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Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.

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sexta-feira, 16 de junho de 2023

Guiné Equatorial do ditador amigo do PT aplica chantagem contra o Brasil

 O amigo dos companheiros, que acolheram um país hispanófono na CPLP, aplica golpe contra empresas privadas brasileiras.

Guiné Equatorial retém R$ 750 milhões em bens de quatro empresas privadas brasileiras

'Apreensão preventiva' ocorre cinco anos após incidente diplomático envolvendo o filho do presidente equato-guineense

Por Eliane Oliveira — Brasília
O Globo, 15/06/2023 20h01  Atualizado há 12 horas

Um incidente diplomático envolvendo o filho do presidente da Guiné Equatorial, Teodoro Obiang Nguema Mbasogo, ocorrido há cinco anos, levou o governo do país da África Central a reter o equivalente a US$ 156 milhões (R$ 750 milhões), valor informado pelo Itamaraty, em bens de quatro empresas privadas brasileiras. A "apreensão preventiva", anunciada na quarta-feira, é vista como uma retaliação por algumas fontes da área diplomática ouvidas pelo GLOBO.

Além de filho do presidente, Teodoro Nguema Obiang Mangue é o vice-presidente de Guiné Equatorial e pivô do impasse. Em setembro de 2018, autoridades brasileiras apreenderam dinheiro em espécie e joias, no aeroporto de Viracopos, em valor estimado em mais de US$ 16 milhões que estavam na bagagem de 11 membros da delegação que acompanhava Mangue em visita ao Brasil. Também houve o sequestro, pelo Poder Judiciário, de automóveis e imóvel na cidade de São Paulo, no âmbito de um inquérito policial, instaurado em março de 2018, que apura eventual crime de lavagem de dinheiro.

A legislação nacional proíbe o ingresso no país de pessoas com dinheiro em espécie acima de US$ 10 mil. Como a visita não era de caráter oficial e Mangue era a única autoridade com imunidade, os bens foram apreendidos.

Para reaver os recursos e as jóias, o Ministério Público da Guiné Equatorial apresentou uma ação por "perdas e danos" à Justiça de seu país. O Judiciário informou que o prejuízo havia sido de cerca de US$ 130 milhões, que teriam de ser indenizados ao governo equato-guineense. Por conta disso, decidiu compensar as perdas com bens das construtoras ARG, LTDA, Zacope e OAS GE.

"Finalmente, depois de cinco anos, a Guiné Equatorial obteve justiça, graças a suas próprias instituições, após o incidente diplomático em Campinas, no Brasil, em 2018", escreveu Mangue em uma rede social, no dia da decisão.

Ele enfatizou que espera que, com a decisão, "saibam medir as consequências dos seus atos", dirigindo-se ao governo brasileiro. Segundo o vice-presidente, "apesar de haver infringido os protocolos internacionais sobre o tratamento de altas personalidades, não quiseram reconhecer seu erro".

Procurado, o Itamaraty informou que a decisão é de primeira instância e destacou ver com preocupação a apreensão dos bens de empresas brasileiras. De acordo com o órgão, houve bloqueio das contas bancárias locais das construtoras e retidos créditos junto ao Tesouro do país, para garantia do pagamento de US$ 156 milhões ao governo da Guiné Equatorial.

"O governo da Guiné Equatorial alega que a medida judicial – que ignora serem os bens confiscados alheios ao Estado brasileiro – seria represália aos desdobramentos dos processos administrativo e criminal conduzidos no Brasil contra o vice-presidente Teodoro Nguema Obiang Mangue", diz um trecho de uma nota do Itamaraty em resposta ao GLOBO. "O governo brasileiro acompanha com preocupação as medidas adotadas pelo Governo da Guiné Equatorial".

sábado, 2 de novembro de 2013

Paraisos fiscais internos: entre a sadia competicao e a delinquencia: ocaso de Delaware (NYT)

The New York Times

Delaware, Den of Thieves?


