Sobre a tecnologia, ou know-how, da corrupção política
Paulo Roberto de Almeida
Diplomata, professor
(www.pralmeida.org; diplomatizzando.blogspot.com)
Bandidos políticos comuns, ou “normais”, roubam nas margens: pequenas emendas paroquiais, ONGs familiares, compras superfaturadas nos municípios, rachadinhas e notas falsas.
Os companheiros começaram por aí, antes de ganhar desenvoltura em grandes estados ou o poder nacional: merenda escolar, transporte público, lixo urbano, orçamentos de pequenos municípios. Aprenderam, com seus colegas da máfia sindical e os guerrilheiros reciclados neobolcheviques e desenvolveram as técnicas da cleptocracia.
Colegas “inteligentes” em instituições da República sabem roubar grande: projetos de infraestrutura, grandes cargos em estatais e, sobretudo, o orçamento paralelo das grandes emendas.
Vamos aos exemplos: o psicopata perverso, por exemplo, é um desses ladrões medíocres: nenhum super capitalista se associou a ele para meter a mão grande; ficou nas rachadinhas e rachadonas (uma mansão de 6 milhões não se compra com contracheques) e botou um pé ou dois nos negócios das milícias e contrabandistas de armas.
O PT, por seu lado, organizou grandes assaltos ao Estado, à caverna de Ali Babá da vaca petrolífera, se meteu em grandes negociatas, inclusive internacionais, e está louco para voltar a fazer. Esqueceu de tomar lições de cleptocracia com gente especializada (do antigo KGB, por exemplo) e por isso escorregou no tratamento com pequenos larápios (os mestres costumam eliminar esses chatos).
Já Eduardo Cunha valia, sozinho, meio PT, roubou como um paxá ou um pro-cônsul romano na Gália e deixou uma super herança maldita: as emendas obrigatórias, que depois derivaram para o orçamento secreto, a forma legal de roubar grande, ao lado dos fundos Partidário e Eleitoral.
Mais um pouco o Brasil vai entrar no Guiness da corrupção política, e certos politicos poderão escrever manuais do tipo: The Idiot’s Guide to Steal Big, How to Build your own Kleptocracy, ou Tudo o que você sempre quis saber sobre a corrupção política e não tinha a quem perguntar (editoras não faltarão, mas os livros logo serão pirateados pelos colegas da primeira categoria).
A corrupção política tem um passado respeitável no Brasil, um presente magnífico e um futuro brilhante!
Não acreditam?
Gente de pouca fé!
Paulo Roberto de Almeida
Brasília, 3999: 18 outubro 2021, 2 p.