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Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.

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domingo, 13 de outubro de 2019

Movimento antivacinal: tendências perigosas em todos os países

Mais de dez anos atrás, eu escrevi um artigo no qual perguntava se o número de idiotas estava aumentando no mundo. Mas a preocupação central era com o criacionismo nas escolas e outros fenômenos similares. 
Eis meu artigo: “Estaria a imbecilidade humana aumentando? (uma pergunta que espero não constrangedora...)”, Miami-São Paulo (em vôo), 23 abril 2007, 5 p. Considerações sobre o aumento da idiotice no mundo, com base no fundamentalismo religioso e nas explicações simplistas sobre a vida e o mundo. Publicado, sob o título de “Está aumentando o número de idiotas no mundo?”, na revista Espaço Acadêmico (ano 6, n. 72, maio de 2007; ISSN: 1519-6186). Publicado na Revista Acadêmica Espaço da Sophia (Tomazina, PR: ISSN: 1981-318X, ano I, n. 3, p.1-6, junho 2007; edição eletrônica). Divulgado na plataforma Academia.edu (link: https://www.academia.edu/5908342/1746_Estaria_a_imbecilidade_humana_aumentando_uma_pergunta_que_espero_não_constrangedora..._2007_). 
A preocupação atual é com os idiotas das campanhas antivacinais, que estão fazendo o mundo retroceder de uma maneira espantosa...
Paulo Roberto de Almeida


How Anti-Vaccine Sentiment Took Hold in the United States
As families face back-to-school medical requirements this month, the country feels the impact of a vaccine resistance movement decades in the making.
Jan Hoffman
The New York Times, 24/09/2019

The question is often whispered, the questioners sheepish. But increasingly, parents at the Central Park playground where Dr. Elizabeth A. Comen takes her young children have been asking her: “Do you vaccinate your kids?”
Dr. Comen, an oncologist who has treated patients for cancers related to the human papillomavirus that a vaccine can now prevent, replies emphatically: Absolutely.
She never imagined she would be getting such queries. Yet these playground exchanges are reflective of the national conversation at the end of the second decade of the 21st century — a time of stunning scientific and medical advances but also a time when the United States may, next month, lose its World Health Organization designation as a country that has eliminated measles, because of outbreaks this year. The W.H.O. has listed vaccine hesitancy as one of the top threats to global health.
As millions of families face back-to-school medical requirements and forms this month, the contentiousness surrounding vaccines is heating up again, with possibly even more fervor.
Though the situation may seem improbable to some, anti-vaccine sentiment has been building for decades, a byproduct of an internet humming with rumor and misinformation; the backlash against Big Pharma; an infatuation with celebrities that gives special credence to the anti-immunization statements from actors like Jenny McCarthy, Jim Carrey and Alicia Silverstone, the rapper Kevin Gates and Robert F. Kennedy Jr. And now, the Trump administration’s anti-science rhetoric.
“Science has become just another voice in the room,” said Dr. Paul A. Offit, an infectious disease expert at Children’s Hospital of Philadelphia. “It has lost its platform. Now, you simply declare your own truth.”
The constituents who make up the so-called vaccine resistant come from disparate groups, and include anti-government libertarians, apostles of the all-natural and parents who believe that doctors should not dictate medical decisions about children. Labeling resisters with one dismissive stereotype would be wrongheaded.
“To just say that these parents are ignorant or selfish is an easy trope,” said Jennifer Reich, a sociologist at the University of Colorado Denver, who studies vaccine-resistant families.
It remains true that the overwhelming majority of American parents have their children vaccinated. Parent-driven groups like Voices for Vaccines, formed to counter anti-vaccination sentiment, have proliferated. Five states have eliminated exemptions for religious and philosophical reasons, permitting only medical opt-outs.
But there are ominous trends. For highly contagious diseases like measles, the vaccine rate to achieve herd immunity — the term that describes the optimum rate for protecting an entire population — is typically thought to be 95 percent. The Centers for Disease Control and Prevention found that the vaccination rate for the measles, mumps and rubella (M.M.R.) injection in kindergartners in the 2017-2018 school year had slipped nationally to 94.3 percent, the third year in a row it dropped.
Seven states reported rates for the M.M.R. vaccine that were far lower for kindergartners, including Kansas at 89.1 percent; New Hampshire, 92.4 percent; the District of Columbia, 81.3 percent. (The highest is West Virginia at 98.4 percent.)
Almost all states have at least one anti-vaccine group. At least four have registered political action committees, supporting candidates who favor less restrictive vaccine exemption policies.
Public health experts say that patients and many doctors may not appreciate the severity of diseases that immunizations have thwarted, like polio, which can affect the spinal cord and brain — because they probably have not seen cases.
“Vaccines are a victim of their own success,” said Dr. Offit, a co-inventor of a vaccine for rotavirus, which can cause severe diarrhea in young children. “We have largely eliminated the memory of many diseases.”
The growth of vaccine doubt in America coincides with several competing forces and attitudes.
Since the early 2000s, as the number of required childhood vaccines was increasing, a generation of parents was becoming hypervigilant about their children and, through social media, patting each other on the backs for doing so. In their view, parents who permitted vaccination were gullible toadies of status quo medicine.