OUTSIDE of crimes of passion, criminal activity is typically motivated by greed.
As a special agent for the Treasury Department, I investigated financial crimes like money laundering and terrorism financing. I trained foreign police forces to “follow the money” and track the flow of capital across borders.
During these training sessions, I’d often hear this: “My agency has a financial crimes investigation. The money trail leads to the American state of Delaware. We can’t get any information and don’t know what to do. We are going to have to close our investigation. Can you help?"
The question embarrassed me. There was nothing I could do.
In the years I was assigned to Treasury’s Financial Crimes Enforcement Network, or Fincen, I observed many formal requests for assistance having to do with companies associated with Delaware, Nevada or Wyoming. These states have a tawdry image: they have become nearly synonymous with underground financing, tax evasion and other bad deeds facilitated by anonymous shell companies — or by companies lacking information on their “beneficial owners,” the person or entity that actually controls the company, not the (often meaningless) name under which the company is registered.
Our State and Treasury Departments routinely identify countries that are havens for financial crimes. But, whether because of shortsightedness or hypocrisy, we overlook the financial crimes that are abetted in our own country by lax state laws. While the problem is concentrated in Delaware, there has been a “race to the bottom” by other states that have enacted corporate secrecy laws to try to attract incorporation fees.
The Financial Action Task Force, an international body that sets standards for the fight against money laundering, terrorist financing and other threats to the international financial system, has repeatedly criticized America for failing to comply with a guideline requiring the disclosure of beneficial ownership information. The Organization for Economic Cooperation and Development, with which the task force is affiliated, has championed international standards for financial transparency, but cannot compel compliance.
Watchdog groups like the Organized Crime and Corruption Reporting Project, Global Financial Integrity and Global Witness say that anonymous companies registered in the United States have become the vehicle of choice for drug dealers, organized criminals and corrupt politicians to evade taxes and launder illicit funds. A study by researchers at Brigham Young University, the University of Texas and Griffith University in Australia concluded that America was the second easiest country, after Kenya, in which to incorporate a shell company.
Domestic law enforcement agencies are as stymied as foreign ones. In one case I worked on, American investigators had to give up their examination of a Nevada-based corporation that had received more than 3,700 suspicious wire transfers totaling $81 million over two years. The case did not result in prosecution because the investigators could not definitively identify the owners.
Anonymous corporations are not only favored tools of criminals, but they also facilitate corruption, particularly in the developing world. A recent World Bank study found that the United States was the favored destination for corrupt foreign politicians opening phantom companies to conceal their ill-gotten gains.
Last month, Representatives Maxine Waters of California and Carolyn B. Maloney of New York, the top Democrats on the House Financial Services Committee, introduced legislation that would require United States corporations to disclose to the Treasury Department their beneficial owners. On Thursday, Prime Minister David Cameron of Britain went even further, announcing that a planned national registry of companies’ true owners would be open to the public, not just to law enforcement authorities.
The proposal enjoys support from law enforcement experts like Dennis M. Lormel, who led the F.B.I.’s efforts against terrorism financing after 9/11, and the former Manhattan district attorney Robert M. Morgenthau (and his successor, Cyrus R. Vance Jr.).
While officials in Delaware, Wyoming and Nevada talk about their corporate “traditions,” I am unimpressed. Business incorporation fees have accounted for as much as a quarter of Delaware’s general revenues. It’s no surprise that officials in Dover and Wilmington want to protect their state’s status as a corporate registry, but if that means facilitating criminal activity, their stance is a form of willful blindness. America must require uniform corporate-registration practices if it is to persuade other nations to cooperate in the fight against financial crimes.
John A. Cassara, a former special agent for the Treasury Department, is the author, most recently, of a novel, “Demons of Gadara.”

sábado, 5 de outubro de 2013

O segredo bancario suico ainda tem futuro? Uma analise de um corretor de investimentos

A Suíça não é mais aquela: pressionada de todos os lados, teve de entrar em "acordo" com os principais países europeus e, principalmente, com os Estados Unidos, para que seus bancos não fossem punidos e ela mesma fosse inscrita na lista negra dos paraísos fiscais. Agora, pode haver transferência de informações bancárias, desde que haja algum fundamento legal para a requisição do Estado demandante.
Melhor salvar os dedos, entregando os anéis, portanto...
Vejamos o que diz este operador de mercado de investimentos mais ou menos legais...
Paulo Roberto de Almeida


Is France Preparing to Invade Switzerland?
By Bob Bauman JD, Offshore and Asset Protection Editor
The Sovereign Investor

Dear Paulo Roberto,

For the third time in 25 years, the people of Switzerland have overwhelmingly voted to maintain their conscription army.

