaient relativement fermées, protégées par des barrières douanières, des réglementations voir des contingentements sur certains produits. Protégées de la concurrence extérieure, les entreprises prospéraient à l’abri malgré leurs coûts élevés. Le modèle s’épuisait.
Hier dans les années 1980, on cessa de les nommer économies semi-industrialisées, l’expression étant devenue obsolète. Les dragons asiatiques s’imposaient de plus en plus, leur croissance reposant sur la conquête de marchés extérieurs, les économies latino-américaines, empêtrées dans les problèmes de gestion de leurs dettes externe, sombraient dans l’hyperinflation et dans de sérieuses crises économiques. Décennie heureuse dans quelques pays asiatiques, « décennie perdue » en Amérique latine, réduction de la pauvreté chez les premiers, augmentation des inégalités chez les seconds caractérisent cette période. Leur seul point commun étant l’épuisement des dictatures et les ouvertures démocratiques. Tout semblait nouveau. Aussi les nomma-t- on « nouveaux pays industriels », connus sous l’anagramme de NPI. Certes les dragons ne pouvaient être confondus avec les grandes économies latino-américaines, ouverture, croissance vive d’un côté, fermeture et stagnation de l’autre, les premiers dépassant très rapidement les seconds tant du point de vue de leur revenu par tête que de l’essor de leur productivité, de la composition de leurs exportations comportant plus de produits manufacturés. Mais on ne pouvait décidemment conserver la qualification d’économies semi-industrialisées pour les une et dénommer les autres de nouveaux pays industrialisées. La taxinomie eût été trop complexe, aussi, dans le même élan les dénomma-t-on tous nouveaux pays industrialisées, en prenant soin toutefois de ne pas trancher une question épineuse : sont-elles ou ne sont-elles plus des pays sous développés (ou encore plus diplomatiquement des économies en voie de développement. Les instituions internationales ont préféré alors désigner les économies non industrialisées, du Sud dirait-on aujourd’hui, « d’économies moins développées », les autres étant des NPI…Quant à Patrick Tissier et moi-même (1982), nous avons préféré alors conserver le terme de pays sous- développés et intituler un livre « Industrialisation dans le sous-développement », consacré aux dragons et aux économies latino-américaines. L’expression « sous-développés » n’est pas péjorative, elle indique seulement le fait que ces pays ont connu un développement distinct de celui des pays avancés, la pénétration des rapports marchands et capitalistes s’effectuant dans un espace temps très dense dans les pays « sous-développés ».  
Déjà à cette époque les « dragons » asiatiques, rejoints très vite par les « tigres (Malaisie, Thaïlande, Indonésie, Philippines, puis, un peu plus tard, Vietnam) commençaient à bouleverser les équilibres du commerce international. Sans encore vraiment peser sur les échanges internationaux, ces pays prenaient de plus en plus d’importance : investissements - délocalisation de plus en plus nombreux des pays avancés (Etats-Unis, Japon surtout) dans ces économies (dragons et tigres), des dragons vers les tigres, densification relative des échanges dans la zone asiatique. Mis à part le Mexique, à la fin des années 1980, l’Amérique latine était absente de ces évolutions, marginalisée.
Les années 1990 sont celles de l’émergence de la Chine (1,3 milliards d’habitants), puis de l’Inde (1 milliard d’habitants). Cette fois, il ne s’agit plus de petits pays, à population relativement faible, mais quasiment de pays continentaux qui entrent dans l’économie mondiale avec force, marginalisant progressivement et relativement les dragons et les tigres, participant à la densification des relations entre pays asiatiques, attirant de plus en plus d’ investissements étrangers en quête de délocalisations mais aussi attirés par leur vaste marché intérieur. Timidement, les économies latino-américaines amorcent un retour sur les marchés extérieurs.