Para acesso à íntegra:

segunda-feira, 4 de dezembro de 2017

Estaria aumentando o numero de idiotas no mundo? - Paulo Roberto de Almeida

Creio ter detectado, ultimamente, um aumento anormal no número de idiotices sendo propagadas por canais como este. Por isto, lembrei-me de um trabalho que elaborei muitos anos atrás, quando eu tinha detectado o mesmo fenômeno, mas basicamente restrito a grupos religiosos determinados, como os criacionistas, por exemplo.
Acho que a situação só fez se agravar desde então, o que me levou a localizar e a republicar um trabalho que permaneceu relativamente obscuro desde então.
Sugiro que relevem a ênfase religiosa, e projetem o fenômeno para a área política, atualmente, pois ele é capaz de atingir mesmo as maiores potências do planeta...
Paulo Roberto de Almeida 

Estaria a imbecilidade humana aumentando? (uma pergunta que espero não constrangedora...)
Miami-São Paulo (em voo), 23 abril 2007, 5 p. 
Considerações sobre o aumento da idiotice no mundo, com base no fundamentalismo religioso e nas explicações simplistas sobre a vida e o mundo. 
Publicado sob o título de “Está aumentando o número de idiotas no mundo?”, revista Espaço Acadêmico (ano 6, n. 72, maio de 2007; ISSN: 1519-6186). 
Relação de Originais n. 1746; Relação de Publicados n. 766.

 
Estaria a imbecilidade humana aumentando?

(uma pergunta que espero não constrangedora...)

Paulo Roberto de Almeida
Em vôo Miami-São Paulo, 23 abril 2007.

Com o perdão daqueles mais sensíveis à crueza da questão-título, respondo diretamente à pergunta. E a resposta é, ao mesmo tempo: sim e não! Explico um pouco melhor aqui abaixo.
Sim, infelizmente pode-se constatar empiricamente – mas isto poderia ser confirmado por alguma investigação “científica” – que está aumentando, para cifras nunca antes registradas nos meios de comunicação, o número de imbecis, idiotas ou simples energúmenos, cujas opiniões, elocubrações ou meras manifestações de “pensamento” conseguem ser captadas por esses meios de comunicação, encontrando assim um eco mais amplo nos veículos impressos e audiovisuais.
Por outro lado, nunca foi tão volumosa a produção científica ou a simples escolarização de massas antes excluídas do acesso à educação (de qualquer nível e qualidade). Com isso, a cultura científica se dissemina em meios antes entregues às mais variadas influências “culturais”, desde o curandeirismo shamânico até o fundamentalismo religioso pretendidamente “cientista”. Assim, a humanidade “progride”, ainda que isto possa ser descrito como sendo uma “fatalidade natural” do acúmulo do conhecimento científico e que esse saber esteja em muito poucas mãos (e cérebros).
Com esses dois processos se desenvolvendo simultaneamente, a resposta à pergunta central é, portanto, dupla e contraditória: nunca foi tão grande o número de pessoas partilhando de um mesmo conjunto de explicações simplistas – e basicamente erradas, quando não idiotas – sobre as complexidades do mundo e da vida, ao mesmo tempo em que aumenta gradativamente o número daquelas capazes de galgar as escarpas ásperas da ciência e de adotar explicações racionais, a fortiori racionalistas, para esses mesmos problemas. Um coisa não exclui a outra, portanto.