On September 22, 73% of voters from 26 Swiss cantons rejected a referendum that pacifists and left-wing parties advocated to abolish mandatory military service, which requires part-time army service from each male citizen between the ages of 18 to 34. Women may serve voluntarily.

To believe Swiss military officials, that army may be needed to defend against an invasion by France. Days after the referendum, it was revealed that the Swiss army earlier in August had conducted a military exercise/war game based on a hypothetical invasion by a bankrupt France trying to get back their “stolen” money hidden in Swiss bank accounts.

Taking into account recent events, should the Swiss be more wary of France … or U.S. Attorney General Eric Holder? 

Beginning in the 1930s, Swiss banking practices and laws ensured complete privacy – and, thus, secrecy – for clients, regardless of nationality or the laws of the client’s home country. That era effectively came to an end a few days ago, when the governments of the U.S. and Switzerland struck a deal that allows some Swiss banks to pay fines to avoid or defer prosecution for their U.S. customers’ tax evasion.

As longtime readers will know, this reform process was promoted because of a 2009 lawsuit by Eric Holder’s U.S. Department of Justice against Swiss banking giant UBS for helping Americans keep assets in undisclosed Swiss accounts. The threat of U.S. lawsuits even destroyed the oldest bank in Switzerland, Wegelin & Co., founded in 1741.

Holder forced change on the reluctant Swiss, and the unintended consequence of his strong-arm tactics is probably to their benefit. The reality is that the bullying U.S. could have frozen Switzerland out of the global financial system had it not complied. The uncertainty caused by that possibility effectively ruled Switzerland out as a recommended destination for offshore banking.

A global survey by PricewaterhouseCoopers found that the major attraction for a private bank’s new customers is its reputation. Fortunately, in spite of the UBS scandal, Switzerland’s solid financial reputation still allows this alpine nation to serve as “banker to the world.” Indeed, these days, good judgment and reliability are banking traits more sought after than ever before.

Even considering its many recent international difficulties, Switzerland remains as one of the best all-around asset and financial havens in the world. 
The Gold Standard in Asset Protection
For centuries, the Swiss have acted as banker to the world, acquiring a reputation for integrity and financial privacy. It is also an attractive residence for wealthy people to reside, which may explain why Switzerland is home to nearly 10% of all millionaires in the world.

All these Swiss reforms have produced what Sovereign Society Executive Publisher Erika Nolan has rightfully called “a silver lining” for Americans banking in Switzerland. Freedom Alliance members received a July special report explaining this new world of private banking.

My considered opinion of Switzerland is that it remains the best place for investment management, U.S. tax-deferred annuities and life insurance – all aspects of sound asset protection. In these services and many others, the Swiss excel.

The Sovereign Society respects U.S. tax laws and U.S. reporting requirements. We also value financial privacy, a concept that died in America with the PATRIOT Act.

Switzerland still offers a statutory guarantee of privacy for law abiding and tax paying persons from all nations. The Sovereign Society has existing arrangements with reputable, independent, SEC-registered Swiss asset managers who are able to place American accounts at leading Swiss banks.

Switzerland may be neutral in politics, but it’s far from flavorless. The fusion of German, French and Italian influence has formed a robust national culture, and the country’s alpine landscapes have enough zing to reinvigorate even the most jaded traveler.

My two youngest children, Vicky and Jim, and I will never forget traveling by car from Dijon, France, to Geneva on a frigid, snowy January morning, in awe of the hundreds of rainbows produced by snow showers falling from a million tree branches as the sun arose.