Aujourd’hui, les années 2000  sont celles de la consécration de la Chine et d’un changement d’appellation. Un taux de croissance soutenu, une balance commerciale devenue excédentaire, des réserves en devises considérables, la Chine devient l’atelier du monde. Avec la Russie, l’Inde, le Brésil et aujourd’hui l’Afrique du Sud, elle constitue un ensemble dénommé BRICS, certes profondément hétérogène, aux intérêts souvent divergents, mais dont le poids aujourd’hui est tel que rien ne peut plus se décider sans leur participation. Le déplacement du centre de gravité du monde a commencé. Rejoints pas d’autres pays asiatiques et latino-américains, ces économies dénommées à présent économies émergentes, ont acquis un poids considérable dans l’économie mondiale. Avec la crise de 2007-2008 dans les pays avancés, elles ont montré leurs capacités à résister à la contagion internationale, résistances élevées en Asie, modérées en Amérique latine au point que de nombreux économistes se sont interrogés de savoir non seulement s’il existait un découplage des conjonctures entre les économies avancées et les économies émergentes, mais aussi et surtout si les économies émergentes pouvaient permettre aux économies avancées de sortir de leur crise. Au prix toutefois de nouvelles spécialisations internationales : aux économies émergentes l’exportation de produits manufacturés (Chine), de services (Inde) avec pour conséquence une désindustrialisation non seulement dans certaines économies avancées mais aussi dans les économies émergentes latino-américaines ; aux économies avancées et à deux dragons, la Corée du sud et Taïwan, la production de produits et de services de haute technologie, aux autres économies émergentes (dont l’Amérique latine), l’exportation de matières premières d’origine agricole et minière produites avec des techniques sophistiquées.      .
Une nouvelle carte du monde est-elle en train d’apparaître ? Une nouvelle Amérique latine est-elle en train de naître ? Fait-elle partie de ce nouveau monde ou bien son développement est-il conditionné par le déplacement du centre de gravité vers ce nouveau monde, à l’occasion à la fois des mouvements longs en faveur des économies asiatiques et de la crise des finances internationales venant des pays avancés ?
Les premiers signes sont présents, mais encore insuffisants pour apporter une réponse claire. Un bref voyage dans le passé est riche d’enseignements. Les années 1980, la « décennie perdue », alimentent le pessimisme et la désespérance. L’Amérique latine, rattrapée puis dépassée par les dragons asiatiques, se marginalise. Les années 1990 renouent avec une croissance non inflationniste, mais les perspectives d’avenir sont plombées par un taux de croissance moyen médiocre. Au lieu de converger avec les économies émergentes asiatiques, l’Amérique latine continuer à diverger, l’écart se creuse avec les « dragons » asiatiques (Corée du sud, Taïwan, Hong-Kong et Singapour). Pessimisme de nouveau. Et puis les années 2000 renouent avec une croissance plus vive, certes en deça de celles que connaissent les économies émergentes asiatiques auxquelles il convient d’ajouter les « tigres » (Thaïlande, Malaisie, etc.,) l’Inde et surtout la Chine. Cette reprise de la croissance ouvre la voie à un optimisme démesuré au Brésil, un peu plus modéré en Argentine. Optimisme donc. Seul le Mexique, à la traîne, surdéterminé par la montée de la violence et l’incapacité de relancer sa croissance, fait défaut à ce nouveau concert pour différentes raisons : choc de la crise plus important qu’ailleurs, explosion de la violence liée au narcotrafic..
Une nouvelle Amérique latine est en train de naître. Cela concerne non seulement les pays émergents comme le Brésil, l’Argentine, le Mexique, le Chili et la Colombie, mais aussi de « petits » pays qui, forts de leurs ressources naturelles, exigent une redistribution des gains tirés de leur exploitation et surtout entreprennent une démarche difficile, mais oh combien symbolique, d’intégrer les populations indiennes, primo-arrivantes, hier exclues politiquement et socialement. Un Etat, deux Nations…richesses naturelles mais tentations de séparatisme comme réponses à cette nouvelle citoyenneté imposée par les luttes des exclus ; reconnaissance politique des Indiens mais problèmes sociaux et environnementales dus à l’exploitation des mines à ciel ouvert, excessivement polluante, dont ils subissent de plein fouet les principaux effets, y compris à un niveau symbolique lorsque la terre des « anciens » est meurtrie par ces exploitations.