Como sabem todos aqueles que lidam com sistemas educativos, quando se amplia o acesso às instituições formais de ensino a uma clientela a mais extensa possível, parte da qual era antes excluída desses meios, é inevitável a queda de qualidade da educação formal, uma vez que se está lidando com os mais despreparados e carentes de toda e qualquer informação. Pessoas que antes eram “educadas” nas superstições e crendices “normais” dos meios populares, na baixa cultura dos estratos inferiores da sociedade, passam, de um momento a outro, a dispor de maior acesso aos canais da sociabilidade e aos meios de comunicação de massa, como revistas, jornais e internet. Alguns até conseguem sucesso nos meios profissionais e se tornam pessoas de renda elevada, detendo capacidade de influir na tomada de decisão de empresas e de governos, e de influenciar, portanto, uma maior número de indivíduos à sua volta. Se essas pessoas conseguiram adquirar, através da escola e dos livros, uma cultura superior, logicamente estruturada e cientificamente embasada, tanto melhor: elas poderão disseminar uma cultura superior àquela que tinham em seus meios de origem e contribuir assim para a elevação espiritual da humanidade. Se, ao contrário, elas passaram impunes pela educação formal e conservaram – até aumentaram, por hipótese pessimista – as mesmas superstições de origem, os mesmos preconceitos primários, as mesmas explicações ingênuas que compõem o lote comum da humanidade desde tempos imemoriais, então só podemos prever o pior: o aumento das opiniões não-fundamentadas, e das respostas equivocadas às questões mais complexas da vida e da sociedade. Pode-se até prever a consolidação da ignorância num verdadeiro “sindicato dos energúmenos”, cujos filiados crescem a olhos vistos.
Isto se aplica, por exemplo aos obcecados pela astrologia e pelas explicações “mágicas” sobre o “sucesso” na vida (no amor, nas finanças, na longevidade) e, sobretudo, em relação ao crescimento do fundamentalismo religioso e de variantes do criacionismo, que só posso explicar como representando a imbecilização congenital de pessoas até medianamente bem dotadas de acesso à educação formal e a meios decentes de vida. De fato, estou cada vez mais surpreendido com o crescimento dessas interpretações literais sobre a origem do universo, da vida na Terra e da criação do homens e dos demais seres vivos, “explicações” que afetam basicamente a história e a biologia (com todas as suas variantes na geologia, na antropologia ou na arqueologia).
Sem querer ofender ninguém em particular – mas possivelmente ofendendo, mas não me desculpando por isso –, só posso atribuir ao triunfo da ignorância o fato de que mais e mais pessoas resolvem aderir a essas versões ingênuas, simplistas e profundamente equivocadas sobre a origem da vida e seu desenvolvimento na face da Terra. Essas mesmas pessoas, obviamente, recusam a teoria da evolução e suas conseqüências práticas, sendo portanto totalmente ineptas para qualquer tipo de carreira científica, pelo menos nas áreas de biologia, de geologia e de outras ciências naturais (para não falar da torturada e tortuosa história da humanidade).
Sem pretender chamar ninguém em particular de idiota – mas possivelmente chamando, e não me desculpando por isso –, surpreende-me, sim, que tantas pessoas resolvam aderir a uma visão do mundo terrivelmente comprometedora de suas chances futuras de progresso numa cultura superior e em carreiras científicas que poderiam contribuir para o seu próprio bem-estar individual e para uma qualidade de vida melhor para toda a humanidade (eventualmente para si próprias, se elas por acaso se encontrassem em uma situação de emergência que requeresse o mínimo de conhecimento especializado, geralmente de tipo científico).
É evidente que, em todas as épocas históricas e em todas as sociedades, a cultura científica sempre foi algo extremamente restrito e profundamente elitista, tocando em poucos membros da comunidade. Com a ampliação e a extensão das instituições escolares, essa cultura se estende progressivamente a um maior número de pessoas, mas seu estabelecimento e desenvolvimento dependem, em última instância, do próprio esforço individual e do empenho pessoal na absorção e compreensão de complexos problemas técnicos que passam então a se disseminar em escala ampliada. Essa cultura científica sempre estará em competição com a cultura ingênua, com as explicações simplistas e desrrazoadas ou até com a ignorância mais completa – que, aliás, não se peja de aparecer –, travestida em “conhecimento popular”, ou em senso comum.
A razão disso é simples: independentemente do seu meio social de nascimento, do nível de renda e do background familiar, as pessoas nascem igualmente dotadas, ou seja, com algumas habilidades inatas e uma mesma ignorância cultural fundamental. A cultura e a educação serão nelas “instaladas” à medida de sua exposição a fontes superiores de cultura e de educação, ou então elas conservarão as mesmas “ferramentas” de saber dos seus meios de origem ou daqueles meios a que foram expostos no curso da vida. É muito duro adquirir uma cultura científica e uma explicação “superior” sobre a vida, uma vez que isto requer estudo constante, leituras aplicadas, raciocínio não-elementar e alguma “transpiração” na busca de instrumentos explicativos de realidades complexas, em todo caso não-óbvias.