Goethe summed up Switzerland succinctly as a combination of “the colossal and the well-ordered.” You can be sure that your clean, impressive train will be on time. The tidy, “just-so” precision of the Swiss is tempered by the lofty splendor of those landscapes. There’s a lot more here than just trillions of dollars and euros.

The Confederation of Switzerland and its people are survivors, and rich ones at that. This nation manages nearly one-tenth of the world’s offshore cash and assets, over US$4 trillion for people all over the world, and they have done this successfully for centuries.

Despite two World Wars, for 215 years, as European empires rose and fell, Switzerland’s official neutrality, defense of its sovereignty and banking prowess have created a world-recognized island of financial stability. 
Faithfully yours,

Bob Bauman JD
Editor, Offshore Confidential
The Sovereign Investor

sexta-feira, 22 de março de 2013

Chipre: a ilha de todos os traficos - Estadao e Paul Krugman

Raramente concordo com o keynesianismo exacerbado de Paul Krugman, mas agora, neste artigo sobre Chipre, ele relata simplesmente a verdade. A ilha se tornou uma lavanderia russa, para dinheiro legal e ilegal, o que obviamente não pode ser tolerado.
A conta vai sair cara, para todas as partes...
Paulo Roberto de Almeida

Barbeiragem em Chipre

22 de março de 2013 | 2h 09
Editorial O Estado de S.Paulo

Em meio aos gigantes da economia europeia que estão em dificuldades, coube a Chipre, um minúsculo país de 1 milhão de habitantes, com um Produto Interno Bruto de apenas US$ 23,6 bilhões, protagonizar uma crise financeira que ameaça despejar gasolina no incêndio da zona do euro. O caso todo é uma mistura de arrogância política e erros de avaliação.
A própria presença de Chipre na União Europeia (UE) - uma óbvia anomalia, já que nem o sistema financeiro do país nem sua economia respeitam os padrões mínimos exigidos pela UE - é fruto de um jogo de conveniências. Os reticentes dirigentes europeus tiveram de engolir Chipre em 2004 por pressão da Grécia, que ameaçava vetar o ingresso da Polônia e da República Checa, entre outros países do Leste Europeu, caso os cipriotas não fossem aceitos. Como se sabe, a ilha é dividida entre cipriotas gregos e turcos desde 1974, e o interesse de Atenas ao forçar a adesão de Chipre à UE era deslegitimar de vez a porção sob influência turca, que já não tem reconhecimento internacional. A UE, por sua vez, esperava que houvesse a reunificação de Chipre antes de aceitar seu ingresso, mas cedeu aos gregos. Pouco depois, os cipriotas gregos rejeitaram a reunificação em referendo, enterrando de vez as ilusões de que a entrada de Chipre no clube do euro pudesse facilitar o processo de paz. Assim, não surpreende a má vontade com que os cipriotas estão sendo tratados neste momento pelas autoridades europeias.
Chipre já não gozava de nenhuma confiança no resto do continente, o que explica a violência do pacote de socorro proposto pela UE e pelo FMI - que previa, além da tradicional exigência de austeridade fiscal, o confisco de parte dos depósitos bancários para ajudar a pagar a conta do resgate. Mas os duros termos do resgate revelam que os eleitores das potências europeias, a esta altura, não acreditam mais nos argumentos de seus governantes para socorrer países quebrados e só admitem que a ajuda seja liberada se esses países forem submetidos a condições muito mais severas do que as impostas até agora. A crise na zona do euro, portanto, não é apenas econômica, mas também de credibilidade política.
Não é de hoje, aliás, que os europeus do norte consideram os do sul irresponsáveis, corruptos e perdulários - portanto, indignos de solidariedade em momentos de penúria. A necessidade de consolidar a União Europeia abafou esse sentimento, mas a aguda crise na Grécia, na Espanha e na Itália tirou o gênio da garrafa e escancarou a dificuldade de conciliar culturas políticas tão distintas. Nesse contexto, a chanceler da Alemanha, Angela Merkel, que deveria ter defendido o resgate cipriota a despeito de sua impopularidade, ante o potencial explosivo da crise, preferiu o conforto de uma solução demagógica e irresponsável - teme-se, com razão, que o precedente aberto pelo confisco deflagre uma corrida aos bancos também na Itália, na Espanha, em Portugal e na Grécia, justamente no momento em que essas economias lutam para reequilibrar-se.
Ademais, as exigências da UE para o resgate cipriota não tocam em outro ponto importante: Chipre é uma lavanderia de dinheiro para milionários russos envolvidos em negócios obscuros. O certo seria controlar parte desses depósitos, mas o governo cipriota não quis melindrar a Rússia, responsável por uma ajuda de US$ 3,3 bilhões ao país, e decidiu que seriam taxadas as contas com valores abaixo de 100 mil, atingindo os correntistas comuns, cujos depósitos são garantidos pela legislação europeia. Não surpreende, portanto, que o Parlamento cipriota tenha rejeitado a exigência.
Discute-se a alternativa de que a Rússia possa socorrer Chipre novamente, em troca da exploração de suas reservas de gás - calcula-se que a ilha tenha o equivalente a 40% das necessidades da UE, hoje dependente do gás que vem da Rússia. Logo, um dos efeitos importantes da crise cipriota pode acabar sendo o aumento da influência russa no continente, algo que os dirigentes europeus certamente não esperavam quando aceitaram Chipre na UE.
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The New York Times, March 21, 2013