L’Amérique latine change. Celle d’hier n’est plus celle d’aujourd’hui et pourtant elle en conserve les traits. Les ruptures sont, comme toujours, des dépassements, l’Histoire n’avance pas de manière linéaire. L’Histoire réserve des surprises, tant il est vrai «que « les Hommes font librement leur Histoire, mais dans des conditions qui ne sont librement déterminés par eux ». La connaissance du passé, fût-ce du passé récent, est essentiel pour comprendre le présent …
Qui en effet aurait pu imaginer, il y a quelques décennies, qu’on puisse désigner les principaux pays latino-américains semi -industrialisés comme des économies émergentes de demain, comme capables de réduire leurs retards avec les pays avancés, de leur faire concurrence sur certains marchés, d’être capables de réduire, fût ce légèrement, leurs inégalités de revenus et leur pauvreté, de consolider enfin leur systèmes démocratique ? Qui aurait pu imaginer que certains pays, parmi les plus importants, allaient renouer avec l’exportation de produits primaires, retrouvant ainsi partiellement leur spécialisation internationale du temps jadis, desserrer leurs contraintes externes, attirer les capitaux, certes au prix d’une appréciation de leur taux de change ? L’enchainement des phases  - économies relativement fermées en pleine expansion puis en crise inflationniste, économies plus ouvertes mais stagnationnistes, économies ouvertes et de nouveau en croissance – semble logique aujourd’hui tant il est facile de prédire l’avenir lorsqu’on le connait…mais si on se replace en 1981 (crise des dettes externes), en 1990 ou en 2003, alors tracer les trajectoires possibles est plus compliqué, l’Histoire prenant parfois des bifurcations, avançant par à coups, sous l’influence du jeu complexe de différents groupes d’intérêt nationaux, de leurs poids, de la manière dont ils subissent et répondent aux contraintes externes et internes (notamment aux pressions de l’opinion publique).
Ce livre ne prétend pas retracer les parcours économiques suivis par chacun des pays composant l’Amérique latine, ni traiter de l’histoire économique longue, ni d’être exhaustif sur tous les thèmes. Nous avons faits des choix. Ce livre a pour objet de tirer des leçons de l’Histoire afin de ne pas répéter les erreurs passées. D’étudier l’Amérique latine pour comprendre l’Europe d’aujourd’hui et sa crise des dettes souveraines, leur gestion et les crises économiques qui en découlent, mais aussi comprendre de l’Amérique latine à l’aide des expériences asiatiques.
Nous avons centré l’étude sur les principales économies émergentes : le Brésil, l’Argentine, le Mexique, le Chili et la Colombie et dû en négliger d’autres, quitte à nous référer ici ou là à certaines d’entre elles. Ces pays, locomotives de l’Amérique latine, concentrent l’essentiel à la fois de sa population et de sa production industrielle, agricole et de services. Nous nous sommes limités aux quinze - vingt dernières années, réservant toutefois au premier chapitre un retour bref sur l’histoire économique des quarante dernières années pour rappeler notamment les origines de leur industrialisation et montrer son originalité (une croissance « tirée » d’un marché intérieur en voie de constitution). Les quinze – vingt dernières années, qui seront plus amplement étudiées, sont en effet celles de la croissance retrouvée.
La globalisation commerciale participe au déplacement du centre de gravité du monde avec la montée en puissance des économies émergentes asiatiques et dans une moindre mesure de celles d’Amérique latine (chapitre 2). La croissance peut s’accompagner d’une industrialisation, ce n’est pas le cas en Amérique latine et si « comparaison n’est pas raison », « comparer permet d’apprendre ». En Amérique latine, les quinze – vingt dernières années sont en effet celles où se manifeste dans plusieurs pays une « désindustrialisation précoce » (chapitre 3) et celles où apparaissent de nouvelles vulnérabilités financières (chapitre 4). Ce sont également celles d’une redistribution des revenus un peu moins inégalitaire (chapitre 5), de la baisse de la pauvreté même si elle reste à un niveau élevé (chapitre 6). Les politiques sociales connaissent dans la plupart des pays un certain essor mais une fiscalité « régressive » limite l’efficacité de ces politiques en faveur d’une réduction de la pauvreté plus prononcée (chapitre 7). Et si dans certains pays les causes socio-économiques de la violence conduisent à une réduction des homicides, dans d’autres ils tendent à les augmenter (chapitre 8).