Em outros termos, conformando-se às tendências inatas à preguiça e à acomodação, na ausência de perigos ou de estímulos externos à criatividade e à inovação, a maior parte da humanidade adapta-se ao puro senso comum e às explicações elementares, que são obviamente rudimentares, quando não preconceituosas ou francamente equivocadas. Apenas uma pequena parte da humanidade é levada – ou é obrigada – a responder a desafios externos ou à sua própria curiosidade intelectual (que também é inata, mas requer algo mais do que simples ações reativas a estímulos ambientais). Resulta disso a divisão tradicional entre a cultura científica e a cultura popular, já examinada na obra de epistemologistas e de historiadores da ciência, não cabendo aqui qualquer relativismo cultural ou manifestação de “correção política” quanto às virtudes pretensamente igualitárias ou dotadas de alguma “genialidade natural” da segunda em relação à primeira.
Este me parece ser o “molde sociológico” através do qual seria possível analisar a “emergência” e a “disseminação” de explicações equivocadas, francamente deletérias e (por que não dizer?) totalmente idiotas sobre o mundo real, que resultam dessas crenças “criacionistas” ou anti-evolucionistas que, a exemplo dos EUA, também tendem a se propagar no Brasil a um ritmo impressionante. Para onde quer que se olhe, a constatação parece ser a mesma: mais e mais pessoas, incapazes de se alçar a uma cultura superior – que chamamos de científica –, se deleitam, quando não se comprazem com explicações religiosas simplistas ou com meras superstições. O que é pior: dotadas de acesso aos meios de comunicação – hoje em dia, qualquer um tem acesso à internet, e muito cachorro de madame possui webpage –, essas pessoas passam a expor sem maiores restrições sua profunda ignorância, seus preconceitos tradicionais, seus equívocos de senso comum transmitidos desde o berço a um número incontável – e propriamente incontrolável – de outras pessoas.
Como a exploração da credulidade alheia tornou-se, igualmente, uma prática comum em nossos tempos mercantilistas, sobretudo em algumas vertentes da “indústria religiosa” – que baseia sua ação na “teologia da prosperidade”, antes de mais nada, a prosperidade individual dos próprios “ministros” da nova religião –, é evidente que a imbecilidade humana, como explicitado no título deste ensaio, tenha tendência a aumentar. Torna-se inevitável o triunfo de alguns imbecis – nem por isso menos aptos a extrair renda de pessoas ignorantes e ingênuas – que não sofrem nenhum constrangimento em estender o mais possível sua ignorância enciclopédica em todas as longitudes e latitudes abertas ao seu pouco engenho e baixa arte. Trata-se de um aumento relativo e também absoluto, ou seja: mais e mais pessoas, dotadas de “cultura ingênua”, são mobilizadas pelos espertalhões de plantão, nem todos imbecis ou idiotas; longe disso, pois alguns fazem disso uma profissão altamente lucrativa.
Por outro lado, é normal que grande parte da humanidade, agora provista de meios de subsistência relativamente satisfatórios, sobreviva e prospere fisicamente (obviamente graças aos progressos da ciência, que alguns tão alegremente ignoram). Agora são indivíduos arrancados de um estado de letargia intelctual para uma situação de exercício ativo de banalidades de senso comum, quando não de imbecilidades coletivas facilmente disseminadas pelo acesso irrestrito aos meios modernos de comunicação. É o triunfo das nulidades, como queria um sábio brasileiro, é a vitória da ignorância de modo amplo, uma vez que os meios técnicos não distinguem entre a boa e a má “cultura”, entre a verdade e a falsidade, entre a racionalidade e o ilogismo mais absoluto.
Na outra ponta, nunca foi tão grande o conhecimento acumulado pela espécie humana sobre sua própria existência e o meio que a cerca. Como a ciência e o conhecimento são cumulativos e, em princípio, não “extinguíveis” – salvo catástrofes humanas e naturais muito amplas –, a única previsão possível nesse terreno é a expansão e aperfeiçoamento do saber científico, em benefício do conjunto da humanidade, mesmo os mais imbecis. Ou seja, mesmo aqueles fundamentalmente estúpidos a ponto de recusar uma explicação científica para a origem de seus males eventuais, podem ter suas vidas salvas pelos progressos da medicina e assim, num exercício de “darwinismo involuntário”, continuar a disseminar impunemente a sua ignorância e seus preconceitos à sua volta ou a uma geração de idiotas mais à frente. Um exemplo: aqueles que recusam a transfusão de sangue podem ser salvos por injunção legal ou pela mudança temporária de religião – alguns não são idiotas a esse ponto –, a tempo de permitir a operação médica e sobrevivência. (Alguns darwinistas radicais talvez não estejam de acordo com essa sobrevivência dos ineptos, mas a perspectiva humanitária comanda que façamos todo o possível para salvar nossos semelhantes.)

Em resumo: a ciência e a racionalidade progridem a olhos vistos, e elas tornam a vida de todos melhor e mais longa. Elas sempre serão restritas a um número relativamente pequeno de seres humanos, em todo caso até que a educação de qualidade e o espírito de pesquisa se tornem mais amplamente disponíveis nas sociedades. A ignorância e o preconceito recuam no conjunto, mas eles continuarão a ser muito comuns, na medida em que também constituem características tradicionais – eu não diria inatas por respeito ao gênero humano – das sociedades.
Concluindo: a imbecilidade humana tem, sim, aumentado, pela força dos números, mas ela comanda cada vez menos os destinos da raça humana, graças aos progressos da ciência. Ou estarei errado?