Treasure Island Trauma

A couple of years ago, the journalist Nicholas Shaxson published a fascinating, chilling book titled “Treasure Islands,” which explained how international tax havens — which are also, as the author pointed out, “secrecy jurisdictions” where many rules don’t apply — undermine economies around the world. Not only do they bleed revenues from cash-strapped governments and enable corruption; they distort the flow of capital, helping to feed ever-bigger financial crises.
One question Mr. Shaxson didn’t get into much, however, is what happens when a secrecy jurisdiction itself goes bust. That’s the story of Cyprus right now. And whatever the outcome for Cyprus itself (hint: it’s not likely to be happy), the Cyprus mess shows just how unreformed the world banking system remains, almost five years after the global financial crisis began.
So, about Cyprus: You might wonder why anyone cares about a tiny nation with an economy not much bigger than that of metropolitan Scranton, Pa. Cyprus is, however, a member of the euro zone, so events there could trigger contagion (for example, bank runs) in larger nations. And there’s something else: While the Cypriot economy may be tiny, it’s a surprisingly large financial player, with a banking sector four or five times as big as you might expect given the size of its economy.
Why are Cypriot banks so big? Because the country is a tax haven where corporations and wealthy foreigners stash their money. Officially, 37 percent of the deposits in Cypriot banks come from nonresidents; the true number, once you take into account wealthy expatriates and people who are only nominally resident in Cyprus, is surely much higher. Basically, Cyprus is a place where people, especially but not only Russians, hide their wealth from both the taxmen and the regulators. Whatever gloss you put on it, it’s basically about money-laundering.
And the truth is that much of the wealth never moved at all; it just became invisible. On paper, for example, Cyprus became a huge investor in Russia — much bigger than Germany, whose economy is hundreds of times larger. In reality, of course, this was just “roundtripping” by Russians using the island as a tax shelter.
Unfortunately for the Cypriots, enough real money came in to finance some seriously bad investments, as their banks bought Greek debt and lent into a vast real estate bubble. Sooner or later, things were bound to go wrong. And now they have.
Now what? There are some strong similarities between Cyprus now and Iceland (a similar-size economy) a few years back. Like Cyprus now, Iceland had a huge banking sector, swollen by foreign deposits, that was simply too big to bail out. Iceland’s response was essentially to let its banks go bust, wiping out those foreign investors, while protecting domestic depositors — and the results weren’t too bad. Indeed, Iceland, with a far lower unemployment rate than most of Europe, has weathered the crisis surprisingly well.
Unfortunately, Cyprus’s response to its crisis has been a hopeless muddle. In part, this reflects the fact that it no longer has its own currency, which makes it dependent on decision makers in Brussels and Berlin — decision makers who haven’t been willing to let banks openly fail.
But it also reflects Cyprus’s own reluctance to accept the end of its money-laundering business; its leaders are still trying to limit losses to foreign depositors in the vain hope that business as usual can resume, and they were so anxious to protect the big money that they tried to limit foreigners’ losses by expropriating small domestic depositors. As it turned out, however, ordinary Cypriots were outraged, the plan was rejected, and, at this point, nobody knows what will happen.
My guess is that, in the end, Cyprus will adopt something like the Icelandic solution, but unless it ends up being forced off the euro in the next few days — a real possibility — it may first waste a lot of time and money on half-measures, trying to avoid facing up to reality while running up huge debts to wealthier nations. We’ll see.
But step back for a minute and consider the incredible fact that tax havens like Cyprus, the Cayman Islands, and many more are still operating pretty much the same way that they did before the global financial crisis. Everyone has seen the damage that runaway bankers can inflict, yet much of the world’s financial business is still routed through jurisdictions that let bankers sidestep even the mild regulations we’ve put in place. Everyone is crying about budget deficits, yet corporations and the wealthy are still freely using tax havens to avoid paying taxes like the little people.
So don’t cry for Cyprus; cry for all of us, living in a world whose leaders seem determined not to learn from disaster.

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

domingo, 16 de setembro de 2012

Lavagem de dinheiro: uma especialidade brasileira?

Nada mais apropriado...
(enfim, estou apenas transcrevendo)


13/09/2012 · 16:26
Reconhecimento internacional
Livro Lavagem de Dinheiro, da Editora Unisinos, representará o Brasil na Frankfurter Buchmesse

O livro Lavagem de Dinheiro, escrito por professores do curso de Direito da Unisinos, foi escolhido, pela Associação Brasileira de Editoras Universitárias (Abeu), pararepresentar o Brasil na Feira do Livro de Frankfurt, na Alemanha. O evento, que ocorre de 10 a 14/10, é o maior encontro mundial do setor editorial.

A obra é de 2011 e tem como organizadores André Luís Callegari e Miguel Tedesco Wedy. Ela vai ficar no corredor de volumes da América Latina, junto com outros dois livros, a Justiça e Memória e Ética e Direitos Humanos (tradução).

Lavagem de Dinheiro é uma publicação da Editora Unisinos.

segunda-feira, 9 de abril de 2012

Brasileiros gastadores: americanos agradecem (também: US$ 6 bi !!!)

Bem, os americanos estão muito contentes e pedem mais:
Please, please, keep pouring your money into our vaults; better, into our pockets, our bank accounts. 
Please, do not stop, keep coming to DisneyWorld, and stop by our shoppings, our malls, our condos, and buy, buy everything, anything you can carry, and, please, make Florida your home, stay for a while, forever, our condos are very cheap nowadays.
You can speak Portuguese, we have learned to speak Cubanese, we'll learn Brazilianese all together...


Realmente, o Brasil é a salvação da América, como alguns dizem (menos os companheiros, que continuam ridiculamente se referindo ao "imperialismo estadunidense", assim mesmo), mas desconfio que esses 5.000 dólares por pessoa seja uma média que envolve muito dinheiro sujo, ilegal, lavado nos EUA...
Bem, mais trabalho para o agente da Receita estacionado em Miami (embora eu desconfie que ele também anda investindo nos EUA; sabem como é, o Brasil anda muito caro, melhor colocar seu dinheiro em paragens mais amenas).
Paulo Roberto de Almeida 


Los brasileños eligen Estados Unidos para comprar
EVA SÁIZ Washington
El País, 9/04/2012

Con 5.900 millones de dólares (4.500 millones de euros) desembolsados en Estados Unidos en 2010, los brasileños son los extranjeros que más gastan en ese país, casi 5.000 dólares por persona, según datos del Departamento de Comercio estadounidense. Barack Obama tendrá muy presente el creciente peso de Brasil en la economía de EE UU cuando este lunes reciba a su presidenta, Dilma Rousseff, en la Casa Blanca.

Mientras EE UU y Europa luchan contra la recesión, Brasil disfruta de una situación boyante. Es la sexta economía del mundo y la segunda del continente americano, por detrás de EE UU. Su clase media –a la que han accedido 30 millones de brasileños desde 2003- gana entre 1.610 y 6.940 reales –moneda brasileña- al mes (entre 674 y 3.000 euros) y 20 de sus 192 millones de habitantes es millonario, el 10% de la población.

Con 5.900 millones de dólares desembolsados en en 2010, los brasileños son los extranjeros que más gastan en EE UU, casi 5.000 dólares por persona
Los brasileños quieren comprar y con un real fuerte –un dólar vale 1,82 reales- prefieren salir al extranjero a consumir. El Banco Central de Brasil, su máxima autoridad monetaria, estima que en 2011 sus habitantes gastaron más de 20.000 millones de dólares en viajes internacionales, un 22% más que en 2010.

Sus principales destinos en EE UU son Miami y Nueva York. Lo que más demandan es artículos de lujo, lo último en tecnología y la visita a parques temáticos. Conscientes de que los brasileños no gastarán generosamente si no se sienten como en casa, los comerciantes estadounidenses han contratado a trabajadores que sepan portugués para atenderlos. Hay compañías que organizan tours de compras por centros comerciales en los que se habla su lengua. En 2001 Disney World batió el récord de visitantes de ese país y ya ha contratado a medio centenar de trabajadores lusoparlantes. SeaWorld Orlando ha creado una página web en portugués y ofrece clases de ese idioma a sus empleados.

El real también ha contribuido a resucitar el mercado inmobiliario de Miami. “Los brasileños han comprado el 10% de las viviendas del sur de Florida”, explican desde la Embajada de Brasil en EE UU para EL PAÍS. La fiebre inversora del país ha ayudado a expandir otros negocios relacionados con la venta de casas. Muchas agencias inmobiliarias además de apartamentos ofrecen desde expertos para decorarlas hasta asesoramiento financiero.

Es escollo del visado

En 2010, 1,2 millones de brasileños visitaron EE UU. En 2011 el pedido de visados aumentó un 40%. Solo en los tres primeros meses de 2012 se han expedido 269.637 permisos, un 56% más que en el mismo periodo del año pasado, según datos de la Embajada de EE UU en Brasil.

Consciente del peso del turismo en la economía estadounidense, la Casa Blanca ha agilizado los trámites para que los brasileños puedan obtener sus visados. Desde 2010, éste ha pasado a tener una validez de 10 años y el permiso para turistas se ha ampliado a cinco.

Solo en los tres primeros meses de 2012 se han expedido 269.637 permisos, un 56% más que en el mismo periodo del año pasado
En enero, Obama anunció su plan para impulsar el turismo que prevé reducir hasta un máximo de tres, las semanas para concertar una entrevista desde que se solicita el visado y eliminar la entrevista previa para renovarlo. Las medidas ya se notan en Brasil, donde el plazo para obtener el visado se ha reducido de 50 a 32 días en el consulado de Sao Paulo y a siete en los de Recife y Brasilia, indica en un correo electrónico Adrian Alexandri, asesor de la Asociación Brasileña de Operadores de Turismo.

El Gobierno estadounidense también estudia eliminar la obligación de visado para turistas de determinadas naciones, como China o Brasil. Hasta ahora solo 36 países, España incluido, tienen un acuerdo al respecto con EE UU. La Cámara de Comercio de Florida y otros lobbys están presionando para que Obama acelere su decisión en el caso de Brasil, ya que es el Estado más beneficiado por la nueva riqueza del país. En los primeros nueve meses de 2011, los más de un millón de brasileños que visitaron Florida se dejaron 1.600 millones de dólares.

“Seguimos en conversaciones con EE UU, pero el hecho de que organizaciones estadounidenses presionen para eliminar la necesidad de visado es una ayuda enorme”, señalan en la Embajada brasileña en Washington.